Tropa de Paulo Nobre ressurge e acusa Leila de trabalhar contra o Palmeiras
Eduardo Ohata
Aliados do ex-presidente do Palmeiras Paulo Nobre têm ressurgido em meio ao racha político no clube, e voltado a brigar por espaço.
Recentes manifestações de Leila Pereira, dona da patrocinadora Crefisa, se tornaram alvo de críticas do vereador Xexéu Tripoli, membro da ''tropa de choque'' de Nobre, em cuja gestão ocupou o papel de diretor-administrativo. Outro aliado bastante próximo de Nobre, Genaro Marino, estuda a possibilidade de lançar candidatura de oposição e diz ser incompatível Leila ser patrocinadora e conselheira do clube.
O próprio Paulo Nobre, porém, está distante da vida política do clube e faz mistério sobre o seu futuro e as aspirações no Palmeiras.
''É inadmissível alguém que se considera conselheira desvalorizar a camisa do clube na imprensa. Para mim, a camisa vale exatamente o que ela paga'', disparou Xexéu, ao acusar Leila de supervalorizar o patrocínio da Crefisa quando ela questionou quem investiria o mesmo montante que a Crefisa no Palmeiras. ''O presidente do conselho deliberativo não pode admitir. Quero ver se vai tomar alguma posição contra alguém que trabalha contra o Palmeiras no mercado ou deixará de repreender quem leva a família dele para passear em Nova York.''
O valor do patrocínio anual da Crefisa ao Palmeiras gira em torno de R$ 80 milhões, com a previsão de bônus adicionais para eventuais conquistas de título do Estadual, Copa do Brasil, Libertadores, Brasileiro e Mundial que, somados, chegariam a R$ 40 milhões por ano.
O presidente do conselho deliberativo do clube do Parque Antarctica, Seraphim del Grande, negou ter viajado a Nova York com Leila Pereira, e argumentou que há instrumentos dentro do conselho deliberativo para Xexéu questionar as manifestações da patrocinadora.
''A última vez em que fui para Nova York foi há 50 anos; para Buenos Aires, fui eu e minha mulher, assim como outros casais, para uma partida do Palmeiras, no jato da Leila, o que não gerou custo ao clube'', explicou Del Grande. ''Se ele acha que a Leila fez algo errado, pode entrar com pedido de sindicância, mas tem que ter coragem e base, porque se a estiver denegrindo [difamando], talvez seja processado.''
Procurada pelo blog por meio de sua assessoria, Leila Pereira não se pronunciou sobre as declarações de Xexéu.
Apesar de ter criticado Leila e se distanciado de Galiotte, Xexéu não é aliado político do ex-presidente Mustafá Contursi, o que dificulta costuras políticas do lado da oposição. Mustafá foi padrinho político de Galiotte e Leila, mas desde então rompeu com a patrocinadora.
O grupo de Mustafá trabalha pela não-aprovação do aumento do mandato do presidente para três anos, que indiretamente facilita o plano de Leila de ser candidata à presidência do clube.
Na última quinta-feira, Leila deu o pontapé inicial na campanha para que os sócios votem pelo ''sim'' da reforma do estatuto e também atacou Mustafá.