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Arquivo : Seleção brasileira

Impasse com Globo faz CBF correr para ter seleção na TV aberta em 2018
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Eduardo Ohata

A CBF terá que, por força da lei, garantir a exibição das partidas oficiais da seleção brasileira na TV aberta em 2018.

“Todos os jogos das seleções brasileiras de futebol, em competições oficiais, deverão ser exibidos, pelo menos, em uma rede nacional de televisão aberta, com transmissão ao vivo, inclusive para as cidades brasileiras nas quais os mesmos estejam sendo realizados”, dita o artigo 84-A da Lei Pelé.

O objetivo da inclusão desse artigo, em 2000, era impedir que algum grupo adquirisse os direitos das partidas da seleção nacional na TV aberta e fechada, não exibisse na aberta, obrigando quem quisesse assisti-las a adquirir um pacote de TV por assinatura. Porém agora criou, inadvertidamente, uma dor de cabeça para a CBF.

A confederação negociará em pacote, dentro dos próximos meses, os direitos dos amistosos e jogos oficiais da seleção para o próximo ciclo de Copa do Mundo. A entidade informou a interlocutores no mercado que pretende contratar uma agência para cuidar da negociação dos direitos.

Para os amistosos na Austrália, que não tinham a obrigatoriedade de exibição na TV aberta, a CBF comprou espaço na grade da TV Brasil após não chegar a um acordo financeiro com a Globo, que vinha exibindo os jogos da seleção, e também chegou a acordo, muito provavelmente semelhante, com a TV Cultura na TV aberta. Mas recebera negativas de Band, Record, na aberta, e não chegou a um consenso com emissoras de esportes na TV fechada.

É muito provável que para o contrato de longo prazo a ser negociado nos próximos meses pelos amistosos e jogos oficiais da seleção, a CBF irá preferir receber, e não pagar ou ceder graciosamente, pela transmissão das partidas da equipe nacional.

O segundo jogo acontece nesta terça-feira, às 7h, novamente com transmissão ao vivo da TV Cultura e TV Brasil. O UOL fará a transmissão pela internet e também pela sua página no celular. O primeiro amistoso, contra a Argentina, fez a Cultura quintuplicar sua audiência, porém não abalou a da Globo, que permaneceu a mesma das quatro sextas-feiras anteriores.

Os amistosos da seleção na Austrália também serão exibidos pelas mídias sociais da confederação e de sua patrocinadora na área de telefonia.

Mesmo que a CBF repita isso com os jogos oficiais da seleção, não a exime de buscar, obrigatoriamente, um parceiro na TV aberta, apesar do alcance e popularidade da internet.

“Não importa se a CBF abriu espaço na internet, isso não substitui o que está previsto em lei”, explica Heraldo Panhoca, jurista responsável pela redação da Lei Pelé, ao lembrar que o artigo 84-A não fazia parte da redação original da lei. “Ou seja, a confederação terá que encontrar, obrigatoriamente, uma TV aberta para exibir as partidas oficiais da seleção.”

Pessoas ligadas à CBF ouvidas pelo blog apontaram que a legislação ficou “antiga”, já que foi redigida antes que o acesso à internet estivesse tão popularizado como agora e antes até da criação das mídias sociais.


Com seleção, TV Cultura quintuplica audiência, mas Globo mantém patamar
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Eduardo Ohata

A TV Cultura, com o amistoso da seleção brasileira nesta manhã, registrou em São Paulo audiência cinco vezes maior do que costuma obter no mesmo horário às sextas-feiras. Porém ficou em quarto lugar entre as TVs abertas, atrás de Globo, Record e SBT.

A TV pública alcançou 2,3 pontos de audiência, entre as 7h12 e 9h06, horário em que a bola rolou na derrota do Brasil para a Argentina. A média da Cultura nas últimas quatro sextas-feiras foi de 0,4 pontos.

No mesmo período, a líder TV Globo liderou a audiência no horário com 11,3 pontos, em medição prévia do Ibope, que está sujeita a alterações até a divulgação dos dados consolidados, provavelmente na segunda-feira. Trata-se da mesma média de audiência que a Globo atingiu nas últimas quatro sextas-feiras.

Como parâmetro de comparação com o amistoso de hoje, o último amistoso da seleção exibido pela Globo, Brasil x Colômbia, em janeiro, obteve 25,3 pontos, embora tenha sido transmitido no horário nobre.

O último amistoso realizado em um horário próximo ao de hoje e exibido pela Globo foi Brasil x Japão, em outubro de 2014, quando a emissora registrou 11,1 pontos de audiência.

A CBF levou os amistosos da seleção na Austrália ao mercado após não chegar a acordo com a Globo, que vinha exibindo todas as partidas da seleção brasileira.

Durante o mesmo período em que a bola rolou no jogo da seleção, a Globo exibiu o jornalístico “Bom dia Brasil” e o programa de variedades “Mais Você”.

Também em São Paulo, a TV Brasil, que também exibiu o amistoso, após a CBF comprar espaço na grade, bateu nos 0,6 pontos.

No horário, a Record ficou com 5,2 pontos; SBT, com 3,5 pontos e Band, com 1,1.

A medição é do Ibope, com dados da Grande São Paulo.

A equipe comandada por Tite volta a campo na próxima terça-feira, na Austrália, contra a dona da casa. A transmissão na TV será feita novamente por Cultura e TV Brasil.

 

 

 


Entenda por que Globo não entrou em disputa forte por amistosos da seleção
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Eduardo Ohata

“A Globo prefere atacado, e não varejo”. Essa frase do diretor de direitos esportivos da Globo, Fernando Manuel Pinto, explica o motivo que levou a emissora a não entrar em uma briga forte pelos direitos dos amistosos da seleção, contra Argentina e Austrália, nos dias 9 e 13, em Melbourne. E também deixa transparecer que foi uma questão financeira que inviabilizou a transmissão dos jogos pela Globo.

Após a negociação da CBF chegar a um impasse com a Globo, a confederação comprou espaço na grade da TV Brasil para transmissão da partida, levou negativas da Band e Record, negocia com uma terceira emissora de TV aberta e com canais de esporte na fechada.

O blog questionou o executivo sobre a polêmica que passou a envolver os dois amistosos da seleção, CBF e Globo. Mas Fernando Manuel, diplomático em relação à confederação, evitou se referir de forma específica aos amistosos da seleção brasileira.

“O Grupo Globo, assim como outros players de mídia que investem em direitos mundo afora, de fato valoriza as discussões de aquisição no atacado e não no varejo”, argumentou ao blog o executivo. “As propriedades se tornam mais interessantes quando contratadas com antecedência e por ciclo de competições, às vezes de seis anos, como fizemos com o Brasileiro [de 2019 a 2024], Copa do Brasil, Copa do Mundo e Olimpíada.”

O blog o questionou sobre o caso dos dois amistosos da seleção e, de novo, Fernando Manuel, evitou citar especificamente os dois jogos que vem causando polêmica com a CBF. Mas a explicação claramente cabe à situação.

“Em negociações pontuais muitas vezes não se consegue sequer mensurar, planejar e construir o retorno esperado ao investir nos direitos, além de não trazer a necessária segurança de que você estará ‘regando no lugar certo para colher os frutos esperados depois’. Só o longo prazo, com antecedência e preparação, traz isso”, apontou o executivo, ao fazer uma ressalva. “Isso não significa que não fazemos acordos pontuais, claro que fazemos, mas especialmente em produtos de alto investimento levamos em consideração o quão estratégico será, na venda do conteúdo aos patrocinadores e anúncio ao público, poder falar, ‘olha, tenho essa propriedade no meu portfólio até 2024’, por exemplo.”


CBF põe amistosos da seleção no mercado, mas não chega a acordo com Record
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Eduardo Ohata

A Record foi procurada por representantes da CBF, que ofereceram os direitos de transmissão dos amistosos da seleção com a Argentina e a Austrália, nos próximos dias 9 e 13, em Melbourne. Porém emissora e entidade acabaram não chegando a um acordo.

Os dois amistosos já haviam sido oferecidos à Band, que desistiu de exibi-los. Na TV aberta, até o momento, a transmissão está garantida pela TV Brasil, onde a CBF comprou um espaço para a transmissão.

Um obstáculo para um negócio desse porte ser fechado de última hora é que o pouco tempo até as partidas dificulta a captação da parte das emissoras de patrocinadores no mercado.

A busca da CBF por parceiros para a transmissão da partida, que no Brasil acontece no período da manhã, não se limita à TV aberta.

Entre as TVs por assinatura, pelo menos uma emissora confirmou ao blog ter recebido proposta da CBF.

As partidas também serão transmitidas por mídias sociais de patrocinadores da confederação.

A Globo, que vinha transmitindo as partidas da seleção com exclusividade e com quem a CBF negociava até o início de segunda-feira, não exibirá os amistosos, como revelou nesta segunda-feira reportagem da “Folha de S.Paulo”.

Desde o jogo da amizade, entre Brasil e Colômbia, há ruído na relação entre CBF e Globo. Naquela oportunidade, o sinal do jogo foi oferecido gratuitamente pela CBF a todas as emissoras.


Band desiste de transmitir amistosos da seleção na Austrália
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Eduardo Ohata

A Band não exibirá mais os amistosos da seleção brasileira em junho, contra Argentina e Austrália, nos dias 9 e 13, em Melbourne, na Austrália.

Fazia parte dos planos da CBF que as duas partidas tivessem exibição na TV Brasil, onde a confederação comprou horário para a transmissão, e também na Band.

O jogo também terá transmissão em plataformas digitais (Facebook) da confederação, com narração de Nivaldo Prieto, da Fox Sports, e comentários de Pelé.

A decisão da CBF aconteceu após não ter chegado a um acordo comercial com a Globo, com quem ainda conversava no fim de semana passado e início desta semana a fim de viabilizar a transmissão.

No jogo entre a seleção brasileira e a Colômbia, em homenagem às vítimas do vôo da Chapecoense, Globo e CBF já haviam discordado sobre questões relacionadas aos direitos de transmissão e não chegaram a um acordo.


Por que a CBF trocou a Globo pela TV Brasil nos amistosos na Austrália
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Eduardo Ohata

A Globo, que vinha transmitindo as partidas da seleção brasileira com exclusividade, não exibirá os amistosos da equipe nacional na Austrália.

A emissora chegou a abrir negociação com a CBF para a aquisição dos direitos das partidas da seleção com a Argentina, no dia 9, e com a Austrália, no dia 13, em Melbourne.

Além de fechar a transmissão com a TV Brasil e negociar com a Band, a CBF estuda fechar também com uma empresa de telefonia, no caso a Vivo, a transmissão dos jogos por celular. Dentro da confederação, são levadas fortemente em conta as possibilidades abertas com as novas tecnologias como as mídias sociais.

A Globo discorda que “esta seja a melhor solução para todas as partes” (veja a nota oficial ao fim do post).

A narração, de Nivaldo Prieto, da Fox Sports, e comentários, que ficarão a cargo de Pelé, serão feitos “off tube” (do estúdio da CBF TV) no Rio.

A CBF considerou vender em processo de bid (leilão) os amistosos no longo prazo (deste ano e dos seguintes), mas decidiu comercializar esses antes, de forma pontual.

Apesar de a Globo não ter fechado com a CBF, a emissora deve seguir negociando com a confederação os outros jogos da seleção.

A semente da transmissão própria pela CBF foi plantada no jogo da amizade, entre Brasil e Colômbia, quando a CBF mesma produziu a partida e cedeu o sinal a todas as emissoras. O episódio foi marcado por um desacordo nos bastidores entre CBF e Globo, que argumentou que o amistoso fazia parte de um contrato que já havia vencido. Foi o momento em que a confederação percebeu que também podia contar com o know-how no mercado para realizar transmissões desse porte.

A seguir, a nota oficial da Globo, sobre o assunto:

“O futebol sempre foi um conteúdo importante para o brasileiro e, por isso, é estratégico para a Globo e o SporTV.

Acreditamos que com compromissos de longo prazo conseguimos oferecer a melhor e mais completa experiência para o torcedor brasileiro, para as equipes, para os anunciantes e suas marcas. Foi pensando assim que adquirimos os direitos da Copa do Mundo até 2022 e que temos vários eventos e parcerias de longo prazo.

A CBF tinha planos de negociar os direitos dos Amistosos e das Eliminatórias da Copa 2022 na forma de bid (leilão fechado). Recentemente decidiu vender os dois jogos amistosos de junho de forma avulsa e, embora não acreditemos que esta seja a melhor solução para todas as partes, tentamos negociar mas não chegamos a um acordo.

O Grupo Globo defende um mercado de concorrência e acredita que tem a melhor solução de visibilidade e envolvimento para os eventos da nossa seleção, tanto pela audiência quanto pela qualidade de transmissão e modelo econômico, mas respeitamos se a CBF pensa diferente.

Nós mantemos o nosso compromisso como futebol e o nosso interesse em continuar trabalhando com a CBF na construção de acordos que sejam bons para todos -para a própria CBF, para o Grupo Globo, para anunciantes e suas marcas, mas sobretudo para o público torcedor apaixonado pelo futebol e pela seleção brasileira.”

Sem Neymar, Tite convoca seleção com Rodriguinho, G. Jesus e David Luiz


Divisão de cotas da Copa do Mundo: Boa para a seleção, ruim para os clubes
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Eduardo Ohata

A nova distribuição de vagas para a Copa de 2026 deve ser ainda mais positiva para a seleção brasileira, porém deve prejudicar uma velha tentativa dos clubes do país. Se o selecionado nacional vê diminuir as chances de ficar fora de Mundiais, os times brasileiros ficam mais distantes da possibilidade de colocar em prática a ideia de um campeonato que junte equipes filiadas a Conmebol e a Concacaf.

Uma das possibilidades que foi ventilada quando a Fifa aumentou o número de vagas era uma unificação das Américas para escolher os classificados para o Mundial.

Com isso, o que se esperava era uma união entre Conmebol e Concacaf que poderia se estender aos clubes. Sem esse cenário, se dificulta a organização de um torneio verdadeiramente continental, com a chancela das entidades, que se estenderia do Canadá ao Brasil.

Uma competição nesses moldes seria, por exemplo, a oportunidade de os clubes brasileiros lucrarem ao ter jogos disputados, por exemplo, nos Estados Unidos, país de maior PIB no mundo.

Os clubes brasileiros se animaram, por exemplo, com a ideia, em 2015, da criação de uma Champions League das Américas, independente da Concacaf e Conmebol, que acabou fazendo água.

Se clubes reclamam, seleção só tem o que festejar

A nova divisão de vagas para a Copa do Mundo acentuou a discrepância do que acontece na América do Sul para o resto do mundo.

Se ratificado o novo sistema de cotas, será mais difícil ficar fora da Copa do que dentro para as seleções da Conmebol, uma das quais é a brasileira. A partir daí, qual será a vantagem de comemorar que a seleção brasileira jamais na história ficou de fora de um Mundial?

É uma questão de matemática: A Conmebol tem 10 membros, tinha 4,5 vagas e agora passa a ter 6. Ou seja, hoje, classificam-se 45% das seleções da América do Sul, mas a partir de 2026, ganharão vaga 60%.

Para colocar esses números em perspectiva, basta comparar com o que acontece na Uefa, a segunda entidade com mais números de vagas. Lá, há 55 membros que hoje disputam 13 vagas e a partir de 2026 haverá 16 vagas. Proporcionalmente, hoje se classificam 23,6% das equipes, e em 2026, serão 29%.

Lembrando que 2 vagas serão decididas num torneio de repescagem com uma seleção de cada confederação, à exceção da Europa. Ou seja, tirando a Uefa, 2 confederações poderão ter mais 1 vaga cada.

As demais confederações obtém menos vagas ainda:

A CAF reúne 57 seleções africanas, tinha 5 vagas e terá 9. Então, atualmente 8,7% de seus países se classificam; em 2026 serão mais de 15,7%.

Na Ásia, a AFC tem 47 membros. Tinha 4,5 vagas, e terá 8. Se hoje classifica 9,5% de suas equipes, em 2026 serão cerca de 17%.

A Concacaf tem 41 integrantes, tinha 3,5 vagas e terá 6. Pulará de 8,5% de equipes classificadas para 14,6%.

A OFC tem 11 membros da Oceania, tinha meia vaga e passa a ter 1.

 


Sem seleção, Globo exibirá apenas seis partidas da Copa das Confederações
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Eduardo Ohata

Sem a participação da seleção brasileira, que não se classificou para a edição deste ano da Copa das Confederações, a Globo transmitirá apenas seis partidas da competição, o blog apurou.

Na edição de 2013, que contou com a participação da seleção, a Globo exibiu nove jogos: Os cinco do time nacional, que chegou à decisão com a Espanha, e mais quatro jogos extra.

Mesmo sem a seleção, dirigentes da emissora consideram que além de servir para o brasileiro conhecer um pouco do cenário onde será disputada a próxima Copa do Mundo, há jogos de interesse amplo, que extrapolam o do telespectador fanático por futebol.

Um exemplo citado nesse espectro seria um eventual encontro entre Chile e Rússia, ou outros nos quais o telespectador pode ser um “olheiro”, observando adversários em potencial do Brasil.

A emissora também acredita que “aprendeu” muito durante a transmissão da Eurocopa como fazer uma transmissão que atraia a atenção do público, mesmo sem a participação de um time brasileiro.

No aspecto comercial, o acordo com a Fifa impõe os patrocinadoras da entidade que controla o futebol mundial nas vinhetas exibidas durante a competição.

Durante os intervalos, no mínimo já estão garantidos os comerciais avulsos de trinta segundos de patrocinadores que compram rotativos que são inseridos durante toda a programação do dia.

A Globo ainda não tem parceira na TV aberta para dividir a Copa das Confederações. Mas a emissora está em busca de uma.


Após ouro na Rio-2016, federação paulista discute novas categorias na base
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Eduardo Ohata

Embalada pelo título da seleção masculina na Rio-2016, a FPF (Federação Paulista de Futebol) discutirá na próxima semana a criação de novas faixas etárias para torneios, mudança no formato de algumas categorias, e a formação pessoal e social de jovens jogadores.

A edição inaugural do Seminário de Categorias de Base do Estado de SP está prevista para a próxima segunda, na sede da federação.

O evento terá painéis e palestras de treinadores e outros profissionais, como Erasmo Damiani, coordenador de base da seleção brasileira, e Mauricio Marques, instrutor Fifa e coordenador técnico dos cursos da CBF.

É o primeiro evento do gênero criado pela FPF, que organiza, além da tradicional Copa São Paulo de juniores, os Estaduais Sub-11, Sub-13, Sub-15, Sub-17 e Sub-20 –este com primeira e segunda divisão. Em termos de números, o Paulista Sub-15, por exemplo, contabiliza, na atual edição, 66 clubes participantes.

 


Neto de ex-jogador da seleção brasileira lança ‘Bom Senso dos torcedores’
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Eduardo Ohata

Neto de Tite, não, não o técnico, mas o ponta-esquerda da seleção brasileira, que atuou também pelo Santos, Corinthians e Fluminense, Lucas Rios, 32, se lembra de quando o avô convidava ex-jogadores para assistir jogos da seleção em sua casa no Campo Grande, bairro vizinho à Vila Belmiro. Tite, que morreu em 2004, e os amigos como Zito e Coutinho, entre outros, repetiam quase que em coro, “futebol hoje é muito fraco”, e complementavam com uma ponta de saudosismo, “na nossa época não era assim…” E começavam a contar como era desde a época de Pelé – Tite teve o privilégio de acompanhar a primeira partida pela seleção do “Rei do Futebol”, a quem inclusive ensinou a tocar violão.

O ex-jogador da seleção brasileira Tite, avô de Lucas Rio, do movimento Independência Futebol Clube

O ex-jogador da seleção brasileira Tite, avô de Lucas Rio, do movimento Independência Futebol Clube

“Fiquei com aquela frase, ‘na nossa época era diferente’ na cabeça. Vi que com o movimento do Bom Senso FC os jogadores, que são os principais atores do futebol, ganharam voz. Aquilo me inspirou”, explica Rios, que trabalha na área de marketing. “Pensei, sem a torcida não há porquê [de o futebol existir].”

Essa foi a semente do movimento Independência Futebol Clube, cujo Manifesto do Torcedor, um abaixo-assinado, já conta com mais de dez mil assinaturas físicas colhidas em São Paulo, Rio, Porto Alegre, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Santos. Representantes em outros estados estão sendo recrutados. “Já temos uma pessoa em Manaus que colheu mais de 250 assinaturas, por exemplo”, diz Rios.

O manifesto apresenta várias ideias para a melhoria do futebol brasileiro. Entre elas estão eleições diretas na CBF e nos clubes de futebol, criação de uma liga independente da CBF, gerida pelos próprios clubes, mecanismos que dificultem o êxodo de  jogadores para o exterior, maior transparência nas negociações que envolvem os clubes com seus fornecedores, patrocinadores e TVs, a separação entre um técnico para a seleção principal e outra para a equipe olímpica, ações voltadas ao futebol feminino, entre outras ações.

“Queremos ser ouvidos, ter uma voz na agência reguladora do futebol do governo federal [prevista pela MP do Futebol, ou Profut]”, argumenta.

“Cresci com meu avô recebendo amigos para assistir os jogos da seleção em clima festivo. Hoje em dia, ninguém mais tem prazer em assistir os jogos da seleção, ela virou um peso. O que mais se ouve são críticas dirigidas aos técnicos, ao 7 a 1. Estádios vazios, falta de interesse pelos jogos e queda da audiência. E os cartolas mais importantes do país, um teve que se afastar, outro anda nos EUA com uma tornozeleira”, aponta Rios.

“Estamos vivendo uma janela de oportunidades no futebol. Em parte pelo que aconteceu com a Fifa e sua repercussão aqui no Brasil, criou-se uma janela de oportunidades para mudanças.”

Mas há espaço para temas leves mais na agenda do movimento. “Planejamos criar um prêmio ‘Mané Garrincha’ para o drible mais bonito do ano, montar um museu itinerante do futebol que leve referências nacionais aos meninos que crescem por esses rincões. Hoje, por esse Brasil, tem mais garotos com camisas da Inter de Milão, Real Madrid, Barcelona, do que de times do nosso país.”

Lucas Rios, do movimento inspirado no Bom Senso

Lucas Rios, do movimento inspirado no Bom Senso

O movimento pretende, agora, colher assinaturas online. É possível conferir as propostas do Manifesto do Torcedor na internet por meio do link:

http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=futebolparaotorcedor

O movimento Independência Futebol Clube também tem uma página no Facebook:

http://www.facebook.com/ifutebolclube