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Arquivo : Jogos Olímpicos

Treinar 1 mês e participar da Olimpíada. Absurdo? Pode acontecer na Rio-16
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Eduardo Ohata

Treinar apenas um mês para competir nos Jogos Olímpicos. À primeira vista, pode parecer absurdo. Ou impossível. Mas é o que pode acontecer na Olimpíada do Rio. Depende da votação da Aiba, em 1º de junho, que definirá se profissionais poderão lutar nos Jogos.

Primeiro, o que na minha opinião são as boas notícias.

Em entrevista a este blog, CK Wu, presidente da Aiba, entidade que controla o boxe na Olimpíada, garantiu que não haverá injustiças. Quem já garantiu sua vaga não corre mais o risco de perdê-la, ouviu, Robson Conceição? Como consequência direta dessa decisão, se o congresso da Aiba definir dia 1º de junho pela participação de boxeadores profissionais na Olimpíada do Rio, o que ainda é um grande SE, haverá um “teto” de no máximo 26 vagas para a participação de profissionais. É esse o número de vagas em jogo na última qualificatória, que será disputada entre o fim de junho e início de julho. E os profissionais selecionados por suas confederações nacionais para ir aos Jogos ainda terão de disputar essas 26 vagas com amadores. No total, haverá 250 boxeadores na Olimpíada.

As más notícias? Se os profissionais participarem dessa última seletiva, e se ela de fato ocorrer no começo de julho, os profissionais terão apenas um mês para se preparar para a Olimpíada.

À primeira vista, parece fácil. Afinal, profissionais estão preparados para lutar até 12 assaltos de 3 minutos cada, e os amadores lutam apenas 3 assaltos de três minutos cada, certo? Mas o ritmo é totalmente diferente. Enquanto o profissional é treinado para dosar sua performance, os amadores saem com tudo, já que estão acostumados com o pouco tempo para definir o vencedor de um combate.

Se a vantagem do profissional fosse tão automática, não teriam feito tanto esforço na década de 70 para tentar realizar a “luta dos sonhos” entre o tricampeão mundial profissional dos pesados Muhammad Ali e o cubano tricampeão olímpico Teófilo Stevenson.

É muito pouco tempo para um profissional se adaptar.

E nem adianta os profissionais começarem a treinar desde já, pois os critérios serão definidos após o congresso extraordinário. E nenhum promotor de boxe que se preze liberaria seu contratado a participar dos Jogos tão encima da hora.

Uma solução muito melhor seria aprovar a mudança, mas efetivá-la somente na Olimpíada de Tóquio, daqui a quatro anos, quando haveria tempo hábil para todos estarem plenamente adaptados à novidade.

E como fica o Comitê Olímpico Internacional nessa história? O COI, oficialmente, diz não saber sobre essa possível mudança de regras.

CK Wu, porém, diz que o COI tem ciência e apoia totalmente a novidade, que tornaria o boxe nos Jogos muito mais comercial. E aponta que vários outros esportes na Olimpíada tem a presença de profissionais. Verdade, o maior exemplo é o basquete, com as várias encarnações do “Dream Team”. Olhando para nosso próprio umbigo, o futebol olímpico também permite a participação de pros.

De novo, vou bater na tecla de que testar a novidade antes dos Jogos é uma necessidade. Por que não, perguntei a CK Wu, a introdução de profissionais não foi testada no Mundial do Qatar? A vantagem adicional é a implantação nem teria tido que passar pelo crivo do COI, já que a Aiba tem total autonomia no gerenciamento dos Mundiais.

“Essa é uma mudança histórica, então tínhamos que ter a família da Aiba inteira por trás da decisão antes de torná-la pública”, argumentou Wu. “Fizemos uma pesquisa e, em uma reunião em Manchester, os 110 delegados que participaram deram retornos positivos [à ideia de profissionais na Olimpíada]. O passo final acontecerá no congresso extraordinário no dia primeiro de junho.”


Após exigência, tribunal da CBF ataca criação de fórum único para o doping
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Eduardo Ohata

O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) da CBF criticou novamente a criação de um tribunal específico para o julgamento de casos de dopagem, mesmo após a Wada (Agência Mundial Antidoping) ter encaminhado uma carta ao Ministério do Esporte, publicada em seu site na internet, confirmando que trata-se de uma demanda da agência e cujo não-cumprimento põe em risco o credenciamento do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem, no Rio, que deve fazer os exames antidoping da Olimpíada do Rio.

“O STJD  e a Procuradoria da Justiça Desportiva… deliberaram manifestar seu REPÚDIO à iniciativa da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem de criação de um Tribunal único para julgar doping no Brasil. A ideia da ABCD, apoia pelo Ministério do Esporte e sugerida à… Wada, não encontra respaldo nas normas nacionais ou internacionais aplicáveis à espécie”, critica nota assinada pelo presidente do STJD, Caio Cesar Rocha Vieira, e pelo procurador-geral Paulo Schmitt.

Procurado pelo blog, o secretário nacional da ABCD, Marco Aurelio Klein, reafirmou que a exigência partiu da Wada e informou que a ABCD não terá ingerência sobre o tribunal independente, já que nem sequer seus integrantes indicará.

“O diretor-geral da Wada já deixou claro ao ministro [do Esporte] George Hilton que essa é uma iniciativa da Agência Mundial Antidoping”, esclarece Klein. “A ABCD não irá interferir no tribunal, sequer indicará seus membros.”

O governo federal busca meios para alterar a legislação desportiva para a criação do tribunal independente e evitar assim o descredenciamento que impediria o país de realizar testes antidopagem da Olimpíada no Rio. O Brasil precisa aprovar até 18 de março sua criação.

 


‘Olimpíada é por honra, não por dinheiro’, diz Foreman sobre pros na Rio-16
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Eduardo Ohata

Ex-campeão mundial dos pesos-pesados e ex-campeão olímpico, o americano George Foreman criticou a polêmica iniciativa de permitirem que lutadores profissionais participem dos Jogos Olímpicos divulgado recentemente pelo presidente da AIBA (Associação Internacional de Boxe), CK Wu.

“Sou contra profissionais na Olimpíada, nunca gostei dessa ideia”, posicionou-se Foreman, durante contato telefônico com este blog. “Os Jogos Olímpicos têm a ver com honra, não com dinheiro. Profissionalismo quer dizer ‘por dinheiro’. Quando fui campeão olímpico, lutei pela honra, não por dólares ou centavos. Ao abrir [a Olimpíada] para profissionais, tudo passa a ser em função do dinheiro.”

Durante a Olimpíada do México, Foreman festejou o ouro olímpico acenando do pódio para o público com uma bandeirinha norte-americana. Durante toda a carreira de “Big” George, a imagem foi usada na promoção de seus combates mais importantes. E é justamente esse momento que faz Foreman criticar a participação de profissionais na Olimpíada, ao ser questionado sobre o que acharia se a novidade estivesse em vigor em 1968.

“Ohhh, teria sido terrível. Eu não teria tido chance”, imagina o ex-campeão. “[Se implantarem essa regra] será o fim de uma coisa boa, o fim do amadorismo. Fim de jogo, sem chance. Não dá para um amador competir com um profissional. [A Olimpíada] passará a ser sobre o dinheiro, e eu acho que todos devem ter a oportunidade de ser felizes.”

Foreman, porém, nutre a esperança de que os dirigentes mudem de ideia e não coloquem em prática a ideia.

“Espero que eles [dirigentes da Aiba] mudem de ideia, senão será uma boa coisa que eles estarão estragando. Não dá para você falar para os profissionais não participarem, todos vão querer [lutar na Olimpíada].”

Após se tornar campeão olímpico, seguindo os passos de Joe Frazier e Muhammad Ali (este na categoria dos meio-pesados), só aí Foreman passou para o profissionalismo. Conquistou o título mundial dos pesos-pesados.

“Big” George participou da luta mais famosa da história do boxe, a “Rumble in the Jungle” (“Batalha na Selva”), que rendeu livro de Norman Mailer (“A Luta”) e o documentário ganhador do Oscar (“Quando Éramos Reis”). Tornou-se pastor, ficou fora dos ringues durante dez anos, voltou a lutar e recuperou o título mundial dos pesados aos 45 anos de idade.

#LENDAS10: Muhammad Ali só ganhou um ouro olímpico. E quase ficou sem por causa do medo de avião


Fora do Esporte, ex-ministro chama 252 desportistas para festividade no Rio
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Eduardo Ohata

Fora do Ministério do Esporte há pouco mais de um ano, o atual ministro da Defesa, Aldo Rebelo,  convidou nada menos do que 252 desportistas, oriundos de diversos Estados do país, para uma cerimônia de homenagem no Rio, marcada para o próximo dia 26, no Centro de Capacitação Física do Exército. Serão distribuídas aos desportistas medalhas do Mérito Desportivo Militar.

A honraria visa homenagear militares que se destacam em competições esportivas ou entidades ou pessoas que tenham prestado relevantes serviços ao desporto militar do Brasil. As forças armadas “adotaram” vários atletas que compõem a delegação brasileira que disputará os Jogos do Rio ainda este ano e que conquistaram variadas patentes militares.

Entre os premiados estão dez clubes de futebol: Santos, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, São Paulo, Vasco da Gama, Palmeiras, Inter-RS, Corinthians e Atlético–MG. Entre as personalidades agraciadas está o sucessor de Aldo no Ministério do Esporte, George Hilton, o ex-presidente do Corinthians e atual deputado federal André Sanchez, o ex-presidente do Santos, Marcelo Teixeira, o jornalista Milton Neves, o promotor Paulo Castilho, os ex-jogadores Ademir da Guia e Roberto Rivellino, a ex-jogadora de basquete Hortência e o técnico Vanderlei Luxemburgo. Do total de 252 medalhas, 209 são para militares.

A lista de modalidades representadas por atletas militares no evento é das mais ecléticas, com o remo (Fabiana Beltrame), judô (Victor Penalber), natação (Poliana Okimoto), taekwondo (Iris Silva), atletismo (Ronald Leitão) etc.

Vários homenageados se espantaram quando o próprio Rebelo ligou pessoalmente eles para destacar que ele mesmo fará pessoalmente a entrega e conta com a participação de todos.

Consultado pelo blog sobre valores relacionados à homenagem, o Ministério da Defesa explicou que o responsável pela logística da festividade estava em viagem e retornaria somente dentro de alguns dias.


Brasileiro favorito a medalha, 2º melhor do mundo, abandonará boxe olímpico
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Eduardo Ohata

Segundo colocado no ranking da Aiba (entidade que controla o boxe olímpico) entre os leves (até 60 quilos), o brasileiro Robson Conceição, 27, já decidiu que não importa seu desempenho na Olimpíada do Rio este ano, passará ao boxe profissional após os Jogos. A informação foi confirmada por seu treinador, Luis Carlos Dórea, que guiou um outro pugilista baiano, Acelino “Popó” Freitas, até seu primeiro título mundial profissional.

Segundo do ranking dos leves, o braileiro Robson Conceição comemora vitória

Segundo do ranking dos leves, o braileiro Robson Conceição (à direita) comemora vitória

“Estou com 27 anos, já está mais do que na hora de virar profissional, não?”, pergunta, de forma retórica, Conceição, que ganhou medalhas nos últimos dois Mundiais: uma prata e um bronze. O apelo da glória e riqueza alcançado por lutadores como o “Golden Boy” Oscar de la Hoya ou Floyd “Money” Mayweather Jr. é irresistível.

“Não posso dizer a data exata, mas o Robson vai virar profissional, sim, após a Olimpíada do Rio”, reitera Dórea.

Por conta da boa campanha que vem desenvolvendo, na última edição do ranking mundial da Aiba o brasileiro aparece atrás somente do cubano Lazaro Estrada. Ou seja, pela Aiba, ele é o melhor leve do mundo hoje.

Dirigentes da entidade ouvidos por este blog reconhecem que a maior chance de medalha do Brasil nos Jogos Olímpicos é Conceição.

“Já tenho medalha em Mundial [uma prata e um bronze], só falta para mim uma medalha olímpica”, explica Conceição sobre sua permanência no amadorismo.

Porém para evitar o êxodo de lutadores como o brasileiro para o boxe profissional e valorizar os Jogos Olímpicos, a Aiba teve de colocar em prática uma estratégia financeira ao assinar durante o período da Olimpíada de Londres, quatro anos atrás, contratos que valem até a Rio-2016 com um número de atletas que gira entre 80 e 100 boxeadores.

Para o próximo ciclo, que irá da Olimpíada do Rio até os Jogos de Tóquio-2020, a entidade planeja aumentar o investimento para “segurar” talentos: Quer assinar com 12 lutadores de cada categoria, mais alguns, dependendo do dinheiro que tiver em caixa para isso. Porém nem isso é garantia de que os melhores permanecerão no amadorismo.

Dois outros atletas que inicialmente haviam assinado depois de Londres-12 com a Aiba foram os irmãos Falcão, Esquiva e Yamaguchi, medalhistas em Londres-12, cujos acordos com a entidade não duraram. Este blog apurou que o presidente da Aiba, CK Wu, ficou bastante irritado por a dupla não ter feito durante o período de um ano uma luta sequer dentro do contrato que começou a contar da Olimpíada de Londres. A Aiba não renovou e Yamaguchi fechou com a Golden Boy e Esquiva, com a Top Rank.

Aproveito este post para convidar a todos para participar de um bate-papo amanhã, dia 9 de janeiro, sábado, a partir das 9h, dentro do programa Sesc Verão 2016, no Sesc São Caetano, no Parque Espaço Verde Chico Mendes, com as participações de Robson Conceição e deste blogueiro. A entrada é franca.

Outro evento do mesmo programa que recomendo é o bate-papo com o medalhista olímpico Lars Grael, que no ano passado se sagrou campeão mundial de vela na classe Star e de quem tive o prazer de escrever a quatro mãos sua biografia. Acontece no domingo, dia 10, a partir das 16h, no Sesc Santo André, também com entrada franca.

 

 


S. Silvestre ironiza atleta de 56 com tempo incomum ao explicar eliminação
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Eduardo Ohata

Pronto. Aqui está a saideira, o capítulo final, mas necessário, da polêmica gerada pelo senhor de 56 anos que terminou em 22º lugar na São Silvestre. A organização encaminhou a este blog a justificativa técnica do porquê de sua desclassificação que reproduzo integralmente abaixo.

A organização disse que, fosse o resultado verídico, seria um “caso para estudo da ciência do esporte”. Verdade, pois o veterano corredor de 56 anos teria chegado menos de 2 minutos depois do fundista brasileiro Solonei da Silva, 33, que já garantiu vaga para participar dos Jogos Olímpicos do Rio-2016.

“O Comitê Organizador da Corrida Internacional de São Silvestre 2015 informa que:
O atleta José Aparecido Gonçalves, número de peito 11929, de acordo com os relatórios de cronometragem  não  concluiu o percurso em 22º lugar. O mesmo não possui tempo de largada, ou seja, não há registro pelo tapete que controla o chip na largada. Contudo, o mesmo possui um registro de passagem pelo tapete de percurso localizado no Largo do Arouche, aproximadamente no km 10, às 09h06min54s, o que nos dá uma informação que o mesmo teria feito os primeiros 10k da prova em 06min54s.

Essa marca  seria “fenomenal” e um caso para estudo da ciência do esporte ou, de fato,  o atleta teria largado de algum local no percurso, burlando os pontos de checagem e o regulamento?

O registro do chip referente à chegada do atleta informa a passagem às 09h48min24s, fornecendo assim um tempo total de prova (tempo bruto) de 48min24s.

Por não haver tempo de largada não há como localizar o tempo líquido do atleta, uma vez que este tempo é a diferença entre o tempo total de prova (tempo bruto) e o tempo de largada.

Os resultados são publicados através do sistema de leitura do chip e de pesquisa após o evento e são, frequentemente, atualizados conforme regulamento.

Notoriamente o atleta não teve o desempenho que apresentou, não cumpriu os requisitos de largada e chegada expondo o evento e sua pessoa a uma situação de risco. Foi desclassificado e o resultado atualizado .

Sobre o atleta e sua característica técnica.

Na 90ª SÃO SILVESTRE (2014) o atleta correu com o número de peito 8876 e classificou-se na posição 3.809 com o tempo bruto de 01h26min15s e líquido de 01h24min46s.

Verificando todas provas do calendário da organização técnica  realizadas em 2013, 2014 e 2105,  com exceção da 90ª SÃO SILVESTRE (2014), não há nenhum registro de nenhuma performance tão “fenomenal”.

O Sr. José Aparecido Gonçalves foi tão rápido que através de sua “conduta antidesportiva” chegou oito segundos após o atleta 215, Vagner da Silva Noronha, que completou  em 21º lugar com o tempo de 48min16s. Ressaltamos que  o atleta Vagner da Silva Noronha foi 2º colocado na XXI Maratona de São Paulo 2015.

Considerando os fatos acima e imagens do próprio atleta no percurso, como o exemplo a seguir,  <https://webrun.fotop.com.br/fotos/commerceft/busca-loja/tipo/id/11929/evento/1822>,

suas declarações nos veículos de comunicação assumindo que largou antes do tempo

<http://www.webrun.com.br/h/noticias/supostos-cortadores-de-caminho-na-sao-silvestre-geram-polemicas-/16504>,

sendo que inicialmente reivindicava seu resultado  e sua atitude que demonstram o mesmo em um ritmo contemplativo e bem abaixo da performance relatada, fica claro que o mesmo não  concluiu o percurso em 22º lugar.

O Comitê Organizador do evento lamenta que a atitude deste atleta e de outros que tentam se beneficiar ou levar vantagens indevidas prejudique o bom andamento e a imagem da competição. A mesma oferece uma infraestrutura profissional aos participantes bem intencionados e devidamente inscritos, que acabam sendo prejudicados por atitudes similares a esta e também pelos que correm sem a devida inscrição.


Cortou caminho? Corredor de 56 anos faz tempo fora do comum na S. Silvestre
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Eduardo Ohata

Na lista de classificação da última edição da São Silvestre, a colocação de um atleta de 56 anos chama a atenção. Apesar de não ter largado do pelotão de elite e da idade, cruzou a linha de chegada em 22º lugar.

A título de comparação, o fundista Solonei Rocha da Silva, primeiro brasileiro a se garantir no atletismo do Rio-2016, chegou só um pouco à frente, em 14º, com o tempo de 46min42s.

Ou seja, José Aparecido Gonçalves, 56, da equipe Porta da Esperança Loterias, de MG, largou junto com o povão e terminou a prova em 48min24s, menos de dois minutos depois de nosso representante na Olimpíada do Rio.

Classificação da São Silvestre, diz que atleta de 56 anos ficou a menos de 2 minutos de representante olímpico

Classificação da São Silvestre, diz que atleta de 56 anos ficou a menos de 2 minutos de representante olímpico

A performance de Gonçalves, porém, levantou suspeitas. Nas mídias sociais, surgiram insinuações de que o veterano teria “cortado caminho”. A organização da São Silvestre, mais tradicional corrida de rua da América do Sul, afirma que investigará o caso e que toda a classificação da prova deve sofrer alterações em relação à que já foi divulgada.

“Nem o [queniano pentacampeão da São Silvestre] Paul Tergat chegaria nessa colocação aos 56 anos”, argumentou a este blog Julio Deodoro, da Fundação Cásper Líbero, e diretor-geral da prova. “Ele furou o caminho. Nossa equipe investigará as imagens para identificar essa pessoa, ele será desclassificado e a classificação da prova sofrerá uma revisão.”

Segundo Deodoro, todos os anos há fraude nas inscrições, mas por outro motivo. “Muita gente diz que tem mais de 60 anos para pegar meia na inscrição”, diz. “Todos eles são desclassificados.”

Harry Thomas, jornalista especializado em corridas de rua, também acredita em fraude.

“Cortadores de caminho é praga que começa a tomar força no running brasileiro, aliás, é algo que acontece no mundo inteiro, talvez motivados pela egolatria e exposição que as Redes Sociais propiciam neste mundo virtual.  Nesta São Silvestre tivemos alguns casos, como a do corredor José Aparecido Gonçalves com um pace de corredor profissional, 3:14 min/km”, aponta Thomas Jr.

“É nítido observando o  vídeo de chegada que o corredor não tem biotipo e nem condições de sustentar um pace desta proporção. Fizemos uma pesquisa em sites de venda de fotos, e vemos esse corredor veterano andando durante o percurso. Portanto, para completar a prova neste tempo só há duas hipóteses: Ter largado junto aos demais e cortado caminho e/ou ter largado horas antes e andar/correr para chegar a Paulista, mas neste caso, sua passagem no tapete de largada não seria computada”, complementa.

“Para finalizar: não há veteranos no Brasil desta faixa etária que correm com essa marca”.

Este blog tentou contato com a unidade da Porta da Esperança Loterias do município de Bicas, onde Gonçalves trabalha, mas ninguém atendeu o telefone.


Meu capítulo secreto na biografia de Lars Grael
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Eduardo Ohata

Hoje no fim da tarde, a partir das 18h, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi, lanço a biografia, escrita a quatro mãos, do medalhista olímpico Lars Grael. Iatista, a história de Lars ficou marcada pelo trágico acidente com uma lancha, na qual perdeu sua perna direita. O que não o impediu de se reinventar, com sucesso, várias e várias vezes.

Convite Lars SP

Ter sido co-autor da biografia, ao lado do próprio Lars, representa para mim o fechamento de um ciclo.

Em 1998, quando cobri à distância o acidente no qual Lars foi vítima (enquanto se preparava para uma competição) e sua recuperação, ele já havia ganhado duas medalhas olímpicas e era visto como referência na vela brasileira, com total possibilidade de lutar por um outro em sua próxima participação. Quando perdeu a perna, todos deram como certo o fim de sua carreira esportiva. Eu também pensei assim. O próprio Lars pensou isso.

Quando Lars assumiu um cargo na Secretaria Nacional do Esporte, no ano seguinte, achei que se tratava de uma mera ação de marketing do governo FHC. Dei de ombros. Lars iria para lá, pouco, ou nada, faria. Seu mérito para ir para Brasília? O acidente. Naquela época, na minha imaturidade, tratei Lars com um certo desdém e até certa arrogância. Não pelo que ele havia feito pelo país, o que, inegavelmente, havia sido muito. Mas na minha cabeça, ele havia se “vendido”. Aceitou um cargo para o qual não estava capacitado, se conformou com o papel de coitadinho.

Hoje, minha percepção é a de que Lars foi mais importante como gestor do que como atleta olímpico. Sim, isso mesmo. Você leu certo. Lars foi mais importante atrás de uma mesa, em reuniões com desportistas ou percorrendo o Brasil como gestor, do que ganhando as suas duas medalhas olímpicas ou outros títulos na vela.

Além de competente, divido aqui um episódio que revela uma outra característica de Lars: a honestidade.

Quando Lars ainda estava à frente da Secretaria Nacional de Esporte, recebi a informação de que algo ia mal no órgão que dirigia. Liguei para ele, em um dia que se comemorava algum feriado no Distrito Federal, pude ouvir ao fundo que ele brincava com o filho Nicolas. Pedi que me enviasse um documento que, qualquer um percebia, serviria apenas para produzir uma notícia negativa sobre o funcionamento da secretaria. A causa fugia ao controle de Lars, mas respingaria nele de toda a forma. Pois bem, Lars não apenas deixou sua família em casa, em um feriado, foi para seu escritório na secretaria, procurou os documentos que eu pedia e os enviou por fax (sim, estávamos na época do fax). Dei um obrigado, o que não impediu de publicar matéria mostrando alguma ineficácia em sua secretaria.

Dias depois, o problema na secretaria já estava sanado. Briguei com meu editor (“notícia boa não vende jornal”) para publicar uma nota mostrando a novidade. Só após muita insistência, a notícia acabou saindo.

Ao longo dos anos, e finalmente com seu título mundial na Star, conquistado este ano, Lars mostrou que não é um coitadinho, que é competente e que não, sua carreira esportiva não se encerrou em 1998. Longe disso.

Da minha parte, agradeço a oportunidade de acompanhar a mais importante saga de Lars, de 1998 até hoje.

Um forte abraço, amigo,

 

 


Brasileiro mostra boas perspectivas a médio prazo para o pugilismo nacional
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Eduardo Ohata

O Campeonato Brasileiro de boxe amador, aquele tipo que é disputado na Olimpíada,  aconteceu este ano em Sergipe. Pedi para o treinador Ivan de Oliveira, o Pitu, técnico que levou o brasileiro Sertão ao título mundial e que hoje treina Demian Maia no MMA, que além de orientar seus pupilos no torneio, atuasse como meu olheiro.

A análise, fria, da competição traz boas notícias para o pugilismo nacional a médio e longo prazos.

Pitu retornou animado de Sergipe com boas notícias, pois segundo ele, especialmente na categoria juvenil o Brasil está bem servido para no médio prazo substituir os destaques do amadorismo que migraram para o profissionalismo ou aqueles que não vem mais apresentando resultado no ringue. Houve também o caso de lutador da seleção principal sofrendo derrota, o que é bom sinal para o futuro do boxe brasileiro [O atleta pode até não ser substituído, mas na pior das hipóteses pelo menos ganhou um “coelho”. A preocupação dele é relevante, pois o Brasil perdeu os irmãos [Esquiva e Yamaguchi] Falcão para o profissionalismo, bem como o campeão mundial amador Everton Lopes, que pelo currículo certamente poderiam fazer a diferença nos Jogos Olímpicos do Rio-2016 ano que vem.

Como vem ocorrendo nos últimos anos, a esquadra baiana dominou o Brasileiro amador.

Abaixo o relato de Pitu sobre o Brasileiro de boxe 2015:

“O 70º Campeonato Brasileiro de boxe AOB ( Aiba Open Boxing ) e o 7º Campeonato Brasileiro Juvenil ocorreram na cidade de Aracaju, em Sergipe, de 7 a 14 deste mês, envolvendo 20 federações do país.

Foram 420 atletas inscritos divididos em duas classes etárias e dez categorias de peso em cada.

Infelizmente, o público de Sergipe não era grande, mas a vontade dos atletas empolgava as delegações que preenchiam os espaços do ginásio do Sesc, no bairro São José, no centro de Aracaju.

O 70º campeonato brasileiro de boxe Juvenil mostrou que o Brasil está sim, muito bem servido de atletas para substituir os olímpicos que migraram ao profissionalismo ou aqueles que por qualquer motivo não vem obtendo mais os resultados de outrora. É óbvio que esta substituição se dará em médio/longo prazo.
As lutas disputadas nesta faixa etária foram de melhor nível técnico do que as realizadas na classe elite, isso no meu modo de ver. Observei a “garotada” jogando um boxe clássico e efetivo, enquanto os lutadores da elite buscavam basicamente o nocaute.

Destaque para a equipe baiana que conquistou o título coletivo na classe juvenil com 4 ouros, 3 pratas e 3 bronzes, garantindo medalha em TODAS as categorias.
Destaque também para a equipe do Rio de Janeiro. A seleção carioca foi a segunda colocada no coletivo garantindo 3 ouros, 1 prata e 1 bronze, seguida por São Paulo que ficou com o 3º lugar coletivo conquistando 1 ouro, 1 prata e 2 bronze.

No âmbito Elite ou AOB, a Bahia também merece destaque.
Conquistou o título coletivo com folga fazendo 6 campeões nacionais em 6 disputas de finais utilizando a sua mescla de atletas jovens com alguns de maior experiência.

O ponto negativo do Campeonato Brasileiro 2015 foi a arbitragem. Árbitros confusos, atuando sobre o tablado sem critério definido e principalmente, julgando de maneira equivocada. Segundo o presidente da CBBoxe, Mauro Silva, talvez a opinião de Pitu seja fruto da falta do entendimento sobre como se julga uma luta atualmente.

É bem verdade que tivemos algumas lutas equilibradas, o que dificulta o julgamento, porém, tivemos muitos outros combates aonde o que aconteceu foi “um batendo e o outro apanhando” e no final do duelo o vitorioso não era o atleta que bateu mas sim o que estava apanhando.

Outro ponto que me chamou a atenção é que a arbitragem, principalmente os árbitros com menor experiência, fizeram muita questão de descontar ponto dos atletas, sendo assim determinantes no resultado dos combates. Como dizem popularmente, árbitro bom é aquele que não é notado, e o que deu pra perceber, é que muitos árbitros que estavam neste campeonato brasileiro estavam buscando o seu espaço, sendo avaliados, e isso acabou atrapalhando o desempenho dos menos experientes.

Outro ponto negativo foi a falta de organização em relação aos horários da competição.
Marcado para ter início às 14:30hs, as rodadas sempre tinham um atraso de 50 minutos a 1h30, por conta da falta da ambulância.
Em uma das 7 rodadas, a competição começou sem ambulância no local, o que é um erro grotesco. A CBBoxe nega a informação, afirmando que chegou a atrasar em 1h30 uma das programações até a ambulância chegar. [Porém, após a resposta da CBBoxe, foi encaminhado a este blog um vídeo no qual é mostrada uma luta em andamento no momento em que uma ambulância chega ao local].

Destaques do Campeonato.

A comissão técnica da Cbboxe escolheu no final do campeonato os melhores atletas.
Na classe juvenil, o destaque foi Paulo Ferreira, campeão dos 56kg. Conhecido como Santo Amaro, o atleta da Bahia mostrou muita habilidade e controle de distância. Paulo, atleta que completa 17 anos em dezembro é treinado pelo elogiável treinador Zinho da cidade de Camaçari que tem um excelente trabalho nas categorias de base e já contribuiu muito com a seleção brasileira com as suas revelações. Paulo é mais uma delas.

Vale destaque também para o atleta da categoria 69kg Gabriel Bomfim do DF que fez um campeonato impecável desbancando as maiores potências do País.

Entre os atletas Elite ou AOB, destaque para o atleta Abner Junior de São Paulo. O peso pesado sorocabano deu um show de técnica frente aos mais experientes atletas do Brasil, vencendo um atleta recém convocado para a seleção brasileira Eduardo Pereira, o popular B.A e outro que tem história no boxe mundial tendo sido inclusive campeão mundial militar Gidelson Oliveira. O feito de Abner merece atenção principalmente por sua pouca idade, 19 anos.

Sem duvida, Abner tem todo o potencial para ser o nosso representante nos jogos olímpicos do próximo ciclo.
Outro atleta que merece destaque entre os adultos é Malvedil Neto, campeão na categoria 60kg.
Neto é produto da academia Champion do renomado treinador Luiz Dorea. É o tipo de lutador que se desloca muito bem sobre o tablado, aplica com maestria a mão esquerda e não desperdiça o direto. Atleta alto e de boa envergadura, Neto sabe muito dessa modalidade.

Destaque que a Cbboxe não dá, mas que na minha opinião deveria.

Melhor treinador. Antônio Cruz de Jesus, o popular Gibi, treinador do estado do Rio de Janeiro. Gibi vem a nove anos desenvolvendo um trabalho fantástico no bairro Nova Holanda, mais precisamente no projeto Luta Pela Paz e desde então, os resultados do Rio de Janeiro vem merecendo destaque. Das quatro finais disputadas pelos cariocas, Gibi e seus pupilos ganharam três e duas delas sobre atletas da Bahia, o que demonstra a força da nova escola carioca.”


Febre na Copa-14, copos colecionáveis podem retornar na Olimpíada do Rio-16
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Eduardo Ohata

Patrocinadora da Copa-2014 e da Olimpíada-2016, a Coca-Cola estuda lançar nos Jogos do Rio os copos personalizados que se tornaram febre durante o Mundial de futebol e que, em alguns casos, superaram o preço de R$ 100 em sites de compra e venda online. Os copos traziam marcado o jogo e a arena onde foram adquiridos e a edição foi limitada. Foram produzidos a quantidade exata de ingressos disponibilizados para os jogos da Copa-2014.

“Estamos estudando essa possibilidade, sabemos que os copos se tornaram um tipo de memorabilia”, revelou Flavio Camelier, vice-presidente da Coca-Cola para o Rio-2016. “O problema é que a disponibilização desse tipo de produto envolve um grande desafio de logística. Estamos verificando se será possível ou não [lançar os copos olímpicos].”

Copo da Copa, que se tornou item colecionável

Copo da Copa, que se tornou item colecionável

Durante a Copa, era comum ver pessoas deixarem os estandes de refrigerante com pilhas de copos, que algumas vezes chegavam a vinte. Nesses casos, as pessoas chegavam a pagar pelo refrigerante, não tomavam, e levavam os copos. Não era raro os copos colecionáveis esgotarem antes do final do primeiro tempo das partidas. Quem ia ao estádio fazia questão de levar os copos para distribuir a quem não tivera sucesso no sorteio dos ingressos.

Também era possível ver pessoas revirando o lixo nas arenas em busca de copos. Seu interesse não era colecionar, mas vendê-los a quem não teve a oportunidade de assistir os jogos “in loco”.

“Copa é Copa e Olimpíada é Olimpíada. Se na Copa os jogos aconteciam em vários estados, a Olimpíada traz o desafio único de serem muitos eventos simultâneos. Às vezes são três sessões de competições no mesmo dia”, compara Camelier. “Na Copa, a gente começa a organizar nossas ações nos estádios com três dias de antecedência, na Olimpíada não vai ter aquele ‘respiro’ que acontecia entre as partidas de futebol. Então temos que estudar com muito cuidado a viabilidade desse tipo de ação.”

Segundo Camelier, se a ideia de relançar os copos for inviabilizada, outra ações que podem produzir itens colecionáveis estão sendo consideradas pela fabricante de refrigerantes. Em um esquema similar de edição limitada.

Desportistas do Time Coca-Cola posam

Desportistas do Time Coca-Cola posam  para foto Inovafoto/Coca-Cola

Outro foco da fabricante de refrigerantes é o lançamento do Time Coca-Cola, formado pelo jogador de basquete Anderson Varejão, a campeã olímpica de volei Fabiana Claudino, o nadador Leonardo de Deus, o campeão olímpico de vôlei Nalbert, e os atletas paralímpicos Fernando Fernandes, da canoagem, e Verônica Hipólito, do atletismo.

O grupo vai auxiliar a companhia em todos os seus projetos ligados aos Jogos Olímpicos, como no incentivo à prática de atividades físicas. Além disso, eles também irão participar do revezamento da tocha olímpica ano que vem.