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Cumprido ciclo olímpico da Rio-16, cartola do tênis abre mão da reeleição
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Eduardo Ohata

O presidente da CBT (Confederação Brasileira de Tênis), Jorge Lacerda, não irá concorrer à reeleição. Cumprido o ciclo olímpico que culmina agora na Olimpíada Rio-2016, o dirigente abriu mão da reeleição a que teria direito de acordo com o estatuto da entidade.

“Cumpri o mandato atual por causa da Rio-2016″, explicou o dirigente em entrevista a este blog.

À época da alteração dos estatutos das confederações esportivas nacionais que abriu a possibilidade de mais reeleições por conta da Rio-2016, os cartolas foram duramente criticados pelo que foi visto como uma tentativa de se perpetuar no poder.

Nesta entrevista ao blog, Lacerda critica os efeitos negativos da burocracia da máquina estatal, questiona a falta de isonomia das ONGs em relação às confederações nacionais e confessa que “não aconselharia nenhum parente a virar presidente de confederação''.

Blog do Ohata: Você teria direito a concorrer à reeleição, por que abriu mão [a eleição está marcada para este sábado]?

Jorge Lacerda: Vi que presidentes de outras confederações já se reelegeram este ano ou encabeçarão chapas, mas no meu caso fiquei até agora exclusivamente pela Rio-2016. Cumprido esse ciclo olímpico, deixo a CBT sem dívidas, com programas estruturados, com patrocinador [Correios] com quem vamos renovar o contrato em setembro, parceiros, e com uma chapa de consenso, apoiada pelas 26 federações, bem diferente da situação de quando assumi a confederação [após a saída de Nelson Nastás]. Nosso compromisso com o Refis termina em novembro, então vou passar a confederação em abril com 0 de dívida, auditoria interna, externa, dos Correios. A transição vai ser bem tranquila, porque os três já trabalham na confederação. O candidato é o atual diretor-executivo, Rafael Westrupp, e os vices que já estão hoje [Jesus Tajra e José Guilherme Danelon].

Você permanecerá do corpo diretivo da confederação?

Não, vou sair completamente. Quando anunciei que iria continuar até a Rio-2016, muita gente chiou, disseram que era para me perpetuar no poder, ninguém acreditou. Pois aí está.

Por que o Brasil não aproveitou a febre do Guga?

O grande auge do Guga foi 1997 a 2001, quando ele ganhou Roland Garros duas vezes, e 2000 quando foi campeão do Masters. Nessa época [2002 a 2004] estávamos brigando com a direção da CBT, que não era nada transparente, complicada. Assumimos em 2005 e demoramos 2 anos para reformular financeiramente a entidade.

Ao assumir, você disse que era ruim o tênis depender de apenas uma empresa, à época da Koch Tavares. Mas hoje a CBT depende dos Correios. Não é uma contradição?

Não. O Nastás tinha só uma empresa de marketing ligada à entidade, a Koch Tavares. A CBT tem contrato com várias entidades de marketing, até a Koch Tavares. A gente apoia a busca de patrocinadores para grandes eventos. A própria Koch tinha o Brasil Open e a CBT a levou para dentro dos Correios. A IMX, atual IMM, que tem o Rio Open, também levamos para dentro dos correios. Essa é nossa função, sem ganhar nada. Dependemos de um patrocinador [Correios], que representa 65%, 70% de nossa verba, mas a entidade tem outras fontes, como a Lei Piva, as taxas que recebemos, os patrocínios de Asics e Tretorn.

A CBT fixou uma meta para a Rio-2016?

Nossa meta era colocar uma equipe forte e a melhor possível na Olimpíada. Colocamos 7 jogadores na Olimpíada, a maior equipe que o Brasil colocou até hoje. Dois em simples [Rogério Dutra Silva e o Thomaz Bellucci], duas duplas [Bruno Soares e Marcelo Melo e Bellucci e André Sá], a Teliana Pereira [em simples feminina] e a Paula Gonçalves, que vai jogar dupla com a Teliana. Meta de resultado, acreditamos em medalha em dupla, dupla mista e, em simples, o Bellucci pode ganhar de qualquer jogador, dependendo do dia e do sorteio da chave.

Quais os pontos fortes de sua gestão?

Na formação de treinadores, nosso capacitador [Cesar Kist] foi contratado pela Confederação Sul-Americana e pela Federação Internacional de Tênis. Reformulamos o infanto-juvenil. Com isso, fechamos 2014 com 3 jogadores entre os 20 do mundo no juvenil. O Brasil voltou a ter o número 1 de simples nos 18 anos, chegamos a títulos juvenis em Wimbledon e Roland Garros e fomos campeões dos Jogos Mundiais da Juventude. E tem outra geração forte dos 16 anos chegando. Temos jogadores que com 12 anos estão disputando seu respectivo Mundial. Um exemplo desse investimento é o Thiago Monteiro, com 22 anos, chegou esta semana a 104 do mundo, e tem mais 4 ATPs para jogar até o fim do ano. Ele vinha com a gente desde juvenil e deve virar top 100. Superamos a Argentina no Sul-Americano. Investimos no profissional, hoje todos na CBT recebem salário, o que antes era proibido. Nunca tinha havido investimento em jogadores profissionais, hoje há 25 que recebem bolsa, passagem.

Você foi alvo de denúncias durante sua gestão. Como no caso daquele projeto conveniado com o Ministério do Esporte em 2011/12 com o Larri Passos, que consistia em treinos e viagens para competir. 

Naquele projeto a passagem representou um problema sério. Cada alteração de vôo, o que na carreira de um tenista é normal, foi considerada como uma irregularidade. A Controladoria Geral da União argumentou que foi uma irregularidade, mas que não houve dano ao erário. Mas o tenista que é eliminado na primeira rodada não pode ficar parado. Ou volta para o Brasil para treinar, porque perde gratuidade de hotel, o que gera mais gastos, ou vai disputar o qualyfying de outro evento para não perder pontos. Não dá para comunicar [sua eliminação de um torneio] com antecedência, pois depende de jogo para jogo. O Ministério entendeu. Mas precisa ter quem entenda de esporte no ministério ou nas secretarias.

Houve também problema com a Lei de Incentivo ao Esporte.

O artigo 12 da Lei do Esporte proíbe a intermediação, e é aí que entram as ONGs, que teoricamente não têm fins lucrativos. O que acontece na prática é que empresas de marketing esportivos criam ONGs paralelas, ''de fachada''. Quando a Premiere trouxe para o Brasil um grande evento que contou com a participação de ''nomes'' como Andre Agassi, para entrar na lei de incentivo, ao invés de criar ONG, o que seria proibido, mas que tem empresa que faz, ela trouxe o projeto para a CBT, que entende que é bom trazer grandes eventos ao Brasil. Porém entenderam que houve intermediação, mas na verdade foi uma parceria.

Agora, o que acontece por aí é que tem empresa cujos sócios e a mulher de um deles formam uma ONG inclusive com nome muito parecido com o da empresa [o Ministério Público confirmou que investiga esse modelo de irregularidade que teria sido praticado por uma empresa que atua no tênis].

Nos afastamos da lei de incentivo. Preferimos reduzir as fontes de receita e trabalhar dentro da verba sem risco. Não podemos estar à merce de um técnico e sua interpretação de uma lei que não é especifica, senão há o risco de perder o patrocínio público.

Em relação às ONGs, acho engraçado elas não terem conselho fiscal, auditoria interna, eleição de dois em dois anos, ou quatro em quatro anos, e muita gente que diz que a gente [cartolas] se perpetua no poder. Aliás, como levam nomes de pessoas, nem tem como mudar a direção. ONGs não tem obrigação de desenvolvimento do esporte, se fecha, não se sabe para onde foram seus responsáveis. Quem trabalhou para cobrar transparência na Lei do Esporte poderia ter permitido que suas ONGs fossem incluídas nos requisitos de transparência dessa lei.

Na época em que você assumiu a CBT, você aceitou muitas alianças para tirar o Nastás do poder. Se arrepende?

Em todo ramos que você entra tem concorrência. A Gente buscou parceria de todo mundo, mas não conchavos. Muita gente não entendeu isso. Muitos que nos apoiaram acharam que iriam ter cargo remunerado. Não tínhamos dinheiro para pagar aluguel, não tinha como satisfazer essa gente, que acabou se sentindo traída. Muita gente que saiu [da CBT], começou a fazer denúncias para um grupo que hoje é investigado pelo Ministério Público. Quem entra no poder tem que estar preparado porque vai sofrer pressão. Parceiros que viram inimigos porque achavam que iam receber vantagens.

Você tem filhos?

Tenho uma filha.

Você recomendaria para sua filha ser presidente de confederação?

Não, não [riso tímido].  Não recomendaria.

O que acha que deve ser feito nesse próximo ciclo olímpico com perspectiva de uma torneira de investimentos públicos fechada?

Acho que tem que inverter os investimentos. Se investiu no topo da pirâmide por causa da Olimpíada. Não paramos o investimento na base, mas vamos intensificar o trabalho da massificação com tênis na escola. Há 10 projetos em Ceilândia e agora 43 em São Paulo. Não precisa de quadra de tênis. Dá para fazer em uma quadra de futebol de salão para 50 crianças em uma aula de 1 hora. Os melhores são pinçados e vão para uma academia ou um clube.

Mas você continuará na Federação Internacional de Tênis?

Saí da ITF. Agora vou descansar seis meses e trabalhar para mim, ver que oportunidades existem para mim. O que tinha que fazer no tênis já fiz. O [dirigente] brasileiro não consegue desgarrar, começa a achar que é dono da entidade que preside. Vou sair da CBT, a chapa que está assumindo tem pessoas muito boas. É como filho que você diz, 'vai', e ele vai para universidade, depois vai trabalhar. Não que você nunca mais vai falar com ele, mas deixa ele seguir seu próprio caminho.


Lei que libera bebida alcoólica em jogos da Rio-2016 em SP não foi votada
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Eduardo Ohata

Apesar de ter sido encaminhado sob ''caráter de urgência'' à Assembleia Legislativa, o Projeto de Lei que libera a comercialização de bebidas alcoólicas nos jogos de futebol da Rio-2016 que acontecerem na Arena Corinthians não foi votado. Em recesso, a assembleia volta a funcionar apenas em agosto e, se o regimento da casa for respeitado, o projeto vai a plenário, na hipótese mais otimista, só após os dois primeiros jogos na arena.

O primeiro jogo acontece no dia 3 de agosto, às 15h, entre Canadá e Austrália, pelo grupo F do torneio feminino. O projeto terá que ficar em pauta por três sessões. Só depois é que será encaminhado ao congresso de comissões e posteriormente ao plenário. Se aprovado, teria que ser publicado no ''Diário Oficial do Estado''. No masculino, a primeira partida acontece dia 10, às 19h, entre Colômbia e Nigéria.

O projeto de lei 561/2016 foi encaminhado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, à Assembleia Legislativa no final do mês passado e busca aplicar às atividades ligadas Olimpíada Rio-2016 as mesmas condições que os jogos da Copa de 2014 receberam.

O documento explica que é para a Arena Corinthians entrar em conformidade com o que foi acertado pelas autoridades brasileiras no caderno de encargos encaminhado ao COI (Comitê Olímpico Internacional).

Além da liberação da venda de bebidas alcoólicas na Arena Corinthians (para maiores de 18 anos), o projeto autoriza que os patrocinadores e parceiros da Rio-2016 divulguem suas marcas e vendam seus produtos no raio de 2 quilômetros a partir do perímetro de segurança da arena e de outros locais oficiais.

O documento também prevê que os preços dos ingressos será fixado pelo Comitê Rio-2016 e que por isso não se aplicam as normas estaduais referentes à concessão de gratuidade, redução de preço, meia-entrada ou qualquer outra forma de subvenção a consumidores. Assim, o estabelecimento, ou não, de preços diferenciados por categoria de consumidores tais como, crianças, idosos e pessoas com deficiências, será de competência exclusiva da Rio-2016.

No site da Assembleia Legislativa, a última atividade relacionada ao projeto de lei foi sua publicação no Diário da Assembleia no dia primeiro de julho.


Globo mantém Brasileirão aos domingos durante Rio-16 e fará flash olímpico
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Eduardo Ohata

A Globo manterá as transmissões dominicais das partidas do Brasileiro durante o período da Olimpíada do Rio-2016. Não haverá jogos de quarta-feira do Nacional durante os Jogos Olímpicos.

Durante as transmissões do Brasileiro, a Globo prepara sua equipe para entradas ao vivo, a qualquer momento, sempre que houver um acontecimento de relevância relacionado à Olimpíada, como provas, pódios brasileiros ou um eventual ouro brasileiro.

Informações sobre a Rio-2016 não terão que ''esperar'' o intervalo ou a conclusão da partida do Brasileiro.

É a relevância do evento olímpico que ditará a forma como a informação será transmitida para o telespectador: O próprio narrador da partida poderá passar a informação ou, em caso de acontecimentos mais importantes, poderão ser usadas imagens e o apoio de um segundo narrador que estiver acompanhando ''in loco'' o evento da Rio-2016.

Durante a Olimpíada, não haverá os tradicionais jogos de quarta-feira do Brasileiro.

Originalmente, haveria entre dois e três jogos nas quartas-feiras durante a Rio-2016. Porém no momento da confecção da tabela, eles foram transferidos para outras datas.

A assessoria da CBF confirmou que a medida foi tomada justamente para que as partidas não ''encavalassem'' com eventos olímpicos, apesar de que a tendência é que a quantidade de jogos às quartas-feiras diminua a cada ano que passa.


Assinante ajudará a definir qual clube levará maior quinhão do pay-per-view
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Eduardo Ohata

Como resultado da disputa entre Globo (por meio do SporTV) e Esporte Interativo pelos direitos do Brasileirão na TV fechada, a Globosat já colocou em teste um novo critério para a divisão para os clubes de futebol da renda do pay-per-view dos jogos do Nacional. E é o assinante que ajudará a definir qual clube receberá o maior quinhão da venda de assinaturas do canal Premiere, este blog apurou.

A ideia é criar um banco de dados de assinantes do Premiere, com a informação de para qual time ele torce.

A divisão do ''bolo'' será proporcional à representatividade de cada clube. Ou seja, quem tiver mais torcedores entre os assinantes do Premiere, receberá mais dinheiro, e assim sucessivamente.

O levantamento usará como ferramenta de autenticação o cadastro do Premiere Play (aplicativo por meio do qual o assinante assiste a programação do Premiere no tablet, computador e celular). Para fazer o cadastro é pedida senha e login, disponibilizados individualmente pelas operadoras aos assinantes. Desta forma, somente o titular da assinatura do pay-per-view poderá participar.

Popularidade não garantirá maior renda para os clubes, mas sim o número de torcedores que pagam a assinatura do pay-per-view.

O objetivo inicial é que esse levantamento possa identificar o time de 80% da base de assinantes, e dividir essa informação com os presidentes dos clubes durante a reunião anual para aprovação (ou não) dessa metodologia. Em um primeiro momento, esses resultados serão utilizados de forma meramente ilustrativa, não interferindo na divisão da receita entre os clubes em 2016.

Caso haja consenso entre os clubes, será iniciada negociação para que esses dados sejam usados no cálculo da divisão do repasse, possivelmente a partir de 2018.

O Premiere está comunicando, durante as transmissões dos jogos ao vivo, por meio de chamadas dos narradores e insert animado, e informando o endereço do hotsite onde o assinante poderá indicar o clube para o qual torce (www.premiere.tv.br/seutime)

Atualmente, a divisão do repasse da receita do pay-per-view aos clubes é feita com base em duas pesquisas, realizadas anualmente pelo Ibope e Datafolha, com base em amostragens. Essa metodologia já causou muitos questionamentos da parte de dirigentes.

Cartolas aproveitaram a disputa entre Esporte Interativo e Globosat pelos direitos do Brasileirão na TV fechada para apresentar um pacote de reivindicações, entre elas uma forma mais precisa para medir a audiência e a divisão de receitas do pay-per-view.

 


Esquiva Falcão fará 1ª luta no Brasil, como profissional, no dia 2 de março
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Eduardo Ohata

A programação para o brasileiro Esquiva Falcão até o dia 2 de março, quando o medalhista de prata na Olimpíada de Londres-2012 fará sua primeira luta como profissional no Brasil, acaba de ser acertada entre a Top Rank e o manager Sergio Batarelli.

Esquiva se mantém invicto com 14 vitórias.

O filho do legendário lutador de vale-tudo Touro Moreno fará suas duas próximas lutas nos EUA, uma no fim de outubro e outra em dezembro, e a terceira no Brasil, em um local a ser definido por Batarelli em conjunto com a empresa promotora de lutas que tem no currículo a promoção de lutas de Muhammad Ali, Oscar de la Hoya, ''Sugar'' Ray Leonard, Thomas Hearns, entre outros. Internamente na Top Rank, há a percepção de que Esquiva poderá ser ''um dos grandes''.

O duelo de Esquiva no Brasil valerá por um título regional (latino, internacional, das Américas ou intercontinental) de uma das três principais entidades do boxe.

Batarelli participou da organização da histórica primeira edição do UFC no Brasil, em 1998.

 

 

 


Ausências apontam esvaziamento paulista em movimento por Liga Sul-Americana
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Eduardo Ohata

Os presidentes dos quatro principais clubes paulistas deixaram de ir ontem à reunião em São Paulo, com lideranças de vários clubes do Brasil e que foi desmembrada em sub-reuniões, com participantes e pautas distintas: Primeira Liga, reivindicações à CBF e, extra-oficialmente, a formação da Liga Sul-Americana, que pretende fazer frente à Conmebol.

Os presidentes de Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos foram representados no encontro de ontem por seus respectivos departamentos jurídicos. Segundo fontes com trânsito entre cartolas desses clubes, sua ausência em bloco indica uma tendência de esvaziamento dos paulistas do movimento para a criação da Liga Sul-Americana.

Nem o santista Modesto Roma, um dos que nos últimos meses vinha criticando abertamente a Conmebol, esteve na reunião de ontem.

Está prevista uma nova reunião, para o próximo dia 19, em Montevidéu (Uruguai), para o lançamento oficial do grupo.


Por que julho já é o mês mais importante para o MMA brasileiro
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Eduardo Ohata

O MMA no Brasil precisa de um ''puxador de audiência''. Por isso, desde essa madrugada, com a perda do título de Rafael dos Anjos, julho já é um mês decisivo para o MMA brasileiro. Com a derrota do brasileiro para Eddie Alvarez, o Brasil ficou sem nenhum cinturão do UFC. Mas até o dia 30, quatro outros brasileiros disputarão cinturões no UFC.

Porém, mais importante até que essas disputas de título, será o retorno de Anderson ''Spider'' Silva ao octógono, no UFC 200, na madrugada deste domingo.

Não importa que o título do atual campeão dos meio-pesados Daniel Cormier não esteja em jogo e que a luta esteja prevista para apenas três assatos, uma vitória do ''Spider'' fará maravilhas pelo status da modalidade no Brasil.

Quão importante é um Spider no topo do esporte?

Ao ser questionado sobre o MMA na TV durante congresso da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura), na semana passada, o diretor de direitos esportivos da Globo e Globosat, Pedro Garcia, começou falando animado sobre a modalidade, mas terminou com um ''mas o Anderson Silva acabou perdendo…''

O recado estava dado. Anderson é um produto único, capaz de unir as vitórias dentro do octógono e, fora dele, o carisma. Quem poderia ser um melhor ''puxador de audiência'' do que o ''Spider''? Se vencer Cormier, se posiciona para uma revanche com o título em jogo, ou, (alguém duvida?), ganhará a oportunidade de recuperar o cinturão dos médios.

Na eventual derrota do ''Spider'', que contra Cormier será o azarão, qual seria o próximo melhor cenário?

Claro, quatro brasileiros campeões do UFC simultaneamente, igualando o melhor momento do Brasil dentro da promoção.

A este blog, um executivo do UFC confidenciou ter ouvido muito por aqui que ''brasileiro não gosta de esporte, brasileiro gosta é de brasileiro campeão e vencedor''.

De certa forma, foi o que se observou na época de Ayrton Senna e Guga, por exemplo.

Claro, há exceções, como o falastrão Conor McGregor, que apesar de não ser brasileiro registra bons índices de audiência. Mas, novamente, lutadores como o irlandês ou Ronda Rousey são as exceções.

Agora, imagine o efeito de quatro brasileiros campeões do UFC E uma vitória do ''Spider'' sobre um campeão do UFC?

''Sem dúvida, [julho] é um mês decisivo. O primeiro semestre dos brasileiros deixou a desejar, o canal sofre com isso, são coisas que não podemos controlar'', explica Daniel Quiroga, gerente de negócios do canal Combate. ''Estamos otimistas com o segundo semestre, especialmente com o mês de julho.''

E, não, o sucesso dos brasileiros não serviria apenas para alavancar as vendas do canal e garantir bons números até o fim de 2016.

Por exemplo, a nova estrutura do contrato da Globo com o UFC prevê que o canal promova durante sua programação eventos sem transmissão na TV aberta. Mais campeões significa mais exposição. Além disso, um número maior de brasileiros campeões possivelmente abriria oportunidades para uma maior quantidade de eventos no Brasil.

Além da luta de Rafael dos Anjos e o retorno de Anderson Silva, José Aldo, Claudia Gadelha, Amanda Nunes e Wilson Reis disputam cinturões frente Frankie Edgar (UFC 200), Joanna Jedrzejczyk (TUF Finale, hoje), Miesha Tate (UFC 200) e Demetrius Johnson (UFC 201, 30 de julho), respectivamente.


Na Rio-16, Sportv planeja como cobrir de ato terrorista a beijo em repórter
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Eduardo Ohata

A possibilidade de atentados terroristas durante a Rio-2016 está contemplada no plano de contingência do SporTV, canal por assinatura oficial dos Jogos Olímpicos. Além de planejar a estratégia em caso de uma eventual cobertura de atentado, procedimentos para lidar com manifestações de cunho político e até beijo em repórter durante transmissão são estudados pela cúpula da emissora.

''Se acontecer um atentado no Parque Olímpico, quanto tempo leva de nosso estúdio lá em frente, onde haverá uma equipe 24 horas, até o local? O caminho estará interditado? Haverá barreiras? Quem seria escalado para essa cobertura? Com base em perguntas como essas, para cada cenário possível que levantamos, é traçado um plano de ação'', explica Bianca Maksud, diretora de Marketing e Produto dos canais SporTV.

No caso de se repetirem manifestações de cunho político, que marcaram a Copa das Confederações, em 2013, a ordem é para ''não usar carro adesivado com o logo do SporTV''.

Há também orientações para situações inesperadas, pouco usuais, mas que não representam perigo. Longe disso.

''Se não há agressão, é algo que não leva perigo, como uma torcedora abraçar ou beijar o repórter [como aconteceu com Thiago Crespo na Euro], a orientação é manter o bom-humor.''

Na dinâmica dentro do estúdio, haverá novidades em relação à Copa do Mundo.

Em vez de haver às vezes até quatro profissionais fazendo traduções simultâneas em quatro línguas diferentes, o que por vezes pode se tornar confuso, desta vez os comentaristas estrangeiros e o mediador André Rizek darão suas opiniões em uma só língua, o inglês.

(A única exceção será o cubano Javier Sotomayor, que terá um tradutor de castelhano).


Eu pedi para levar um soco do Mike Tyson… E sobrevivi para contar!
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Eduardo Ohata

Sim, você leu certo. O título não é nenhuma pegadinha. Eu pedi para Mike Tyson me dar um soco. E sobrevivi para contar!

Foi durante a visita de ''Iron'' Mike (que hoje comemora 50 anos) a São Paulo, em 2005. No já deserto lobby do hotel onde ficou hospedado na região da Oscar Freire, após entrevistá-lo em seu quarto tarde da noite, olhei para ele e perguntei:

– Pode me dar um soco?

– O quê?, perguntou, em inglês (claro!). No rosto, uma expressão de ''acho que não entendi o que você falou''.

– Sabe o que é? Gostaria de saber como é o soco de um campeão mundial dos pesos-pesados, expliquei, sério.

Apontei o punho em sua direção, e levantei a guarda (um pouco enferrujada, é verdade, desde a época em que fui pupilo do medalhista olímpico Servílio de Oliveira).

Tyson fez movimentação de sombra (simulação de luta), ensaiou dar um golpe de direita, que viria de cima para baixo. Mas parou quando viu que não saí correndo. Fiquei parado, guarda extremamente fechada, claro, esperando o golpe para tentar me esquivar.

Ele ficou olhando, meio sem saber o que fazer, baixou o braço e balançou a cabeça em um sinal de ''negativo''.

– Não vou fazer isso, explicou, com um sorriso amarelo.

Foi nesse momento que chegou meu colega naquela cobertura, o repórter-fotográfico André Porto, que testemunhou a cena de longe e perguntou o que havia acontecido. Ele riu quando contei e, como não haviam outros jornalistas no hotel, voltamos para o jornal.

Esse bastidor daquela cobertura que havia ficado parcialmente em segredo até agora.

O resto está registrada nas edições da ''Folha de S.Paulo'' da época.

Como, por exemplo, ele me ameaçou de agressão quando fui correndo em sua direção ao vê-lo saindo do elevador no dia em que chegou ao hotel. Ou como ele disse que iria ''bater em alguém'' caso uma fileira de fotógrafos não parasse de tirar fotos (o problema? Eu estava entre ele e os fotógrafos, e não conseguia me afastar porque os fotógrafos haviam formado um ''paredão'').

Por fim, graças a dois conhecidos em comum, Sidney Ubeda, meu grande amigo, e o português Mario Costa, proprietário da lanchonete White Mana, frequentada por Tyson, consegui a entrevista, ao fim da qual os olhos de ''Iron'' Mike ficaram marejados (descubra o motivo lendo a entrevista com Tyson aqui e aqui).

Ele revelou coisas até então desconhecidos e que repetiria só anos depois em sua biografia, como o fato de ter usado óculos na infância.

Foi ao seu final que me senti à vontade para, no lobby, pedir para que me desse um, e apenas um, soco.

Deixei a entrevista convencido de que Tyson não é o monstro que todos imaginam. A impressão que me deu é de que, apesar da idade, ainda era um garoto, imaturo, cujo principal pecado era não assumir responsabilidade por seus atos e, pior, por seu próprio destino.

Mas, agora maduro, Tyson parece ter mudado, para melhor, o rumo de sua vida.

Feliz 50 anos, Mike.

PS: Para quem quer matar a saudade do Tyson nos ringues, a ESPN exibe hoje, a partir das 22h15, uma programação que inclui um programa especial e lutas clássicas do início da carreira do ''Kid Dynamite'' e suas defesas de título contra Frank Bruno (I) e James ''Buster'' Douglas.

 

 


Sem empolgar profissionais, boxe estende prazo para tentarem ir à Rio-2016
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Eduardo Ohata

A Aiba (Associação Internacional de Boxe) estendeu o prazo para inscrições de profissionais no derradeiro torneio classificatório para os Jogos Olímpicos Rio-2016. O deadline para as confederações nacionais inscreverem profissionais era ontem, mas oficiais da Aiba foram informados durante a tarde de que o prazo foi prorrogado para até a próxima segunda-feira (27).

A qualificatória aberta a atletas do WSB, liga semi-profissional da Aiba, APB, liga profissional da Aiba, e profissionais não-ligados à Aiba está prevista para acontecer entre 3 e 8 de julho em Vargas, na Venezuela, e distribuirá 26 vagas: 3 vagas para cada uma das categorias entre 49 quilos e 81 quilos, e uma vaga cada para a categoria pesado (até 91 quilos) e superpesado (acima de 91 quilos).

Nos últimos dias, o interesse de profissionais para participar dos Jogos não era grande, este blog apurou com fontes ligadas à Aiba.

Uma das possíveis causas da ''falta de interesse'' pode ser a ameaça da parte do Conselho Mundial de Boxe, mais importante entidade do boxe profissional, de banir de seus rankings por dois anos atletas classificados até o 15º posto que subirem nos ringues do Rio. Posteriormente, a Federação Internacional de Boxe seguiu seus passos e também anunciou punições.

Essas medidas afugentaram pugilistas interessados em participar da Olimpíada, que se assustaram com as ameaças de suspensão.

Um deles é o peso-pesado profissional Raphael Zumbano, último representante em atividade do clã Jofre-Zumbano, que gostaria de conquistar o último ''troféu'' que falta à galeria do clã: uma medalha olímpica.

A Confederação Brasileira de Boxe mostrou-se aberta à possibilidade de Zumbano participar de uma seletiva interna para o classificatório aberto apenas a profissionais, mas Zumbano desistiu da ideia.

''Queria muito participar de uma Olimpíada'', lamenta Zumbano, que quer evitar problemas com o CMB, que além dos mundiais, mantém títulos regionais, como o sul-americano e o norte-americano. ''Mas quem sabe em 2020 [nos Jogos de Tóquio]?''