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Conselho do Palmeiras votará polêmica do aditivo contratual da Crefisa
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Eduardo Ohata

O conselho deliberativo do Palmeiras votará se o aditivo contratual da Crefisa com o clube é ou não irregular como aponta o Conselho de Orientação Fiscal. O presidente do conselho deliberativo, Seraphim del Grande, convocará assembleia extraordinária para o dia 20 de agosto, quando a questão será decidida pelos conselheiros. O presidente Mauricio Galiotte já pretendia convocar uma reunião do conselho para discutir os contratos com a patrocinadora, conforme o UOL Esporte noticiou.

O COF reprovou os balancetes dos meses de janeiro e fevereiro da gestão do presidente Mauricio Galiotte sob o argumento de que os aditivos provocaram prejuízos ao clube. Leila Pereira, dona da Crefisa, rebateu a acusação em entrevista ao blog na semana passada.

“Os balancetes de janeiro e fevereiro não foram aprovados e, pelo andar da carruagem, essa situação pode se repetir até o final do ano”, explicou Del Grande. “O presidente [Galiotte] não pode ficar nessa situação, então o conselho deliberativo vai decidir essa situação.”

Segundo membros da oposição, o assunto só poderia ir para o conselho deliberativo pelas mãos do COF, o que não aconteceu. A tese é rebatida por Del Grande.

“O presidente do executivo ou o COF podem convocar o conselho deliberativo”, argumenta Del Grande. “O COF, aliás, já deveria ter feito isso, porque essa situação não pode se repetir até o fim do ano.”

Outras questões apontadas pela oposição são o fato de existirem na gestão cerca de 120 conselheiros nomeados diretores pela gestão, o que tentou-se coibir por meio de um artigo que foi voto vencido na reforma estatutária, e que passar decisões sobre os balancetes ao conselho deliberativo esvazia o poder do COF, que é um órgão composto por membros eleitos. “A competência de aprovar os balancetes mensais é do COF, cabe ao conselho deliberativo aprovar ou rejeitar o balanço anual”, explicou Savério Orlandi, membro do COF.

As alterações contratuais mudaram a maneira como a financeira contabiliza os aportes que faz no clube para a contratação de jogadores. Antes, os gastos eram registrados como despesas de marketing. Assim, o valor era descontado do lucro da empresa, reduzindo os impostos a serem recolhidos. Após denúncia à Receita Federal, que resultou em multa à Crefisa, os gastos com contratações passaram a ser registrados como empréstimos após celebração de aditivo em janeiro deste ano.

 

 

 


Leila promete lobby com empresas para atrair incentivo fiscal ao Palmeiras
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Eduardo Ohata

Leila Pereira, conselheira do Palmeiras e dona da patrocinadora Crefisa, prometeu nesta terça-feira (17) durante evento com sócios do clube pelo “sim” à reforma do estatuto, dirigir verba adicional ao Palmeiras por meio da Lei de Incentivo Fiscal ao Esporte, além de trabalhar junto a outras empresas para convencê-las a fazer o mesmo pelo clube, caso a alteração estatutária seja aprovada. O evento foi realizado no salão localizado sobre a pizzaria do clube que, pelos cálculos da organização, teve uma assistência total de cerca de 700 sócios.

A patrocinadora explanou aos sócios que, por meio da renúncia fiscal, tem à disposição R$ 20 milhões que poderiam ser utilizados anualmente em projetos esportivos de base. Esse dinheiro é “carimbado” e não pode ser utilizado em futebol profissional. Parte desse montante já é dirigido pela Crefisa a outros projetos por meio da Lei Rouanet de incentivo à cultura.

Evento de Leila Pereira com sócios do Palmeiras

Além da questão da Lei de Incentivo, estava na pauta da reunião na qual também tomaram a palavra o diretor-administrativo, Paulo Buosi, e o presidente do conselho deliberativo, Seraphim del Grande, a explicação de que a votação dos itens da reforma do estatuto será individual. Ou seja, o “sim” para o aumento do mandato do presidente não significa automaticamente o “sim” para as outras nove alterações.

Da parte de quem trabalha pelo “não” à alteração, questiona-se dois pontos sobre a questão do incentivo fiscal. “A lei limita a utilização a um por cento do que seria recolhido à Receita Federal, então ela não poderia aplicar R$ 60 milhões por meio da Lei de Incentivo”, aponta o conselheiro Savério Orlandi, do grupo do ex-presidente Paulo Nobre. “E condicionam o uso do incentivo fiscal à adequação do estatuto, mas já estamos adequados à Lei de Incentivo, que proíbe duas reeleições, mas hoje temos só uma reeleição.”

Orlandi se refere ao fato de Leila ter acenado com a possibilidade de investir até R$ 60 milhões por meio da Lei de Incentivo, porém esse cenário depende de uma mudança na legislação em tramitação no Congresso Nacional.

O grupo que trabalha pelo “sim” planeja mais duas reuniões até a votação dos sócios pela ratificação da alteração do estatuto, prevista para 4 de agosto.

 


Leila x Mustafá: Ex-presidente deixa hospital e comanda evento pelo ‘não’
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Eduardo Ohata

O ex-presidente palmeirense Mustafá Contursi, afastado da vida política do clube por três semanas por motivo de saúde, presidiu uma reunião com cerca de 80 conselheiros nesta segunda-feira (16). No encontro, na casa do conselheiro Mario Gianini, foram planejadas ações pelo “não” na votação dos associados à mudança no estatuto que aumenta para três anos o mandato presidencial e que, por tabela, facilitaria os planos de Leila Pereira, dona da patrocinadora Crefisa, para uma eventual candidatura à presidência do clube em 2021.

O evento contou com o apoio de um ex-aliado de primeira hora de Leila, o ex-presidente Arnaldo Tirone, que municiou o encontro com beirutes, sanduíches, sobremesas e bebidas graças à estrutura móvel de seu restaurante. Os mais nostálgicos lembraram de vários paralelos à campanha de Tirone à presidência do clube, que também contou com o serviço do restaurante, cuja maioria das reuniões foram realizadas na casa de Gianini, e o fato de estarem presentes na reunião de segunda seus vices Edvaldo Frasson, Valter Munhoz e também o vice de futebol de sua gestão, Roberto Frizzo, que estava acompanhado pelo filho Bruno e por cinco de seus correligionários.

Enquanto o presidente do executivo, Galiotte, e o presidente do conselho deliberativo, Seraphim del Grande, prestigiaram o evento em um hotel de luxo no qual Leila deu o pontapé inicial na campanha pelo “sim”, a reunião desta segunda foi prestigiada por três dos quatro vices de Galiotte, Genaro Marino, Vitor Fruges e José Carlos Tomaselli, pelo vice do conselho deliberativo, Carlos Faedo, e pela advogada Rita Cosentino, que secretariava Del Grande no conselho até entregar o cargo, o que mostra uma divisão política no clube se intensificando.

A presença em peso de remanescentes do grupo político do ex-presidente Paulo Nobre, desafeto de Leila, ex-adversários políticos de Tirone, também marcou o encontro, que durou aproximadamente cinco horas. Entre os cerca de 80 a 90 conselheiros presentes estavam pelo menos dez que votaram pelo “sim” à alteração do estatuto, que acompanharam as exposições.

O discurso de Mustafá e de outros conselheiros que pediram a palavra foi simples e direto, ao explicarem que ninguém é contra o patrocínio, mas que se separe a Leila conselheira da patrocinadora. Foi orientado que os presentes alertassem os sócios sobre questões que apontam ser polêmicas relacionadas ao aditivo contratual com a Crefisa, que resultou na rejeição do balancete de janeiro pelo Conselho de Orientação Fiscal, e à alteração estatutária, que classificam de casuística por não englobar todos os pontos sugeridos anteriormente.

Os associados votarão no próximo dia 4 para referendar, ou não, a decisão do conselho deliberativo pela reforma no estatuto.

Apesar de membros da própria coalizão pelo “não” acreditarem ser muito difícil reverter o quadro junto aos associados, eles querem aproveitar a aliança que se formou para trabalhar uma oposição para as eleições presidenciais previstas para novembro.

 

 


Rivais se aliam contra mudança que facilitaria planos de Leila no Palmeiras
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Eduardo Ohata

Desafetos históricos se uniram no Palmeiras de olho na votação dos sócios do clube em agosto para ratificar a mudança do estatuto que facilitaria o plano de Leila Pereira, dona da patrocinadora Crefisa, de lançar uma eventual candidatura à presidência do clube já em 2021. A oposição larga atrasada, pois há duas semanas Leila e correligionários deram, em um hotel de luxo de São Paulo, o pontapé inicial em uma campanha pelo “sim” à alteração estatutária.

Em meio à “ressaca” da eliminação da seleção da Copa e de comentários de associados que ressaltavam o fato de o Brasil jamais ter sido campeão sem escalar um jogador do Palmeiras e que exaltavam o título da Copa Rio-51, que o ex-presidente da Fifa, Joseph Blatter disse reconhecer como Mundial, Mustafá traçava no clube, domingo (8), sua estratégia, a poucos metros de Leila e José Roberto Lamacchia.

Na mesma “trincheira” de Mustafá, de volta ao dia-a-dia do clube após um hiato de três semanas por motivo de saúde, formou-se um grupo no mínimo heterogêneo, com a participação de desafetos históricos, como o ex-secretário-executivo dos Ministérios do Esporte e do Transporte, José Luiz Portella, oriundo da UVB de Luiz Gonzaga Belluzzo; o vereador Xexéu Tripoli, do Palestra, do grupo de Paulo Nobre; e o filho do ex-presidente Afffonso Della Monica e presidente do Conselho de Orientação Fiscal, Carlos Della Monica, entre outros.

Outro ex-presidente, Arnaldo Tirone, aliado de Leila e de Mustafá, pode reforçar a aliança, já que não compareceu à votação da reforma.

Dadas as diferenças entre os membros da coalizão, nem todos conversam diretamente com Mustafá. O ex-vice de futebol Roberto Frizzo, do grupo de Mustafá, conversou por telefone com Portella. Frizzo, por sua vez, articula com membros de seu subgrupo. Xexéu é um crítico de Mustafá, mas interlocutores em comum informaram o ex-presidente de que o vereador é contra o aumento do mandato do presidente.

Os opositores de Leila, e por tabela do presidente Mauricio Galiotte e do presidente do conselho deliberativo, Seraphim del Grande, na questão específica do estatuto, planejam explorar a questão do aditivos no contrato de patrocínio da Crefisa, que causou a rejeição do balancete de janeiro do clube pelo COF, e a ausência de um título na atual gestão da equipe profissional de futebol, apoiada pela Crefisa com aportes financeiros adicionais ao patrocínio regular.

Outro ponto que apostam que possa fazer alguma diferença é a participação de membros da gestão de Paulo Nobre, que tiveram contato próximo com associados durante sua gestão. Uma das principais forças políticas do clube, o próprio Nobre, no entanto, se mantém distante do cenário eleitoral. Enquanto isso, Genaro Marino, do grupo do ex-presidente, tampouco decidiu se lançará ou não uma candidatura de oposição à presidência, sujeita ao filtro do conselho deliberativo, para concorrer em novembro contra Galiotte.

O grupo de oposição se reunirá na próxima segunda-feira, na casa do conselheiro Mario Gianini, no Pacaembu, para discutir estratégias.

Membros da aliança admitiram ao blog que é difícil reverter o quadro da votação da reforma entre os associados. O objetivo da aglutinação de membros de grupos pretende, no mínimo, evitar uma diferença de votos grande e já iniciar um trabalho para as eleições de novembro.


Negociação do Palmeiras com Globo inclui reuniões com Roberto Marinho Neto
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Eduardo Ohata

As negociações dos direitos de transmissão em TV aberta das partidas do Palmeiras no Campeonato Brasileira a partir de 2019 evoluíram ao ponto que incluem até encontros do presidente do clube, Mauricio Galiotte, com Roberto Marinho Neto, diretor de esportes do grupo.

O Palmeiras assinou contrato pelos direitos na TV por assinatura pelo período entre 2019 a 2024 com o Esporte Interativo. O clube negocia os direitos de TV aberta e pay-per-view com o Grupo Globo. Há boa vontade para que o negócio se concretize dos dois lados da negociação.

O cartola argumenta que o torcedor palmeirense é qualificado financeiramente, o que agradaria anunciantes na TV aberta e facilitaria a comercialização de pacotes de pay-per-view, e que as partidas da equipe do Allianz Parque são sempre acompanhadas por torcedores das outros times, o que impactaria a base de telespectadores de seus jogos na TV aberta e no pay-per-view.

Um dos principais atrativos aos clubes para assinar com a Globo é o pagamento de “luvas”, já que a divisão da renda obedecerá o modelo 40-30-30 (40% da receita dividida de forma igualitária entre os clubes, 30% de acordo com performance e 30% definidos pela exibição).

O canal Premiere, braço da Globosat no pay-per-view, pede para o telespectador informar para qual time torce ao fazer a assinatura de seu serviço. A pesquisa será um dos parâmetros para a divisão do dinheiro entre os clubes.

Além do Palmeiras, Atlético-PR e Bahia estão entre os clubes da Série A que assinaram com o Esporte Interativo e que não acertaram com a Globo para a exibição de suas partidas exibidas na TV aberta ou no pay-per-view.


Tropa de Paulo Nobre ressurge e acusa Leila de trabalhar contra o Palmeiras
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Eduardo Ohata

Aliados do ex-presidente do Palmeiras Paulo Nobre têm ressurgido em meio ao racha político no clube, e voltado a brigar por espaço.

Recentes manifestações de Leila Pereira, dona da patrocinadora Crefisa, se tornaram alvo de críticas do vereador Xexéu Tripoli, membro da “tropa de choque” de Nobre, em cuja gestão ocupou o papel de diretor-administrativo. Outro aliado bastante próximo de Nobre, Genaro Marino, estuda a possibilidade de lançar candidatura de oposição e diz ser incompatível Leila ser patrocinadora e conselheira do clube.

O próprio Paulo Nobre, porém, está distante da vida política do clube e faz mistério sobre o seu futuro e as aspirações no Palmeiras.

“É inadmissível alguém que se considera conselheira desvalorizar a camisa do clube na imprensa. Para mim, a camisa vale exatamente o que ela paga”, disparou Xexéu, ao acusar Leila de supervalorizar o patrocínio da Crefisa quando ela questionou quem investiria o mesmo montante que a Crefisa no Palmeiras. “O presidente do conselho deliberativo não pode admitir. Quero ver se vai tomar alguma posição contra alguém que trabalha contra o Palmeiras no mercado ou deixará de repreender quem leva a família dele para passear em Nova York.”

O valor do patrocínio anual da Crefisa ao Palmeiras gira em torno de R$ 80 milhões, com a previsão de bônus adicionais para eventuais conquistas de título do Estadual, Copa do Brasil, Libertadores, Brasileiro e Mundial que, somados, chegariam a R$ 40 milhões por ano.

O presidente do conselho deliberativo do clube do Parque Antarctica, Seraphim del Grande, negou ter viajado a Nova York com Leila Pereira, e argumentou que há instrumentos dentro do conselho deliberativo para Xexéu questionar as manifestações da patrocinadora.

“A última vez em que fui para Nova York foi há 50 anos; para Buenos Aires, fui eu e minha mulher, assim como outros casais, para uma partida do Palmeiras, no jato da Leila, o que não gerou custo ao clube”, explicou Del Grande. “Se ele acha que a Leila fez algo errado, pode entrar com pedido de sindicância, mas tem que ter coragem e base, porque se a estiver denegrindo [difamando], talvez seja processado.”

Procurada pelo blog por meio de sua assessoria, Leila Pereira não se pronunciou sobre as declarações de Xexéu.

Apesar de ter criticado Leila e se distanciado de Galiotte, Xexéu não é aliado político do ex-presidente Mustafá Contursi, o que dificulta costuras políticas do lado da oposição. Mustafá foi padrinho político de Galiotte e Leila, mas desde então rompeu com a patrocinadora.

O grupo de Mustafá trabalha pela não-aprovação do aumento do mandato do presidente para três anos, que indiretamente facilita o plano de Leila de ser candidata à presidência do clube.

Na última quinta-feira, Leila deu o pontapé inicial na campanha para que os sócios votem pelo “sim” da reforma do estatuto e também atacou Mustafá.


Em evento de luxo, Leila inicia campanha por mandato maior e ataca Mustafá
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Eduardo Ohata

Crédito: Eduardo Ohata/UOL

Leila Pereira, dona da Crefisa, recebeu na noite desta quinta (28) mais de duas centenas de conselheiros e associados do Palmeiras para um jantar em um luxuoso hotel no Jardim Paulista, cujo slogan era “Eu voto sim! Pela modernidade”. No pontapé inicial de sua campanha pelo “sim” dos sócios à alteração no estatuto que aumenta o mandato do presidente e facilita uma eventual candidatura da dona da patrocinadora já em 2021, ela mencionou e tom crítico o ex-padrinho político e agora desafeto Mustafá Contursi.

A alteração foi aprovada pelo conselho deliberativo, mas precisa ser ratificada pelos sócios por maioria simples. Leila tem previstos outros eventos para fazer um corpo-a-corpo com sócios pelo “sim” e pretende que conselheiros aliados acionem suas bases eleitorais para convencê-los. A votação foi marcada pelo presidente do conselho deliberativo, Seraphim del Grande, para logo após a Copa do Mundo.

Ao mencionar as vantagens da extensão do mandato de dois para três anos, a patrocinadora citou o ex-presidente Mustafá, que mantém força política nos bastidores do clube.

“O mandato de três anos é melhor porque dá mais tranquilidade ao presidente para ele trabalhar, ele não vai precisar parar a cada dois anos para negociar cargos com o Mustafá [Contursi]”, disse Leila a jornalistas, pouco antes do início do evento, para depois se referir a um dos slogans mais associados a Mustafá. “[Time] bom e barato, isso não existe, tem que extirpar essa gente de lá [Palmeiras].”

Ela questionou as críticas das quais a Crefisa foi alvo durante a sessão do conselho deliberativo na segunda-feira (25), que a fez pela primeira vez desde que foi eleita a uma cadeira no conselho pedir a palavra para se defender.

“Todos os clubes de São Paulo procuraram a Crefisa [para patrociná-los], é incrível que de dentro do clube, mesmo que da parte de membros de um pequeno grupo, partam críticas à patrocinadora”, reclamou.

Leila viu como um ato totalmente político a rejeição do balancete de janeiro pelo Conselho de Orientação Fiscal na noite de terça-feira (26),  por causa do aditamento no contrato com a Crefisa para atender exigência da Receita Federal por meio do qual o clube assume dívida de cerca de R$ 120 milhões com a empresa conforme o UOL Esporte noticiou.

“Como rejeitam o balancete de uma gestão apresentou uma arrecadação de mais de meio bilhão [em 2017]?”, perguntou, Leila, de forma retórica. “É claro que fazem isso só para atingir a patrocinadora.”


Críticas fazem Leila pedir a palavra pela 1ª vez no conselho do Palmeiras
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Eduardo Ohata

Leila Pereira, dona da Crefisa, pediu a palavra pela primeira na vez no conselho deliberativo do Palmeiras para rebater questionamentos da parte de colegas conselheiros. A sessão desta segunda-feira (25) que começou sob um clima festivo, à luz da declaração do ex-presidente da Fifa, Joseph Blatter, de que o Palmeiras tem um título mundial, rapidamente ficou pesado.

Quem capitalizou sobre as declarações de Blatter foi o ex-vice de futebol Roberto Frizzo, que “pilotou” o projeto que culminou no reconhecimento do título pela Fifa. Frizzo ouviu palavras de incentivo para novas ações junto à Fifa, que posteriormente passou a ignorar o título da Copa Rio como Mundial, e estímulos para conversar com o presidente do Palmeiras, Mauricio Galiotte, para que o uso da estrela vermelha, que simboliza a conquista de 1951, seja estendida aos uniformes secundários.

O presidente Mauricio Galiotte fez um apanhado geral, elogiou o futebol profissional e enalteceu a equipe sub-17 do clube, que conquistou no início do mês o título mundial sobre o Real Madrid. Todos os conselheiros presentes foram homenageados com medalhas referentes à conquista da base em uma espécie de rito. O mandatário aproveitou para falar sobre a filosofia que levou o time principal a um papel de protagonismo no Campeonato Brasileiro e na Libertadores.

Mas o clima festivo mudou radicalmente após conselheiros pedirem a palavra e questionarem a Crefisa e os resultados do departamento de futebol.

O conselheiro José Corona, eleito pelo grupo do presidente Mustafá Contursi, discordou da filosofia, dos resultados das contratações, do papel de protagonismo, que a seu ver viria só com a conquista de títulos, da querela do clube com a Federação Paulista de Futebol e, finalmente, do aditamento no contrato de patrocínio da Crefisa, que transformou o que seriam doações para contratações e pagamentos de salários na casa dos R$ 100 milhões em empréstimo (o caso ainda está sob análise no Conselho de Orientação e Fiscalização do clube). Por fim, argumentou que durante a gestão de Arnaldo Tirone e Roberto Frizzo, com menos dinheiro e sem estádio, que à época estava em obras, a equipe do Parque Antarctica conquistou o título da Copa do Brasil.

Logo na sequência, quem pediu a palavra foi Ricardo Galassi, oriundo do grupo de Paulo Nobre, que, embora em um tom mais comedido e sem fazer juízo de valores, insistiu na tecla de que os conselheiros deveriam ter acesso ao aditamento do contrato da Crefisa e ouvir explicações detalhadas da patrocinadora.

O terceiro a falar foi Paulo Estevão, em linha com Mauricio Galiotte, elogiou a atual gestão, confirmou que o time, vive, sim, papel de protagonismo e, no que foi interpretada como uma ironia à gestão ex-presidente Mustafá Contursi, disse que acabou a era do time “barato e ruim”.

Apesar de não estar inscrita para falar, Leila pediu a palavra como um direito de resposta, por a Crefisa ter sido citada. Ela reiterou por algumas vezes que a doação foi transformada em empréstimo depois da uma denúncia à Receita Federal, mas não mencionou nomes. Aliados de Leila citam o ex-presidente Mustafá Contursi, ex-padrinho político de Leila, como autor da denúncia, mas ele já negou ter sido o autor da tal denúncia.

Depois de citar que a denúncia fez a Crefisa sofrer uma multa milionária, Leila, de forma firme e enfática, perguntou se quem estava criticando a Crefisa estaria disposto a colocar o mesmo dinheiro do patrocínio da financeira no clube se ela deixasse o clube do Parque Antarctica. Leila aproveitou para rebater e alfinetar Corona ao citar que foi durante a gestão de Tirone, outro ex-aliado de Leila, que a equipe do Parque Antarctica foi rebaixada à segunda divisão.

Àquela altura o clima já estava bastante tenso pelo rumo que a discussão ia tomando, Corona pediu a tréplica, que lhe foi negada, e um quarto conselheiro, Reinaldo Palazzi, em tom apaziguador, pediu o fim da sessão, no que foi acolhido pelo presidente do conselho deliberativo, Seraphim del Grande.

Ao fim da reunião, os conselheiros foram chamados para comer uma pizza, convite que foi prestigiado majoritariamente por aliados de Leila. Por outro lado, conselheiros afinados com Paulo Nobre, Mustafá Contursi e Genaro Marino, potencial candidato à presidência, deixaram o local.


Sócios do Palmeiras votarão mudança que ajudaria Leila Pereira após a Copa
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Eduardo Ohata

O Palmeiras marcou para dia 4 de agosto, após a Copa do Mundo, a votação dos sócios do clube para ratificar, ou não, a alteração no estatuto que aumenta o mandato do presidente do clube e que por tabela facilita a candidatura de Leila Pereira, dona da patrocinadora Crefisa, à presidência do clube.

Não será montado de novo um comitê eleitoral para receber os associados em uma casa próxima ao clube, como ocorreu na campanha de Leila para uma cadeira no conselho do clube do Parque Antarctica, mas ela pedirá a associados o voto pelo “sim” à alteração do estatuto segundo o blog apurou. Ela já acenou com a possibilidade de injetar R$ 60 milhões em incentivos fiscais no clube.

Originalmente, a previsão era de que a votação acontecesse em julho, mas o presidente do conselho deliberativo, Seraphim del Grande, decidiu adiá-la por conta de reformas no ginásio do clube, onde os associados votarão.

A votação da reforma do estatuto no conselho deliberativo aumentou a divisão interna no clube, com decepções tanto do lado de Leila quanto de seu ex-padrinho político Mustafá Contursi em relação a votos que eram dados como certos, conselheiros abandonando grupos por discordar de lideranças e até rachas entre familiares que adotaram posturas diferentes.

Depois da votação, diretores que votaram pelo “não” ou se ausentaram foram desligados da direção do clube, e foi sugerido que diretores da Federação Paulista de Futebol que deixaram de ir à votação se licenciem do clube por suposto “conflito de interesse”.


Recurso do Palmeiras recupera só R$ 500 de R$ 290 mil que sumiram do clube
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Eduardo Ohata

O Palmeiras entrou com recurso na Justiça após ter sido derrotado em primeira instância no caso envolvendo o sumiço de R$ 290 mil no clube, valor que desapareceu em 2010.

A decisão na 34ª Câmara de Direito Privado de São Paulo definiu apenas o ressarcimento de R$ 521,81, valor referente a despesas administrativas não comprovadas a serem restituídas pelo corréu e advogado do clube à época, Pedro Renzo. Também aparecem como réus na ação por enriquecimento ilícito o também advogado Antonio Carlos Corcionne e o conselheiro Francisco Busico.

O ex-diretor jurídico do Palmeiras Antonio Carlos Corcione

Porém, o acórdão apontou que todo o resto da demanda é “improcedente” pela “grande bagunça administrativa” verificada no clube quando ocorreu o desaparecimento dos R$ 290 mil. A ação que deu origem ao processo pedia a devolução, em valores atualizados, de R$ 358.112,70 aos cofres do clube.

O documento, ao qual o blog teve acesso, reconhece que “a situação dos autos realmente é pouco ortodoxa, mas é comum tratando-se da notória bagunça econômico-financeira de grande parte dos grandes clubes brasileiros de futebol. E o Palmeiras encontrava-se à época, o que é também notório, envolvido em um desses períodos de administrações desastrosas e de pouca disciplina e confiabilidade”.

O texto levanta a hipótese de a denúncia contra os réus ter sido feita como uma forma de retaliação da parte de cartolas que chegaram posteriormente ao poder no clube:  “Também é frequente no mundo do futebol (não só nele, logicamente, mas no futebol isso é particularmente notável) que à saída de determinada diretoria a próxima, se dissidente, busque retaliar a anterior de todos os modos possíveis, como forma de fragilizar o grupo político anterior e fortalecer o seu próprio. Aqui houve, de novo notoriamente, à época dos fatos, a saída de um grupo político e a entrada de outro contrário, em clube conflituoso, conhecido por seus “cornetas” e pela alta temperatura de suas dissensões e litígios internos”.

Por fim, é citada a bagunça administrativa do clube: “Isto é relevante para entender que, diante da generalizada confusão financeira e contábil da apelante à época, provada à saciedade pela prova oral constante dos autos, buscou-se apontar nos apelados a conduta da apropriação indébita de R$ 290.000,00, aproximadamente, que se é um valor vultoso, em termos absolutos, em termos relativos é até baixo pelos montantes que envolvem as transações milionárias e os patrocínios estratosféricos que dizem respeito aos grandes clubes do futebol brasileiro, dentre os quais o Palmeiras”.

Cabe recurso em Brasília. Procurado pelo blog, o Palmeiras declinou de comentar oficialmente a ação, costume quando o assunto tem a ver com a Justiça.

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