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Arquivo : Zico

Romário e Zico acionam governo por risco de estrangeiros perderem cidadania
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Eduardo Ohata

O senador Romário (Podemos-RJ) e a Comissão Nacional do Esporte, órgão vinculado à pasta do Esporte liderado por Zico e que reúne desportistas representativos, questionaram o Ministério da Justiça sobre o risco de jogadores brasileiros naturalizados estrangeiros perderem a cidadania brasileira. Até a seleção do técnico Tite que disputa a Copa do Mundo foi utilizada como “provocação” no esforço dos esportistas em sensibilizar o governo brasileiro.

A portaria 172/1995 do Ministro da Justiça prevê a manutenção da nacionalidade brasileira quando a nacionalidade estrangeira for adquirida por naturalização voluntária. Mas os desportistas viram risco aos “estrangeiros” ao identificar que houve mudança na forma de aplicar o artigo 12 da Constituição, com chancela do Supremo Tribunal Federal, às decisões que decretaram as perdas de cidadania de Claudia Cristina Hoerig, extraditada para os EUA em janeiro, que se repetiu na portaria 90/2018 do Ministro da Justiça, que cassou a de Carlos Wanzeler, também naturalizado nos EUA, facilitando a extradição.

Foram apontados outros sinais de mudança de política do governo, como a inclusão de questionamento sobre outras nacionalidades no formulário de renovação de passaporte do brasileiro no exterior, e a atualização do site do Ministério das Relações Exteriores com um alerta para o risco de perda de nacionalidade do brasileiro que “voluntariamente adotar outra nacionalidade, ou seja, em desacordo com as exceções previstas no texto constitucional”.

Em sua carta, Romário explica que é frequente a necessidade da naturalização de jogadores de futebol que atuam no exterior para não estourar a cota de estrangeiros. Ele lembra que havia, no ano passado, 1.630 brasileiros nessa situação, mas que isso não significa renúncia ou perda voluntária da nacionalidade. Segundo seu relato, brasileiros residentes em outros países ficaram aflitos diante da possibilidade da perda de nacionalidade, que afetaria não apenas a eles, mas também as seus filhos nascidos no exterior, que também perderiam o direito à cidadania brasileira.

Romário e Zico ressaltaram a inexistência de um procedimento administrativo claro, que permita aos atletas explicar sua situação à Secretaria Nacional de Justiça ou pedir um análise ou emissão de um ato declaratório que os deixasse imunes à perda da cidadania brasileira.

Por fim, em tempos de Copa do Mundo, Zico ressaltou que o Barcelona trabalhou pela naturalização de Neymar na Espanha, Coutinho é naturalizado em Portugal e Marcelo já tem passaporte espanhol, e fez uma provocação: “Tite pode escalar, e o ministro da Justiça, por meio de portaria, pode desescalar”.

O Ministério da Justiça, por meio de sua assessoria de imprensa, confirmou o recebimento da carta de Romário e a do CNE, subscrita por Zico, mas afastou a possibilidade dos “estrangeiros” que atuam no exterior sob dupla nacionalidade correrem o risco de perder automaticamente suas cidadanias brasileiras.

Após citar os artigos 5, 12, 26, 27, 249 e 250 da Constituição Federal, a pasta argumentou que “verifica-se, pois, que o procedimento previsto na referida portaria para a perda de nacionalidade brasileira de ofício respeita os princípios do contraditório e da ampla defesa, por meio do qual o interessado poderá apresentar sua defesa, e, se for o seu caso, demonstrar se a sua situação se trata das exceções constitucionais previstas no artigo 12. Assim, reforça-se que processo administrativo será decidido individualmente, buscando, inclusive, verificar a eventual presença de uma das exceções constitucionais citadas que evitam a decretação de perda da nacionalidade brasileira de ofício”.

 

 


Novo estatuto do COB terá de passar pelo crivo do Ministério do Esporte
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Eduardo Ohata

As alterações no estatuto do Comitê Olímpico do Brasil, que deve enxugar gastos administrativos, mudar a composição do seu colégio eleitoral, prever definição de metas e a prestação contas dos objetivos alcançados, terão de passar pelo crivo do Ministério do Esporte.

O COB e o Ministério do Esporte assinarão nesta semana, provavelmente na quinta-feira (16), um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), que prevê mudanças no estatuto. Há o risco de os repasses da verba da Lei Piva, oriundos das loterias, serem paralisados se o governo entender que o comitê descumpriu o acertado, confirmou ao blog o ministro do Esporte Leonardo Picciani.

A redação fica a cargo do COB, porém o Ministério do Esporte analisará se o texto está adequado ao que exige a legislação.

A comissão interna do COB responsável por sugerir alterações no seu estatuto apresentará na manhã desta segunda-feira (13) à imprensa uma minuta com as propostas de mudanças que serão levadas à assembleia da entidade.

Após ser encaminhado pelo comitê ao Ministério do Esporte, o documento será analisado pelo CNE (Conselho Nacional do Esporte), órgão de assessoria vinculado à pasta e que é integrado por figuras notáveis do desporto nacional, entre cartolas e ex-atletas.

Entre os pontos principais exigidos estão a democratização real do colégio eleitoral do COB, a apresentação de relatórios com as projeções e resultados esportivos do comitê e a redução escalonada do limite de gastos administrativos do COB, hoje em 30%, para o que estabelece a legislação dos convênios, 15%.

O ministério já vinha pressionando o COB para a realização de alterações em seu estatuto desde a época em que Carlos Arthur Nuzman ainda ocupava a presidência, mas o comitê não se mostrava aberto a mudanças, o blog apurou. A pasta chegou a dar ultimato, mas antes que a situação pudesse alcançar uma resolução Nuzman foi preso e posteriormente renunciou à presidência do comitê.

No Congresso nacional também há movimentos pela democratização do colégio eleitoral do COB e até das confederações. Há projetos de lei nesse sentido de autoria do deputado Delei (PTB-RJ) e do senador José Antonio Reguffe (Sem partido-DF).

Nomes de representatividade, como Zico, apoiam a participação de atletas, técnicos e outros desportistas nas eleições das entidades que regem o esporte no Brasil. ONGs, como a Atletas pelo Brasil e a Sou do Esporte também têm pedido a democracia no desporto.

A pedido dos deputados João Derly (Rede-RS) e Helio Leite (DEM-PA), a câmara dos deputados convocou uma mesa-redonda para o próximo dia 21 para discutir a situação do COB, o que inclui a alteração de seu colégio eleitoral. O atual presidente do comitê, Paulo Wanderley Teixeira, ex-vice de Carlos Arthur Nuzman, que renunciou ao cargo, pediu que os presidentes das confederações esportivas nacionais, que compõem o grosso do colégio eleitoral do COB, compareçam em massa a Brasília para participar dessa discussão.

 

 


Projeto de lei quer aumentar participação e igualar peso do voto de atletas
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Eduardo Ohata

O deputado Deley (PTB/RJ) protocolou nesta quarta, na Câmara dos Deputados, o projeto de lei 8881/2017, que aumenta a participação dos atletas nos colégios eleitorais das entidades que controlam o esporte no Brasil e iguala o peso dos seus votos aos dos cartolas.

O texto altera os artigos 18 e 22 da Lei Pelé e dá o direito de votar e ser votado a atletas maiores de 18 anos que participaram das competições organizadas pela entidade nos doze meses antes da eleição e a quem representou o Brasil em Olimpíada ou Mundial.

Se a lei for aprovada, de acordo com seu texto, um jogador do Botafogo que competiu nos últimos 12 meses poderia votar nas eleições da CBF e da Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro).

Ao ser informado sobre o teor do texto, o ex-jogador e ex-secretário nacional do esporte, Zico, aprovou o conceito do projeto de lei.

“Claro que apoio [o conceito]. Já falo sobre isso há 500 anos, desde que fui Secretário Nacional de Esporte. Atletas, ex-atletas, técnicos, preparadores físicos, médicos, enfim, todos que participam do esporte deveriam ter direito a voto e participar das decisões esportivas. Devemos acabar com esse continuísmo, ter transparência nas entidades e torná-las mais democráticas”, disse ao blog, ao ser informado sobre o texto do deputado Deley.

A ex-jogadora Ana Moser, diretora da ONG Atletas pelo Brasil, diz que apoia “qualquer medida que aumente a participação efetiva dos atletas e beneficie o esporte”, mas fez uma pequena ressalva.

“Somos a favor da regulamentação da participação de atletas prevista no 18º [artigo da Lei Pelé]. Somos a favor de uma grande ampliação e reestruturação da participação efetiva dos atletas. Que tem que ser construída com os atletas juntos. Estamos analisando os textos, ainda não tivemos acesso ao do Deley. Mas vamos apoiar qualquer medida que aumente a participação efetiva dos atletas e beneficie o esporte. Porém, será que não seria mais efetivo ao invés de criarmos vários PLs, melhorar a regulamentação e a fiscalização do que já existe? Um decreto ou portaria já resolveria sem precisar de todo o processo complexo da aprovação de uma lei”, analisou Ana.

Outro ex-secretário nacional de esporte, o medalhista olímpico Lars Grael, quer que a discussão vá além.

“Sempre fui a favor da maior participação do atleta nas eleições, as confederações tem que continuar votando, mas também os clubes formadores, árbitros, treinadores, além de abrir o direito de se candidatar. Hoje, ao COB, só presidente de confederação pode. Há outros pontos, como a eleição de um conselho fiscalizador independente da chapa eleita”, analisa Lars. “Ao mesmo tempo, me preocupo com o linchamento geral do sistema, que pode por em risco a preparação dos atletas para os Jogos de Tóquio-2020. Muita verba da preparação foi cortada, veja o caso dos atletas militares, cujo orçamento é apenas dez por cento do que foi ano passado.”

Segundo Pedro Trengrouse, professor da FGV e Fifa Master, a alteração proposta é constitucional.

“A constituição garante autonomia de organização e funcionamento para entidades esportivas, mas a lei hoje já estabelece os parâmetros para assembleia geral, com critérios de elegibilidade da diretoria, direito a voto e limites para seus pesos. Os artigos 18-A e 22 da Lei Pelé já dizem quem pode votar nas entidades que organizam competições esportivas no Brasil e ninguém questiona sua constitucionalidade”, argumenta Trengrouse.

“Basta, portanto, alterá-los para garantir que todo atleta que tenha representado o Brasil em competições internacionais oficiais e que esteja participando das competições organizadas pela entidade tenha direito a voto, em igualdade de peso como ocorre nas democracias maduras como a brasileira, onde cada cidadão tem direito a votar com o mesmo peso dos demais, independente da condição social, financeira, raça, gênero ou qualquer outra diferença.”

Na semana passada, o senador José Antonio Reguffe (DF/Sem partido) já havia apresentado um projeto de lei com teor semelhante ao do deputado Deley.


Zico encabeça desejo de atletas por eleições diretas em confederações
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Eduardo Ohata

Elo entre os atletas brasileiros e o governo federal, no papel de presidente da Comissão Nacional dos Atletas (CNA), o ex-jogador Zico defende a participação em massa de atletas, técnicos, entre outros funcionários da área, no colégio eleitoral das confederações esportivas nacionais.

Não é à toa que Zico foi um dos primeiros a ligar para Guy Peixoto, da Confederação Brasileira de Basquete por conta da iniciativa da CBB em lançar proposta para democratizar as eleições da entidade, cuja participação hoje está limitada quase somente às federações.

“Liguei para o Peixoto para dar os parabéns, foi um momento histórico e um grande exemplo”, explicou Zico ao blog por meio de ligação telefônica. “Hoje em cada confederação apenas um em cada dez mil, cem mil atletas tem direito a voto. Não tem sentido, atletas, técnicos, árbitros têm o direito de participar das eleições diretas, que seriam uma demonstração de transparência e dou meu apoio.”

Ao ser questionado se em seu papel como presidente da CNA faria gestões com o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, pela mudança na lei em prol de eleições diretas nas confederações, o “Galinho de Quintino” informou que Picianni já tem conhecimento.

“Antes de eu assumir a comissão, na gestão anterior já haviam passado para o ministro que esse é o desejo dos atletas”, informou Zico.

O presidente anterior da CNA era o iatista e medalhista olímpico Lars Grael. Não foi mera coincidência que a primeira confederação a adotar eleições diretas foi a de vela.

A eventual obrigatoriedade da implantação de eleições diretas nas confederações e eventualmente até no Comitê Olímpico do Brasil passaria por uma nova alteração na lei, tarefa que está fora do âmbito da CNA, mas que poderia que ser proposta pelo ministério.

“A comissão é independente. Nós, representantes dos atletas, 7170


Carta de apoio da CBF a Zico não significa votar nele, mas dar voz a ele
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Eduardo Ohata

Se fizesse parte do colégio eleitoral da Fifa você votaria no Zico?

Por um lado, o “Galinho de Quintino” tem experiência internacional com futebol dentro e fora dos gramados e, que se saiba, reputação ilibada.
Por outro, sua atuação como gestor à frente da Secretaria Nacional do Esporte e em cargo diretivo no Flamengo não deixaram grandes saudades.

Não sei se votaria em Zico. Mas o ponto desse post não é esse.

O que é discutível é a CBF condicionar sua carta de apoio à candidatura de Zico a ele primeiro conseguir as outras quatro com confederações de futebol de outros países. A Fifa exige cinco. Fosse ele um famigerado mau caráter ou inimigo declarado da CBF, daria até para entender a razão.

Nem se trata de a CBF se comprometer a votar em Zico na eleição da Fifa. Mas apenas ajudar que um sulamericano, brasileiro, conhecido fora do Brasil, participe do processo eleitoral, dar a ele voz para que ele possa falar de suas idéias.

Agora, se no próprio quintal o pré-candidato não consegue apoio, como fica quando vai bater nas portas dos outros?

Na Conmebol, por exemplo, imagino que as federações tenham visões e interesses diversos.

Chile, Colômbia, Equador e Bolívia, federações que saíram ilesas dos escândalos internacionais de corrupção, devem votar diferente de Venezuela, Uruguai e Argentina, onde houve respingos. O Paraguai, com quem o Brasil aparenta estar alinhado, é simpático a Michel Platini.

Zico poderia muito bem aproveitar essa divisão. Mas, imagino, seus respectivos presidentes devem fazer a fatídica pergunta, “mas por que será que Zico não tem o apoio em sua própria casa?”

Diante de uma situação em que a população brasileira ainda se lembra do “7 a 1”, o ex-presidente da CBF está detido, o atual não viaja para fora do país, e um dos maiores empresários ligados a esporte se tornou o pivô de um escândalo internacional de corrução, a candidatura de Zico, apesar de não passar uma borracha sobre essas mazelas, colaria a imagem do Brasil a uma agenda internacional mais, aham, positiva.

O próprio Zico deu alguns tiros no pé de sua candidatura quando disse que decidiu sair pré-candidato durante um jantar com sua família, viajou para a Índia no meio de sua campanha e rejeitou acordos políticos. Uma eleição é, afinal de contas, um processo político.

Durante a campanha, pessoas ligadas à campanha de Zico se irritaram ao ouvir de uma ou outra federação internacional, “mas o que vocês oferecem em troca [de nossa carta]?” ou um mais simpático “até queríamos votar, mas não dá, estamos sofrendo pressão para apoiar Fulano…”

Outra justificativa para não dar as cartas a Zico é que os países votam “em bloco”, o que teoricamente não “bate” com a geopolítica dessa eleição, já que só a Ásia, por exemplo, já tem três pré-candidatos e a Europa, dois.

Dentro do comitê de campanha de Zico um dos principais argumentos pró-Zico é o fato de os dois mais fortes pré-candidatos serem o príncipe da Jordânia, Ali bin Hussein, e o presidente da Uefa, Michel Platini. O primeiro ainda tem que ver seu país se classificar para uma edição da Copa do Mundo e o segundo está suspenso após a descoberta de que recebeu cerca de US$ 2,1 milhões da Fifa.

Acho que está claro que Zico é, na verdade, o anticandidato, aquele com chances mínimas de ser eleito. A candidatura folclórica.

Mas em muitas as eleições há espaço para o candidato alternativo, importante para colocar certos temas em discussão. Não foi o que aconteceu, por exemplo, na última eleição presidencial no Brasil?

Dentro do comitê de campanha do “Galinho de Quintino” ainda acreditam que conseguirá as cartas. Dizem que há federações “apalavradas”.

“Nossa candidatura será uma opção aos engravatados de sempre que dominam o cenário na Fifa”, argumenta Ricardo Setyon, consultor sênior de relações-internacionais e comunicações, e que em determinado momento também trabalhou na Fifa.

A resposta está próxima, já que dia “D” para a candidatura de Zico (e dos demais pré-candidatos) será hoje, data-limite para a apresentação das cinco cartas de apoio.


Ingleses apostam em Pelé e Príncipe William para a presidência da Fifa
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Eduardo Ohata

Os ingleses têm mesmo uma fixação pela realeza: Por isso mesmo escalaram o “Rei do Futebol”, o brasileiro Pelé, e o príncipe William, para ocupar a presidência da Fifa.

A dupla real são dois dos candidatos disponibilizados pelas bolsas de
apostas inglesas para quem quiser apostar em quem será o próximo
presidente da Fifa. Claro, os dois são grandes azarões, pagando,
respectivamente, 100 para 1 (para cada libra apostada, o apostador
ganha 100 no caso de Pelé ser eleito) e 200 para 1, no site de apostas Oddschecker.

Há candidatos cujas cotações são ainda mais atraentes, por conta de a
possibilidade de serem eleitos ser mais remotas ainda. O Gunnersaurus,
mascote do Arsenal, por exemplo, paga 500 para 1.

Quem apostar no Gunnersaurus provavelmente não acredita que ele tem chance: Quer apenas mostrar o recibo para os amigos para tirar onda.

O favorito é o príncipe Ali Al-Hussein, cuja cotação está em 5 por 4.
O ex-jogador Michel Platini paga 6 por 1, o coreano
Chung Mong Joon (14 por 1), e o xeque Ahmad Al Sabah (12 por
1).

O brasileiro Zico, que ainda luta para conseguir as cinco cartas de apoio de
federações internacionais, pré-requisito para confirmar a candidatura
o fim do mês, paga 33 por 1, mesma cotação de Luis Figo. Mesmo assim, Zico progrediu muito desde há algumas semanas, quando era mais azarão ainda para suceder Joseph Blatter como presidente da Fifa.

Por falar em Blatter, na lista, há espaço para os pessimistas. A permanência de Joseph Blatter no cargo paga 33 para 1.

Outras personalidades na lista de quase 50 candidatos: Maradona (50
para 1), David Beckham (100 para 1), o homem que causou mal estar porque quis dar um “chute no traseiro do Brasil”, Jérôme Valcke (100 para 1), que deixou a Fifa após denúncias de corrupção.

Até o presidente dos EUA, experiente em corridas presidenciais, Barack
Obama, entrou nessa. Se ele trocar a Casa Branca pela presidência da entidade que controla do futebol mundial,
pagará 150 para 1.

O processo é dinâmico: As cotações se alteram de acordo com as apostas.


Até padrinho de Blatter na Fifa pede sua saída: ‘Ficou obcecado pelo poder’
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Eduardo Ohata

Responsável por introduzir Joseph Blatter na Fifa e conhecido como “pai do marketing esportivo”, o britânico Patrick Nally, 68, se juntou ao coro que pede a renúncia imediata do suíço do comando da entidade que comando o futebol mundial.

“[Se eu pudesse], eu o aconselharia a aceitar o fato de que deve deixar a presidência da Fifa imediatamente e oferecer seu apoio à próxima gestão, seja ela qual for. Acho que está claro que chegou a hora de ele abandonar [o cargo]. Sua permanência, obviamente, não está ajudando em nada”, afirmou a este blog Nally, sobre o presidente afastado da Fifa.

Patrick Nally, responsável pela introdução de Blatter na Fifa

Além de fechar o contrato que tornou a Coca-Cola patrocinadora da Copa do Mundo, Nally aconselhou a Fifa a contratar Blatter para seu primeiro cargo na Fifa, no setor de patrocínios e desenvolvimento, ainda na década de 70. À época, lembra Nally, do secretário-geral à recepcionista, trabalhavam apenas dez pessoas na Fifa. Ao participar do projeto de desenvolvimento do futebol na África e Ásia, Blatter fez contatos que foram preciosos anos depois para sua ascensão à presidência da entidade.

“Estou desapontado com Blatter. A Fifa já vinha sendo bem-sucedida desde a época do [brasileiro João] Havelange, mas nos últimos anos Blatter decidiu se ‘vender’ como o único responsável [pelo sucesso da Fifa], o que não o colocou em posição favorável. Ele perdeu sua direção, ficou obcecado com o poder”, dispara o ex-mentor do suíço. “Para mim, foi aí que ele perdeu a credibilidade, sua visão do que era a Fifa e virou as costas para pessoas que o ajudaram, como eu e Havelange. Mas ninguém jamais pensou que ele se tornaria o homem que acabou virando.”

Para Nally, o escândalo de corrupção na Fifa está se tornando um “evento de mídia”, onde todos querem “revisar a história, desafiar e atacar”. “O maior risco é como a Fifa sobreviverá, porque a investigação pode durar para sempre. A tragédia é que isso não é sobre futebol, e o futebol e a Fifa têm que seguir em frente. O perigo é que tudo o que a Fifa de certo poderá ruir, o que seria triste. Alguém, em algum lugar, tem que aparecer com uma fórmula para a Fifa seguir em frente e não vá ao colapso à medida que a investigação continuar.”

O britânico, que também esteve à frente de ações revolucionárias no Comitê Olímpico Internacional e federações esportivas, acredita que a forma como os líderes do futebol são escolhidos tem que passar por uma reformulação, que torne a Fifa mais democrática. “Acho que essa próxima eleição na Fifa deveria ser cancelada. Não dá para simplesmente o Blatter sair e outro presidente, eleito pelo mesmo sistema, assumir. Acredito que a Fifa e o futebol deveriam ser controlada por quem mais investe no futebol: a massa, os milhões de fãs do futebol. O esporte é dos fãs,  jogadores, técnicos, patrocinadores, TVs e outros atores, que tem que estar representados. Têm que estar envolvidos no processo.”

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Rio-2016

“É triste. O Brasil passa por momentos econômicos e políticos dramáticos. Quando o Brasil foi escolhido como sede olímpica, o clima era muito, muito diferente. Portanto, o problema é que vocês estão tentando receber os Jogos em um clima difícil, político e econômico diferente. Será um grande desafio para o povo [brasileiro] não ser afetado pelos problemas no Brasil. No fim, os Jogos serão bem organizados, mas é díficil disfarçar que a Olimpíada está chegando ao Brasil naquele que provavelmente não é o melhor momento. O país precisa festejar o Jogos, o que é difícil se você enfrenta maciços problemas sociais e políticos. É uma contradição: Olimpíada é celebração de esportes, o povo tem que estar em um clima de festa, o que é difícil com questões sociais. Será dificil.”

CBF

“Ocorre na CBF o mesmo que a Fifa. A Fifa e a CBF são gerenciadas pelos mesmos indivíduos por anos e anos. O esporte não tem sido bem gerenciado, mas manipulado por pessoas que visam seus próprios interesses, e por isso não querem mudanças no sistema. Mas ele tem que mudar. O fã, que é apaixonado pelo futebol, pela seleção e por seu time, não tem interação e tampouco controle. O esporte tem que ser controlado por partes independentes, que não visam ganhos financeiros pessoais. Os torcedores têm que estar representados e para isso é necessário uma mudança de estrutura. Os fãs têm que ficar confortáveis ao saber que o esporte está sendo dirigido pelas melhores pessoas possíveis. Mas tem que acontecer mudanças radicais.”

Patrocinadores

“Acho que eles [a Coca-Cola e o McDonald’s] não tinham escolha a não ser eventualmente pedir para que Blatter saia. A Coca-Cola, por exemplo, é uma empresa que está identificada com a Fifa desde o início, desde o programa de desenvolvimento [do futebol na África e Ásia] de Havelange e Blatter [na década de 70]. A mídia começa a olhar para ela também. Até ele [Blatter] deixar sua cadeira a Fifa e seu entorno estarão sob suspeita. Blatter se colocou em uma posição para ele ser perseguido pela mídia e os patrocinadores da Fifa também. Não acho que nada possa mudar isso até ele deixar a Fifa. Não há outra solução.”

 


Pré-candidato à Fifa, Zico escala consultor de Aécio para bombar redes sociais
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Eduardo Ohata

Pré-candidato à presidência da Fifa, Zico terá sua campanha coordenada pelo consultor da campanha de Aécio Neves Rafael Oliveira, 41, que na última eleição se dedicou à mobilização de rede, veiculação de vídeos, uso de WhatsApp e tuitaços na campanha à presidência do candidato.

Aderiram à campanha, como voluntários, o designer gráfico Hans Donner, que ficou famoso ao produzir as aberturas do “Fantástico” e de novelas da rede Globo, a agência AM4 e a agência Approach.

Zico com o coordenador de campanha Rafael Oliveira

Zico com o coordenador de campanha Rafael Oliveira

“Atribuo parcialmente às mídias sociais, divulgação de vídeos e ao WhatsApp ele [Aécio] ter chegado no segundo turno”, argumenta Oliveira.

A estratégia de filmar com telefone celular depoimentos do candidato, vestido com roupas casuais, frequentemente na rua, na qual o candidato “conversa” com o espectador olhando para a câmera, utilizado no início da campanha de Aécio, foi repetido na pré-campanha de Zico.
“É isso que o eleitor procura. Uma pessoa real, sem terno, fora do estúdio, sem produção, transmitindo sinceridade e naturalidade”, define Oliveira. “O figurino que usamos não é fake [falso]. Aquele é o Zico real, vestido casualmente, do jeito que ele é se você encontrá-lo na rua.”

Diferente de Michel Platini, Chung Mong-joon e outros candidatos que cruzam o mundo em jatinhos, Zico aposta na mobilização via redes sociais.

Os pré-candidatos precisam apresentar cinco cartas de apoio de cinco federações nacionais até 26 de outubro para validar suas candidaturas.
A tática é usar a internet para promover um movimento de fora para dentro. Ou seja, por meio das mídias sociais, mobilizar as populações para que ajudem a sensibilizar suas federações nacionais de futebol a dar para Zico as cartas de apoio à sua candidatura.

Nesta sexta Zico lança um novo site de candidatura, inicialmente bilingue (português e inglês), que pedirá a simpatizantes espalhados pelo mundo a divulgar sua candidatura. Se o “Galinho de Quintino” tiver sua candidatura confirmada no dia 26, terá início uma campanha de crowdfunding.

Segundo Oliveira, a campanha de Zico reflete seu discurso, pois nada é mais democrático do que a internet. “O colégio eleitoral da Fifa é formado por 209 federações, o palco é fechado, o mundo do futebol não participa”, aponta Oliveira. “É isso que queremos mudar no maior entidade esportiva do mundo, seu conceito de colégio eleitoral. Queremos atletas, árbitros, representantes de clubes participando.”

No terreno estritamente político, um ponto questionado pela campanha de Zico é o fato de não estar escrito no regulamento da Fifa que cada federação pode dar carta de apoio a apenas um candidato. “Essa é uma interpretação do Comitê de Candidatura”, aponta Oliveira.

A investigação na Fifa que tem como alvo Platini também entrou no radar da campanha.
“[Zico] é amigo de Platini, mas quer que o Comitê de Ética da Fifa investigue bem as denúncias, até para a eleição não começar sub júdice. Não estamos torcendo contra, mas é claro que [se Platini sair da corrida presidencial], isso muda o cenário eleitoral.”

Carta

Zico enviou um e-mail à Fifa esta semana com dois pedidos:

1) Que a Fifa revise sua interpretação do regulamento de que cada federação pode emitir cartas de apoio para apenas um candidato.

2) Que a comissão que cuida das reformas na Fifa inclua não apenas os membros apontados, mas também jogadores (via FifPRO), técnicos, acadêmicos (membros do Fifa Master), patrocinadores, mídia e torcedores.


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