Leilão aumenta chance de Globo vencer Fox Sports e recuperar Libertadores
Eduardo Ohata
A forma de negociação pelos direitos da Libertadores entre as emissoras de TV e a Conmebol mudou.
Os direitos da Libertadores no país hoje pertencem à Fox Sports, que os sublicenciam à Globosat em troca de jogos da Copa do Brasil. Desta forma, nem o SporTV, braço da Globosat na TV por assinatura, e tampouco a Fox Sports podem programar as partidas livremente, já que há um acordo por meio do qual há um rodízio semanal na escolha de jogos que cada um dos canais irá transmitir.
Mas a partir de agora, em vez de negociar diretamente com a entidade, as emissoras participarão de um leilão pelos direitos da Libertadores. A entidade já firmou parceria em relação a outras propriedades com a gigante do marketing IMG.
A licitação para selecionar a firma que organizará o leilão acontecerá no mês que vem, a Conmebol informou ao blog.
Ou seja, de agora em diante, o histórico de negociações passadas e relacionamento, que seriam favoráveis à Fox Sports, dão lugar a critérios estritamente técnicos, com base nos valores oferecidos e também na expertise na promoção do produto. Para esse último quesito, é uma vantagem controlar um canal na TV aberta e contar com outros na TV por assinatura.
Uma ideia que entrou no radar de dirigentes da Conmebol é separar o Brasil dos demais países da América Latina na negociação dos direitos da edição de 2019 em diante.
Na negociação passada, a Fox Sports adquiriu em um só pacote os direitos da Libertadores para as Américas.
Se o formato permanecer inalterado, ou seja, venda das Américas em um só pacote, os executivos da Globo/Globosat terão de pesar muito bem a relação custo/benefício da aquisição dos direitos para o continente inteiro.
Como a Globo não opera diretamente canais de esporte em um grande número de países da América Latina, ao contrário de Fox Sports e ESPN, por exemplo, corre o risco de amargar prejuízo caso não consiga repassar os direitos a canais de outros países.
Com a separação do Brasil do resto da América Latina, a Globo poderia fazer uma proposta robusta financeiramente pelos direitos no país, pois estaria direcionada só para onde está a sua sede.
É bom lembrar que, mesmo nesse cenário, ESPN (Disney), Fox Sports (Rupert Murdoch) e Esporte Interativo (Turner) respondem a grupos cujos cofres são bem fornidos.