Blog do Ohata

Arquivo : São Silvestre

Brasileira mais bem colocada na São Silvestre é pega no exame antidoping
Comentários Comente

Eduardo Ohata

A brasileira mais bem colocada na São Silvestre, Sueli Pereira, que terminou a corrida internacional na quarta colocação, foi pega no teste antidopagem realizada após a prova, que apontou uso de EPO, este blog apurou com uma fonte que teve acesso ao exame. EPO é um hormônio chamado Eritropoietina, que aumenta a oxigenação do sangue.

Foi a primeira vez que testes de EPO foram realizados na tradicional prova da São Silvestre, que neste ano viu ser aplicado um número recorde de 26 testes pela ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem). Para uma prova de 15 quilômetros, como é o caso da São Silvestre, o teste de EPO pode ser considerado o mais importante.

A atleta tinha índice olímpico para participar da prova da maratona nos Jogos Olímpicos do Rio.

Teste antidopagem também apontou uso de EPO da parte de Sueli na Corrida de Reis, em Cuiabá, no último dia 10.

A atleta abriu mão de utilizar nos dois casos a prova “B”, que deve “bater” com o resultado original para dirimir qualquer possibilidade de erro. A CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) foi notificada dos dois casos, como é de praxe.

A prova feminina da São Silvestre foi vencida pela etíope Ymer Wude Ayalew, com o tempo de 54min. Sueli terminou a prova 15 segundos depois. A brasileira com o segundo melhor tempo foi Joziane Cardoso, 54min22s.

À época da São Silvestre, o secretário nacional para a ABCD, Marco Aurelio Klein, dissera que o objetivo era mandar a mensagem de que as provas de rua passarão por um estrito controle antidoping, o que não acontecia anteriormente.

“Vamos combater com o máximo rigor o uso de EPO por atletas no Brasil, que põe em risco não apenas a integridade das provas, mas do bem-estar dos atletas”, disse Klein, ao ser questionado pelo blog sobre o combate à EPO.

Os exames foram realizados no Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem, antigo Ladetec.

 


S. Silvestre ironiza atleta de 56 com tempo incomum ao explicar eliminação
Comentários Comente

Eduardo Ohata

Pronto. Aqui está a saideira, o capítulo final, mas necessário, da polêmica gerada pelo senhor de 56 anos que terminou em 22º lugar na São Silvestre. A organização encaminhou a este blog a justificativa técnica do porquê de sua desclassificação que reproduzo integralmente abaixo.

A organização disse que, fosse o resultado verídico, seria um “caso para estudo da ciência do esporte”. Verdade, pois o veterano corredor de 56 anos teria chegado menos de 2 minutos depois do fundista brasileiro Solonei da Silva, 33, que já garantiu vaga para participar dos Jogos Olímpicos do Rio-2016.

“O Comitê Organizador da Corrida Internacional de São Silvestre 2015 informa que:
O atleta José Aparecido Gonçalves, número de peito 11929, de acordo com os relatórios de cronometragem  não  concluiu o percurso em 22º lugar. O mesmo não possui tempo de largada, ou seja, não há registro pelo tapete que controla o chip na largada. Contudo, o mesmo possui um registro de passagem pelo tapete de percurso localizado no Largo do Arouche, aproximadamente no km 10, às 09h06min54s, o que nos dá uma informação que o mesmo teria feito os primeiros 10k da prova em 06min54s.

Essa marca  seria “fenomenal” e um caso para estudo da ciência do esporte ou, de fato,  o atleta teria largado de algum local no percurso, burlando os pontos de checagem e o regulamento?

O registro do chip referente à chegada do atleta informa a passagem às 09h48min24s, fornecendo assim um tempo total de prova (tempo bruto) de 48min24s.

Por não haver tempo de largada não há como localizar o tempo líquido do atleta, uma vez que este tempo é a diferença entre o tempo total de prova (tempo bruto) e o tempo de largada.

Os resultados são publicados através do sistema de leitura do chip e de pesquisa após o evento e são, frequentemente, atualizados conforme regulamento.

Notoriamente o atleta não teve o desempenho que apresentou, não cumpriu os requisitos de largada e chegada expondo o evento e sua pessoa a uma situação de risco. Foi desclassificado e o resultado atualizado .

Sobre o atleta e sua característica técnica.

Na 90ª SÃO SILVESTRE (2014) o atleta correu com o número de peito 8876 e classificou-se na posição 3.809 com o tempo bruto de 01h26min15s e líquido de 01h24min46s.

Verificando todas provas do calendário da organização técnica  realizadas em 2013, 2014 e 2105,  com exceção da 90ª SÃO SILVESTRE (2014), não há nenhum registro de nenhuma performance tão “fenomenal”.

O Sr. José Aparecido Gonçalves foi tão rápido que através de sua “conduta antidesportiva” chegou oito segundos após o atleta 215, Vagner da Silva Noronha, que completou  em 21º lugar com o tempo de 48min16s. Ressaltamos que  o atleta Vagner da Silva Noronha foi 2º colocado na XXI Maratona de São Paulo 2015.

Considerando os fatos acima e imagens do próprio atleta no percurso, como o exemplo a seguir,  <https://webrun.fotop.com.br/fotos/commerceft/busca-loja/tipo/id/11929/evento/1822>,

suas declarações nos veículos de comunicação assumindo que largou antes do tempo

<http://www.webrun.com.br/h/noticias/supostos-cortadores-de-caminho-na-sao-silvestre-geram-polemicas-/16504>,

sendo que inicialmente reivindicava seu resultado  e sua atitude que demonstram o mesmo em um ritmo contemplativo e bem abaixo da performance relatada, fica claro que o mesmo não  concluiu o percurso em 22º lugar.

O Comitê Organizador do evento lamenta que a atitude deste atleta e de outros que tentam se beneficiar ou levar vantagens indevidas prejudique o bom andamento e a imagem da competição. A mesma oferece uma infraestrutura profissional aos participantes bem intencionados e devidamente inscritos, que acabam sendo prejudicados por atitudes similares a esta e também pelos que correm sem a devida inscrição.


São Silvestre desclassifica atleta de 56 anos que fez tempo incomum
Comentários Comente

Eduardo Ohata

A organização da São Silvestre retirou o corredor José Aparecido Gonçalves, 56, da equipe Porta da Esperança Loterias, de Minas, da classificação da última edição da tradicional corrida de rua. A lista originalmente divulgada apontava que Gonçalves cruzara a linha de chegada em 22º lugar, apesar de não ter largado do pelotão de elite.

A título de comparação, o fundista Solonei Rocha da Silva, primeiro brasileiro a se garantir no atletismo do Rio-2016, chegou só um pouco à frente, em 14º, com o tempo de 46min42s.

Ou seja, Gonçalves largou junto com o povão e terminou a prova em 48min24s, menos de dois minutos depois de nosso representante na Olimpíada do Rio.

Classificação corrigida da São Silvestre, sem o nome do corredor de 56 anos cuja lista original informava que havia terminado em 22º

Classificação corrigida da São Silvestre, sem o nome do corredor de 56 anos que na lista original aparecia como o 22º colocado

“Ele furou o caminho. Não há como ‘enganar’ a tecnologia. Temos quatro ‘tapetes’ [equipamentos eletrônicos] que indicam se ele passou por todos os pontos do percurso”, explicou a este blog Julio Deodoro, da Fundação Cásper Líbero, e diretor-geral da prova. “Trabalhamos com um consultor que há mais de 20 anos está na Confederação Brasileira de Atletismo que já havia cantado a bola de que esse resultado era muito suspeito. Era só uma questão de tempo até confirmar. Ele já está fora [da classificação].”

“Nem o [queniano pentacampeão da São Silvestre] Paul Tergat chegaria nessa colocação aos 56 anos”, argumentou a este blog Julio Deodoro, da Fundação Cásper Líbero, e diretor-geral da prova.

Na nova lista, o 22º lugar é ocupado agora pelo etíope Hailu Beyecha Dibaba, 23, que cumpriu a prova em 48min33s.

À “Folha de S.Paulo”, Gonçalves havia mantido que não cortou caminho e que inclusive achou que “poderia ter ido melhor”. “Não houve furo, cumpri todo o trajeto”, disse.

A performance de Gonçalves, porém, levantou suspeitas. Nas mídias sociais, surgiram insinuações de que o veterano teria “cortado caminho”.

Segundo Deodoro, todos os anos há fraude nas inscrições, mas por outro motivo. “Muita gente diz que tem mais de 60 anos para pegar meia na inscrição”, diz. “Todos eles são desclassificados.”


Cortou caminho? Corredor de 56 anos faz tempo fora do comum na S. Silvestre
Comentários Comente

Eduardo Ohata

Na lista de classificação da última edição da São Silvestre, a colocação de um atleta de 56 anos chama a atenção. Apesar de não ter largado do pelotão de elite e da idade, cruzou a linha de chegada em 22º lugar.

A título de comparação, o fundista Solonei Rocha da Silva, primeiro brasileiro a se garantir no atletismo do Rio-2016, chegou só um pouco à frente, em 14º, com o tempo de 46min42s.

Ou seja, José Aparecido Gonçalves, 56, da equipe Porta da Esperança Loterias, de MG, largou junto com o povão e terminou a prova em 48min24s, menos de dois minutos depois de nosso representante na Olimpíada do Rio.

Classificação da São Silvestre, diz que atleta de 56 anos ficou a menos de 2 minutos de representante olímpico

Classificação da São Silvestre, diz que atleta de 56 anos ficou a menos de 2 minutos de representante olímpico

A performance de Gonçalves, porém, levantou suspeitas. Nas mídias sociais, surgiram insinuações de que o veterano teria “cortado caminho”. A organização da São Silvestre, mais tradicional corrida de rua da América do Sul, afirma que investigará o caso e que toda a classificação da prova deve sofrer alterações em relação à que já foi divulgada.

“Nem o [queniano pentacampeão da São Silvestre] Paul Tergat chegaria nessa colocação aos 56 anos”, argumentou a este blog Julio Deodoro, da Fundação Cásper Líbero, e diretor-geral da prova. “Ele furou o caminho. Nossa equipe investigará as imagens para identificar essa pessoa, ele será desclassificado e a classificação da prova sofrerá uma revisão.”

Segundo Deodoro, todos os anos há fraude nas inscrições, mas por outro motivo. “Muita gente diz que tem mais de 60 anos para pegar meia na inscrição”, diz. “Todos eles são desclassificados.”

Harry Thomas, jornalista especializado em corridas de rua, também acredita em fraude.

“Cortadores de caminho é praga que começa a tomar força no running brasileiro, aliás, é algo que acontece no mundo inteiro, talvez motivados pela egolatria e exposição que as Redes Sociais propiciam neste mundo virtual.  Nesta São Silvestre tivemos alguns casos, como a do corredor José Aparecido Gonçalves com um pace de corredor profissional, 3:14 min/km”, aponta Thomas Jr.

“É nítido observando o  vídeo de chegada que o corredor não tem biotipo e nem condições de sustentar um pace desta proporção. Fizemos uma pesquisa em sites de venda de fotos, e vemos esse corredor veterano andando durante o percurso. Portanto, para completar a prova neste tempo só há duas hipóteses: Ter largado junto aos demais e cortado caminho e/ou ter largado horas antes e andar/correr para chegar a Paulista, mas neste caso, sua passagem no tapete de largada não seria computada”, complementa.

“Para finalizar: não há veteranos no Brasil desta faixa etária que correm com essa marca”.

Este blog tentou contato com a unidade da Porta da Esperança Loterias do município de Bicas, onde Gonçalves trabalha, mas ninguém atendeu o telefone.


< Anterior | Voltar à página inicial | Próximo>