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Arquivo : Campeonato Brasileiro

Globo fica sem rivais na disputa por Brasileirão e clubes perdem trunfo
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Eduardo Ohata

Record e Rede TV!, emissoras que protagonizaram com a TV Globo em 2011 a última grande negociação de direitos do Brasileiro para a TV aberta, que culminou na implosão do Clube dos 13, descartam disputar com a emissora do Rio os direitos do Brasileiro-18/19 para a TV aberta.

Ou seja, o caminho está aberto para a Globo negociar com os clubes de futebol sem a pressão de ter de igualar ou melhorar as propostas de concorrentes.

A decisão frustra os grandes clubes do futebol brasileiro que conversam com o canal Esporte Interativo sobre a venda dos direitos do para a TV fechada do Nacional no período. Cartolas de ao menos dois clubes que conversam com o Esporte Interativo ouvidos por este blog acreditavam que seu poder de negociação seria fortalecido pela presença de concorrentes da Globo na TV aberta.

Entre os clubes que chegaram a conversar com o Esporte Interativo estão Santos, Fluminense, Grêmio, Inter, Atlético-PR, Coritiba, Bahia e Sport.

“Nesse momento, a Record não tem interesse na disputa por esses direitos”, informou ao Blog Hiran Silveira, diretor de aquisições e relações internacionais da TV Record. “Essa eventual compra [dos direitos do Brasileiro-18/19] não está incluída em nossos planos de investimentos para o próximo biênio.”

O setor de aquisições da Rede TV!, comandada por Franz Vacek, respondeu por meio de sua assessoria de imprensa que “não há interesse [em adquirir os direitos do Brasileiro-18/19]”. Segundo apuração do Blog, os motivos seriam estratégicos.

Este blog revelou no último dia 23 que grandes clubes de futebol conversavam com o Esporte Interativo os direitos do Brasileiro-18/19. A emissora chegou a acenar com um bônus de cerca de R$ 40 milhões para os clubes que assinassem.

O executivo que tradicionalmente negociava pela Globo os direitos de transmissão com os cartolas era Marcelo Campos Pinto, que deu lugar a Pedro Garcia e Roberto Marinho Neto. Cartolas comentam que ainda “estão se acostumando” ao estilo da dupla, após muitos anos negociando com seu antecessor. Em 2011, com a concorrência de Record e Rede TV!, Campos Pinto negociou individualmente com todos os clubes os direitos do Nacional.

O Esporte Interativo necessita dos direitos de transmissão do Brasileiro para preencher sua grade, especialmente agora que passaram a fazer parte da grade da programadora NET, que detém 51,75 % de participação do mercado (10 milhões de assinantes). O canal ainda não fechou com a Sky, dona de quase 29% do mercado.

A emissora tem como destaques a Liga dos Campeões e a Copa do Nordeste, mas precisa de mais atrações ao vivo de futebol para atrair o espectador no período da noite e fins de semana. A aquisição do Esporte Interativo pelo grupo Turner anima os cartolas brasileiros. Eles argumentam que se a Turner conseguiu adquirir a Liga dos Campeões é porque tem os bolsos fundos o bastante para apresentar ótimas propostas pelo Campeonato Brasileiro.


Saiba como o Esporte Interativo tenta conquistar os clubes do Brasileirão
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Eduardo Ohata

O canal fechado Esporte Interativo ofereceu um pacote para os clubes com os quais negocia os direitos para transmitir suas partidas do Brasileiro nas temporadas 2018/19. Segundo clubes consultados por este blog e que negociam com a emissora, o principal atrativo são os valores com os quais a emissora acenou, no mínimo cinco vezes superior àquele oferecido pela Globosat pelos direitos de TV a cabo.

O “lastro” para tal oferta, que também impressionou os clubes, é o nome da gigante de mídia Turner por trás do Esporte Interativo e o efeito “Champions”. Cartolas comentam que se a emissora conseguiu para si os direitos para o Brasil da Liga dos Campeões é porque está capitalizada e reúne condições financeira para cumprir sua proposta.

Executivos do Esporte Interativo ouviram dos cartolas a proposta de um novo formato de contrato, em relação ao atual com a Globosat. Eles querem seguir o modelo inglês, que reparte 50% do valor total igualitariamente entre todos os 20 clubes da Série A, 25% seriam repartidos de acordo com os méritos técnicos, ou a colocação dos clubes na tabela ao término do Nacional, e a divisão dos 25% restantes obedeceria aos critérios de audiência.

É justamente esse último detalhe que, segundo o grupo de cartolas que conversam com o Esporte Interativo, tornariam o negócio atrativo também para Corinthians e Flamengo. Como as partidas de seus times lideram a audiência, continuariam arrecadando mais do que os demais. Talvez um pouco menos, pondera um dirigente, ao argumentar que essa nova fórmula diminuiria a disparidade entre os valores pagos a grandes e a pequenos.

O Esporte Interativo pede a exclusividade nos direitos da TV fechada. Mas poderiam sublicenciar os direitos posteriormente, a exemplo do que fez a Fox Sports com a Libertadores.

O cartolas alegam que a Globosat ainda manteria um quinhão do Brasileiro, já que ficaria livre para negociar os direitos da TV aberta e do pay-per-view.

O Esporte Interativo negocia os direitos do Brasileiro pela necessidade de preencher sua grade com eventos ao vivo, especialmente à noite e aos finais de semana. Os dois destaques de sua grade são a Champions e a Copa do Nordeste. A necessidade aumentou após sua entrada na grade da operadora NET.