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Andres diz se arrepender de Itaquera na Copa e ainda pensa comandar a CBF
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Eduardo Ohata

Andres_Sanchez
Se fosse tomar a decisão novamente hoje, Andrés Sanchez é categórico: Não faria, em hipótese alguma, um estádio dentro dos padrões Fifa para receber jogos da Copa do Mundo.

Preocupa o ex-presidente corintiano as dificuldades para negociar ativos ligados ao estádio, fazer a conta da arena de Itaquera fechar, impasses ligados à construtora Odebrecht e ter visto a Prefeitura não cumprir promessas que vinham da gestão de Gilberto Kassab. “Fazer um estádio para a Copa? Jamais!”, protesta Andres. “Quem exigiu isso foram o governo do Estado e a Prefeitura, e o Corinthians teve que pagar uma conta que lá no início estava acertado que seria da Prefeitura.”

O cartola também reclama que se o acidente da semana passada no Morumbi que feriu torcedores tivesse acontecido na Arena Corinthians, “eu estava preso a uma hora dessas, todo mundo no Corinthians estava preso”. [Nota do blog: No episódio em que dois operários morreram após acidente com guindaste, no período ainda de construção da arena, o Ministério Público indiciou como réus engenheiros da Odebrecht e da Locar, empresa sublicenciada pela construtora para a operação de guindastes].

Andrés recebeu o blog em seu escritório na Arena Corinthians, onde dá expediente quando não está em Brasília desempenhando a função de deputado federal (PT). Foi lá que respondeu as perguntas do blog.

Blog do Ohata: Como está a situação dos CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) e das contas referentes à Arena Corinthians?

Andres Sanchez: O valor dos CIDs hoje é de aproximadamente R$ 490 milhões, valorizaram em relação ao valor original de R$ 400 milhões. Mas como houve questionamento do Ministério Público [Procurada para se manifestar, a Prefeitura não se manifestou até a publicação deste texto], que nós ganhamos em primeira instância, gerou dúvidas [no mercado]. Já vendemos 26 milhões [em CIDs], tá vendendo. Mas na crise econômica que nós estamos hoje…

O estádio ficou em R$ 1,2 bilhão. O custo da obra do estádio foi de R$ 985 milhões, mas há a diferença dos juros de financiamentos.  Foram  R$ 90 milhões de overlay [estruturas provisórias utilizadas na Copa do Mundo] e mais R$ 80 milhões de juros porque o financiamento atrasou em dois anos. No caso do overlay, tinha sido combinado com o [então prefeito Gilberto] Kassab que a Prefeitura iria atrás de patrocinadores para pagar os R$ 130 milhões de overlay. Mudou o governo, e o Corinthians arcou com os R$ 90 milhões de overlay.

Falta um valor em obras que a Odebrecht precisa completar. Ela já admitiu que é de pelo menos R$ 50 milhões, e já começou uma auditoria que levará de 60 a 90 dias para calcular de [se é R$ 50 milhões ou mais].

Agora, dos R$ 1,2 bilhões, tira R$ 480 milhões dos CIDs, R$ 50 milhões da Odebrecht, R$ 300 milhões de naming rights. Fica faltando para pagar R$ 370 milhões de dívida. [Acenando afirmativamente com a cabeça] Dá ou não para pagar em 12 anos?

Vai ficar mais funcional e atrativo depois que a Odebrecht concluir os detalhes de acabamento que estão faltando?

[Dando de ombros] Isso influi pouco. O problema do estádio é que os camarotes e as cadeiras não estão vendendo como a gente imaginava, pelo problema econômico de um ano e meio para cá. Falta vender 70% dos camarotes e 65% das cadeiras. O camarote mais barato custa por ano entre R$ 280 mil e R$ 350 mil, dependendo da localização do que tem. A cadeira mais barata é R$ 3.800/ano.

Vocês fecharam acordo de “naming rights” com o Banco Original?

Não é verdade. A gente está para fechar com um fundo a qualquer momento, está bem adiantado.

Mas inúmeras vezes no passado foi anunciado que o “naming rights” estava praticamente fechado…

[Interrompendo] Tudo mentira. Para fechar está há dois anos e meio. Mas não é eu querer fechar, mas alguém comprar. Negociamos com cinco grupos ou empresas, mas desta vez é que está 90% fechado. Essas informações de que toda hora de que está para fechar atrapalha, e muito. Nunca negociei com Bradesco, Petrobras… Além das empresas não gostarem quando os nomes delas são publicados, atrapalha a negociação com quem estamos falando.

Quanto o Corinthians pede de “naming rights”?

Um valor razoável. Nunca pedimos R$ 400 milhões, é a mídia que põe isso. Eu quero R$ 1 bilhão, alguém paga? Da mesma forma, já ofereceram R$ 100 milhões e não aceitamos. Podemos fechar por R$ 300 milhões, R$ 400 milhões, R$ 500 milhões. A base é pelo Palmeiras [valor pago pelo Allianz Parque]: R$ 300 milhões, um pouco menos ou um pouco acima.

Atrapalhou o fato de há um tempo ter saído publicado que a Arena Corinthians estaria sendo investigada [na operação Lava Jato]…

[Interrompendo novamente] Lógico que atrapalha, mas não tem nada a ver. Essa é uma empresa privada, que contratou a preço fechado outra empresa fechada, que fez os contratos. É público, está na CVM [Comissão de Valores Mobiliários]. Atrapalha muito, mas o estádio não está sob investigação. Pelo menos que a gente saiba.

Você acredita que o André Negão deva ser afastado da vice-presidência do Corinthians?

Isso não tem nada a ver com o estádio. O André nem era diretor do Corinthians na época. Isso a gente vai ver com o tempo o que é. Ele tem que ser mantido [na diretoria], não tá condenado a nada, não tem processo nenhum. Não é porque você tem processo que você é criminoso. Se todo mundo que estivesse enfrentando processo tivesse que ser afastado…

Vê um componente político nessas notícias que ligam o estádio à Lava Jato? Todos sabem que você e o ex-presidente Lula são bastante próximos.

Corinthians dá mídia, e onde dá mídia, dá problema. A mídia é para o bem e para o mal.

Mas essa troca de governo pode intensificar uma campanha sobre a Arena Corinthians?

Não acredito. Aqui no Corinthians pode olhar tudo. Não tem problema nenhum, tá tudo aberto. Tá tudo na CVM, já falei, tem auditoria e agora vamos fazer outra auditoria independente.

Mas acredita em perseguição?

Não, não acredito, não.

Você se arrepende de todo o esforço para levantar o estádio?

Me arrependo por causa de uns corintianos que trabalham contra.

Quis dizer por conta das dificuldades em viabilizar financeiramente o estádio, notícias de investigação etc.

Se não fosse para a Copa do Mundo, teria sido muito mais simples, e teria tido muito menos custo para o Corinthians. Mas o Corinthians atendeu um pedido da Prefeitura e do governo do Estado. Uma exigência, aliás.

Se pedissem para fazer de novo, você ergueria uma arena para a Copa do Mundo?

Não, jamais. Para a Copa do Mundo? [Enfático] Jamais. Se não fosse para a Copa, já tava tudo pago.

Você está tem respaldo da parte do governo do Estado e da Prefeitura?

Do governo do Estado, um pouco mais, da Prefeitura, não. Os CIDs atrasaram, a Prefeitura não ajuda, o Corinthians teve que arcar com 90 milhões do overlay, que no começo seria da Prefeitura. Hoje eu faria um estádio mais simples, mais humilde, para 40 mil pessoas, com outro tipo de acabamento, que custaria, no máximo, R$ 350 milhões, 380 milhões, que era o projeto inicial. Mesmo assim, o estádio mais barato do Brasil [por metro quadrado] é o do Corinthians. O metro quadrado custa R$ 5.185. Mas veja o acabamento que tem no Corinthians e o que tem nos outros.

Você acha que o governo Temer terá a mesma preocupação com o esporte do que o governo Dilma?

Espero que tenha muito mais. O Lula teve uma percepção um pouco melhor do esporte, que educação e esporte tem que andar junto. Infelizmente, a Dilma deixou um pouco de lado, e agora acabou saindo. Espero que o Temer entenda isso.

Teme que o novo governo corte o patrocínio da Caixa Econômica Federal aos clubes de futebol?

Não acho que isso é se preocupar com o esporte. O governo tem que ter outros incentivos, outros fomentos para o futebol. Não simplesmente patrocínio. O governo tem que se preocupar muito com o esporte e com a educação junto, se preocupar com a base, começar lá na escola.

O que espera desse governo no esporte?

Tem que esperar para ver.

Você no dia da votação do impeachment falou que só aceitou ser candidato a deputado federal por causa de pessoas próximas, mas que estava arrependido.

A família não queria e muitos corintianos também não. E eles tinham razão, estou decepcionado com a política. Porque acho que não anda, há uma burocracia enorme, um jogo de interesses pessoais muito forte, que deixa a política e o povo em segundo plano.

Teve algum projeto que não conseguiu emplacar?

Lógico, você aprovar  um projeto lá leva de 2 a 10 anos.

Cite algo que o deixou chateado.

O Profut [MP do Futebol, também conhecido como Programa de Modernização do Futebol Brasileiro].

Mas o Profut foi aprovado.

Era para ser muito melhor. Por exemplo, não sou obrigado a ter time feminino profissional. [Na versão original] Eu era obrigado a ter time de base feminino, que é muito mais importante que ter time profissional. Tem time pequenos no Brasil que não podem entrar no Profut, não tem como pagar. Então o time que fatura até R$ 10 milhões por ano, teria que poder pagar por arrecadação e não pelo valor fixo.

Vc não deve se candidatar novamente a deputado federal.

Dificilmente. Não vou falar nunca mais por quê…

O que achou da atitude do presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello? Ele tinha uma postura de não-conformidade com a CBF, se empenhou na Primeira Liga, mas aceitou ser chefe de delegação da seleção.

Espero que não se perca no meio do caminho. É uma grande pessoa. Ele lá não é o Bandeira de Mello, é o presidente do Flamengo.

Mas você aceitaria ser chefe de delegação?

Com o [presidente da CBF] Marco Polo Del Nero lá? Não.

Acha que há união para formar uma liga?

Acho que esse negócio de liga já está desgastado a começar pelo próprio nome. Acho que os clubes que tem ter mais independência para fazer seus campeonatos, em relação a seus patrocínios, perante as federações e à CBF. Mas tá melhorando, tá melhorando.

Voltaria para a CBF?

Tenho que ver um projeto legal, não posso deixar de ajudar o futebol brasileiro. Se achar eu importante, e se tiver na minha capacidade e disponibilidade, sem problema. Trabalhar com o Marco seria difícil. Teríamos que conversar muitas coisas antes.

Pensa em se candidatar à CBF?

Pensar, eu penso. Mas não tenho isso como objetivo de vida. Se eu tiver oportunidade, perfeito. [Na próxima eleição] se os presidentes de clube e de federações acharem legal, eu vou. Senão, não. Não tenho isso como objetivo de vida.

Tem conversado com os clubes?

Com todos os clubes. A gente fala bastante. Eles estão cientes, tanto que aumentaram as cotas da libertadores. Os clubes têm que vender o nome do campeonato, publicidade do campeonato. Os clubes têm que estar mais inseridos.

Você é um nome forte.

Que querem destruir.

Quem?

Você não vê as politicagem? Tudo que sai do Corinthians põem meu nome, e faz 5 anos que não sou presidente.

E voltar à presidência no Corinthians? Pensa nisso?

Muito difícil. Estou muito decepcionado com muitas pessoas do meio. Alguns corintianos de renome, que nunca fizeram nada pelo clube. É um desgaste muito grande, pessoal e familiar.

Você se considera um dos responsáveis pela implosão do Clube dos 13?

Totalmente. Era um cartório e uma despesa muito grande mensal para os clubes estarem passando fome.

Mas agora está uma bagunça a negociação do Brasileiro entre clubes, Globo e Esporte Interativo.

Bagunça? Aquele que achar a melhor proposta, fecha. Não tem bagunça nenhuma. Concorrência é sadia. Com o C13 nunca teve proposta de terceiros. Faria de novo [implodir o C13], se fosse aquele mesmo sistema, com certeza.

Você teria contratado o Pato?

Olha, não vou falar se teria contratado ou deixado de contratar. É um grande jogador, um grande nome, se foi caro ou barato era o presidente da época que tinha que decidir. Agora, é obvio que tecnicamente foi um fiasco.

Na época você contrataria?

Não… Quer dizer, não sei, na época todo mundo queria que eu contratasse.

Você até falou que ele deveria ir jogar no Bragantino.

Essa foi uma discussão que houve entre nós. Ele não disse que não ia mais jogar pelo Corinthians? Então ele que fosse jogar pelo Bragantino. Converso com ele, ele é meu amigo, só que tecnicamente, por mil motivos não deu certo. Como acontece com outros jogadores em vários clubes.

Como poderia ter evitado do desmanche do time por conta dos chineses?

Eu dou graças a Deus, tinha que levar mais [jogadores]. Hoje o poder financeiro fala mais alto que a paixão pela camisa ou o amor de viver na sua cidade.

Mas sem o desmanche o Corinthians teria ido melhor nas competições este ano, concorda?

Não sei. O Jadson foi mandado embora do São Paulo, e com o Mano era segundo reserva aqui no Corinthians. O Ralf não era tão titular. No caso do Gil, como vou prender um jogador de 30 anos, com uma proposta irrecusável de salário mensal? Se eu o segurasse, você acha que ele vai jogar? E quem garante que um dos que foram embora não ia se lesionar? Teve jogador que só jogou 4 meses bem no clube, outro que era reserva. Isso dos chineses virem, muitos clubes queriam que fosse nos deles, mas é que nós fomos campeões brasileiros e vieram atrás dos nossos.

Nós compramos só 50% do Renato Augusto do Werder Bremen (na verdade, Bayer Leverkusen), porque a gente não tinha dinheiro. Ele obrigou a colocar uma cláusula que se viesse uma proposta de 8 milhões, tínhamos que vendê-lo. O Vagner Love ninguém mais queria no Corintians, 100% dos direitos econômicos eram dele quando o contratamos. Queríamos uma multa de R$ 10 milhões, ele pediu que comprássemos parte de seus direitos econômicos para colocarmos a multa que quiséssemos. No fim, falou para por multa no valor do que iria receber durante o ano. Ele ganhou 6 meses, e nós ganhamos seis meses. Você está pensando como se todos os jogadores fossem um Neymar da vida.

Foi noticiado que o Tite foi almoçar na CBF, acha que ele funcionaria lá?

Ele é um grande treinador, talvez um dos maiores do país. Com certeza funcionaria. Time de futebol é uma coisa, e gestão [do Marco Polo Del Nero] é outra. Apesar que sou a favor de manter um mesmo treinador até completar o ciclo da Copa.

Você viu o que aconteceu com a arquibancada do Morumbi. Tem medo que aconteça algo igual aqui?

Não. [Enfático] Se fosse no Corinthians ia todo mundo preso. [Saí caminhando pelo estádio e aponta para um pedaço do acabamento no teto da Arena Corinthians do tipo que caiu em fevereiro, mas não atingiu ninguém]. Isso é gesso, quadrados de gesso, e foi aquele carnaval [na mídia]. Se tivesse acontecido aqui o que aconteceu no Morumbi, eu estava preso.

Não está exagerando?

[Contrariado] Tá… Preso, não. Mas ia estar tudo interditado, o Ministério Público estaria aqui, você ia estar aqui cobrindo [o acidente] até hoje. [No caso do Morumbi], dois dias depois, só saem notas pequenas sobre estado de saúde das vítimas.


Globo fecha com 19º clube direitos de Brasileiro até 2024 na TV fechada
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Eduardo Ohata

A Globo fechou com o 19º clube os direitos de TV do Brasileiro até 2024, o Figueirense, incluindo o de TV fechada e pay-per-view.

A Globosat enfrenta a concorrência do canal Esporte Interativo, do grupo Turner, que nesta terça-feira (19) anunciou em um evento no Museu do Futebol, que fechou com um total de 14 equipes.

Globosat e Esporte Interativo assinaram com o Santa Cruz. O time pernambucano, porém, alega que firmou com o Esporte Interativo é um pré-contrato, com uma cláusula que permite sua saída, informação negada pelo canal, que afirma se tratar de um contrato em pleno vigor. O clube informou que irá à Justiça e se prontifica a devolver as “luvas” (bônus em dinheiro) antecipadas pelo Esporte Interativo.

Com o Figueirense, a Globosat soma 14 times da Série A e 5 hoje na segunda divisão (Essa lista inclui o Santa Cruz).

Os times com os quais havia fechado anteriormente são: Corinthians, São Paulo, Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Cruzeiro, Atlético-MG, América-MG, Grêmio, Sport, Vitória, Chapecoense, Avaí, Náutico, Goiás, Londrina e Santa Cruz. O contrato da maioria deles inclui todas as mídias.

Já o Esporte Interativo tem 6 clubes da Série A, 7 da Série B e 1 da terceira divisão do Brasileiro (Essa lista inclui o Santa Cruz): Santos, Inter, Atlético-PR, Bahia, Ceará, Coritiba, Criciúma, Fortaleza, Joinville, Paraná, Paysandu, Ponte Preta, Sampaio Corrêa e Santa Cruz.

O único “grande” clube solto é o Palmeiras, que é cortejado por Globosat e Esporte Interativo.

 


‘Torcida pode ir no campo e cobrar jogador’, dizem organizadas em pesquisa
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Eduardo Ohata

Se o time está em crise no campeonato, a organizada pode ir ao treino e entrar no gramado para cobrar com maior rigidez.

Quem assina embaixo essa frase são as organizadas de São Paulo e Rio, conforme atestam os episódios dos últimos dias envolvendo as torcidas de Palmeiras e Flamengo, cujos CTs foram alvo nos últimos dias de invasões de organizadas.

É também o que corrobora os números de pesquisa produzida pela FGV, conduzida em São Paulo e Rio, à qual este blog teve acesso. O documento foi discutido em conjunto entre autoridades do governo federal e cartolas.

Segundo as estatísticas, aproximadamente 94% dos integrantes de organizadas do Rio “concordam muito” (84%) ou “concordam pouco” (10%) que a torcida organizada pode ir ao treino cobrar dos jogadores, quando o time joga mal. O restante, ou cerca de 7%, “discorda muito” ou “discorda pouca” da afirmação.

As torcidas de São Paulo são ligeiramente mais “tolerantes”: um número próximo a 84% concorda que as organizadas podem ir ao treino para cobrar jogadores no campo. De novo, a maioria “concorda muito” (68%) com a frase, há quem “concorda pouco” (16%), e a minoria absoluta, 16%, “discordam muito” ou “discordam pouco”.

Uma outra questão, dessa vez sobre a atuação da Polícia Militar, nos remete ao episódio do confronto entre torcedores e policiais na goleada do Corinthians sobre o Linense, por 4 a 0, no último dia 19, em casa, que atingiu até quem não tinha nada a ver com a briga.

Em São Paulo, a esmagadora maioria, 78% discorda da frase “A PM só é violenta quando o torcedor organizado briga”. Cerca de 70% “discorda muito” e 8% “discorda pouco”. Somados, quem “concorda muito” ou “concorda pouco” atingem apenas 22%.

A maioria dos torcedores do Rio entrevistados, 58%, discordam “muito” (44%) ou “pouco” (14%) da frase “A PM só é violenta quando o torcedor organizado briga”. Apenas cerca de 41% concordam “muito” (26%) ou “pouco” (15%) com a afirmação.

Em São Paulo, 59% dos torcedores de organizadas apontam suas torcidas como violentas. Os que reconhecem que sua torcida é “muito violenta” somam 11% e os que classificam seu grupo como “pouco violento” são 48%. Aproximadamente 41% responderam que não há “nenhuma violência” em relação à sua organizada, e 2% não responderam ou não souberam responder.

No Rio, a proporção é de 38% de torcedores que afirmam haver violência no perfil de sua organizada: 8% disseram haver “muita violência” e 30%, “pouca violência”. Cerca de 60% responderam não haver “nenhuma violência” e 2%  não responderam ou não souberam responder.

Em São Paulo, a pesquisa, que contou com 612 entrevistas, abordou torcedores de Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Portuguesa e Juventus, no Morumbi, Pacaembu, Arena Corinthians, Alianz Parque, Vila Belmiro, Canindé e Rua Javari.

No Rio, foram 426 entrevistas, com membros de organizadas de Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo.

Foi considerado “torcedor organizado”, na seleção de entrevistados, quem vestia camisa, boné, calça ou bermuda da facção pesquisada, bem como aqueles que portavam bandeira ou instrumentos musicais.