‘Sem obras adicionais’: Odebrecht rebate ‘declaração de guerra’ corintiana
Eduardo Ohata
A Odebrecht não realizará obras adicionais na Arena Corinthians, cobradas pelo clube para aumentar a funcionalidade do estádio, e tampouco fornecerá à firma de auditoria mais documentos além daqueles já disponibilizados, outra exigência de cartolas corintianos.
“O quinto aditivo ao contrato prevê que o custo total do estádio seria de R$ 985 milhões e que gastos que eventualmente extrapolassem o orçamento poderiam ser compensados [com custos para baixo] em outros itens”, explicou ao blog o engenheiro Ricardo Corregio, responsável da Odebrecht pela área de contratos no que se refere à Arena Corinthians. “E os contratos da Odebrecht com empresas terceirizadas são protegidos por cláusulas de confidencialidade, portanto não serão encaminhados à auditoria.”
Trocando em miúdos a primeira declaração de Corregio, em uma comparação hipotética, o engenheiro quis dizer que se o orçamento do estádio era de R$ 985 milhões, e foram gastos R$ 900 milhões com as fundações da arena, o custo de todo o resto, como gramado, decoração, cobertura, etc, teria de se encaixar dentro de R$ 85 milhões (veja cláusula do aditivo à qual Corregio se refere ao fim do post).
A segunda parte da declaração do engenheiro é auto-explicativa.
Na semana passada, conforme publicado no post “Aliados de Andrade comemoram ‘declaração de guerra’ contra Odebrecht, no Blog do Perrone, aliados do presidente corintiano comemoraram a adoção de tom duro de Roberto Andrade em relação à construtora.
Cartolas corintianos, que já ameaçaram ir à Justiça contra a Odebrecht, reclamam que a construtora teria entregado o estádio com itens faltando, e que para se ter ideia do que falta, a construtora precisa encaminhar para a auditoria alguns documentos que faltam.
Lista da construtora mostra que o orçamento “estourou” em itens como gramado (R$ 4 milhões para R$ 6,6 milhões) cabines de transmissão, cobertura e até com gasto com pessoal (contratos de trabalho), entre outros itens.
Na empreiteira também é questionada a necessidade de mais documentos para verificar itens que não teriam sido entregues. Segundo técnicos, basta comparar o projeto original ao “as built”, espécie de relatório de acompanhamento de construção da obra.