Blog do Ohata

Dúvida em torno de futuro de Paulo Nobre divide oposição no Palmeiras

Eduardo Ohata

O ex-presidente do Palmeiras Paulo Nobre não planeja concorrer na próxima eleição do clube, disseram ao blog pessoas próximas a ele. Segundo uma delas, o cartola também foi sondado para concorrer a um cargo político na próxima eleição, mas recusou. Em um brevíssimo contato com o blog, Nobre demonstrou estar concentrado em sua carreira de piloto de rali, e não mostrou interesse em falar sobre o clube.

O presidente Maurício Galiotte tem vivido um bom momento entre os associados em razão de melhorias na parte social do clube, como a acessibilidade com a disponibilização de carrinhos de golfe, o que agradou especialmente a demografia de idosos.

Mas até grupos aliados de Galiotte reconhecem que sua reeleição passa pela campanha do time em campo. ''Em um clube, o futebol influi na eleição, sempre influi; mas a equipe tem bons jogadores, agora é só questão de ganhar um dos campeonatos [na temporada]'', analisa Wlademir Pescarmona, líder do grupo União Verde e Branca, do ex-presidente Luiz Gonzaga Belluzzo e que apoia Galiotte.

Com Nobre fora de cena, ao menos no momento, alguns nomes já são citados como possíveis candidatos para concorrer com Galiotte, como o ex-vice de futebol Roberto Frizzo, os conselheiros José Corona, Vicente Criscio e o primeiro vice dessa gestão, Genaro Marino.

Existe um trabalho para viabilizar como candidato o nome de Marino, membro do grupo Academia, de Paulo Nobre, inclusive com a tentativa de apoio do ex-presidente Mustafá Contursi, que segue como força política dentro do clube. Durante reunião do Sindicato do Futebol, entidade presidida por Mustafá, no início do ano, Marino, representando o Palmeiras na ocasião, sentou-se à mesa com Mustafá e outros dois conselheiros do grupo do ex-presidente, Antonio Neto e Ricardo Pisani. Uma ideia trabalhada é que encabece uma chapa, com dois conselheiros que já tiveram atuação no clube, um com experiência e outro mais novo e com perfil mais dinâmico.

Ao ser procurado pelo blog, Marino desconversou. Só comentou que esse tipo de assunto fica mais claro a partir do meio do ano.

Paralelamente, segue o embate, em várias frentes, entre Mustafá e Leila Pereira, dona da Crefisa, em campanha pela aprovação da alteração no estatuto que estende de dois para três anos o mandato do presidente, e que antecipa e facilita seu plano de concorrer à presidência do clube. A mudança permitiria que Leila dispute já em 2021 a presidência do clube, como sucessora de Galiotte, possivelmente com seu apoio. Se for reprovada, adia em dois anos a provável candidatura e sob risco de não contar com o apoio do sucessor de Galiotte, que pode inclusive buscar a reeleição. Leila já afirmou publicamente que deseja concorrer tão logo seja possível.

Leila tem falado sobre o assunto em conversas com conselheiros do Palmeiras durante viagens em seu jatinho particular para acompanhar partidas do Palmeiras, ou em almoços para os quais convidou. Até mesmo conselheiros aliados de Mustafá participaram de almoço com ela, no qual também estava presente seu marido, José Roberto Lamacchia. Ouviram da proprietária da patrocinadora argumentos sobre como o aumento do mandato do presidente traria benefícios para a gestão e, por consequência, para o Palmeiras.

Em uma das viagens em seu jatinho para acompanhar uma das partidas do Palmeiras, um conselheiro que ouvia os argumentos de Leila questionou se ela não estava defendendo a mudança no estatuto porque, por tabela, também seria beneficiada. Ouviu como resposta que a mudança não beneficiaria só a ela, mas qualquer outro conselheiro que pretenda disputar a presidência do Palmeiras.