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Arquivo : Paulo Nobre

Posição de presidente do Palmeiras permite que Leila lance sua candidatura
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Eduardo Ohata

O presidente do Palmeiras, Mauricio Galiotte, adotou postura em relação à polêmica candidatura de Leila Pereira que permite o lançamento de seu nome à disputa de uma cadeira no conselho deliberativo do clube.

Leila é dona da Crefisa e Faculdade das Américas, que anualmente injeta no clube, no mínimo, R$ 78 milhões. Cumprir duas gestões no conselho é um pré-requisito para quem almeja disputar a presidência do clube do Parque Antarctica.

“Esse assunto será tratado internamente, de maneira administrativa”, resumiu ao blog Galiotte.

Uma declaração de Galiotte sobre o assunto vinha sendo esperada com expectativa e curiosidade nos corredores do Parque Antarctica.

Habilmente, com sua declaração, Galiotte procura esvaziar o tom político da polêmica.

Se dissesse que é contra a candidatura de Leila, Galiotte agradaria seu antecessor, Paulo Nobre, que ao deixar a presidência pediu que a candidatura de Leila fosse impugnada. Mas estaria arrumando briga com a patrocinadora do clube e com o ex-presidente Mustafá Contursi, que declarou que Leila é sócia desde 1996, o que lhe dá o tempo mínimo para disputar o conselho.

Se dissesse que é a favor da candidatura, desagradaria Nobre.

A manifestação de Galiotte, ao dizer que a decisão será administrativa, na prática adia uma eventual decisão sobre o caso e ainda coloca a definição da polêmica no colo do conselho deliberativo do clube. Não se trata absolutamente de um salvo-conduto para Leila.

E qual é o procedimento do clube em caso de questionamento de uma candidatura?

De acordo com os ritos adotados pelo clube, se após o pleito, previsto para o dia 11 de fevereiro, e uma possível eleição de Leila, alguma parte se sentir prejudicada pelo resultado, poderá oficializar um questionamento, que será avaliado internamente pelo conselho.

Se Galiotte tivesse se manifestado contra a candidatura de Leila, que ainda não foi formalizada, isso alteraria de antemão o cenário.

Já se saberia que sua candidatura seria questionada, o que seria a deixa para Mustafá colocar em prática seu “Plano B”, lançar a candidatura de José Roberto Lamachia, marido de Leila.

Como as eleições a conselheiros são proporcionais, como ocorre nas eleições de vereadores, por exemplo, uma eventual impugnação da candidatura de Leila, que muitos acreditam ser o carro-chefe da chapa, prejudicaria a chapa de Mustafá.


Detalhes de contrato da Crefisa embolam polêmica de Leila no Palmeiras
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Eduardo Ohata

A polêmica em torno da candidatura de Leila Pereira, dona da Crefisa, patrocinadora do Palmeiras, a uma cadeira no conselho do clube se tornou quase que um jogo de xadrez humano, com consequências em mais níveis do que parece à primeira vista.

O contrato de patrocínio da Crefisa, que junto com a Faculdade das Américas injetou no ano cerca de R$ 100 milhões no Palmeiras, vence no dia 21 de janeiro, o blog apurou.

A eleição do conselho deliberativo está prevista para o dia 11 de fevereiro.

Ou seja, quando a eleição acontecer, o contrato de patrocínio já estará renovado, certo?

Errado.

Há no documento uma cláusula que prevê um prazo adicional de 30 dias para a assinatura da renovação do contrato.

Ou seja, se Leila decidir invocar a cláusula, a decisão de renovar o contrato de patrocínio acontecerá após o pleito, à luz de seu resultado.

Uma pessoa próxima a Leila e com trânsito no clube indicou que uma eventual impugnação poderá respingar na renovação.

Mas, mesmo eventualmente eleita, a legalidade da situação de Leila correrá risco, pois o conselho poderá questioná-la.

Outro complicador é o fato de a eleição para conselheiros ser proporcional (como na eleição para vereadores, quando um nome forte “elege” outros que vêm na cola).

Uma eventual impugnação da candidatura de Leila, se acontecer após o pleito, pode derrubar os conselheiros eleitos na chapa de Mustafá, uma das mais fortes hoje no conselho deliberativo.

Por isso mesmo o grupo de Mustafá defende não apenas a candidatura de Leila, mas também a de seu marido, José Roberto Lamachia. Como sócio desde 1955, Lamachia não corre risco de sofrer impugnação, como pediu o ex-presidente Paulo Nobre em relação a Leila, como último ato na presidência.

Porém Leila já se manifestou contrária à ideia.

Uma posição de Galiotte sobre a validade, ou não, da candidatura de Leila deixará mais claro os cenários. Se for a favor, esvaziará, e muito, futuros questionamentos no conselho. Se for contra, será a deixa para Mustafá bater o pé em favor do “Plano B”.

Galiotte terá de pesar também em sua decisão a opinião de Nobre, que apadrinhou sua candidatura e esta semana está de volta de viagem e com quem o clube tem uma dívida de cerca de R$ 100 milhões, corrigidos mensalmente, a serem pagos em até 12 anos.

E, para contextualizar a dimensão que essa polêmica já tomou, a candidatura de Leila, oficialmente, ainda nem existe.


Outro ex-presidente diz que dona da Crefisa é sócia do Palmeiras desde 1996
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Eduardo Ohata

O ex-presidente palmeirense Arnaldo Tirone corroborou versão do colega Mustafá Contursi de que Leila Pereira, dona da Crefisa e Faculdade das Américas, patrocinadoras do clube, recebeu título de sócia benemérita em 1996.

“Em 96 o Palmeiras vivia aquela época áurea, e foram distribuídos títulos de sócios do clube”, explica Tirone, que à época era membro do Conselho de Orientação Fiscal. “Lembro da reunião, tenho certeza que a mulher do [então presidente da Federação Paulista de Futebol Eduardo José] Farah e a Leila [Pereira] receberam títulos de sócias beneméritas.”

À “Jovem Pan”, Tirone dissera que como havia muita gente na reunião não lembrava quem recebera títulos.

A candidatura de Leila a uma das cadeiras do conselho deliberativo se tornou o centro de uma polêmica quando o ex-presidente Paulo Nobre, como último ato de sua gestão, pediu a impugnação de uma eventual candidatura de Leila. O pedido se baseia na suspeita de que Leila não é sócia desde 1996, e assim não cumpriria os requisitos para se candidatar ao conselho.

É obrigatório para quem deseja se candidatar à presidência do clube cumprir duas gestões no conselho.

Crefisa e FAM, juntas, investiram cerca de R$ 100 milhões no clube no ano, considerados patrocínio, participação nas obras do CT e centro de imprensa e contratação de jogadores.

A polêmica ganha mais corpo por conta do momento em que ocorre, já que o contrato de patrocínio da Crefisa ao Palmeiras vence em janeiro, mas inclui cláusula que dá mais 30 dias para as partes finalizarem as negociações.


Dona de Crefisa recusa ‘Plano B’ por candidatura ao conselho do Palmeiras
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Eduardo Ohata

Um “plano B” apresentado aos donos da Crefisa e da Faculdade das Américas, Leila Pereira e José Roberto Lamachia, para garantir a presença de um representante dos patrocinadores do Palmeiras no conselho deliberativo do clube foi recusado, o blog apurou.

A ideia, sugerida por gente com bastante trânsito com o casal, era que além de Leila, seu marido, Lamachia, também se candidatasse a uma cadeira no conselho do clube.

Lembrando que participar por dois períodos no conselho é um pré-requisito para quem, no futuro, almeja concorrer à presidência do clube.

Mas a legalidade de uma eventual candidatura de Leila vem sendo questionada pelo ex-presidente do clube Paulo Nobre.

A polêmica envolvendo Leila é que Nobre, como último ato no cargo, pediu para que a eventual candidatura de Leila fosse impugnada. Há a suspeita de que ela não teria ganhado título de sócia em 1996, como afirma o ex-presidente Mustafá Contursi.

Já Lamachia é sócio do Palmeiras desde 1955, e não haveria objeções para sua candidatura. O blog apurou que não apenas Leila, mas Lamachia também chegou a preencher ficha de inscrição para eleição ao conselho, apesar da indisposição em se candidatar.

Na visão daqueles que sugeriram que Lamachia também lançasse a candidatura, seria possível, inclusive, que o casal se elegesse junto, pois acredita-se que os dois contem com mais de uma centena de votos cada um, o que garantia suas eleições.

O blog também apurou que em relação aos comentários que circulam no Parque Antarctica de que o presidente Mauricio Galiotte está sofrendo pressão para não renovar o patrocínio da Crefisa, a dona da financeira reconhece que se uma proposta de patrocínio maior para o clube surgir, poderá “rever” a política de patrocínio da Crefisa e Faculdade das Américas ao clube.

Pessoas com bom trânsito no clube e com os donos da Crefisa garantem que caso a candidatura de Leila ao conselho seja abortada, dificilmente o patrocínio, que vence em janeiro (mas há cláusula que dá mais 30 dias de prazo para negociação) será renovado.

Crefisa e FAM colocam anualmente R$ 78 milhões no Palmeiras.

Mas pelos cálculos da financeira, o valor é até maior e beiraria os R$ 100 milhões, já que os patrocinadores investiram em obras no centro de imprensa, hotel e CT do clube.

Após a publicação, a Crefisa encaminhou nota que reforça a informação do post, na qual informa que “O José Roberto [Lamachia] assinou a ficha da chapa, porém não será candidato; a candidata será Leila Pereira. Somente ela”.


Dona de Crefisa chama Paulo Nobre de ‘covarde’ e ameaça processá-lo
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Eduardo Ohata

Leila Pereira, dona da Crefisa e da Faculdade das Américas, patrocinadores do Palmeiras, ameaça processar o ex-presidente Paulo Nobre, após ele ter pedido a impugnação de sua candidatura ao conselho do clube.

“Ele [Paulo Nobre] é um covarde, lancei minha candidatura há cinco meses e ele nunca falou nada, agora, no apagar das luzes de seu mandato, ele faz isso?”, afirmou Leila ao blog, sobre o fato de Nobre ter pedido a impugnação de sua candidatura ao conselho. O ato se basearia em uma suspeita do ex-presidente de que Leila não é sócia do clube desde 1996, pré-requisito para concorrer ao conselho.

“Isso é difamação, se ele não parar com isso, vou processá-lo”, afirma Leila.

“O que ele [Paulo Nobre] está tentando fazer é desestabilizar o ótimo relacionamento que nós da Crefisa temos com [o presidente recém-empossado] Maurício [Galiote]. Ele quer que a gente saia e o Maurício fique com uma mão na frente e a outra atrás, como ele estava quando chegamos, quando o time estava para cair para a Série B. Somos os maiores beneméritos do Palmeiras em toda a história do clube, tem muita coisa que fizemos que está fora dos R$ 78 milhões anuais, como reformas no CT e sala de imprensa. No total, o valor chega a R$ 100 milhões.”

O contrato de patrocínio da Crefisa e da FAM vence em janeiro de 2017, mas existe uma cláusula que prevê um prazo de 30 dias adicionais para as partes renovarem.

“Só vou deixar de patrocinar se o Palmeiras não quiser. Acredito que toda essa situação será resolvida imediatamente”, diz Leila.

“O Paulo Nobre que seja homem de me procurar, ao invés de se esconder por trás da imprensa. Como pode há um ano o presidente não falar com seu principal patrocinador? Tudo era feito via Maurício [Galiote], disparou Leila, em referência a um post do blog do PVC que relatou ontem o ato de Nobre. “Não há irregularidade na inscrição de sócia, o Palmeiras jamais me notificou.”

No início da tarde de sexta-feira, Guilherme Pereira, do jurídico do Palmeiras, dissera não ter conhecimento sobre uma possível ordem de impugnação da candidatura de Leila ao conselho deliberativo.

A assessoria de imprensa do Palmeiras informou que Paulo Nobre se encontra em viagem e não foi localizado para comentar o post.


Ex-presidente de rebaixamento do Palmeiras escapa de levar gancho de um ano
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Eduardo Ohata

O ex-presidente palmeirense Arnaldo Tirone, que ganhou fama ao ser flagrado na praia no dia seguinte ao rebaixamento do time, em 2012, foi absolvido na noite desta terça-feira, após votação de relatório de sindicância que apresentava irregularidades nas contas de sua gestão, pelo conselho deliberativo do clube.

Foram 89 votos a favor do relatório, 63 contra, 2 abstenções (51 conselheiros assinaram a lista de presença mas foram embora). Para que a pena de suspensão fosse aceita, eram necessários pelo menso 104 votos a favor do relatório.

Com isso, o diretor financeiro de Tirone à época, Antonio Henrique Silva, também foi absolvido.

Caso tivesse sido considerado culpado, Tirone, popularmente conhecido como “Pituca”, teria sido punido com suspensão de um ano no clube.

Ou seja, Tirone escapou de ter o mesmo destino de Luiz Gonzaga Belluzzo, seu antecessor, suspenso por um ano, também por efeito de uma sindicância administrativa.

Nos corredores do Parque Antarctica comenta-se que pesou na decisão o “efeito Crefisa”, já que o ex-presidente e pessoas do círculo de José Roberto Lamachia, dono da financeira, reconhecem que a dupla tem uma amizade que vem de 45 anos, e que é normal amigos se preocuparem uns com os outros. Tirone tem feito campanha por Leila, mulher de Lamachia, que concorrerá ao conselho do clube, um dos pré-requisitos para quem pretende disputar a presidência do clube.

Um dos que mais trabalharam nos bastidores a favor de Tirone foi seu vice de futebol à época, Roberto Frizzo.

O ex-presidente Mustafá Contursi, padrinho político de Tirone, de quem acabou se afastando, Paulo Nobre e Maurício Galiotte, votaram com o relatório.

 


Presidente de rebaixamento do Palmeiras corre risco de suspensão no clube
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Eduardo Ohata

O ex-presidente palmeirense Arnaldo Tirone, que ficou famoso ao ser flagrado na praia no dia seguinte ao rebaixamento do time, em 2012, corre risco de ser punido com suspensão de um ano no clube. Sindicância do balanço de sua gestão para detectar irregularidades entrou na pauta da reunião do conselho do clube, no próximo dia 13.

Dependendo da decisão do conselho, Tirone pode ter o mesmo destino de Luiz Gonzaga Belluzzo, suspenso por um ano, também por efeito de uma sindicância administrativa. Se for punido, Tirone seria o segundo ex-presidente a sofrer sanção na gestão Paulo Nobre.

Tirone diz que essa é uma injustiça e diz acreditar em sua absolvição, já que enviou documentos para o comitê que o julga, pois anteriormente “só haviam me feito cinco perguntas”.

Aliados de Antonio Augusto Pompeu de Toledo, presidente do conselho, afirmam ter sido abordados no sábado passado por gente ligada à Crefisa, patrocinadora do clube, que intercederam a favor de Tirone.

O ex-presidente e pessoas do círculo de José Roberto Lamachia, dono da Crefisa, reconhecem que a dupla tem uma amizade que vem de 45 anos, e que é normal amigos se preocuparem uns com os outros.

Conselheiros afirmam que, nas últimas semanas, receberam ligações de Tirone. Eles contam que ao mesmo tempo em que ele liga para pedir votos para a mulher de Lamachia, Leila, para a eleição de conselheiros (um pré-requisito para eventual disputa da presidência do clube), marcada para o ano que vem, Tirone encerra a ligação pedindo para refletirem sobre os votos relativos à sua sindicância.

“Isso é mentira, fiquei sabendo que minha sindicância seria avaliada no dia 13 no sábado passado, além disso, nem tenho ligado para conselheiros, pois já sei que cada um tem seu candidato”, defende-se Tirone. “Mas, sim, tenho ligado para associados pedindo votos para a Leila, assim como para vários amigos.”

No momento, o ex-presidente Mustafá Contursi, padrinho político de Tirone, de quem acabou se afastando, e Nobre, estão distantes da situação, e não se manifestaram a seu favor.


Candidato de Nobre no Palmeiras é ratificado sem ‘frisson’ em filtro
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Eduardo Ohata

Candidato único para a eleição à presidência do Palmeiras, Mauricio Galiotte passou no filtro do conselho deliberativo do clube, realizado na noite desta segunda-feira. Claro, como era de se esperar, já que é candidato único ao pleito marcado para fevereiro.

Porém a vitória ocorreu sem causar “frisson”, apesar de Galiotte ter angariado quatro vezes o número de votos necessários para garantir sua chapa. O clima formal na sessão, conforme relatos, ressalta o caráter de produto de uma costura política.

Dos 278 conselheiros aptos a votar no filtro, uma espécie de prévia da eleição, apenas 203 compareceram, sendo que 14 assinaram a lista de presença e foram embora. Dos 189 que de fato participaram da votação, 165 confirmaram Galiotte, 17 votaram em branco e 7 anularam.

Depois da votação, Galiotte e um grupo formado majoritariamente pela chapa de Nobre, a Academia, foi festejar em uma conhecida cantina em Higienópolis.

Para as eleições do Conselho de Orientação Fiscal em Janeiro e do Conselho Deliberativo, no mês seguinte, é mais do que esperado que cesse a trégua política vivenciada no momento.


Mustafá costurou trégua política para Nobre fazer seu sucessor no Palmeiras
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Eduardo Ohata

O ex-presidente palmeirense Mustafá Contursi foi um dos principais articulares da trégua política que permitiu que o atual presidente, Paulo Nobre, fizesse seu sucessor no clube, Maurício Galiotte. O vice-palmeirense submete seu nome, hoje à noite, ao “filtro” no conselho deliberativo. Mas a prévia das eleições a essa altura se tornou apenas uma mera formalidade, já que Galiotte é candidato único para as eleições presidenciais do mês que vem.

Durante processo da escolha de Galiotte, Nobre e Mustafá ambos tiveram que ceder.

Nobre estava entre os nomes de Genaro Marino e Galiotte. Mustafá deixara claro que tinha objeções em relação ao primeiro, mas que apoiaria o segundo. Nobre, provavelmente levando em consideração a força que Mustafá mantém no conselho, contemplou o ex-presidente. Em troca, Mustafá aceitou Marino compor a chapa como primeiro vice e viu Nobre encaixar como quarto vice na chapa José Carlos Tomaselli, a quem Mustafá não apoiara em eleições no conselho deliberativo.

Um efeito colateral do apoio de Mustafá à chapa de Maurício foi que enterrou a candidatura do ex-vice de futebol Roberto Frizzo, que se anunciava como pré-candidato e estava em compasso de espera. Se Nobre escolhesse Genaro, o que provavelmente causaria uma ruptura entre o atual e o ex-presidente, hoje aliados, abriria espaço para uma candidatura de Frizzo, que possivelmente teria o apoio de Mustafá. Embora não tenha se pronunciado sobre o assunto, sua candidatura foi abortada quando Nobre optou por Maurício.

Em viagem à Itália, Frizzo liberou seu grupo para votar no filtro de acordo com sua consciência (corroborar Maurício ou se abster).

Havia gerado insatisfação nos demais grupos o fato de o anúncio da candidatura de Galiotte ter sido comemorada na pizzaria do clube, após uma reunião do Conselho de Orientação Fiscal, com a participação quase que exclusiva de membros do grupo político de Nobre. Lideranças como o próprio Frizzo, o ex-vice do conselho Elio Esteves, e o atual, Mauro Yasbek, entre outras, não foram chamadas.

Mustafá chegou a conversar com membros dos principais grupos da política palmeirense, bastante fracionada, e, informalmente, até conversou com uma liderança da União Verde e Branca, grupo tradicionalmente rival. Não se tratou de ser “bonzinho” ou tentar intimidar o grupo, mas em apresentar uma posição que seria, teoricamente, mutuamente benéfica para ambos os lados.

Argumentou a seu interlocutor que como a UVB não tinha escolhido um “nome” até semanas atrás, era melhor se poupar do desgaste e concentrar energia na eleição de conselheiros marcada para fevereiro. Citou o momento decisivo no gramado com dois títulos em disputa e a questão financeira, com a dívida do clube consolidadas na figura de Nobre e salários pagos em dia. E finalizou lembrando que um cenário político agitado seria prejudicial a todas as partes.

A UVB não lançou candidato, mas emitiu uma nota oficial na qual deixa claro que o não-lançamento de candidato não significa que apoia a chapa única que concorrerá e, inclusive, orientou seus integrantes a se abster de votar no “filtro” de hoje como forma de protesto à atual gestão (leia-se Nobre).

Da parte de grupos não-alinhados com a candidatura de Maurício, uma preocupação relacionada a Nobre já projetada à próxima gestão: o risco de tentar manter ingerência no departamento de futebol, já que tem investido muito dinheiro em jogadores.

O próprio Nobre tem adotado cautela, ao fazer declarações na linha de que o que muitos chamam de paz, prefere classificar como tranquilidade.

Tranquilidade que pode ser definida como trégua. Mas que é o suficiente para Nobre eleger seu sucessor.


Presidente da Crefisa planeja candidatura ao conselho do Palmeiras
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Eduardo Ohata

Leila Pereira, presidente da Crefisa, patrocinadora do Palmeiras, externou a lideranças do clube seu desejo de se candidatar ao cargo de conselheira nas eleições de fevereiro. Se confirmada a adesão a uma chapa, a candidatura teria o apoio do ex-presidente Mustafá Contursi, que se mantém como força política no clube, e a aprovação do marido de Leila, José Roberto Lamacchia, dono da financeira.

A candidatura pode ter como objetivo vôos mais altos: Segundo o estatuto do clube, para eventualmente se candidatar ao cargo de presidente do Palmeiras, Leila teria que primeiro se associar ao clube, o que já fez, e cumprir dois mandatos no conselho.

O relacionamento entre o presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, e Crefisa experimentou momentos conturbados recentemente.

Até depois de solucionado o episódio do aditamento do contrato, que do lado do Palmeiras foi pilotado pelo candidato à presidência pela situação, Mauricio Galiote, o casal não compareceu à festa de aniversário do clube, por exemplo.

Se Leila ainda não formalizou sua candidatura ao conselho, quem já o fez foram o presidente da Central Sindical Brasileira, Antonio Santos Neto, e o ex-vereador Domingos Dissei.

Nas últimas eleições de conselheiros, a chapa Palestra, coordenada por Clemente Pereira Junior, ex-presidente do Conselho de Orientação Fiscal, foi a que mais candidatos elegeu: 26.

Em segundo ficou a Palmeiras Forte, liderado por Mustafá e o ex-vice de futebol Roberto Frizzo, que elegeu 18 candidatos. Em terceiro, ficou a União Verde e Branco, coordenada pelo oposicionista clássico Wlademir Pescarmona e apoiada pelo ex-presidente Luiz Gonzaga Belluzzo, com 17 candidatos eleitos.

A chapa Academia, do presidente Paulo Nobre, elegeu 15 conselheiros.

Para a eleição à presidência, a chapa UVB desistiu de lançar candidato, mas seus conselheiros prometem se abster de votar, segundo Pescarmona. Frizzo ainda não definiu se concorrerá ou não.

Uma preocupação da parte de quem não está fechado com a situação é que Nobre relute em se desligar do futebol, departamento no qual fez um alto investimento no decorrer de sua gestão. Também é citada a insatisfação de associados do clube.