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Arquivo : Fabio Maldonado

Sinônimo de valentia no MMA, Fabio Maldonado retomará carreira no boxe
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Eduardo Ohata

Conhecido por sua coragem dentro dos cages de MMA, Fabio Maldonado decidiu retomar a carreira como boxeador profissional, na qual está invicto com 25 vitórias, 24 por nocaute. O paulista, porém, não pretende abrir mão do MMA, pois “é o que paga as contas”.

O paulista diz que foi procurado por um grupo que o sondou para um combate com Oscar Rivas, um peso-pesado colombiano que está invicto com 23 vitórias. Ele também aponta que o promotor da promoção russa de MMA Fight Nights Global, do qual é campeão meio-pesado, é amigo do empresário do boxeador russo Denis Lebedev, campeão cruzador pela Associação Mundial de Boxe.

Maldonado tem luta de MMA prevista para o próximo dia 19, contra Nikita Krylov, na qual defenderá o cinturão da Fight Nights Global, em um evento que sofreu duas mudanças de data. “Decidi que vou voltar a boxear, apesar de que não posso deixar de lutar MMA, que é o que paga as minhas contas”, justifica Maldonado. “O ideal é que saia alguma luta de boxe logo depois dessa de MMA, para aproveitar o condicionamento, não preciso adaptar o estilo, porque no próprio MMA eu já uso muito o boxe.”

Em sua principal luta no MMA, Maldonado perdeu uma decisão majoritária (um dos jurados viu empate) para o peso-pesado Fedor Emilianenko, em uma luta cujo resultado gerou polêmica, já que muitos acharam que Maldonado venceu. No último fim de semana, no Bellator, a lenda russa precisou de apenas 48 segundos para nocautear o ex-campeão dos pesos-pesados do UFC Frank Mir.

“Fiquei feliz por ele [Fedor], mas o resultado ajuda também [indiretamente] a minha carreira”, festeja Maldonado.

 


Maldonado defende cinturão no ginásio do Corinthians em evento russo de MMA
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Eduardo Ohata

O meio-pesado Fabio Maldonado, ex-UFC, põe em jogo pela primeira vez o cinturão do evento russo Fight Nights Global, na estreia da promoção no Brasil, no ginásio Wlamir Marques, no Corinthians, marcado para o dia 5 de maio. O brasileiro defende o título contra o russo Nikita Krylov o título conquistado em sua última luta.

Cartaz do duelo entre Maldonado e Krylov

Após deixar o UFC, o ponto alto na carreira de Maldonado, apelidado de “Caipira de Aço”, foi uma belíssima apresentação contra o lendário russo Emelianenko Fedor, ao perder por pontos um duelo que muitos acreditam que o brasileiro dominou.

“Essa luta, apesar da derrota, me abriu portas, inclusive recebi proposta para enfrentar o Luiz Ortiz, em dezembro, antes de ele desafiar o campeão mundial de boxe Deontay Wilder”, diz Maldonado, 38. “Também recebi convite para lutar muay thai no Glory, mas vou querer voltar para o boxe este ano, estou invicto nas 25 lutas que fiz.”

NO FNG, Maldonado tem duas vitórias, uma por nocaute e outra por submissão.

O brasileiro, conhecido por seu estilo brigador, acredita que a luta com Krylov, pelo menos em seu início, trará o Maldonado “clássico”. “O Krylov é mais novo [26 anos], está cheio de energia, tenho que tomar cuidado no começo da luta, que trará muito perigo”, avalia o brasileiro. “Não escolhi ainda a música de entrada, mas quero algo antigo, talvez uma do Roberto Carlos…”

 


Brasileiro de 47 anos paga até rival em volta aos ringues; família é contra
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Eduardo Ohata

Representante do Brasil nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, o boxeador Lucas França, aos 47 anos, volta aos ringues esta semana.

Além de não receber nada para flertar com o risco -já sofreu um início de descolamento de retina-, ainda pagará do próprio bolso a bolsa de R$ 800 do adversário e as taxas da Federação Paulista de Boxe para a realização do combate, previsto para seis assaltos, sábado, em São Paulo. No total, os custos para França voltar a lutar ficarão entre R$ 2 mil e R$ 3 mil.

Cartaz da luta de retorno do ex-lutador olímpico Lucas França

Cartaz da luta de retorno do ex-lutador olímpico Lucas França

Os custos impõem um impacto considerável no orçamento mensal de França, que ganha a vida como técnico em cinco academias da região de Sorocaba, onde mora. Não haverá renda de bilheteria, já que não serão cobrados ingressos para a programação. Além disso, França teve que diminuir a quantidade de aulas que dava para se dedicar aos treinamentos para seu retorno aos ringues.

Além de ter participado da Olimpíada de Barcelona, França foi também aos Jogos Pan-Americanos de Havana-91 e foi pentacampeão brasileiro de boxe entre os anos de 80 e 90. Como treinador, atividade à qual Lucas França vem se dedicando nos últimos 19 anos, dirigiu a promessa Juliano Ramos, que despontou no profissionalismo, e lutadores do UFC, como o ex-campeão Maurício “Shogun” Rua e o meio-pesado Fabio Maldonado.

“Eu falava para o Shogun, ‘quando eu voltar a lutar, vamos fazer uma luta [treino de sparring] forte’. Mas percebia que ele fazia aquela cara de quem não acreditava”, lembra França. “Pois aí está, este é meu retorno, não importa o resultado da minha luta [com o rival Marco Talebi, 40 anos].”

Lucas é casado e tem duas filhas adolescentes, Yolanda, 15, e Antonieta, 9, que são contra a luta e não irão assistí-la. “Passei um ‘cortado’ com minha mulher, que ficou ‘beiçudinha’ um tempo quando falei que ia voltar a lutar. Quem gosta de mim diz para eu não voltar. Aliás, noventa por cento das pessoas que conheço pedem para eu não lutar. Parece que estou indo para o matadouro.”

Mas, segundo França, há apoiadores, como Luís Claudio Freitas, irmão do ex-campeão Acelino “Popó” Freitas. “[Luis Claudio] disse, volta e arrebenta”, lembra França. Segundo ele, seus apoiadores lotarão duas vans que vão sair de Sorocaba para a academia do Clube Prime, no bairro da Penha, onde acontecerá a programação.

“Muita gente diz que eu não deveria lutar porque corro risco. Mas o que é pior, eu subir ao ringue ou um cara que fuma, bebe, está fora de forma e no fim de semana põe a bola debaixo do braço e vai jogar uma pelada?”, questiona França, que integrou a famosa esquadra de boxeadores da Pirelli. “No caso do ocioso que vai jogar bola o pessoal até elogia, diz, ‘olha, só, que exemplo…’”

O presidente da FPB, Newton Campos, explica que desde que Lucas passou nos exames médicos não há o que fazer para impedi-lo. “Ele trouxe tudo que pedi, então não tem o que fazer. Ele foi mordido pelo bicho do boxe”, explica, aos risos, Campos.

O lutador de Sorocaba tem orgulho que sua luta promete reunir boxeadores como os colegas da época de Pirelli Peter Venâncio, um dos melhores amadores brasileiros e ex-desafiante ao título mundial, Hamilton Rodrigues, bronze no Mundial amador, e Marinho. Aquele mesmo, muito lembrado até hoje por ter protagonizado ao vivo, em rede nacional, na TV, uma discussão com o apresentador esportivo Jorge Kajuru.

Lucas diz que nunca deixou o condicionamento físico de lado, participa de corridas de rua, da tradicionalíssima São Silvestre, e que por isso sente que mesmo aos 47 anos ainda tem condições.

Ele aponta para os exemplos de George Foreman, que retornou aos ringues após uma década parado e recuperou o cinturão dos pesados que havia perdido para Muhammad Ali e para Bernard Hopkins, que só foi perder o título mundial dos meio-pesados aos 49 anos no ano passado.

Curiosamente, é justamente uma luta com Hopkins que o inspira. “Quero continuar minha carreira [para ficar ranqueado] e enfrentar o Hopkins. Quem sabe não consigo enfrentá-lo aqui no Brasil?”, pergunta, de forma retórica, França.


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