Na ressaca da Rio-2016, atletas olímpicos perdem até os planos de saúde
Eduardo Ohata
Atletas olímpicos que competiram na Rio-2016 foram surpreendidos nesta segunda-feira com a notícia de que ficarão sem seus planos de saúde a partir do dia 31 de dezembro deste ano.
Uma circular orientava presidentes de confederações nacionais a recolher as carteirinhas do plano de saúde com os desportistas logo após o fim do contrato para prevenir “constrangimentos” causados pelo “uso indevido do seguro”.
Tratava-se de um benefício que os desportistas recebiam por meio do COB (Comitê Olímpico do Brasil) de um dos patrocinadores da entidade, a Bradesco Seguros.
A forma do documento, tanto quanto o teor, irritou desportistas que tiveram acesso ao comunicado do comitê para as confederações (veja ao lado). Um deles o encaminhou ao blog.
No entender de alguns deles, não é esse o tratamento adequado a alguém que se esforçou para representar o país nos Jogos Olímpicos.
O corte do plano de saúde não é um caso isolado.
Após a Rio-2016, as confederações e seus atletas já foram abaladas por cortes brutais nos valores de patrocínios de estatais e já reclamaram que o aporte via Lei Piva diminuiu, provavelmente pela menor quantidade de apostas registradas por conta da crise econômica.
O próprio Comitê Rio-2016 tem uma dívida de pelo menos R$ 200 milhões a saldar com fornecedores.
Contatado na tarde de ontem, o COB não havia se manifestado até o fim da noite desta segunda.