Leila e Mustafá: Como será seu primeiro embate direto após o rompimento
Eduardo Ohata
A dona da Crefisa, Leila Pereira, e o ex-presidente do Palmeiras Mustafá Contursi, se preparam para seu primeiro embate direto desde que romperam. A dupla medirá forças na votação da reforma do estatuto do clube, marcada para a próxima segunda-feira (21).
A votação aberta favorece a proposta de três anos, com uma reeleição, de interesse indireto de Leila, já que facilita seu plano de disputar a presidência do clube. Conselheiros com cargos na gestão de Galiotte e com ligações com Mustafá podem se sentir constrangidos em votar por um mandato menor do presidente da direção da qual eles próprios fazem parte. Por outro lado, para a proposta passar, é necessária aprovação da maioria do conselho: Metade mais um de um total de 284 conselheiros (143 votos favoráveis). Há cartolas que fiéis a Mustafá que para não se queimar com Galiotte cogitam, simplesmente, não ir votar. Ou seja, o não-comparecimento de conselheiros favorece quem é contra o aumento do mandato do presidente de dois para três anos.
Leila organiza um jantar nesta quinta-feira (17), no luxuoso hotel Intercontinental, no Jardim Paulista, para o qual convidou duas centenas de conselheiros. Até conselheiros ligados a Mustafá foram convidados e planejam comparecer, embora ressaltem que votarão contra a proposta de três anos. Durante o evento Leila vai expor seus argumentos, que inclui a possibilidade de investimento de dinheiro no clube por meio da Lei de Incentivo Fiscal.
Conselheiros alinhados contra o aumento do mandato de dois para três anos, além de classificar a alteração de ''casuísta'', miram na atual gestão ao lançar mão de um argumento extremamente boleiro para defender um mandato de apenas dois anos, ao apontar que na atual gestão o Corinthians venceu seis derbies e o Palmeiras, apenas um, permitindo que o Corinthians empatasse a série histórica com 126 vitórias de cada lado (o levantamento do site oficial do Palmeiras mostra o time do Parque Antarctica à frente em derbies vencidos, mas contabiliza partidas disputadas sob as regras do Torneio Início).
''Essa questão da reforma do estatuto não passa pelo gramado, é uma questão de afiliações a grupos políticos, os conselheiros já estão fechados com suas lideranças'', aponta Wlademir Pescarmona, do grupo UVB, que apoia o aumento do mandato de dois para três anos. ''Se tiver conselheiros que se dizem 'independentes', devem ser só uns dez ou quinze, no máximo.''
Leila, nos últimos dias, classificou como ''machismo'' durante entrevistas o movimento contra o aumento do mandato de Galiotte, por ter o potencial de beneficiá-la indiretamente. Conselheiros contrários a Leila questionaram como pode falar em ''machismo'' se foi eleita conselheira com votação histórica diante de associados e conselheiros e depois teve a validade de sua eleição ratificada quase que por aclamação no conselho.