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Arquivo : Faculdade das Américas

Mustafá se fortalece ao fazer líder de conselho e validar eleição de Leila
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Eduardo Ohata

O ex-presidente do Palmeiras Mustafá Contursi consolidou, uma vez mais, sua influência nos bastidores do clube ao eleger dois apadrinhados presidente e vice do conselho deliberativo do clube, e ver o pedido de impugnação de Leila Pereira, dona da Crefisa e Faculdade das Américas, também sua apadrinhada, ser arquivado por votação, durante sessão dupla na noite desta segunda-feira.

Na eleição do Conselho de Orientação Fiscal, em janeiro, dos 15 conselheiros titulares eleitos, 13 eram apoiados direta ou indiretamente por Mustafá. E, na eleição ao conselho, mês passado, quando Leila foi eleita, a sua chapa Palmeiras Forte empatou na liderança com a Palestra, com 27 conselheiros eleitos cada.

O controle das duas casas pode ser, em certos casos, até mais importante do que deter o poder executivo no clube, que por vezes pode ser “travado” pelas ações dos dois conselhos. Arnaldo Tirone sentiu isso na pele ao romper com Mustafá ao chegar à presidência.

Leila, que teve a validade de sua candidatura questionada por Paulo Nobre quando este deixou a presidência do clube, no fim do ano passado, viu a maioria do conselho apontar a validade de sua eleição nesta segunda-feira. Associados haviam seguido os passos de Nobre e questionado formalmente sua situação.

Na verdade, a decisão favorável dos conselheiros a Leila foi diretamente um voto de confiança em Mustafá, pois foi o ex-presidente que repetiu à exaustão que conferiu o título de sócia a ela em 1996.

Defenderam Leila os conselheiros Gilto Avallone, Elio Esteves, Paulo Serdan e Corona Romano. Contra, discursou José Antonio, que concorria à presidência do conselho.

De cerca de 228 conselheiros presentes, apenas cerca de 29 foram favoráveis à impugnação da candidatura de Leila, incluindo os vices Genaro Marino, Victor Frugis e José Carlos Tomazelli, que votaram diferente do presidente Mauricio Galiotte e do outro vice, Jesse Ribeiro.

Para a eleição à presidência do conselho, que ocupou a segunda das sessões que aconteceram nesta segunda-feira, foi alinhavada uma costura política que permitiu a Mustafá alçar Seraphim del Grande (151 votos) e Carlos Faedo (110), respectivamente, à presidência e vice-presidência do conselho.

Ainda na eleição à presidência, Sylvio Mukai, da UVB, conseguiu 38 votos, um a mais do que o candidato independente José Antonio, 37. No pleito à vice-presidência, Guilherme Pereira, da chapa Palestra, recebeu 69 votos e Tasso Gouveia, da UVB, teve 53 votos.


Eleição de Leila será mantida, apontam alianças no conselho do Palmeiras
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Eduardo Ohata

O pedido de impugnação de Leila Pereira, dona da Crefisa e Faculdade das Américas, a uma cadeira no conselho deliberativo do Palmeiras fará água, aponta a configuração do órgão. A sessão dupla, marcada para esta segunda-feira, deve terminar com uma coleção de vitórias políticas para o ex-presidente Mustafá Contursi, padrinho político de Leila, que também apoia candidatos favoritos a presidente e vice do conselho.

Além do apoio de Mustafá, líder da chapa Palmeiras Forte, Leila conta com boa parte dos votos da chapa Palestra, onde teve membros atuando como cabos eleitorais, e até da UVB, grupo tradicionalmente rival ao de Mustafá.

Até a oposição que enfrentava em subgrupos do Palmeiras Forte, como o do ex-vice de futebol Roberto Frizzo, que falava abertamente nos últimos dias entender que o caso deveria ser decidido administrativamente, foi extinta. Após reunião interna com seu grupo, Frizzo fechou apoio à manutenção de Leila.

Contra Leila, resta o ex-presidente Paulo Nobre, que orientou pela impugnação da candidatura de Leila ao deixar o cargo, e pessoas próximas a ele.

O voto, por tradição estatutária, deve ser aberto, como foi nos julgamentos dos ex-presidentes Luiz Gonzaga Belluzzo e Arnaldo Tirone.

Após a primeira sessão, da qual participarão os atuais membros do conselho, assumem os conselheiros eleitos no último dia 11, que elegerão o presidente do conselho, entre três candidatos: Seraphim del Grande, Sylvio Mukai e José Antonio.

O favorito é Del Grande, que conta com o apoio de Mustafá. Mukai representa a UVB e José Antonio é candidato independente.

A grande disputa deve ficar pela vice-presidência, entre Carlos Faedo, dissidente do grupo Palestra, de Clemente Pereira. Ele também conta com o apoio de Mustafá e disputará o cargo justamente contra o filho de Clemente, Guilherme.

Segundo pessoas próximas a Faedo, ele fará entre 140 e 160 v0t0s (de um total de aproximadamente 272 conselheiros em condições de voto). O próprio candidato fez essa projeção durante evento eleitoral em uma pizzaria na última sexta-feira.

Apoiadores de Guilherme, porém, afirmam que a disputa não será um passeio e apostam em votação expressiva em seu candidato.

Tasso Gouveia, da UVB, deve ficar em terceiro na eleição a vice.

Se os votos forem favoráveis a Leila, Del Grande e Faedo, não demonstrarão apenas um bom momento político de Mustafá, mas do presidente do executivo, Mauricio Galiotte, aliado político de Mustafá.


Detalhes de contrato da Crefisa embolam polêmica de Leila no Palmeiras
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Eduardo Ohata

A polêmica em torno da candidatura de Leila Pereira, dona da Crefisa, patrocinadora do Palmeiras, a uma cadeira no conselho do clube se tornou quase que um jogo de xadrez humano, com consequências em mais níveis do que parece à primeira vista.

O contrato de patrocínio da Crefisa, que junto com a Faculdade das Américas injetou no ano cerca de R$ 100 milhões no Palmeiras, vence no dia 21 de janeiro, o blog apurou.

A eleição do conselho deliberativo está prevista para o dia 11 de fevereiro.

Ou seja, quando a eleição acontecer, o contrato de patrocínio já estará renovado, certo?

Errado.

Há no documento uma cláusula que prevê um prazo adicional de 30 dias para a assinatura da renovação do contrato.

Ou seja, se Leila decidir invocar a cláusula, a decisão de renovar o contrato de patrocínio acontecerá após o pleito, à luz de seu resultado.

Uma pessoa próxima a Leila e com trânsito no clube indicou que uma eventual impugnação poderá respingar na renovação.

Mas, mesmo eventualmente eleita, a legalidade da situação de Leila correrá risco, pois o conselho poderá questioná-la.

Outro complicador é o fato de a eleição para conselheiros ser proporcional (como na eleição para vereadores, quando um nome forte “elege” outros que vêm na cola).

Uma eventual impugnação da candidatura de Leila, se acontecer após o pleito, pode derrubar os conselheiros eleitos na chapa de Mustafá, uma das mais fortes hoje no conselho deliberativo.

Por isso mesmo o grupo de Mustafá defende não apenas a candidatura de Leila, mas também a de seu marido, José Roberto Lamachia. Como sócio desde 1955, Lamachia não corre risco de sofrer impugnação, como pediu o ex-presidente Paulo Nobre em relação a Leila, como último ato na presidência.

Porém Leila já se manifestou contrária à ideia.

Uma posição de Galiotte sobre a validade, ou não, da candidatura de Leila deixará mais claro os cenários. Se for a favor, esvaziará, e muito, futuros questionamentos no conselho. Se for contra, será a deixa para Mustafá bater o pé em favor do “Plano B”.

Galiotte terá de pesar também em sua decisão a opinião de Nobre, que apadrinhou sua candidatura e esta semana está de volta de viagem e com quem o clube tem uma dívida de cerca de R$ 100 milhões, corrigidos mensalmente, a serem pagos em até 12 anos.

E, para contextualizar a dimensão que essa polêmica já tomou, a candidatura de Leila, oficialmente, ainda nem existe.


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