Eterno 1º medalhista, Servílio vira candidato e dispara contra confederação
Eduardo Ohata
Primeiro medalhista olímpico do boxe brasileiro, Servílio de Oliveira, 68, encabeça chapa para a presidência da Confederação Brasileira de Boxe. Seu vice na eleição prevista para acontecer entre janeiro e março de 2017 será o ex-boxeador Sidnei Dal Rovere.
O atual presidente da CBB é Mauro Silva, que tentará a segunda reeleição.
“Soube que a confederação recebeu no ano R$ 7 milhões, oriundos da Lei Piva [verba das loterias], Petrobras, Lei de incentivo ao esporte. Não é possível termos ganhado só uma medalha na Rio-2016 [o ouro de Robson Conceição]”, critica Servílio. “Com o dinheiro disponível, dá para trabalhar a base, incentivando todos os estados, fazendo com que a verba chegue a todos redutos e federações.”
Servílio invoca seu currículo para justificar a decisão de se candidatar.
“Estou envolvido com o boxe desde os 12 anos, como atleta, conquistei a primeira medalha olímpica brasileira do boxe, técnico, supervisor, manager, quando fiz um campeão mundial [Valdemir Pereira, o Sertão], acho que tenho o potencial para ser presidente”, enumera o ex-lutador. “Também me sinto capacitado porque sigo ‘lutando’. Entrei para a faculdade aos 62 anos e, em 2015, me formei bacharel em direito.”
Há, até o momento, uma terceira chapa que concorre ao pleito, a do piloto Ciro Baumann e do ex-boxeador e advogado Alex Oliveira.
Se Servílio critica o perfil “militar” (autoritário) de Silva, Alex afirma que há irregularidades ligadas à transparência na confederação e que o estatuto foi alterado recentemente de forma a restringir a participação democrática no pleito.
“O estatuto é claro, inclusive eu tenho que seguir”, responde Silva. “E o Brasil nunca viu o boxe olímpico no nível como o atual, com resultados em duas olimpíadas seguidas.”