Blog do Ohata

Arquivo : Fox Sports

Globo agora ganha rivais também na disputa pelos direitos da Copa do Brasil
Comentários Comente

Eduardo Ohata

Globosat, Esporte Interativo e Fox Sports abordaram a CBF interessados nos direitos de transmissão da Copa do Brasil, este blog apurou com uma fonte na CBF ligada diretamente às negociações de TV. A informação foi confirmada ao blog pelo representante de uma das TVs que conversou com a CBF no fim do ano passado e que foi informado pela confederação sobre a existência de outros interessados.

A CBF, porém, apesar do interesse das três emissoras, não abriu negociação com nenhuma das emissoras, por considerar “muito prematuro”. Afinal, o contrato em vigor da CBF com a Globo/Globosat para a transmissão da Copa do Brasil se estende até 2018.

A Fox Sports já exibe algumas partidas da Copa do Brasil por conta de um acordo de repasse com a Globosat.

O canal fechado Sportv, do sistema Globosat, e Esporte Interativo protagonizam uma disputa pelos direitos de 2018 em diante do Campeonato Brasileiro de Futebol  para a TV fechada. Atualmente os direitos são da Globo/Globosat, que já renovou com sete clubes: Corinthians, Vasco, Botafogo, Vitória, Sport, Cruzeiro e Atlético-MG.

Segundo clubes que negociam com o Esporte Interativo, o canal fixou o final desta semana como deadline para uma decisão dos clubes com quem negocia sua proposta.

O Esporte Interativo intensificou o diálogo com os clubes de futebol que ainda não fecharam com a Globosat depois de ter garantido sua entrada na grade da operadora de TV a cabo NET, fechada no fim do ano passado e concretizada este mês. Há, da parte do Esporte Interativo, a expectativa de entrar na grade de outra grande operadora, a Sky.

Com a Liga dos Campeões e Copa do Nordeste como principais atrações, o canal necessita de outras atrações de peso ao vivo para preencher a grade no período noturno e aos finais de semana. Como os direitos da Série B do Brasileiro foi renovada até 2020 com a Globosat, assim como os direitos do Paulista, as competições mais interessantes que ainda estão no mercado são o Brasileirão e a Copa do Brasil.

O Esporte Interativo, que foi adquirido pelo grupo Turner, chamou a atenção dos clubes ao ofertar uma soma que pode chegar a até entre cinco e seis vezes o que a Globosat paga pelos direitos em TV fechada, por concordar com o modelo inglês de distribuição do dinheiro, uma reivindicação dos clubes, e pelo fato de ter adquirido a Liga dos Campeões.

Mas quem conhece a fundo o funcionamento do sistema de pay-per-view alerta que a exposição de clássicos regionais, como o Grenal, pelo Esporte Interativo em suas praças pode prejudicar a atratividade do pay-per-view, o que pode mexer no bolso dos clubes. Hoje, 38% da receita do pay-per-view é direcionado para os cofres dos clubes de futebol.

Há o potencial também de que muitos jogos fiquem fora da TV por assinatura se parte dos clubes assinar com o Esporte Interativo e a outra parte permanecer com a Globosat. Segundo a legislação brasileira, não prevalece o mando de campo. Pela Lei Pelé, os dois times teriam que estar fechados com a mesma emissora para que a partida seja transmitida.

Na TV aberta, Record e Rede TV!, que tentaram adquirir os direitos do Brasileiro no episódio que culminou na implosão do Clube dos 13 anos atrás, agora não demonstraram interesse em enfrentar a Globo.


Saiba como o Esporte Interativo tenta conquistar os clubes do Brasileirão
Comentários Comente

Eduardo Ohata

O canal fechado Esporte Interativo ofereceu um pacote para os clubes com os quais negocia os direitos para transmitir suas partidas do Brasileiro nas temporadas 2018/19. Segundo clubes consultados por este blog e que negociam com a emissora, o principal atrativo são os valores com os quais a emissora acenou, no mínimo cinco vezes superior àquele oferecido pela Globosat pelos direitos de TV a cabo.

O “lastro” para tal oferta, que também impressionou os clubes, é o nome da gigante de mídia Turner por trás do Esporte Interativo e o efeito “Champions”. Cartolas comentam que se a emissora conseguiu para si os direitos para o Brasil da Liga dos Campeões é porque está capitalizada e reúne condições financeira para cumprir sua proposta.

Executivos do Esporte Interativo ouviram dos cartolas a proposta de um novo formato de contrato, em relação ao atual com a Globosat. Eles querem seguir o modelo inglês, que reparte 50% do valor total igualitariamente entre todos os 20 clubes da Série A, 25% seriam repartidos de acordo com os méritos técnicos, ou a colocação dos clubes na tabela ao término do Nacional, e a divisão dos 25% restantes obedeceria aos critérios de audiência.

É justamente esse último detalhe que, segundo o grupo de cartolas que conversam com o Esporte Interativo, tornariam o negócio atrativo também para Corinthians e Flamengo. Como as partidas de seus times lideram a audiência, continuariam arrecadando mais do que os demais. Talvez um pouco menos, pondera um dirigente, ao argumentar que essa nova fórmula diminuiria a disparidade entre os valores pagos a grandes e a pequenos.

O Esporte Interativo pede a exclusividade nos direitos da TV fechada. Mas poderiam sublicenciar os direitos posteriormente, a exemplo do que fez a Fox Sports com a Libertadores.

O cartolas alegam que a Globosat ainda manteria um quinhão do Brasileiro, já que ficaria livre para negociar os direitos da TV aberta e do pay-per-view.

O Esporte Interativo negocia os direitos do Brasileiro pela necessidade de preencher sua grade com eventos ao vivo, especialmente à noite e aos finais de semana. Os dois destaques de sua grade são a Champions e a Copa do Nordeste. A necessidade aumentou após sua entrada na grade da operadora NET.