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Arquivo : Ronda Rousey

Ronda diz que o pior que pode acontecer em estreia é ‘parecer estúpida’
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Eduardo Ohata

A ex-campeã e estrela do UFC, Ronda Rousey, afirmou que o pior que pode acontecer em sua estreia no telecatch é ela parecer estúpida, apanhou de verdade em sua nova carreira e que pela primeira vez experimenta um ambiente em que todos trabalham em equipe. Ela fez essas declarações nesta terça (13), em sua primeira entrevista após assinar com a firma de telecatch WWE, no talk show “Ellen”, da apresentadora Ellen DeGeneres.

“A ação segue um script, mas quando tomo um tapa na cara, é um tapa real, não é uma luta de mentira”, apontou Ronda, ao se referir ao segmento com Stephanie McMahon, filha do dono da WWE, no qual tomou um tapa no rosto, durante o programa semanal “Raw”.

Um dos motivos de a WWE ter contratado Ronda é para que a lutadora empreste sua credibilidade junto ao público aos shows promovidos pela empresa. (Alerta de spoiler) Os shows de telecatch seguem um script e os resultados são pré-determinados.

Em sua estreia em uma luta na WWE, marcada para o próximo dia 8, no Wrestlemania, principal show do ano de telecatch, a medalhista olímpica de judô formará dupla com o campeão olímpico de luta greco-romana Kurt Angle, cujo personagem é o gerente-geral do “Raw”, contra Stephanie e seu marido, o lutador Triple H. Ronda admite estar nervosa enquanto espera por sua estreia.

“Estou nervosa, mas não como estive na Olimpíada”, compara Ronda, que apareceu no talk show com um vestido florido e muito sorridente. “O pior que pode acontecer é eu parecer estúpida, o que não é tão terrível.”

Ao ser questionada por Ellen sobre um possível retorno ao UFC, Ronda minimizou as chances, conforme reportou a Agfight, e disse que está muito empolgada com o mundo do telecatch no momento e que voltar para o UFC seria como competir de novo no judô olímpico. “No judô e no UFC, o lutador está sozinho, no telecatch, trata-se de um trabalho em equipe no qual um depende do outro.”

Para mostrar que já está totalmente adaptada ao clima do telecatch, Ronda também “ensinou” a apresentadora a fazer “cara de má”.

 

 

 

 


Ronda Rousey tem parceiro de luta confirmado ao vivo em show de telecatch
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Eduardo Ohata

A ex-campeã e estrela do UFC Ronda Rousey teve confirmado como parceiro de duplas o campeão olímpico de luta greco-romana da Olimpíada de 1996 Kurt Angle durante um segmento do programa “Raw” exibido ao vivo nos EUA na noite desta segunda-feira (5). A dupla enfrentará em um desafio de duplas mistas a filha do dono da WWE, Stephanie McMahon, e seu marido, o lutador Triple H.

Sites especializados em telecatch já haviam divulgado que Ronda formaria dupla com Angle, conforme o UOL Esporte noticiara.

Para efeito de teatralidade, foi o próprio Angle, ex-campeão de telecatch e atual gerente-geral do programa “Raw”, que fez o anúncio oficial. Sobre o ringue, ele apontou que Stephanie e Triple H são diretores da WWE, mas também têm contratos como lutadores da companhia. Como é ele que “faz as lutas”, Angle anunciou, em tom dramático, que a dupla enfrentaria Ronda e ele próprio no Wrestlemania, principal show de telecatch do ano, em 8 de abril.

Ronda, Angle, Stephanie e Triple H já haviam protagonizado um explosivo segmento no especial “Elimination Chamber” no qual Ronda arremessou o “patrão” sobre uma mesa, que se partiu, durante a cerimônia de assinatura de seu contrato com a WWE.

Ronda e Angle formarão uma dupla de medalhistas olímpicos, já que a ex-judoca foi bronze nos Jogos de Pequim-08. A ex-campeã do UFC ressaltou esse fato por meio de sua conta pessoal no Twitter, ao escrever “Respeitem a nós atletas olímpicos, ou os faremos nos respeitar”.

 


Ronda arremessa patrão, quebra mesa e assina com empresa de telecatch
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Eduardo Ohata

Divulgação/WWE

A ex-campeã e estrela do UFC Ronda Rousey quebrou uma mesa ao arremessar um de seus novos patrões, o lutador Triple H, sobre ela, e garantiu sua participação no principal espetáculo de telecatch do ocidente, a Wrestlemania, ao assinar contrato com a WWE, durante o evento Elimination Chamber.

Não se desviando da tradição, a cerimônia de assinatura de contrato acabou em pancadaria para servir de promoção de um espetáculo futuro.

(Alerta de spoiler): No telecatch, os resultados são pré-determinados; as lutas, combinadas; e os diálogos dos atletas seguem um script).

Além de Triple H, Ronda interagiu com Stephanie McMahon, filha do dono da WWE e mulher de Triple H, e Kurt Angle, campeão olímpico na luta greco-romana na Olimpíada de Atlanta, em 1996.

O entrevero entre Ronda, Triple H e Stephanie surgiu quando Angle “revelou” que Triple H e Stephanie estavam contratando Ronda para manipulá-la, pois não haviam esquecido a derrota que ela causara à dupla no Wrestlemania 31, em 2015, ao se aliar ao ator e ex-lutador de telecatch Dwayne “The Rock” Johnson, e que Stephanie havia dito que Ronda “já era” e que conseguiria dominá-la.

Ronda arremessou Triple H, que tentava acalmá-la, sobre a mesa que estava no ringue para a assinatura do contrato e foi confrontada por Stephanie, que perguntou quem ela pensava que era, e que deixou o ringue. Segundos depois, Ronda assinou seu contrato e o jogou sobre Triple H, que ficou “desmaiado” sobre o ringue.

Durante o segmento, Triple H deixou claro que Ronda não havia pedido tratamento especial, uma forma de apaziguar os ânimos das novas colegas de Ronda que publicaram via mídias sociais reações de insatisfação por toda a atenção que a ex-UFC vem recebendo. Ele também ressaltou que Ronda não lutará logo de cara por um título feminino. A ex-UFC e medalhista olímpica de judô fez a parte dela ao reiterar que o apelido “Rowdy”, que vinha desde a época do UFC, era uma espécie de homenagem a Roddy Piper, legendário lutador de telecatch, com quem treinara no passado, e que gostaria de honrar sua memória. Também disse que não queria ganhar uma oportunidade de ser campeã da WWE antes de fazer por merecê-la.

Também ficou claro que Ronda é um trabalho em andamento. Foi o trio de Angle, Triple H e Stephanie, mais assertivos com suas falas, que conduziram toda a ação. Ronda mostrou-se tímida ao microfone, algo esperado, já que nem no próprio UFC dominava a arte do trash talking (provocações ao adversário).

 


Será que isso se repetirá com Ronda Rousey ao assinar seu contrato hoje?
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Eduardo Ohata

As imagens acima falam por si e representam uma típica assinatura de contrato na firma de telecatch WWE, com a qual a ex-campeã e estrela do UFC Ronda Rousey assina contrato de longa duração na noite deste domingo (25), durante o evento Elimination Chamber.

Todas as cerimônias de assinatura de contrato da empresa nas últimas décadas, sem exceção, terminaram em pancadaria, uma forma de atrair a atenção e promover futuros eventos especiais de telecatch disponíveis nos EUA exclusivamente para assinantes da WWE Network.

As mesas onde os contratos são assinados acabam se tornando “armas” ao ser arremessadas nos adversários, cadeiras “voam” e invariavelmente há confronto físico entre os atletas, que têm que ser separados por árbitros, seguranças e outros atletas. Foi assim, por exemplo, que em 2003, o público assistiu o dono da WWE, Vince McMahon, furar a canetadas o rosto do famoso grandalhão Hulk Hogan (que interpretou o lutador de telecatch “Thunderlips” em “Rocky 3”) e o forçar a assinar o contrato com seu próprio sangue.

(Alerta de spoiler): Claro que dá para entender porque ninguém foi preso pois sabemos que os resultados do telecatch são pré-determinados; as lutas, coreografadas; e que a ação e as falas dentro e fora do ringue seguem (literalmente) um script. Quando um atleta sangra, geralmente é porque ele mesmo provocou o corte em si mesmo com uma gilete que trazia escondida em seu uniforme.

Mas é fato que a cerimônia de assinatura de contrato de Ronda não será uma simples assinatura do contrato. A depender de quem aparecer no momento para confrontar Ronda, será possível ter uma ideia de quais serão as principais rivais de Ronda e o que planeja a WWE para seus primeiros meses na companhia. O fato é que os planos são de longo prazo, pois Ronda aparece em destaque nos ingressos que já começam a ser comercializados do evento especial Survivor Series, marcado para o dia 18 de novembro.

A companhia controlou as demonstrações públicas de ciúmes que partiram das futuras colegas de Ronda. A WWE chegou a divulgar um vídeo no qual uma de suas críticas nas mídias sociais, a ex-campeã Charlotte Flair, agora elogia feitos de Ronda dentro do esporte.


Chael Sonnen sai em defesa de Ronda Rousey e dá dica para ciúmes de colegas
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Eduardo Ohata

Ronda é apresentada pelo WWE (Divulgação/WWE)

O falastrão Chael Sonnen, que protagonizou no UFC rivalidade com Anderson Silva, saiu em defesa de Ronda Rousey em relação ao ciúmes que vem enfrentando das novas colegas na empresa de telecatch WWE. Ele ofereceu dicas sobre como superar essa situação.

“Ronda tem enfrentado todo tipo de problemas vindos do vestiário da WWE. Ela é grandinha, consegue lidar com isso, e vai lidar, mas não precisava ser assim”, comentou Sonnen, sobre as demonstrações públicas de ciúmes, que vêm aumentando no decorrer das semanas. “Mas é algo que acontece quando alguém de fora da indústria chega e de repente recebe muita atenção.”

Toda a atenção que a chegada de Ronda à WWE, durante o evento anual Royal Rumble, recebeu foi criticada por colegas de empresa, como Nikki Bella, Nia Jax, a campeã Charlotte Flair, e de veteranos do telecatch. Eles reclamaram que o foco está todo dirigido a Ronda, enquanto feitos históricos da divisão feminina da WWE têm sido ignorados. O fato de o dono da WWE, Vince McMahon, ter desejado feliz aniversário a Ronda via mídias sociais e o site da empresa de telecatch ter destacado foto de Ronda tampouco caiu bem.

“Uma coisa legal que uma pessoa de fora entrando nesse novo negócio poderia fazer para ganhar a simpatia das colegas é perder para outra colega, ajudando a elevar o status dessa colega”, aconselhou Sonnen, especialista em relações-públicas (contém ironia).

“O que os donos da WWE deveriam fazer é ir no vestiário e explicar para Charlotte e o resto das garotas… que não deveriam fazer isso, porque eu sou o chefe, eu assino os cheques, e vocês fazem o que eu mando. É simples assim”, conclui Sonnen, que ganhou notoriedade não apenas por quase derrotar o Spider na primeira vez que lutaram, mas também por falar muito mal do Brasil.


Chegada de ex-UFC Ronda Rousey ao telecatch já gera ciúmes em novas colegas
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Eduardo Ohata

A atenção dirigida à chegava da ex-campeã e estrela do UFC, Ronda Rousey, à WWE gerou queixas de pelo menos duas de suas novas colegas de trabalho e uma recepção fria da parte de outras.

A ex-campeã Nikki Bella, mulher do lutador John Cena, um dos maiores ídolos do telecatch (e da WWE, em particular), reagiu a um post no Twitter oficial da WWE na qual a empresa promovia a “opinião sincera de Ronda Rousey logo após chocar o universo WWE [ao aparecer] no [evento de telecatch] Royal Rumbe”.

“Você não quer saber também quais foram as opiniões sinceras das outras 30 mulheres [que participaram do Royal Rumble]?”, tuitou Nikki Bella, por meio da conta que possui com sua irmã gêmea Brie.

Foi uma alusão ao fato de o Royal Rumble deste ano ter sido palco pela primeira vez de um combate envolvendo 30 mulheres, o que já era tradição para os homens neste pay-per-view, mas que jamais havia sido feito para a divisão feminina da empresa.

Quando a WWE anunciou que o Raw, principal programa semanal da empresa que acontece após o Royal Rumble, estaria reprisando “o momento sobre o qual todos estão falando”, outra lutadora da empresa, Nia Jax, se manifestou.

“Legal que ela está aqui… Acho que o fato de 30 mulheres terem feito história pode ser esquecido…”, disparou Nia, via Twitter.

Outras lutadoras saíram na linha de que são profissionais e que trabalham bem com qualquer pessoa, mas sem tecer grandes elogios.

Essa negatividade pode afetar a carreira de Ronda? Sim. Em suas biografias, vários lutadores da WWE, como os ex-campeões Chris Jericho e Bret Hart, e até o dono da WWE, em entrevistas, Vince McMahon, salientaram que há muita política no vestiário da WWE, um fator importante, já que a credibilidade da performance de uma lutadora depende do trabalho e cooperação das suas colegas. Não é segredo que as lutas são coreografadas, a ação detalhada em scripts e os resultados dos combates, pré-determinados.

No momento, tudo indica que há grandes planos para Ronda. Publicações especializadas divulgaram que há um forte rumor de que a WWE pretende organizar na Wrestlemania, principal show anual da empresa, uma luta mista, entre Ronda e Dwayne “The Rock” Johson contra a dona da companhia, Stephanie McMahon e seu marido, o lutador conhecido como “Triple H”.

Em sua participação anterior na WWE, em 2016, Ronda ajudou “The Rock” a conseguir a vitória sobre a mesma dupla. A explicação para Ronda participar de uma luta mista é a de que ela ainda está “verde” para fazer uma luta solo no maior show do ano.

Como a negociação não está fechada com Dwayne Johnson, a WWE publicou em seu site, no fim de semana, um post explorando as cinco principais rivalidades em potencial para Ronda na empresa.

 

 

 


Opinião: Ronda Rousey será campeã de firma de telecatch que a contratou
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Eduardo Ohata

Vamos deixar uma coisa clara logo para começo de conversa: As lutas de telecatch, inclusive da WWE, principal promotora do ocidente e com quem a ex-estrela do UFC Ronda Rousey assinou um contrato, são coreografadas e os resultados, combinados. A ação dentro e fora do ringue segue uma trama detalhada (literalmente) em script.

Mas a WWE tem um histórico de colocar em posições de destaque os ex-lutadores do UFC que já teve sob contrato. A partir da década de 90, a empresa passou a investir em enredos mais realistas (para o telecatch), mirando um público com poder aquisitivo, ao invés de pôr no ringue palhaços (literalmente), cobradores de impostos, índios, lixeiros etc, personagens dirigidos a um público infantil.

Ken Shamrock, que perdeu para Royce Gracie na edição inaugural do UFC, conquistou sob o apelido de “O Homem Mais Perigoso do Mundo” o título intercontinental, à época segundo cinturão em ordem de importância da promoção.

Dan Severn, campeão do UFC 5, reviveu na WWF a rivalidade com Ken Shamrock, para quem perdeu no UFC 6 e a quem derrotou no UFC 9. Em um episódio, subiu ao ringue de terno, gravata e sapatos, para confrontar um lutador e torturá-lo ao aplicar uma chave.

Brock Lesnar foi campeão da WWE antes de conquistar o cinturão dos pesados do UFC, e posteriormente retornou à WWE, onde é o atual campeão universal.

No caso de Ronda, há razões adicionais para acreditar que no futuro ela disputará a conquistará um cinturão feminino da promoção: a WWE tem investido em consolidar uma robusta divisão feminina, dado maior ênfase das mulheres na programação, permitindo inclusive que façam a luta principal do principal programa semanal da franquia, e a reação empolgada do público à entrada de Ronda na arena na Filadélfia no último domingo. Ajudou a “ganhar” o público Ronda ter entrado com uma camisa que trazia o apelido de um dos maiores ídolos do telecatch, “Rowdy” Roddy Piper (para quem ela pediu permissão para emprestar o apelido para usar no UFC).

Os programas semanais da WWE são um tipo de novela na qual a resolução das questões são quase sempre resolvidos no ringue. É aí que mora o calcanhar de Aquiles de Ronda, já que apesar de ela ter experiência como atriz (“Os Mercenários 3”, “Velozes e Furiosos 7” etc), a ex-campeã do UFC não chega nem perto de um Conor McGregor ou um Chael Sonnen no trash talking (provocações).

Mas há soluções para isso. No caso de Shamrock foi criar um personagem meio louco, que falava pouco e entrava meio que em transe. No caso de Lesnar, arrumaram para ele um manager, que é seu porta-voz e fala, lança desafios e provoca os futuros rivais por ele.

No Brasil, os programas semanais da WWE (mas não os especiais vendidos nos EUA em pay-per-view) são exibidos pelo canal Fox Sports 2.


Odiado, McGregor impulsiona crescimento de vendas de pay-per-view no Brasil
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Eduardo Ohata

Odiado pelo público que o vê como um falastrão, além de uma pedra no sapato do ídolo José Aldo, o irlandês Conor McGregor, ironicamente, foi um dos ingredientes que permitiu que o canal do UFC no Brasil não apenas passasse batido à crise financeira que atinge o país, mas apresentasse crescimento robusto nesse período, na casa dos dois dígitos.

Na contramão do que aconteceu no mercado de canais pagos, o UFC Combate cresceu 13% de 2014 para 2015, e a luta entre McGregor e José Aldo foi uma das grandes vendas do canal em 2015. Mesmo a derrota dele para Nate Diaz, que não repetiu a performance de vendas do duelo com o brasileiro (claro!), indicou que tem potencial no Brasil, independente de quem seja o seu oponente.

O público brasileiro virou a casaca e passou para o lado do irlandês?

Muito pelo contrário!

Se repete com ele o fenômeno que aconteceu na década de 60, quando muita gente assistia as lutas do campeão dos pesos-pesados Muhammad Ali torcendo para que alguém calasse a boca daquele (não coincidentemente) falastrão.

Também pudera, ao contrário de Joe Louis, que foi um grande campeão que media as palavras, Ali desafiava a tudo e a todos. Não tinha medo de se auto-declarar o “maior de todos”, fez campanha contra a Guerra do Vietnã, que não pegou bem em um país extremamente patriótico, e aderiu ao movimento negro. Não. Nem de longe McGregor é o Muhammad Ali do MMA, mas segue sua escola de auto-promoção.

“Percebemos que muitas pessoas querem assisti-lo, pois querem vê-lo [McGregor] perder”, comenta Daniel Quiroga, gerente geral do UFC Combate. “Mas já existe uma legião grande de fãs do McGregor no Brasil. Não há como negar, é um fenômeno. Lutadores como ele são importantes para o negócio, pois inflamam os fãs, geram interesse e atraem o público periférico [que não acompanha o MMA].”

Apesar dos bons números, o canal enfrenta o desafio da crise dos brasileiros dentro dos octógonos e pela crise financeira do país.

“O consumo do MMA está muito relacionado aos ídolos brasileiros. Apesar dos atletas estrangeiros que caíram nas graças do público brasileiro, como [o ex-campeão meio-pesado] Jon Jones, [a ex-campeã] Ronda Rousey e McGregor, sabemos que dependemos muito dos ídolos para manter uma curva positiva nos negócios”, admite Quiroga.

“Não queremos deixar que aconteça com o MMA o que aconteceu com a F-1 e o tênis, que tiveram grandes ídolos brasileiros como Ayrton Senna e Guga, mas cujo encerramento de seu ciclo também levaram junto o interesse do esporte pela população brasileira.”

Segundo o executivo, para evitar que isso aconteça, estão em andamento uma série de iniciativas para a renovação dos ídolos brasileiros, desenvolvimento de novos talentos e fomento da prática dos esportes de luta.

Daniel Quiroga, executivo do canal UFC Combate

Daniel Quiroga, executivo do canal Combate

Quiroga não afasta os efeitos da crise econômica, mas crê que o canal poderá repetir a performance do ano passado e continuar apresentando crescimento.

“A crise é para todos os segmentos, todas as marcas que possuem algum tipo de operação e negócio no Brasil estão sendo afetadas pela crise. Claro que poderíamos ter tido um crescimento maior caso o poder aquisitivo da população estivesse mais estável, mas nossa base de assinantes vem crescendo. Temos uma oferta de lutas muito boa no primeiro semestre e a previsão é que o segundo semestre também acompanhe o primeiro.”

Além disso, cita também investimentos em novas plataformas, como os aplicativos abertos (voltados ao público em geral) e fechados (exclusivos para assinantes), redes sociais e no Combate Play, por meio do qual o assinante pode assistir ou rever lutas onde estiver.


Veja o que diz agora a revista de boxe que estampou Ronda Rousey na capa
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Eduardo Ohata

A tradicionalíssima revista de boxe “The Ring”, a mesma que estampou Ronda Rousey na capa em sua última edição, agora diz que a ex-campeã do UFC “não conseguiria enfrentar nenhuma boxeadora que valha algo”. A publicação afirma que “mesmo antes da brutal derrota para a ex-campeã de boxe Holly Holm no mês passado, ninguém deveria ter esperado que seu sonho se tornasse realidade”.

“Além de todo o dinheiro que o UFC lhe oferece, Rousey também tem várias propostas para atuar em filmes quando ela não está treinando para suas lutas no octógono”, argumenta a publicação na seção intitulada “O que não veremos acontecer em 2016”, que inclui “a estreia de Ronda Rousey no boxe profissional”.

O que a “The Ring” não explica, porém, é o porquê de colocar Ronda em sua capa, e não alguma boxeadora.

Foto em artigo que, agora, diz que Ronda não irá estrear no boxe profissional

Foto em artigo que, agora, diz que Ronda não irá estrear no boxe profissional

Em outra parte da publicação, o colunista Thomas Hauser fez críticas a Ronda mesmo antes de a luta começar. “O corpo dela pareceu um pouco flácido quando ela entrou no ringue”, apontou Hauser.

“Ela pareceu exausta ao fim do primeiro assalto. Luta é uma profissão de tempo integral. Neste ano, [Ronda] fez bicos como modelo, atuou em filmes e viveu a vida de uma celebridade, além dos dramas com o namorado do momento e com sua mãe. É uma velha história, o campeão popular fica um pouco preguiçoso na academia, a intensidade de antigamente não está mais lá”, disparou Hauser.

Porém Hauser também elogiou a estratégia de Holly. “Ela pareceu mais forte do que Ronda. Ela controlou a distância entre ela e Ronda com um belo jogo de pernas e um bom jab [golpe preparatório]. Isso, e sua postura canhota [com o braço direito à frente, o que confunde o adversário], permitiram que golpeasse com eficiência enquanto a luta se desenrolava com as duas em pé”.

A última palavra, porém, ficou com os leitores, que ironizaram a decisão da revista de colocar Ronda na capa, a segunda vez na história da publicação que uma mulher ocupou com destaque a frente da publicação.

“É irônico que sua garota da capa, que teve um texto de 8 páginas, foi derrotada por uma ex-boxeadora para quem vocês dedicaram um parágrafo. Com tantas boxeadoras do passado e do presente que vocês poderiam ter colocado na capa, vocês escolheram uma lutadora de MMA”, disparou o leitor Walter Zabicki.

 

 

 

 


Algoz de Ronda, Holly Holm está mais para Buster Douglas ou Chris Weidman?
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Eduardo Ohata

Que a zebra imposta por Holly Holm sobre Ronda Rousey teve proporções semelhantes à de James “Buster” Douglas sobre Mike Tyson ou Chris Weidman sobre o “Spider” Anderson Silva é indiscutível. Mas com quem a “Filha do Pastor” Holm se parece mais? Com Douglas, o campeão “fogo de palha”, que perdeu os cinturões logo na primeira defesa de título, ou com Weidman, que vem batendo o que de melhor a categoria dos médios do UFC tem a oferecer?

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Montagem ironizando a revista “The Ring”, que publicou a foto de Ronda Rousey na capa, mas não a de Holly Holm

Definitivamente, Holly NÃO é Buster Douglas, que até o desafio a Tyson, em 1990, não tinha mostrado aquele “algo a mais” que define campeões. Pior, antes de bater Tyson, todas as vezes em que Douglas se viu cara a cara com uma adversidade, perdeu. Como quando foi derrotado na luta que estava vencendo pelo título da FIB, mais pelo cansaço do que por Tony “TNT” Tucker, ou quando foi batido por Mike “The Giant” White, um peso-pesado que após enfrentar Maguila no Brasil ficou mais um tempo aqui para fazer um “bico” como jogador de basquete.

Ao enfrentar Tyson, Douglas tirou forças de uma série de notícias ruins (a morte da mãe, separação da mulher, a notícia de que a mãe de seu filho estava com câncer e uma rusga com o pai) para bloquear o fator intimidatório de Tyson. Motivado, Douglas sobreviveu uma visita à lona no oitavo assalto para tirar a invencibilidade e a coroa de Tyson, mas perdeu logo em sua primeira defesa de título, quando apareceu para a luta BEM acima do peso.

Um ponto em comum de Holly com a trajetória de Weidman, é o histórico de consistência. Assim como Weidman se destacou no wrestling antes de entrar para o MMA, Holly foi campeã nacional de kickboxing e mundial de boxe, tanto que é considerada uma das CINCO melhores boxeadoras femininas da história. Nos ringues, sempre procurou o que havia de melhor em termos de adversárias para se provar. Foi assim que enfrentou Christy Martin, a lutadoras que frequentemente roubava a cena nas preliminares de Tyson na década de 90. Ou seja, o desejo de ser a melhor não foi algo que aconteceu durante um combate apenas.

Apesar de ter poucas lutas no MMA antes de enfrentar o Spider (assim como Holly ainda tem poucas lutas no MMA) e de sua origem no wrestling, Weidman não apenas “mostrou serviço” nesses combates, como a capacidade de adaptação, como quando venceu Demian Maia, que é um baita de um lutador de jiu-jitsu.

Da mesma forma, Holly conseguiu realizar a transição dos ringues para o octógono. Um exemplo? Na luta com Marion “The Bruiser” Reneau, mostrou que era mais do que uma boxeadora que lutava MMA ao conseguir se livrar da mesma chave-de-braço que a compatriota aplicara com efeitos devastadores na brasileira Jessica Andrade.

Outro ponto em comum com Weidman é a força mental, de não permitir que o adversário já suba no octógono com a luta ganha. Certamente a fama do “Spider” e de Ronda derrotaram rivais antes de subirem ao octógono.

Sim, os críticos podem apontar que na luta com Ronda, Holly preferiu voltar a lutar em pé, no boxe, quando as duas foram para o chão. Mas qual o mal nisso? Isso é lutar de forma esperta. Holly não precisa virar a melhor lutadora “de chão”, do dia para a noite para construir uma trajetória vitoriosa. Conhecer o suficiente para se defender bem quando for para o solo, sim.

Para ilustrar essa lógica é só ver o trabalho de boxe que o técnico de boxe e MMA Pitu faz com Demian Maia. Seu objetivo não é transformar um lutador oriundo do jiu-jitsu em um nocauteador, agredindo sua natureza. Pitu ensina Maia a como lidar com um striker, como se defender dos ataques e a capitalizar as melhores oportunidades para levar a luta para o chão.

Vale o que o técnico que está com Holly desde o início, Mike Winkeljohn, diz, “Holly não é mais uma boxeadora, ela é uma lutadora de MMA”. Holly não vai entregar o título de graça para ninguém. E nisso ela está mais para Chris Weidman do que para James “Buster” Douglas.