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‘Torcida pode ir no campo e cobrar jogador’, dizem organizadas em pesquisa
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Eduardo Ohata

Se o time está em crise no campeonato, a organizada pode ir ao treino e entrar no gramado para cobrar com maior rigidez.

Quem assina embaixo essa frase são as organizadas de São Paulo e Rio, conforme atestam os episódios dos últimos dias envolvendo as torcidas de Palmeiras e Flamengo, cujos CTs foram alvo nos últimos dias de invasões de organizadas.

É também o que corrobora os números de pesquisa produzida pela FGV, conduzida em São Paulo e Rio, à qual este blog teve acesso. O documento foi discutido em conjunto entre autoridades do governo federal e cartolas.

Segundo as estatísticas, aproximadamente 94% dos integrantes de organizadas do Rio “concordam muito” (84%) ou “concordam pouco” (10%) que a torcida organizada pode ir ao treino cobrar dos jogadores, quando o time joga mal. O restante, ou cerca de 7%, “discorda muito” ou “discorda pouca” da afirmação.

As torcidas de São Paulo são ligeiramente mais “tolerantes”: um número próximo a 84% concorda que as organizadas podem ir ao treino para cobrar jogadores no campo. De novo, a maioria “concorda muito” (68%) com a frase, há quem “concorda pouco” (16%), e a minoria absoluta, 16%, “discordam muito” ou “discordam pouco”.

Uma outra questão, dessa vez sobre a atuação da Polícia Militar, nos remete ao episódio do confronto entre torcedores e policiais na goleada do Corinthians sobre o Linense, por 4 a 0, no último dia 19, em casa, que atingiu até quem não tinha nada a ver com a briga.

Em São Paulo, a esmagadora maioria, 78% discorda da frase “A PM só é violenta quando o torcedor organizado briga”. Cerca de 70% “discorda muito” e 8% “discorda pouco”. Somados, quem “concorda muito” ou “concorda pouco” atingem apenas 22%.

A maioria dos torcedores do Rio entrevistados, 58%, discordam “muito” (44%) ou “pouco” (14%) da frase “A PM só é violenta quando o torcedor organizado briga”. Apenas cerca de 41% concordam “muito” (26%) ou “pouco” (15%) com a afirmação.

Em São Paulo, 59% dos torcedores de organizadas apontam suas torcidas como violentas. Os que reconhecem que sua torcida é “muito violenta” somam 11% e os que classificam seu grupo como “pouco violento” são 48%. Aproximadamente 41% responderam que não há “nenhuma violência” em relação à sua organizada, e 2% não responderam ou não souberam responder.

No Rio, a proporção é de 38% de torcedores que afirmam haver violência no perfil de sua organizada: 8% disseram haver “muita violência” e 30%, “pouca violência”. Cerca de 60% responderam não haver “nenhuma violência” e 2%  não responderam ou não souberam responder.

Em São Paulo, a pesquisa, que contou com 612 entrevistas, abordou torcedores de Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Portuguesa e Juventus, no Morumbi, Pacaembu, Arena Corinthians, Alianz Parque, Vila Belmiro, Canindé e Rua Javari.

No Rio, foram 426 entrevistas, com membros de organizadas de Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo.

Foi considerado “torcedor organizado”, na seleção de entrevistados, quem vestia camisa, boné, calça ou bermuda da facção pesquisada, bem como aqueles que portavam bandeira ou instrumentos musicais.


Globo assina com mais três times na TV fechada e chega a 13 clubes
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Eduardo Ohata

*Atualizada às 15h20
A Globo elevou para pelo menos 13 o número de clubes com quem renovou contrato para o Brasileiro na TV fechada para as temporadas 2019-24. A Globosat acaba de assinar com Chapecoense, Avaí e Náutico, este blog apurou.

Já haviam fechado com a programadora dez outros clubes: Corinthians, São Paulo, Grêmio, Fluminense, Botafogo, Vasco, Atlético-MG, Cruzeiro, Vitória e Sport.

O Esporte Interativo confirmou que acertou com, ao menos, sete agremiações: Santos, Atlético-PR, Bahia, Ceará, Joinville, Sampaio Corrêa e Paysandu.

Porém, em documentação encaminhada pela Turner (proprietária do Esporte Interativo) ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), o grupo afirma que o número de clubes que assinaram com ele chega a 15. Fora os já mencionados, são citados Coritiba, Santa Cruz, Ponte Preta, Criciúma, Fortaleza, Paraná, Sport, que fechou com a Globo, e Figueirense.

Mas no caso do último clube, o presidente de seu conselho deliberativo, Carlos Aragão, nega a informação de que o clube já assinou com o Esporte Interativo. Segundo ele, a celebração de tal documento passaria pela aprovação de uma reunião do conselho,  que provavelmente acontecerá em junho. A reunião de abril tem como pauta a aprovação das contas do ano passado.

Aragão confirma que o clube tem duas propostas, ao contrário do que aconteceu com o Internacional, por exemplo, que tinha apenas a proposta da Turner para ratificar na reunião do conselh0, já que o executivo do clube não quis negociar com a Globosat.

“Como o período do contrato ultrapassa a atual gestão, que se encerra em 2018, a assinatura terá que ter a aprovação do conselho deliberativo”, explica Aragão. “Recebemos propostas de Esporte Interativo e Globo, que inclusive melhorou sua oferta em relação à oferta original. O presidente [Wilfredo Brillinger] não assinou nada.”

Procurado pelo blog, Brillinger não atendeu as ligações para seu celular e tampouco respondeu mensagem enviada via WhattsApp.

 

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Clubes dissidentes analisam também proposta da Globo por Brasileirão
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Eduardo Ohata

Clubes que integram o grupo de cinco agremiações lideradas pelo Santos nas negociações com o canal Esporte Interativo pela TV fechada a partir de 2019 discutirão também a proposta da Globo a seus conselhos deliberativos, a exemplo do que fez o São Paulo. A decisão de Ataíde Gil Guerreiro em levar a discussão ao conselho deliberativo rendeu ao cartola repercussão extremamente positiva.

Um dos clubes que faz parte do grupo de cinco times teoricamente liderados pelo Santos e praticamente fechados com o Esporte Interativo, mas que levará propostas das duas emissoras ao seu conselho deliberativo é o Atlético-PR, que incluiu um comparativo na pauta da reunião de seu conselho deliberativo marcado para segunda (29), às 19h.

Diferentemente do que aconteceu após a reunião com o São Paulo, não existe previsão de que um contrato seja fechado com nenhuma emissora após a reunião do conselho, cujo presidente é Mario Celso Petraglia, que recentemente disparou farpas na direção da Globo. “Vamos analisar as duas propostas no conselho porque o acordo invade a próxima gestão do clube”, argumentou Petraglia.

A proposta da Globo que Petraglia tem em mãos trata em um mesmo pacote dos direitos de TV fechada e TV aberta. Já a proposta da Globo analisada na última terça-feira pelo São Paulo havia sido alterada nos dias que precederam a reunião em relação à versão original: Executivos da emissora separaram a proposta da TV fechada do acordo pela TV aberta, tornando mais fácil a comparação com o que apresentava o Esporte Interativo (só TV fechada). Segundo Petraglia, para efeito de comparação, ele também prefere ter em mãos proposta da Globo que tivesse apenas TV fechada.

O valor das luvas oferecidas pela Globo e Esporte Interativo ao Atlético-PR são iguais, R$ 40 milhões.

Segundo Petraglia, uma diferença entre as propostas da Globo e Esporte Interativo é que o Esporte Interativo dividirá o dinheiro em uma proporção de 50%-25%-25% e a Globo, na proporção de 40%-30%-30% (o primeiro percentual se refere a um valor global a ser dividido entre todos os clubes que fecharem com as respectivas emissoras, o segundo representa um percentual por exposição e o terceiro, por performance). Esse tipo de divisão foi inspirado no esquema que existe no futebol inglês.

Outro clube que levará a negociação para seu conselho deliberativo é o Bahia. A reunião está prevista para a próxima terça-feira (1), a partir das 18h30. A definição da assinatura com uma das TVs, teoricamente, não precisaria passar pelo conselho deliberativo, mas uma questão política pautou a decisão do executivo do clube: A última eleição foi marcada pela eleição de muitos conselheiros de oposição.

Cartolas do Bahia reconhecem estar mais alinhados com a proposta do Esporte Interativo, mas ressaltam que as propostas das duas emissoras estão sendo analisadas no momento. Uma nova proposta da Globo, formulada após a emissora ter fechado com o São Paulo na última terça-feira, foi encaminhada ao Bahia e o clube já confirmou a este blog que já foi recebida por cartolas da equipe baiana.

Submeter a proposta primeiro ao conselho deliberativo, aliás, tem se tornado uma opção popular nos clubes. No Palmeiras, que ainda não fechou com nenhuma das emissoras, o ex-vice de futebol Roberto Frizzo sugeriu que Paulo Nobre também apresente a proposta do Esporte Interativo ao conselho. Frizzo, que estuda se concorrerá na próxima eleição do clube, argumenta que a decisão influenciará as próximas gestões. Ao justificar sua sugestão, ele disse que todos já sabem como a Globo trabalha, mas que poucos conhecem o funcionamento do Esporte Interativo como parceiro com clubes.

Os clubes teoricamente fechados com o Esporte Interativo são Santos, que anunciou que já assinou contrato com a emissora, Atlético-PR, Coritiba, Internacional e Bahia. Pelo menos nove clubes já assinaram com a Globo.

Após a publicação do post, o executivo Fernando Manuel Pinto, da Globo, entrou em contato com o blog para confirmar oficialmente a retomada de diálogo com os clubes dissidentes.

“Li seu blog e confirmo que o diálogo com clubes que anteriormente indicavam estar mais alinhados com outros canais foi retomado. Vejo isso de forma positiva pois tem ocorrido como uma via de mão-dupla, iniciativa deles e nossa também. Na Globo, creditamos isso à melhor compreensão do tema que está na mesa e do novo modelo 2019-24 que temos proposto, com consistentes critérios de divisão de receitas para o conjunto de clubes do futebol brasileiro e não para alguns apenas, o que a abordagem concorrente parece pressupor e, por si só, pode ser destrutivo para os clubes. Realmente acreditamos que o modelo que propusemos traz benefícios e é o passo correto para o futebol brasileiro”, afirmou o executivo.

A seguir, sobre o caso do Atlético-PR, cujo presidente do conselho deliberativo, Mario Celso Petraglia, afirmou trabalhar ainda com uma proposta antiga da Globosat, Fernando Manuel comentou:

“Sua matéria cita propostas feitas ou a ser feitas a determinados clubes. Estamos entusiasmados em contar com a atenção de todos eles às nossas ideias, mas devo salientar que ainda encontra-se em avaliação a realização e efetivo conteúdo de algumas dessas propostas. Entendendo que nossa abordagem reflete uma mudança significativa e positiva para o futebol brasileiro e que isso depende também do efetivo engajamento e crença percebida em cada um dos clubes”, complementou o executivo.

 

 


Como a Globo virou o jogo sobre o EI no final para ganhar o São Paulo
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Eduardo Ohata

Foi cheio de reviravoltas seus bastidores e definido apenas aos 45 minutos do segundo tempo o episódio no qual a Globo fechou com o São Paulo na última terça-feira a renovação dos direitos de TV fechada a partir de 2019. O Esporte Interativo também concorria. A versão final do contrato que foi submetido ao conselho deliberativo foi concluída por executivos da Globo horas antes da reunião na qual foi aprovado, o que provou ser uma ação decisiva.

A equipe da Globo trabalhou de forma exaustiva, especialmente no fim de semana, para modificar o formato do contrato. Nos dias que precederam a reunião, conselheiros receberam e-mails nos quais era argumentado que a Globo apresentava um pacote que misturava os direitos de TV fechada com as da TV aberta, enquanto a proposta do Esporte Interativo tratava exclusivamente de TV fechada. Ou seja, argumentava que a Globo queria comparar maçã com laranja. Executivos da Globo, então, lançaram mão do jogo de cintura e alteraram o formato da proposta, do fim de semana para a terça-feira, para incluir somente os direitos de TV por assinatura. Ou seja, passou a comparar maçãs com maçãs.

O fator luvas também desempenhou um papel decisivo para a finalização do acordo. Como o Esporte Interativo havia indicado a cartolas que cobriria as ofertas de luvas da Globo, os cartolas são-paulinos já contavam que isso aconteceria. Pares do vice são-paulino Ataíde Gil Guerreiro, que pilotou a negociação pelo São Paulo, ouviram dele que o Esporte Interativo igualaria a proposta da Globo de luvas de R$ 60 milhões. Horas antes da reunião era isso que comentavam no Morumbi quem havia se reunido com ele para discutir as propostas. Aliás, Ataíde não foi um caso isolado. Cartolas de outros dois grandes clubes do eixo Rio-São Paulo foram bater às portas da Globosat para argumentar que o Esporte Interativo havia indicado que cobriria o valor das luvas da Globosat, conforme relatado no post anterior deste blog. Não foi o que aconteceu.

O Esporte Interativo justificou que não igualaria as luvas de R$ 60 milhões e manteria a proposta de R$ 40 milhões. Horas antes da reunião do conselho deliberativo, Ataíde ligou para o Esporte Interativo algumas vezes, insistindo para que igualassem o valor. Em vão. Defensor da livre concorrência, vide o episódio que culminou na implosão do Clube dos 13, Ataíde alertou sobre a discrepância.

Ironicamente, o fato de conhecer desde aquele episódio alguns executivos da Globo com ideias progressistas, Pedro Garcia e Fernando Manuel Pinto, influiu positivamente na comunicação entre São Paulo e Globo. Em vez de levar um sentimento de vingança à mesa de negociação pelo que ocorreu ao Clube dos 13, os contatos entre Ataíde e Fernando Manuel Pinto, seu interlocutor direto mais frequente pela Globosat, foram tranquilos (para uma negociação). Tratar as duas propostas de forma igual foi também de uma prova de lealdade da parte de Ataíde ao presidente são-paulino, Leco, que tinha preferência pela Globo.


Primo de Aidar é nomeado para comitê de finanças do São Paulo
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Eduardo Ohata

Primo do ex-presidente são-paulino Carlos Miguel Aidar, Gabriel Aidar Abouchar foi indicado para o Comitê de Finanças do clube durante sessão do Conselho Deliberativo que terminou agora há pouco.

Gabriel foi um dos nove executivos que assinaram um acordo de leniência da empreiteira Toyo Setal, citada na Operação Lava Jato, com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Assumiram estar “envolvidos em condutas anticompetitivas”, o que pode amenizar as penas de incriminados no final da investigação.

O próprio Carlos Miguel esteve presente à sessão, sentando-se à primeira fila e tirando fotos de slides apresentados na reunião.

O empresário Abílio Diniz também se pronunciou, ao afirmar que a gestão do São Paulo está “muito longe de ser uma administração profissional”. Em seu discurso, apenas a gestão financeira escapou de críticas, sendo inclusiva alvo de elogio.

O presidente do Conselho Deliberativo, Marcelo Pupo, elogiou a diretoria pela transparência nas informações sobre as negociações dos direitos da TV fechada com Esporte Interativo e Globosat. O clube fechou com esta última.


São Paulo aprova proposta da Globo por aclamação
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Eduardo Ohata

Por aclamação do Conselho Deliberativo, o São Paulo aprovou a proposta da Globo pela renovação dos direitos de TV fechada dos jogos do clube pelo Campeonato Brasileiro a partir de 2019, vencendo o Esporte Interativo. A oferta apresentada nesta terça-feira pela dona do SporTV é melhor do que a que vinha sendo divulgada nos últimos dias na disputa com o canal da Turner. A emissora carioca também detém os direitos para TV aberta e pay-per-view.

Uma das conquistas que o São Paulo obteve na negociação com a Globo, por exemplo, foi o direito de negociar, nesses jogos, a publicidade estática, o que pode fazer com que o clube dobre os R$ 5 milhões que isso já rende atualmente.

Por causa da concorrência com o Esporte Interativo, a TV Globo deu R$ 60 milhões em luvas para o São Paulo, que criará fundo com o montante que terá como objetivo quitar dívidas. Atualmente, o clube deve direitos de imagem para parte dos jogadores.

Além disso, todo aumento em novos contratos para Corinthians e Flamengo, clubes que tradicionalmente recebem uma fatia maior do bolo pelos jogos do Brasileirão, de acordo com o que foi acertado, implicará em reajuste automático para o São Paulo.

O vice Ataíde Gil Guerreiro, que coordenou a negociação com a Globo, foi aplaudido de pé pelos conselheiros. Ou seja, no reencontro de Ataíde e o ex-presidente Carlos Miguel Aidar, desde o fatídico café da manhã no hotel, Gil Guerreiro saiu fortalecido.

O episódio, aliás, serviu como demonstração de lealdade do vice a Leco. Ataíde Gil Guerreiro, favorável à concorrência de mercado e teoricamente ao enfraquecimento da Globo, vide o episódio que terminou com a implosão do Clube dos 13 há alguns anos, buscou melhores condições da Globo, pois sabia ser essa a preferência do presidente.

Com o São Paulo, nove clubes já fecharam com a Globo. Os outros são Corinthians, Vasco, Botafogo, Vitória, Sport, Cruzeiro, Atlético-MG e Fluminense. O Santos foi o único clube, até o momento, a declarar que assinou com o Esporte Interativo.

O canal que faz parte do grupo Turner tem a Copa do Nordeste e a Liga dos Campeões, mas sonha ter os direitos do Brasileirão. A emissora entrou este ano na grade da operadora NET, porém não há previsão de sua inserção na SKY, segunda maior operadora do país.

Em breve, a Globo pode ter uma dor de cabeça com outro torneio. Um terceiro canal, Fox Sports, entrou na disputa com Globosat e Esporte Interativo pela Copa do Brasil. As três emissoras já abordaram a CBF interessadas nos seus direitos, porém a entidade ainda não abriu negociações com nenhum dos três canais.


Presidente do SP repreende cartola que criticou atletas do time
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Eduardo Ohata

O presidente do São Paulo, Carlos Augusto Barros Silva, o Leco, fez questão de chegar mais cedo ao CT do São Paulo nesta sexta-feira para se dirigir ao elenco tricolor e ao auxiliar-técnico Milton Cruz.

Leco tranquilizou o elenco ao explicar que as opiniões de seu assessor Rodrigo Gaspar não representa o dele, afirmou que já repreendeu Gaspar por sua atitude e, por fim, acrescentou que os jogadores têm seu apoio.

Apesar de repreender Gaspar, a pessoas próximas, Leco disse que não pensa em afastá-lo do cargo, este blog apurou.

“É uma pessoa correta e deposito toda confiança. Ele sabe que não foi a melhor conduta”, disse Leco, em contato com jornalistas na manhã desta sexta, no CT da Barra Funda.

“Quero expressar que isso não deverá mais ocorrer, mas [o que ele escreveu] que não representa o posicionamento do São Paulo”, complementou.

O presidente tricolor fez questão de ressaltar que o posto de Gaspar é político, e não técnico. Leco conversou também com Milton Cruz.

Gaspar publicou em sua conta no Tweeter críticas a Michel Bastos e Milton Cruz, a quem chamou de “ervas daninhas”. Disse que Centurion é “uma piada” e que Rodrigo Caio é “jogador de condomínio”. Prata da casa, Rodrigo Caio é um dos jogadores preferidos de Leco, a quem considera um “espelho da imagem do clube”.

 


Globo fecha com 7 clubes, e pay-per-view ‘ameaça’ castigar quem não assinar
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Eduardo Ohata

A Globosat já assinou com sete clubes a renovação dos direitos para a TV fechada do Brasileirão a partir de 2018. Segundo este blog apurou são eles: Corinthians, Vasco, Botafogo, Vitória, Sport, Cruzeiro e o Atlético-MG.

Além dos sete clubes com quem já fechou, Globosat negocia com Flamengo, Fluminense, Goiás, Palmeiras, São Paulo, Grêmio, Inter e Coritiba.

A programadora enfrenta a concorrência, na TV fechada, do canal Esporte Interativo, que também vem conversando com os clubes de futebol. Na TV aberta, Record e Rede TV!, que tentaram adquirir os direitos do Brasileiro no episódio que terminou na implosão do Clube dos 13 anos atrás, agora não demonstraram interesse em enfrentar a Globo. A notícia não agradou clubes que conversam com o Esporte Interativo, que acreditavam que se uma TV aberta entrasse na disputa, fortaleceria a causa do canal que acaba de entrar na grade da operadora NET.

Partes envolvidas diretamente na negociação e que conhecem como funciona o atual mecanismo de divisão do dinheiro da TV argumentam que se alguns clubes fecharem com o Esporte Interativo e alterarem a janela atual de TV paga, correm o risco de perder pelo lado do Premiere, canal pay-per-view da Globosat, o que diminuiria “sensivelmente” suas receitas.

O exemplo hipotético invocado foi no caso de os dois clubes gaúchos, Grêmio e Internacional, acertarem com o Esporte Interativo. Se a emissora tiver o clássico Grenal, naturalmente irá exibi-lo para o Rio Grande do Sul, o que diminuiria a atratividade do Premiere para os gaúchos. O efeito colateral é que a dupla de times perderia em números do pay-per-view, o que por sua vez afetaria seus ganhos.

Uma outra situação reconhecida pelos dois lados é que se parte dos clubes assinasse com o Esporte Interativo e parte permanecesse com a Globosat, muitos jogos não seriam exibidos na TV a cabo. Isso porque segunda a legislação brasileira não prevalece o mando de campo. “Pela Lei Pelé, ambos os times teriam que estar fechados com a mesma emissora para que sua partida possa ser transmitida”, explica o especialista em direito esportivo Heraldo Panhoca.

Nas negociações com o Esporte Interativo, os clubes pedem que a repartição do dinheiro siga o modelo inglês. Cartolas dos clubes também se impressionaram com a aquisição do Esporte Interativo pelo poderoso grupo Turner, que resultou na compra dos direitos da Liga dos Campeões pelo canal.

O empenho do canal em tirar o Brasileiro da Globosat é justificado pela necessidade de ter que preencher grade com eventos atrativos que possam ser transmitidos ao vivo, especialmente à noite e aos fins de semana.

O Esporte Interativo ainda não entrou na grade da operadora Sky.

 


Marcelo Teixeira se coloca como pré-candidato à CBF e já ‘fala’ como tal
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Eduardo Ohata

Marcelo Teixeira afirma a interlocutores que é candidato à presidência da CBF caso sejam convocadas eleições para a presidência da confederação. A principal condição para colocar sua candidatura em campo seria a saída do posto de Marco Polo Del Nero, de quem o ex-presidente santista é amigo. O atual presidente da CBF foi indiciado nos EUA por corrupção e é investigado pelo comitê de ética da Fifa.

Segundo Teixeira confidenciou a pessoas próximas, ele conta com o apoio de cartolas influentes de São Paulo, Corinthians e G4, que o procuraram.

Segundo o regulamento da CBF, sob condições normais, quem assume a cadeira caso Del Nero renuncie será Delfim de Pádua Peixoto, 74, presidente da Federação Catarinense de Futebol, por ser o vice mais idoso.

Mensagem postada no Facebook por Marcelo Teixeira, que já transitou na Fifa na época em que fez parte da comissão do Mundial, após a perda do título da Copa do Brasil pelo Santos ontem, indica que ele já tem em mente questões que afligem o futebol nacional e que extrapolam os muros da Vila Belmiro.

“Fomos prestigiar o clássico… Fomos surpreendidos por emboscadas de torcedores adversários que perigosamente atiravam pedras, bombas e rojões, mesmo com a intervenção militar… Não podemos mais admitir em um país que sediou a Copa, no ano que vem Olimpíada, ainda verificar cenas lamentáveis como essas, que denigrem a imagem do futebol e não condizem com a finalidade do esporte”.

“A Copa do Brasil é uma competição interestadual, beneficiando clubes sem tanta expressão no cenário esportivo, prestigiando os habitantes de cidades de todo o país que tenham a oportunidade de assistir partidas com grandes clubes e atletas de renome, considero uma das melhores do calendário por atender a população de todos os níveis, por isso, a CBF deveria também sortear cidades com grandes arenas para as partidas finais da competição, evitando esses problemas, como acontece na UEFA”.

Em sua nota, Teixeira lamenta ainda a perda do título porque “o futebol brasileiro não terá um representante na Libertadores de 2016 com atletas de maior talento e categoria, que jogam um futebol mais elegante e bonito!”