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Rio-16 veta atleta-repórter, palavrões e marketing pirata em mídias sociais
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Eduardo Ohata

Sob o risco de perder suas credenciais ou até ser alvo de ação  na Justiça, desportistas que participarão dos Jogos do Rio-2016 terão de ser extremamente cuidadosos ao compartilhar suas experiências olímpicas por meio das mídias sociais.

As orientações, contidas em um ''manual'' produzido pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), ao qual este blog teve acesso, vão do ''formato'' por meio do qual o atleta descreverá suas experiências, à sua conduta na Vila Olímpica, passando pelo veto da divulgação de vídeos e áudios de instalações olímpicas e ao chamado ''marketing de emboscada'' por meio de suas mídias sociais.

Para impedir que competidores ou cartolas façam ''reportagens'', eles são orientados a contar sobre suas experiências na Vila Olímpica, arenas de competição ou locais de treinamento ''em primeira pessoa, em formato de diário''. Eles são alertados de que só pessoas credenciadas como mídia poderão atuar como jornalistas, repórteres ou outra forma de imprensa durante a Olimpíada.

Além disso, atletas e cartolas estão proibidos de fazer qualquer forma de ''propagandas política, religiosa ou racial'' ou de fazer uso de palavras de ''palavras ou imagens vulgares ou obscenas'', ou a postar algo que expresse ofensa, ódio ou discriminação ou que seja difamatório.

Na Olimpíada de Londres, há quatro anos, ganhou repercussão o episódio no qual a judoca brasileira Rafaela Silva, após ser eliminada, acessou sua conta no Twitter e, de cabeça quente, ao receber críticas e ofensas em tons racistas de internautas, respondeu com palavrões.

Já na Vila Olímpica, em respeito à privacidade dos demais atletas, haverá áreas demarcadas com placas de ''proibido fotografar''.

Marketing de emboscada

Embora seja permitidas fotos e gravação de vídeos e áudios na Vila Olímpica, Parque Olímpico, ou outras instalações olímpicas, o COI proíbe a comercialização desse material das fotos e a divulgação por meio de postagem ou streaming dos vídeos ou áudios, sem expressa autorização do COI.

Também está proibidos o uso do emblema olímpico e mascotes olímpicos nas mídias sociais, a associação da Olimpíada, Jogos ou movimento olímpico a ''terceiros ou produtos de terceiros'', a não ser com aprovação prévia por escrito do respectivo comitê olímpico nacional ou do Comitê Rio-2016.

Punições

Quem violar as orientações do COI estará sujeito à exigência de remoção de conteúdo, descredenciamento e pode até ser alvo de uma ação na Justiça. Além disso, o COI se reserva o direito de fazer emendas às orientações, ''como considerar apropriado''.


Às vésperas da Rio-2016, Teliana defenderá título frente a dez top 50
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Eduardo Ohata

Lideradas pela romena Irina Camelia, 27ª do mundo, dez tenistas classificadas entre as cinquenta melhores do ranking, participarão do Brasil Tennis Cup, disputado em Florianópolis e que termina no dia 5, às vésperas do início da Olimpíada do Rio. A lista, divulgada nesta terça-feira (21), inclui a campeã em duplas da edição deste ano de Roland Garros, a francesa Caroline Garcia, 32ª.

Na edição passada, não houve participação de  nenhuma entre as 50 mais bem ranqueadas.

Pela altitude e proximidade do mar, além do fato de a organização do evento ter optado pelas quadras mais lentas, a exemplo do que acontecerá na Olimpíada, o torneio é encarado como uma oportunidade de aclimatação para os Jogos do Rio. ''É um torneio preparatório para a Olimpíada, muitas jogadoras que participarão estarão na Rio-2016'', explica Rafael Westrupp, diretor da competição.

A atual campeã, a brasileira Telina Pereira, 88ª, defende o título da competição. Além dela, outra ex-campeã, a romena Monica Niculescu, 47ª, retorna para tentar o segundo título. A competição distribuirá US$ 250 mil em premiação.

Além de Irina, Caroline e Monica, as outras sete tenistas entre as 50 melhores que estarão em Florianópolis:

36ª – Jelena Ostapenko (LAT)

38ª – Yulia Putintseva (CAZ)

41ª – Laura Siegmund (ALE)

42ª – Lesia Tsurenko (UCR)

43ª – Monica Puig (PUR)

44ª – Annika Beck (ALE)

45ª – Timea Babos (HUN)

 


Cartolas fazem lobby e sonham com dinheiro dos bingos após Olimpíada Rio-16
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Eduardo Ohata

Pressionados pela notícia de que o governo diminuirá drasticamente o investimento em esportes após a Rio-2016, cartolas de modalidades olímpicas redigiram e apresentam a políticos com os quais têm interlocução um modelo de projeto de lei que garante às confederações nacionais e ao Comitê Olímpico Brasileiro um percentual do que for arrecadado pelos bingos e outros jogos de azar após sua eventual legalização.

Não apenas isso, planejam uma peregrinação em grupo a Brasília, até o Ministério do Esporte, em uma tentativa de reverter a decisão do governo. Alguns alimentam a expectativa de reação positiva de estatais que patrocinam o esporte após bons resultados nos Jogos.

Trata-se de um pacote de ações com o objetivo de manter, ou até melhorar, a estrutura esportiva no país.

''Não há lógica em o Brasil terminar a Rio-2016 entre os dez maiores medalhistas [meta do COB] e, passada a Olimpíada, regredir para o que éramos há dez, vinte anos atrás'', argumenta João Tomasini, presidente da Confederação Brasileira de Canoagem. ''Queremos uma audiência com o ministro Leonardo Picciani e, no cenário ideal, o dinheiro dos bingos não substituirá a verba [que corre o risco de deixar de ser aplicada no alto rendimento], mas aplicado na formação da base, que precisa de investimentos.''

Este blog obteve o texto do projeto de lei formatado pelos presidentes de confederação (veja íntegra ao fim deste texto), que foram orientados a apresentá-lo a deputados com os quais mantêm interlocução.

O texto prevê que as confederações esportivas nacionais fiquem com 5% do total arrecadado em estabelecimentos físicos, como bingos e cassinos, e que 5% do que for arrecadado pela exploração de jogos online, como as apostas esportivas que estão à margem da lei e que movimentam por ano R$ 2 bilhões, segundo estudo da FGV produzida para o governo federal, seja direcionado a um fundo do esporte olímpico, gerenciado pelo COB, Comitê Paraolímpico Brasileiro e talvez até pela Confederação Brasileira de Clubes.

A inclusão do COB no projeto desenhado pelas confederações demonstra maior harmonia entre presidentes de confederações esportivas e o comitê, algo que nem sempre aconteceu em um passado não tão distante.

A legalização dos jogos de azar vem ganhando fôlego nos últimos meses. Há poucas semanas foi organizada em Brasília um encontro, com participação de representantes do governo federal, que reuniu cerca de 30 entidades ligadas ao jogo, inclusive de um grupo de cassinos da capital do jogo, Las Vegas, com interesse em entrar com força no Brasil.

Para que não se repita o cenário do passado, no qual entidades esportivas foram penalizadas por irregularidades cometidas por proprietários de bingos, as confederações planejam incluir na lei um artigo especificando que a responsabilidade do gerenciamento dos estabelecimentos ou sites de apostas será exclusiva de seus proprietários.

A informação de que presidentes de confederações se mobilizam para viajar para o Distrito Federal para um encontro com o ministro foi confirmada por alguns deles ao blog. Eles não souberam dizer exatamente quando isso aconteceria, mas provavelmente será após a Olimpíada do Rio-2016, já que o foco agora está na preparação dos atletas para a competição.

Há, ainda, presidentes que acreditam que só o resultado na Olimpíada do Rio será o suficiente para manter o apoio estatal. ''Acho natural que com bons resultados na Olimpíada o apoio seja mantido'', diz Mauro Silva, presidente da Confederação Brasileira de Boxe, patrocinada pela Petrobras.

 

A proposta das confederações em relação aos bingos, cassinos e apostas esportivas online, seria incluir no item ''arrecadação'' (art. 19 e 20) do projeto de lei os seguintes itens:
''Art. 20 – Fica instituída a Contribuição para o Esporte Olímpico

​e Paralímpico ​

Brasileiro sobre a receita de a receita de concursos de prognósticos devida por aqueles que explorarem os jogos previstos nesta Lei.

§ 1º A alíquota da contribuição será de:

I – 5% (cinco por cento) sobre a receita bruta auferida em decorrência da exploração de jogos em estabelecimentos físicos credenciados destinados à uma entidade credenciada pelo CNE / Ministério do Esporte;

II – 5% (cinco por cento) sobre a receita bruta decorrente da exploração de jogos on-line, destinados ao Fundo do Esporte Olímpico e Paralímpico ​Brasileiro administrado pelo Comitê Olímpico do Brasil e Comitê Paralímpico Brasileiro, destinado à projetos de desenvolvimento e universalização das modalidades olímpicas.''

Há espaço para incluir outros itens sugeridos pelos presidentes de confederações já abordadas nesse post.


Futebol ditará quantos esportes SporTV exibirá simultaneamente na Rio-2016
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Eduardo Ohata

O SporTV, braço de TV por assinatura da Globo, terá até 16 canais para transmitir competições olímpicas durante a Rio-2016. Porém, por questões técnicas, dividirão o mesmo espaço (frequências) hoje ocupadas pelos canais do Premiere, pay-per-view de futebol.

Ou seja, quando houver jogos do Brasileiro no Premiere, já que o Nacional prosseguirá durante a Olimpíada, menos canais estarão disponíveis para a transmissão das competições e eventos olímpicos. A Olimpíada acontece entre 5 e 21 de agosto.

Por exemplo, durante a 19ª rodada do Brasileiro, na qual há pelo menos quatro jogos no dia 7, um domingo, que começam às 16h ou 16h15, a grade olímpica terá que ''devolver'' nesse período quatro canais para o Premiere. Ou seja, de 16 canais transmitindo ao vivo eventos olímpicos, esse número baixará para 12 canais durante esse período.

Os 16 canais SporTV terão forçosamente que dividir as frequências com o Premiere porque as operadoras de TV por assinatura têm um número finito de frequências para usar.

Por isso mesmo elas não podem adicionar canais às suas grades a seu bel-prazer. Se uma operadora começa a colocar no ar uma quantidade de canais acima de sua capacidade a qualidade do sinal piora.

A Globosat argumenta que não haverá prejuízo algum para o telespectador, já que os destaques da Olimpíada serão transmitidos sempre nos canais SporTV de 1 a 3.

O rodízio com os canais do Premiere também levantaram outra preocupação: Como eles têm numeração muito superior aos três canais SporTV (outra questão discutida no momento com as operadoras), como o telespectador faria para localizá-los?

Assim, excepcionalmente durante a Rio-2016, entrará no ar o canal SporTV 4, que será um mosaico com tudo o que estará sendo exibido nos outros canais para orientar o assinante na hora de procurar pela modalidade que ele quiser acompanhar. Na grade, ele ficará ''colado'' nos três canais SporTV tradicionais.

Para minimizar o impacto do futebol na cobertura olímpica, a Globosat estuda suspender a exibição durante o período da Olimpíada de programas dos clubes, como o ''Vai, Corinthians'', ''São Paulinos'', ''Universo Santástico'' e ''Palmeiras na TV'', o que abriria espaço para mais exibição ininterrupta dos eventos olímpicos.

 

 


Muhammad Ali foi também humorista, além de boxeador e ativista político
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Eduardo Ohata

Nos necrológios de Muhammad Ali, uma de suas facetas mais subestimadas é a de humorista. Sim, você leu corretamente: humorista.

Claro, não foi a contribuição mais relevante de Ali para o mundo. O que fez dentro do ringue, como boxeador fenomenal, e fora dele, como ativista político, são mais lembrados. Mas, na minha opinião, o lado ''leve'' de Ali teve papel importante para torná-lo querido entre aqueles que não acompanhavam esportes em geral, e o boxe em particular, e entre quem não se interessava por questões sociais.

Nem todo mundo apreciou as lutas épicas de Ali ou deu atenção aos seus discursos em defesa da igualdade racial ou contra a Guerra do Vietnã. Mas certamente todos acompanharam em telejornais, documentários ou programas de auditório o humorista que existia em Muhammad Ali, bem diferente dos carrancudos George Foreman (a versão da década de 70), Joe Frazier, Sonny Liston etc.

A começar dos criativos e famigerados apelidos que ele dava aos adversários. Frazier era o ''Gorila''. Liston, o ''Grande Urso Feio''. Foreman, a ''Múmia'', pela forma como caminhava no ringue. Floyd Patterson, o ''Coelho''. George Chuvalo, a ''Lavadeira''. Leon Spinks, famoso por não ter os dentes da frente, ''Drácula''. E assim por diante.

Mas há outros momentos inesquecíveis.

Ali invadindo o palco e surpreendendo Sylvester Stallone durante a cerimônia do Oscar e afirmando que ele era o ''real Apollo Creed'' e que Stallone havia ''roubado seu roteiro''.

Ali simulando uma luta com os Beatles, no qual ele ''nocauteia'' o quarteto.

Até de tradicionais quadros de ''pegadinhas'' Ali participou, quando ele aparece dentro de uma sala de aula, caracterizado como boxeador, pregando uma (agradável) peça nos jovens alunos.

E, depois que sua carreira como pugilista se encerrou e o Parkinson começou a limitar seus movimentos e fala, Ali lançou mão de um novo talento: truques de mágica. Sim, Ali, o então embaixador da paz, que fez um discurso tocante após os trágicos ataques de 11 de Setembro, por exemplo, passou a encantar multidões com seus truques de prestigitador.

Alguém consegue imaginar Tyson, Liston, Rocky Marciano, Vitali Klitschko fazendo o mesmo?

Um jornalista ou autor, não me lembro agora, disse que mesmo sérios homens de negócio, quando viram avôs, fecham a porta da sala e escondidos do mundo exterior, na companhia dos netos, viram crianças novamente, se jogam no chão, brincam, riem com os netos com coisas que os adultos consideram ''bobas''. O mesmo escritor disse que com Ali, durante toda sua carreira, era a mesma coisa, só que ao invés de fechar as portas para o público, ele permitia que o mundo inteiro o visse nesses momentos.

Ali tinha a habilidade e a auto-confiança, para poucos, que o permitiam rir de si mesmo.

Se se você quiser se despedir de Ali o peso-pesado inigualável, o destemido ativista, ou simplesmente, o humorista, a ESPN transmite ao vivo, a partir das 15h desta sexta-feira, a cerimônia e o enterro de Ali.

Que ele descanse em paz.


Técnico de seleção brasileira de boxe afasta risco de tragédia na Rio-2016
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Eduardo Ohata

''Não digo que é impossível, mas acho muito difícil [acontecer uma morte no boxe da Rio-2016].'' O autor da frase é Mateus Alves, técnico da seleção brasileira olímpica de boxe. Ele é membro da Confederação Americana de Boxe, entidade ligada à Aiba (Associação Internacional de Boxe), que controla o boxe na Olimpíada e que definiu que profissionais competirão ao lado de amadores na Rio-16.

Não caíram bem para Mateus as palavras de Maurício Sulaiman, presidente do Conselho Mundial de Boxe, mais importante entidade do boxe profissional, que afirmou a este blog que misturar profissionais e amadores era receita de ''tragédia'' na Olimpíada do Rio-16.

''Hoje, no boxe de nível olímpico, só tem lutador com 18 anos ou mais e geralmente com cem lutas. Na olimpíada [atualmente] só tem lutador rodado'', enumera Mateus, que acredita que o prazo de 60 dias até os Jogos afastará os grandes nomes da Rio-2016.

As regras diferentes do boxe amador também fazem Mateus acreditar que não haverá massacres.

''No boxe profissional, os atletas pesam no dia anterior e têm 24 horas para recuperar 10, 12, 14 quilos de peso até a hora da luta. No amadorismo, você pesa todos os dias, às 7h e se bobear às 11h já está lutando. Ou seja, não tem o tempo para recuperar tanto peso como no profissionalismo. Se o [russo campeão mundial] Sergey Kovalev vier mesmo para o Rio como saiu em um site, ele não poderá lutar na categoria dele no profissionalismo, mas em outra seis quilos acima, por conta de a pesagem ser no mesmo dia.''

''[Na olimpíada] as luvas são maiores [10 onças, ao invés de 8], as ataduras são feitas de modo diferente ao profissionalismo'', compara Mateus. ''É possível que algum grande nome mantenha no amadorismo a pegada que tem no profissionalismo? Sim, mas acho difícil. Pode até acontecer, mas acho difícil acontecer uma tragédia nos ringues da Olimpíada do Rio.''

''Não vai ter nenhum menino contra assassino na Rio-2016'', resume Mateus.

 

 

 

 

 


Após dar adeus ao Brasileirão, Band se despede da Champions e Mundiais Fifa
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Eduardo Ohata

Cristiano Ronaldo marca e garante titulo do Real da Champions esse ano. Essa deve ter sido a última Champions da Band (Crédito: Stefan Wermuth Livepic/Reuters)

Cristiano Ronaldo marca e garante titulo do Real da Champions esse ano. Essa deve ter sido a última Champions da Band (Crédito: Stefan Wermuth Livepic/Reuters)

Após abrir mão do Brasileirão, representante da Band informou a Globo que não há interesse em renovar os acordos de licenciamento para a TV aberta da Champions e de Mundiais da Fifa, como sub-20, sub-17 e feminino.

Como consequência, a Globo fica liberada para buscar no mercado outros parceiros para essas competições, como já vinha acontecendo no caso do Campeonato Brasileiro. Globo e Band foram parceiras por dez temporadas pelo Brasileiro.

A Band, porém, mantém os acordos com a Globo para transmitir na TV aberta a Euro-2016 e a Olimpíada do Rio-2016.

Quando o licenciamento do Brasileiro foi encerrado, em nota conjunta, Band e Globo justificaram, em comunicado conjunto, que ''o agravamento da crise econômica impediu a Band de prosseguir com esse licenciamento, a partir da temporada 2016''.

Novamente, no caso da Champions e dos Mundiais, o motivo seria o mesmo.

No caso do Brasileiro, a Globo corre atrás de um parceiro que possa arcar com parte dos custos do Nacional, que não se limitam apenas aos gastos com os direitos de transmissão. Há volumosas despesas com a parte operacional também.

Procurada pelo blog, oficialmente, a Band informou que ''a negociação em torno dos eventos esportivos citados ainda não ocorreu''.

A Globo, por meio de nota oficial, informou que ''até o momento, o licenciamento interrompido foi para o Brasileirão. Os outros eventos esportivos ainda não estão formalizados''.

VEJA TAMBÉM:

Por que a Globo precisa de um concorrente para transmitir futebol no Brasil

Cade estende investigação sobre Globo no Brasileiro à parceria com a Band


ESPN exibe luta entre Muhammad Ali e George Foreman na madrugada do domingo
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Eduardo Ohata

A ESPN exibirá, a partir das 2h deste domingo, dois combates que marcaram a carreira do gênio Muhammad Ali: Ali x George Foreman e Ali x Sonny Liston.

O duelo com Foreman se tornou luta mais famosa da história do boxe, a ''Rumble in the Jungle'' (''Batalha na Selva''), na qual Ali mostrou que o boxe pode, sim, ser jogado com o cérebro. Início às 2h de domingo.

Na sequência, às 3h, o duelo no qual Ali, então conhecido ainda como Cassius Clay, desafia o então campeão Sonny Liston pelo título mundial dos pesos-pesados. É o Ali no auge de sua forma física.

Como um aperitivo, antes desses dois combates clássicos, a ESPN exibirá, ao vivo, o duelo entre o russo Artur Beterbiev, ex-cammpeão mundial amador e pegador: É o único lutador ranqueado pela publicação ''The Ring'' que está invicto e que venceu todas as suas lutas por nocaute, duas sobre ex-campeões mundiais. A programação começa a partir da meia-noite. (ATENÇÃO, esta luta estava prevista originalmente para ser exibida pela ESPN +)

No domingo, mais Muhammad Ali.

Quem perdeu o documentário documentário ''Ringside: Ali King of the World'', que traz várias de suas lutas, poderá acompanhá-lo amanhã pelo canal ESPN +, a partir das 7h. Mais tarde, às 10h, a ESPN + exibe Muhammad Ali x George Foreman.

Vale a pena, além de assistir, gravar.

 

 

 


Minha história pessoal com Muhammad Ali
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Eduardo Ohata

Os feitos do ex-campeão mundial e olímpico Muhammad Ali, dentro e fora dos ringues, são conhecidos por todos. Na minha opinão pessoal, ele é o maior atleta de todos os tempos. Mas eu falo sobre isso um pouco adiante neste mesmo post.

Queria nesse momento falar um pouco do episódio no qual conheci Ali pessoalmente. Não como jornalista, mas como fã. Mas o episódio diz muito sobre Ali como um autêntico campeão, em oposição a um esportista fora de série.

Depois de cobrir a luta em que o brasileiro Popó defendeu seu título em Detroit, em 2000, resolvi dar uma esticada a Los Angeles por conta própria para assistir a luta entre Oscar de La Hoya e Shane Mosley.

Eis que logo depois que a luta acabou, em meio à multidão que se dirigia à saída do Staples Center, esbarro em ninguém menos do que o, nas palavras dele próprio, ''The Greatest'' (''O Maior de Todos''). Fui pego de surpresa pela minha sorte. Fiquei aturdido.

Peguei uma luva que levava na ocasião comigo no caso de encontrar algum ex-lutador famoso, tirei da bolsa, e pedi para Ali assinar.

Logo alguém me deu uma bronca. Era Laila Ali, filha de Ali que lutava à época. Rudemente ela me afastou e disse que seu pai não assinaria nada. Claro, fiquei desapontado, mas entendi a preocupação de Laila, por conta da já precária condição de saúde de Ali, que há anos padecia com o Mal de Parkinson.

Quando comecei a dar as costas para ir embora, vejo Ali fazendo um gesto para mim. Com a mão, ele pediu que eu me aproximasse. Olhei para Laila, que desta vez não protestou.

Quando cheguei bem perto de Ali, ele colocou a mão em seu bolso, tirou um ''santinho'' islâmico dele, e me entregou. Ao verificá-lo, descobri que o ''santinho'' tinha o autógrafo de Ali, em letras tremidas, por motivos óbvios, dele.

Levantei a cabeça, mirei para cima, admirado. Ali olhou bem no fundo dos meus olhos.

Aquele foi um momento especial para mim, e que me disse muito sobre o caráter de Ali, e mostrou o homem por trás do campeão. Uma simples situação de fã com ídolo? 

Pense bem.

Quantos atletas fariam isso por um fã? (sim, porque naquela situação estava assistindo a luta como um espectador qualquer, Ali não sabia que eu era um jornalista).

A gente não cansa de ver atletas famosos que, arrogantes, cercados por suas entourages, destratam a todos, fazem questão de ser rudes? Não é preciso ir longe. Não se trata de questão de ''berço'', porque Ali veio de família humilde, que lhe propiciou boa fundação moral.

Mas, claro, há o Ali campeão olímpico e mundial dos pesados.

Um fora de série, que tecnicamente fazia coisas erradas, como esquivar dos golpes na cabeça ''puxando-a'' para trás, ou raramente atacar o corpo do adversário. Mas seus reflexos, velocidade e movimentação incomuns mais do que compensavam por isso. O falastrão, que saiba como poucos promover uma luta e transformá-la num evento.

Não dá para esquecer também o Ali ativista, que defendeu o direito dos negros, na época em que não era popular fazê-lo. Que se recusou a lutar na Guerra do Vietnã, uma guerra que não era sua, e que pagou com a revogação de sua licença de pugilista. Ou seja, por suas convicções, Ali perdeu três dos anos mais produtivos da carreira de um atleta e, consequentemente, ficou sem faturar.

Que contraste, heim, um atleta que aceita sentir no bolso o peso de suas convicções, quando a gente vê tantos hoje burlando o fisco. E ele não parou por aí, mesmo sofrendo com o Parkinson, viajava o planeta todo quando causas humanitárias exigiam.

Há, ainda, o Ali que se reinventou.

Quando retornou aos ringues de seu ''exílio'', já não era tão jovem. Em vez de reflexos e velocidade, usou a cabeça na mais famosa luta de todos os tempos, a ''Rumble in the Jungle'' (''Batalha na Selva''), que virou livro de Norman Mailer e documentário ganhador do Oscar (''Quando Éramos Reis''). Ficou parado nas cordas, cansou o destruidor George Foreman, e reconquistou o título mundial.

Muitos dizem que foi a maior luta de todos os tempos. Discordo. Há lutas melhores. Mas o que essa luta mostrou foi que Ali era, de fato, genial, um fora de série. Depois, foi o primeiro peso-pesado ser campeão por três vezes.

Por tudo isso, jamais haverá um outro como Muhammad Ali. Descanse em paz, você foi um autêntico campeão do povo.


Gola pólo retorna em camisa número 2 do São Paulo, no dia 23, no Morumbi
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Eduardo Ohata

A camisa número 2 do São Paulo, que tem estreia prevista para o dia 23, uma quinta-feira, na partida frente ao Sport, pelo Campeonato Brasileiro, no Morumbi, promoverá a volta da tradicional gola pólo ao uniforme são-paulino. A camisa será listrada.

O fato de a estreia da segunda camisa, também produzida pela americana Under Armour, acontecer em casa, está em linha com o que já aconteceu no lançamento do novo uniforme, pois seu conceito prossegue seguindo a linha ''Dê a vida por essa casa''.

A estreia da nova camisa tricolor, no mês passado, foi acompanhada pela divulgação de vídeo que homenageou o Morumbi.

O novo manto são-paulino também contará com a tecnologia Coolswitch, que oferece sistema de resfriamento do corpo do atleta, e conta com maior capacidade de absorção do suor.