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Embate político no Palmeiras: diretor é dispensado após 25 anos no cargo
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Eduardo Ohata

O “pacote” de diretores dispensados pelo Palmeiras após a polêmica alteração no estatuto inclui nomes que faziam parte do quadro do clube há décadas, como o médico José Alcione Macedo de Almeida, desde fevereiro de 1993 no departamento médico do clube de forma ininterrupta, e Luciana Santilli, integrante do grupo do ex-presidente palmeirense Paulo Nobre, diretora no clube há uma década e que trabalhava diretamente com as cheerleaders nas partidas da equipe.

Conforme o UOL Esporte relatou, o presidente palmeirense Mauricio Galiotte decidiu dispensar de cargos diretivos no clube conselheiros ligados a Mustafá Contursi e de outros grupos que votaram contra ou faltaram à votação de reforma do estatuto no último dia 21. A mudança facilita os planos de Leila Pereira, dona da patrocinadora Crefisa, de disputar a presidência do clube do Parque Antarctica já em 2021.

Conselheiros dispensados vêem em suas demissões um componente político, e apontam que foram alertados para votar com a situação na reforma do estatuto.

“Uma semana antes da reforma do estatuto um diretor da parte administrativa me avisou que o clube iria dispensar quem não ‘estivesse junto'”, conta Luciana. “Avisei à tarde de que não iria votar porque minha mãe estava com um problema de saúde, o diretor disse que estava tudo bem. Fui pega de surpresa, quando estava indo para um dos jogos trabalhar e me ligaram dizendo que não estava mais no cargo. Em um segundo contato, justificaram que eu ‘não estava junto’.”

Uma estratégia de opositores do aumento do mandato de Galiotte era tentar esvaziar a reunião do conselho deliberativo para que o quórum não fosse atingido.

“Fui dispensado porque votei contra os três anos, até votaria a favor se não valesse para o atual mandato, mas não vou contra minhas convicções, as regras tem que valer para todos”, lamenta o conselheiro vitalício Edevaldo Bellucci, assessor especial da presidência desde a gestão de Luiz Gonzaga Belluzzo. “O Galiotte falou [antes da votação] que independente do resultado o importante seria a união no clube, mas depois aconteceram as demissões, já passo a temer pela paz.”

Os comentários de pessoas ligadas à gestão é de que embora o voto ou campanha contra o aumento do mandato tenha pesado nas demissões, em alguns dos casos já haviam sido identificadas diferenças de filosofia entre direção e conselheiros dispensados. Foram dispensados cerca de oito conselheiros com cargos.

Inquirido pelo blog sobre Luciana, Alcione e Bellucci, o Palmeiras não se manifestou oficialmente sobre o assunto.

 


Leila x Mustafá: Palmeiras quer que diretores da FPF se licenciem do clube
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Eduardo Ohata

O Conselho Deliberativo do Palmeiras recebeu um pedido de conselheiros para abertura de sindicância para apurar se houve pressão da Federação Paulista de Futebol sobre três de seus diretores, que também são conselheiros do clube, para faltarem à votação da reforma do estatuto do clube semana passada.

O presidente do conselho, Seraphim del Grande, após examinar o pedido, agendou reuniões entre esta terça (29) e sexta (dia 1º) com os conselheiros Américo Calandriello (vice de relações institucionais da FPF), Domingos Cangiano (ouvidor de competições) e Luis Antonio Vidal (vice do Tribunal de Justiça Desportiva). O cartola conversará com o trio e sugerirá que se licenciem do Palmeiras enquanto ocuparem seus cargos na federação para evitar mais desgastes.

O motivo apontado para justificar o pedido de sindicância foi um possível conflito de interesse entre os cargos de direção na federação e a posição de conselheiros do clube, já que a direção do Palmeiras e a FPF estão em guerra desde a final do Paulista. Desde então, o presidente Mauricio Galiotte chamou o Estadual de “Paulistinha”, tentou impugnar o resultado no TJD, e foi suspenso pelo tribunal pelo ataque ao Estadual. Informalmente, conselheiros perguntam de que lado o trio ficaria se acontecesse uma nova polêmica envolvendo o clube e a federação. A ausência de quórum poderia ter inviabilizado a votação e, consequentemente, o aumento de mandato que já tem efeito na atual gestão de Galiotte. A mudança terá de passar agora pelo crivo dos associados do clube.

A votação aumentou o tempo de mandato do presidente de 2 para 3 anos, o que facilita os planos de Leila Pereira, dona da patrocinadora Crefisa, de disputar em 2021 a presidência do Palmeiras e que encontrou oposição especialmente, mas não exclusivamente, do grupo de Mustafá. Desde a votação, conforme o UOL Esporte revelou, a direção do clube começou a dispensar  de cargos diretivos conselheiros ligados ao ex-presidente Mustafá Contursi e até de outros grupos que votaram contra a alteração ou que faltaram à sessão.

Há quem não concorde com a iniciativa de uma sindicância, como o ex-vice de futebol, Roberto Frizzo. que votou contra a proposta de aumento do mandato e, especialmente, que ela afetasse a gestão de Galiotte.

“Conceitualmente, nada há de errado em conselheiros do Palmeiras fazerem parte da federação, mesmo em um momento no qual o presidente do clube tem divergências em relação ao presidente da federação”, diz Frizzo. “Outras agremiações têm conselheiros em cargos na federação, é um prestígio para um clube ter um representante eleito por seus associados trabalhando na entidade responsável por organizar o futebol no estado.”

Calandriello justificou ao blog sua ausência na votação sob o argumento de que passou por uma cirurgia na segunda-feira, o que afastaria o argumento de “pressão”. Mas, na própria segunda-feira, a cerca de uma hora do início da votação, havia afirmado que ainda não sabia se iria votar ou não.

Vidal explicou que estava em viagem de trabalho na segunda-feira (21), além de argumentar que o voto na reforma do estatuto não era obrigatório, deixar claro que não pertence a nenhum grupo político no Palmeiras, e afastar que houve pressão da FPF, da qual o TJD é independente.

Cangiano não retornou as ligações do blog. Procurada pela blog, a FPF afirmou que “a Federação Paulista de Futebol não se envolve em assuntos internos de seus clubes filiados”.


Queda de braço entre Leila e Mustafá ameaça intensificar racha no Palmeiras
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Eduardo Ohata

O primeiro embate direto na queda de braço entre Leila Pereira, dona da patrocinadora Crefisa, e o ex-presidente Mustafá Contursi, com a aprovação da reforma do estatuto nesta segunda-feira (21), expôs um racha interno no Palmeiras, e o risco de ele aumentar. O conselheiro Genaro Marino, do grupo do ex-presidente Paulo Nobre, deixou a votação ladeado por aliados de Mustafá, que discutem com ele a possibilidade de se lançar candidato à presidência do clube.

Mustafá e o presidente Mauricio Galiotte, oficialmente, continuam aliados. Mas companheiros do ex-presidente apontam que Galiotte se posicionou a favor da mudança do mandato de dois para três anos, o que indiretamente facilita uma eventual candidatura de Leila à presidência. Eles alegam que o atual presidente teria feito uso da máquina, oferecendo cargos por votos. Por meio de sua assessoria, Galiotte negou que tenha oferecido cargos em troca de votos, e acrescentou que ninguém estava autorizado a fazê-lo em seu nome.

Logo após a votação, o grupo de Mustafá, capitaneado pelo próprio, se reuniu em uma pizzaria da região para discutir suas próximas estratégias. Pelas contas do grupo, a vitória de Leila aconteceu por uma margem de apenas três votos, o que daria fôlego para futuros enfrentamentos. Mas como, se a aprovação da mudança aconteceu por 143 votos favoráveis à alteração (eram necessários 141), 79 contra e 2 abstenções? O grupo contabilizou como “contra” os 79 contra, as duas abstenções e mais os 56 conselheiros que não compareceram. De fato, como o blog havia revelado, uma estratégia de Mustafá foi convencer quem não estivesse à vontade para votar contra a mudança a não aparecer, dificultando que o quórum fosse alcançado.

O fato é que que houve surpresas de ambos os lados, com votos com os quais se contava indo para o lado adversário, conselheiros que deixaram seus grupos porque foram contra a posição adotada por eles, e até pai votando por uma opção e o filho o contrariando, entre outros casos de divisão interna no clube.

A decisão do conselho deliberativo vai, agora, provavelmente em julho, passar pelo crivo do associado, o que promete um novo embate entre Leila e Mustafá.

Paulo Nobre, cujo nome sempre surge quando se fala em eleição no clube, não mostra interesse em retornar, ao menos por hora, como o blog apontou.

Na reunião do conselho também foi aprovada a adequação do estatuto à Lei de Incentivo Fiscal, por meio da qual Leila acenou com mais aportes financeiros.

Por outro lado, Mustafá comemorou o veto à diminuição do número de conselheiros vitalícios, pois trabalhou contra essa mudança nas últimas semanas.

 

 


Leila e Mustafá: Como será seu primeiro embate direto após o rompimento
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Eduardo Ohata

A dona da Crefisa, Leila Pereira, e o ex-presidente do Palmeiras Mustafá Contursi, se preparam para seu primeiro embate direto desde que romperam. A dupla medirá forças na votação da reforma do estatuto do clube, marcada para a próxima segunda-feira (21).

A votação aberta favorece a proposta de três anos, com uma reeleição, de interesse indireto de Leila, já que facilita seu plano de disputar a presidência do clube. Conselheiros com cargos na gestão de Galiotte e com ligações com Mustafá podem se sentir constrangidos em votar por um mandato menor do presidente da direção da qual eles próprios fazem parte. Por outro lado, para a proposta passar, é necessária aprovação da maioria do conselho: Metade mais um de um total de 284 conselheiros (143 votos favoráveis). Há cartolas que fiéis a Mustafá que para não se queimar com Galiotte cogitam, simplesmente, não ir votar. Ou seja, o não-comparecimento de conselheiros favorece quem é contra o aumento do mandato do presidente de dois para três anos.

Leila organiza um jantar nesta quinta-feira (17), no luxuoso hotel Intercontinental, no Jardim Paulista, para o qual convidou duas centenas de conselheiros. Até conselheiros ligados a Mustafá foram convidados e planejam comparecer, embora ressaltem que votarão contra a proposta de três anos. Durante o evento Leila vai expor seus argumentos, que inclui a possibilidade de investimento de dinheiro no clube por meio da Lei de Incentivo Fiscal.

Conselheiros alinhados contra o aumento do mandato de dois para três anos, além de classificar a alteração de “casuísta”, miram na atual gestão ao lançar mão de um argumento extremamente boleiro para defender um mandato de apenas dois anos, ao apontar que na atual gestão o Corinthians venceu seis derbies e o Palmeiras, apenas um, permitindo que o Corinthians empatasse a série histórica com 126 vitórias de cada lado (o levantamento do site oficial do Palmeiras mostra o time do Parque Antarctica à frente em derbies vencidos, mas contabiliza partidas disputadas sob as regras do Torneio Início).

“Essa questão da reforma do estatuto não passa pelo gramado, é uma questão de afiliações a grupos políticos, os conselheiros já estão fechados com suas lideranças”, aponta Wlademir Pescarmona, do grupo UVB, que apoia o aumento do mandato de dois para três anos. “Se tiver conselheiros que se dizem ‘independentes’, devem ser só uns dez ou quinze, no máximo.”

Leila, nos últimos dias, classificou como “machismo” durante entrevistas o movimento contra o aumento do mandato de Galiotte, por ter o potencial de beneficiá-la indiretamente. Conselheiros contrários a Leila questionaram como pode falar em “machismo” se foi eleita conselheira com votação histórica diante de associados e conselheiros e depois teve a validade de sua eleição ratificada quase que por aclamação no conselho.


Leila acena com até R$ 60 mi a mais a clube se mandato de Galiotte aumentar
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Eduardo Ohata

Cartolas do Palmeiras ouviram de Leila Pereira, dona da Crefisa, que pretende investir até R$ 60 milhões no Palmeiras em incentivos fiscais se for aprovado o aumento do mandato do presidente do clube, Maurício Galiotte, de dois para três anos com apenas uma reeleição. A informação foi confirmada ao blog por pessoas com muita proximidade a Leila. A reunião do conselho deliberativo que votará a alteração no estatuto do clube está marcada para o próximo dia 21.

“A Leila já demonstrou que quer investir no Palmeiras e explicou que pela lei atual, suas empresas podem destinar entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões via incentivos fiscais, mas há ainda possibilidade de esse valor passar para até R$ 50 milhões ou R$ 60 milhões, se um projeto de lei que altera a alíquota de 1% para 3%, em trâmite, for aprovado”, explica o presidente do conselho deliberativo do Palmeiras, Seraphim del Grande.

Além da proposta do aumento do mandato de presidente para três anos com uma reeleição, outra proposta de alteração do mandato do presidente do Palmeiras já apresentada sugere três mandatos de dois anos cada, também totalizando seis anos (com duas reeleições). Mas essa segunda proposta inviabilizaria o uso do dinheiro via incentivo fiscal.

O redator da Lei Pelé, o advogado Heraldo Panhoca, aponta que o limite de uma reeleição é condição para um clube receber a verba da Lei de Incentivo.

“Segundo o artigo 18-A da Lei 9.615/98, que trata das condições para que o clube possa receber verba pública, ‘somente poderão receber recursos da administração pública federal direta e indireta caso… seu presidente ou dirigente máximo tenham o mandato de até 4 (quatro) anos, permitida 1 (uma) única recondução. Não importa a duração dos mandatos, desde que seja de até quatro anos, mas há o limite de apenas uma reeleição.”‘

A verba obtida por meio da Lei de Incentivo Fiscal não poderá ser destinada ao futebol profissional. O montante teria, obrigatoriamente que ser destinado a categorias de base ou a modalidades ditas amadores, como o vôlei, basquete etc, desde que o projeto seja aprovado pelo Ministério do Esporte.

Indiretamente, a alteração do mandato do presidente favorece os planos de Leila de se candidatar à presidência do Palmeiras no futuro. De acordo com o estatuto em vigor, o mandato de Galiotte termina em dezembro deste ano e, se reeleito, ficaria no poder até dezembro de 2020.

Conforme o blog revelou, Leila, informalmente, abriu campanha pelo aumento do mandato do presidente do Palmeiras. Na próxima semana, Leila assumirá oficialmente sua posição, em um jantar em um luxuoso hotel para o qual convidou cerca de 200 conselheiros do clube.

 

 

 

 


Em evento de luxo para 200 conselheiros, Leila defenderá aumento de mandato
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Eduardo Ohata

Leila Pereira, dona da Crefisa, assumirá, oficialmente, sua posição a favor do aumento do mandado do presidente do Palmeiras durante um jantar que organiza no hotel Intercontinental, no Jardim Paulista, no próximo dia 17. A conselheira convidou cerca de duas centenas de conselheiros do clube, de um total de 284 membros do conselho deliberativo que formam o colégio eleitoral da mudança de estatuto.

A dona da patrocinadora do clube defenderá, durante o evento, a proposta, com votação marcada para o próximo dia 21, que aumenta de dois para três anos, com direito a uma reeleição, o mandato de presidente do clube.

Ela argumentará que um mandato de três anos dará ao presidente mais independência politica ao presidente eleito, para dirigir o clube sem ter que se submeter a lideranças da agremiação em troca de apoio político, o blog apurou com pessoas próximas a Leila. Apesar de não mencionar diretamente o nome de seu ex-padrinho político Mustafá Contursi, com quem está rompida, o argumento muito provavelmente se refere à influência política do ex-presidente.

Conselheiros ligados a Mustafá, por sua vez, defendem mandatos de dois anos, com direito a duas reeleições. Leila também planeja argumentar contra essa proposta, ao apontar que a cada eleição o clube acaba se dividindo politicamente. E, por fim, lembrará que mandatos de três anos e apenas uma reeleição se adequam à Lei de Incentivo Fiscal se e quando o clube necessitar recorrer a esta fonte para buscar dinheiro.

Indiretamente, a alteração do mandato de presidente favorece os planos de Leila de sair candidata a presidente do Palmeiras em 2021. O presidente do conselho deliberativo, porém, ressalta que a proposta de mandato de três anos vem desde a época do ex-presidente Paulo Nobre, ao rebater críticos, como o ex-vice de futebol Roberto Frizzo, que apontam “casuísmo”.

Leila já vinha se reunindo com conselheiros durante almoços, jantares ou viagens em seu jatinho particular, e defendia, informalmente, o aumento de mandato, como o blog revelou.

 

 


Dúvida do que fazer com Del Nero alimenta discussões internas no Palmeiras
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Eduardo Ohata

Expulsão do clube, suspensão temporária, paciência até que todos os recursos estejam esgotados, e até o perdão são algumas das opções levantadas por lideranças do Palmeiras em relação a Marco Polo Del Nero depois da decisão da Fifa de bani-lo do futebol. Mas qual é o rito a ser seguido, segundo o estatuto do clube, até que o ex-presidente da CBF seja, ou não, punido?

Um grupo de 18 conselheiros encaminhou ao presidente do conselho deliberativo, Seraphim del Grande, um abaixo-assinado pedindo que o órgão vote a suspensão imediata de Del Nero. O pedido motivou Del Grande a consultar o presidente do executivo, Mauricio Galiotte, sobre, à luz da decisão da Fifa, a necessidade de expulsar Del Nero do clube.

“Se a Fifa, órgão máximo do futebol, após investigações, concluiu que [Del Nero] tem que ser banido do futebol, ele não pode estar em um conselho deliberativo que trata de futebol. Visto que foi banido, tem que ser excluído do quadro de conselheiros do Palmeiras”, argumenta Vicente Criscio, um dos signatários da carta a Del Grande e apontado como possível candidato à presidência do clube. “Não se trata só da implicação legal, que fez o Del Grande pedir ao Galiotte para perguntar à Fifa se Del Nero pode seguir como associado do Palmeiras, essa pergunta é desnecessária, um caminho desnecessário, é uma questão quase que moral, ‘sai de lá, sai daqui'”.

Mas entre aqueles que tomaram a iniciativa em relação à produção do abaixo-assinado há quem defenda que se trata de uma medida preventiva, não um julgamento antecipado, caso do conselheiro Sylvio Mukai. “O pedido foi de suspensão temporária, até porque devem existir recursos das decisões da Fifa”, explica Mukai. “Não quero que pulem etapas, que se cometam exageros, apenas que Del Nero seja suspenso como conselheiro do Palmeiras até que tudo tenha sido transitado, julgado e a Fifa chegado a uma decisão final”.

O secretário-geral do Palmeiras, Elio Esteves, defende que o clube adote uma posição apenas depois que todos os recursos da defesa tenham sido esgotados em todas as instâncias, além de analisar se a determinação é aplicável sob as condições do estatuto do clube.

Há, ainda, quem opte por separar totalmente o episódio Fifagate da atuação de Del Nero dentro do clube, onde deu os primeiros passos como cartola. “Ele não trouxe prejuízo diretamente ao Palmeiras, seu pai foi um jogador importante na história do clube [José Del Nero, que fez gol no jogo que marcou a mudança de Palestra para Palmeiras], além de seu filho [Marco Polo Del Nero Filho] ser conselheiro do clube”, defende o ex-vice de futebol Roberto Frizzo. “Acho que não só na esfera esportiva, mas dependendo da decisão da Fifa, ele tem todo direito de se defender até na justiça comum, já que o Palmeiras não trata só de esporte, mas é um clube social”.

Polêmicas à parte, segundo o estatuto do clube, a suspensão ou expulsão de Del Nero não é automática, independente da decisão da Fifa. O blog conversou com Del Grande e com conselheiros que presidiram comissões de sindicância para elencar o rito a ser seguido:

– O presidente do executivo ou do COF (Conselho de Orientação Fiscal) pedem a abertura de sindicância ou, segundo Del Grande, 60 conselheiros devem encaminhar a ele um abaixo-assinado pedindo a sua abertura (outros cartolas que já presidiram comissões apontaram ser necessárias 51 assinaturas, o que pouco muda o cenário atual)

– É formada uma comissão de sindicância

– A comissão estuda o caso, elabora um relatório e sugere uma punição

– O relatório é submetido a votação no conselho deliberativo

– Após a votação, dependendo da decisão dos conselheiros, cabe recurso junto ao COF

– Há, ou não, punição, dependendo de a decisão do conselho deliberativo ser ratificada no COF

“O ideal é que uma comissão de sindicância seja formada apenas depois da conclusão do caso. Como é que fica se Del Nero for punido pelo clube, expulso e depois for absolvido pela Fifa?”, questiona Del Grande. “Mas, se chegarem com 60 assinaturas de conselheiros, não tem problema, eu abro uma comissão de sindicância, só que há esse risco.”

 

 

 

 


Clubes pedem mais tempo à Turner para negociar indenização por TV aberta
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Eduardo Ohata

Clubes que fecharam contrato de TV fechada do Brasileiro a partir de 2019 com o Esporte Interativo pediram mais prazo para negociar a compensação financeira oferecida pelo canal da Turner para quem não acertar com a Globo contratos de TV aberta e pay-per-view.

O prazo original vence no próximo dia 30, a segunda-feira entre o final de semana e o feriado do dia 1º de maio (Dia do Trabalho).

A cláusula tem caráter indenizatório, trata-se de um “seguro”, ou “prêmio”, para as agremiações que assinaram com o Esporte Interativo, em relação ao risco de ficar sem o valor referente ao contrato de TV aberta, já que havia temor da parte dos clubes de represálias na forma de um boicote por parte da Globo. A compensação oferecida pela Turner cobre duas temporadas: 2019 e 2020.

Cartolas de clubes que negociam a extensão do prazo com o Esporte Interativo, e que estão otimistas de que serão atendidos, alegam ter detectado discrepâncias em relação aos valores originais das indenizações aos atuais. Por outro lado, alegam não estar à vontade para assinar já com a Globo por conta do fator redutor adotado para quem negociou os direitos da TV fechada com a Turner. Eles argumentam que o prazo é muito pequeno para tomar decisão tão complexa e que terá impacto no futuro financeiro dos seus clubes.

“A tendência é que clubes e Esporte Interativo acertem uma extensão desse prazo que vence no último dia do mês”, analisa Guilherme Bellintani, presidente do Bahia, um dos cartolas ouvidos pelo blog que negociam um pouco mais tempo para tomar as suas decisões.

Existe forte expectativa em torno das decisões de Palmeiras, Atlético-PR e Bahia, que ao lado de Santos, foram os clubes que defenderam com mais força o endurecimento das negociações com a Globo. O Santos posteriormente, sob nova gestão, negociou os direitos de TV aberta e pay-per-view com a emissora do Rio.

Fecharam com o Esporte Interativo pelo período entre 2019 e 2024: Atlético-PR, Bahia, Ceará, Coritiba, Criciúma, Fortaleza, Joinville, Palmeiras, Paraná, Paysandu, Ponte Preta, Santos, Sampaio Correa e Santa Cruz (que posteriormente alegou ter assinado apenas um pré-contrato, alegação rebatida pelo Esporte Interativo).

O contrato do Internacional com o Esporte Interativo cobre o biênio 2019-20 porque o período até 2024 dependia de ratificação do conselho deliberativo, que não ocorreu. Ele fechou, posteriormente, acordo com a Globo cobrindo todas as mídias entre 2021 e 2024.

Procurado pelo blog, o canal Esporte Interativo informou que “em respeito aos clubes e às cláusulas de confidencialidade, o Esporte Interativo não comenta contratos”.


Dúvida em torno de futuro de Paulo Nobre divide oposição no Palmeiras
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Eduardo Ohata

O ex-presidente do Palmeiras Paulo Nobre não planeja concorrer na próxima eleição do clube, disseram ao blog pessoas próximas a ele. Segundo uma delas, o cartola também foi sondado para concorrer a um cargo político na próxima eleição, mas recusou. Em um brevíssimo contato com o blog, Nobre demonstrou estar concentrado em sua carreira de piloto de rali, e não mostrou interesse em falar sobre o clube.

O presidente Maurício Galiotte tem vivido um bom momento entre os associados em razão de melhorias na parte social do clube, como a acessibilidade com a disponibilização de carrinhos de golfe, o que agradou especialmente a demografia de idosos.

Mas até grupos aliados de Galiotte reconhecem que sua reeleição passa pela campanha do time em campo. “Em um clube, o futebol influi na eleição, sempre influi; mas a equipe tem bons jogadores, agora é só questão de ganhar um dos campeonatos [na temporada]”, analisa Wlademir Pescarmona, líder do grupo União Verde e Branca, do ex-presidente Luiz Gonzaga Belluzzo e que apoia Galiotte.

Com Nobre fora de cena, ao menos no momento, alguns nomes já são citados como possíveis candidatos para concorrer com Galiotte, como o ex-vice de futebol Roberto Frizzo, os conselheiros José Corona, Vicente Criscio e o primeiro vice dessa gestão, Genaro Marino.

Existe um trabalho para viabilizar como candidato o nome de Marino, membro do grupo Academia, de Paulo Nobre, inclusive com a tentativa de apoio do ex-presidente Mustafá Contursi, que segue como força política dentro do clube. Durante reunião do Sindicato do Futebol, entidade presidida por Mustafá, no início do ano, Marino, representando o Palmeiras na ocasião, sentou-se à mesa com Mustafá e outros dois conselheiros do grupo do ex-presidente, Antonio Neto e Ricardo Pisani. Uma ideia trabalhada é que encabece uma chapa, com dois conselheiros que já tiveram atuação no clube, um com experiência e outro mais novo e com perfil mais dinâmico.

Ao ser procurado pelo blog, Marino desconversou. Só comentou que esse tipo de assunto fica mais claro a partir do meio do ano.

Paralelamente, segue o embate, em várias frentes, entre Mustafá e Leila Pereira, dona da Crefisa, em campanha pela aprovação da alteração no estatuto que estende de dois para três anos o mandato do presidente, e que antecipa e facilita seu plano de concorrer à presidência do clube. A mudança permitiria que Leila dispute já em 2021 a presidência do clube, como sucessora de Galiotte, possivelmente com seu apoio. Se for reprovada, adia em dois anos a provável candidatura e sob risco de não contar com o apoio do sucessor de Galiotte, que pode inclusive buscar a reeleição. Leila já afirmou publicamente que deseja concorrer tão logo seja possível.

Leila tem falado sobre o assunto em conversas com conselheiros do Palmeiras durante viagens em seu jatinho particular para acompanhar partidas do Palmeiras, ou em almoços para os quais convidou. Até mesmo conselheiros aliados de Mustafá participaram de almoço com ela, no qual também estava presente seu marido, José Roberto Lamacchia. Ouviram da proprietária da patrocinadora argumentos sobre como o aumento do mandato do presidente traria benefícios para a gestão e, por consequência, para o Palmeiras.

Em uma das viagens em seu jatinho para acompanhar uma das partidas do Palmeiras, um conselheiro que ouvia os argumentos de Leila questionou se ela não estava defendendo a mudança no estatuto porque, por tabela, também seria beneficiada. Ouviu como resposta que a mudança não beneficiaria só a ela, mas qualquer outro conselheiro que pretenda disputar a presidência do Palmeiras.

 


Palmeiras contrata advogado de José Dirceu para representá-lo
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Eduardo Ohata

O Palmeiras contratou para representá-lo no caso da final do Paulista-18 o advogado José Luís Oliveira Lima, que defendeu o ex-ministro José Dirceu no episódio do Mensalão. Lima também é o advogado no Brasil do empresário J Hawilla, que fez acordo de delação premiada com a Justiça dos EUA no escândalo de corrupção envolvendo negócios no futebol, Conmebol e Fifa.

O advogado José Luís Oliveira Lima faz anotação durante sessão do Tribunal de Justiça Desportiva

O advogado já participou nesta terça-feira (17) da sessão do Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol, no caso da final do Paulista, entre Palmeiras e Corinthians, que envolve uma polêmica envolvendo uma suposta irregularidade envolvendo a arbitragem apontada pelo Palmeiras.

Hoje foram colhidos os depoimentos do delegado da partida, árbitros e diretor de arbitragem. O TJD os convocou para prestar esclarecimentos sobre os motivos de o árbitro Marcelo Aparecido ter voltado atrás na marcação de um pênalti sobre Dudu no jogo de volta da decisão do Paulista.

Após pedido do Palmeiras, que alega que houve interferência externa na arbitragem, o tribunal instaurou um inquérito para apurar os fatos.

Após a partida, em um inflamado discurso, o presidente do Palmeiras, Mauricio Galiotte, informou que estava rompendo com a FPF, além de desqualificar a relevância do Estadual.