Blog do Ohata

Sob olhar do pai, filho de Del Nero amarga derrota em eleição no Palmeiras
Comentários Comente

Eduardo Ohata

Marco Polo Del Nero Filho, filho do presidente licenciado da CBF, amargou derrota na noite desta segunda-feira (14), na eleição para conselheiro vitalício do Palmeiras. Havia 18 candidatos para preencher 25 vagas. Dez foram eleitos.

A candidatura de Del Nero Filho era interpretada internamente no clube como uma tentativa de reação do pai, que teria início dentro do clube que deu origem à sua carreira como cartola no futebol. A performance de Del Nero Filho foi encarada como um ''termômetro'' da popularidade do ex-presidente da Federação Paulista de Futebol. O próprio Del Nero foi pessoalmente ao clube votar.

Apesar do apoio do pai, Del Nero Filho amealhou 98 votos, quando para se eleger eram necessários 122. Para se tornar vitalício, cada candidato tinha que reunir, no mínimo, 50% dos votos dos conselheiros presentes mais um. Como ontem estiveram presentes 243 conselheiros, eram precisos pelo menos, 122 votos para se eleger.

No último pleito, do qual Del Nero Filho desistiu de participar, nenhum conselheiro vitalício foi eleito.

Se ser eleito vitalício no clube já não é tarefa fácil, o feito foi dificultado ainda mais quando entre 20 e 30 c0nselheiros quase foram impedidos de votar. Eles foram informados que os conselheiros que não estivessem em dia com a taxa de reforma do clube perderiam a sua condição de voto. Com isso, vários deles correram nos últimos dias, e até poucas horas antes do pleito, para regularizar a sua situação financeira com o clube e poder votar. Alguns desistiram de participar.

Tratou-se de mais um round dos embates entre clube e conselheiros, que inclui reclamações dos integrantes do segundo grupo por perda de facilidades para a aquisição de ingressos e inclusão compulsória no Avanti, programa de sócio-torcedor do clube, e aumento de gastos para estacionar seus carros para ir ao clube, o que vem gerando reclamações nos últimos meses.

Os três conselheiros mais bem votados foram Darci Durazzo (148 votos), Edvaldo Belucci e Maria Teresa Ambrósio, que orbitam em torno dos grupos políticos de Roberto Frizzo, ex-vice de futebol e virtual candidato na próxima eleição à presidência, e dos ex-presidentes Arnaldo Tirone e Mustafá Contursi.

O presidente Paulo Nobre também conseguiu eleger pessoas próximas a seu grupo, como Neiva Andrade e Antonio Gomes Pereira.


Crefisa quer mudar contrato para ter mais poder em camisa do Palmeiras
Comentários Comente

Eduardo Ohata

Após divergência envolvendo camisa do clube, a Crefisa, patrocinadora do Palmeiras, fez um aditamento no contrato com a agremiação para ter mais poder e espera agora a assinatura dos dirigentes alviverdes. O contrato original não havia passado pelo jurídico da financeira. O blog, primeiramente, tinha recebido a informação de pessoas ligadas ao executivo do clube de que o negócio já havia sido concretizado. Porém, em nova apuração foi constatado que o aditamento do contrato ainda não foi firmado.

O novo documento mantém a exigência de que se o clube for fazer alguma ação de marketing, como a do Avanti, terá que consultar o patrocinador 48 horas antes. Porém, agora, se descumprir esta regra poderá ter de pagar uma multa. O acordo prevê que os patrocínios do calção e dos meiões também são da Crefisa.

A financeira pode pedir também modificações no design da forma como a marca será apresentada, eliminando o que não estiver de acordo com o manual da Crefisa. Por exemplo, a financeira pode pedir para tirar o box da camisa que acredita estar feio, ou pedir para mudar o fundo onde aparece seu logo. Por exemplo, pediu para modificar a marca de Faculdade das Américas para apenas FAM nos meiões. A redação original da aditamento dava a entender que a Crefisa teria poder de veto até nas cores e modelos da camisa do time. O blog, porém, apurou com fonte ligada à Crefisa que não é esta a intenção da patrocinadora e que se trata apenas de um trecho que dá margem à dupla interpretação.

O contrato inclui agora um pacote com ações mensais com jogadores e uso do CT de 6 a 8 vezes ao ano. O patrocinador pediu ainda que quando tivesse substituição aparecesse a marca no telão (mas o Palmeiras já indicou que isso não será possível).

O novo contrato prevê um valor de R$ 78 milhões. O valor anterior era de R$ 54 milhões. Ou seja, de 4,5 milhões por mês, passou para 6,5 milhões por mês. E em vez de direcionar o uso do dinheiro no futebol, agora a financeira deu carta branca para a agremiação usar como quiser.

A divergência

A Crefisa havia reclamado com o clube de ação envolvendo o Avanti, programa de sócio-torcedor da Palmeiras, que foi estampado na camisa do time no lugar do nome dos jogadores durante jogo com a Ferroviária, pelo Paulista. Anteriormente, a patrocinadora já havia ameaçado romper contrato quando foi aventada a possibilidade do lançamento de uma camisa retrô com a marca da Parmalat.

A Crefisa acredita ser ''dona'' de todo o espaço nas camisas, enquanto o Palmeiras argumentou que o espaço dos nomes dos jogadores ainda é sua propriedade. Por este imbróglio, a financeira resolveu fazer as mudanças no contrato. Segundo apuração, o pagamento da mais recente cota de patrocínio ainda não caiu na conta do clube.

Procurada pelo blog, a Crefisa não se manifestou oficialmente para comentar o assunto.


Brasileiros movimentam R$ 2 bi por ano com aposta esportiva à margem da lei
Comentários Comente

Eduardo Ohata

O governo federal tem em mãos um amplo estudo, produzido pela FGV, sobre apostas esportivas, que ataca a questão das manipulações de resultados de partidas de futebol e as soluções adotadas por outros países para coibir as ''armações''.

Os ministérios do Esporte e da Fazenda já foram alertados sobre a relevância da questão, dado o volume de dinheiro movimentado anualmente no Brasil pelas apostas envolvendo eventos esportivos, cerca de R$ 2 bilhões, segundo a pesquisa.

As principais propostas do estudo são a legalização das apostas esportivas e sua regulamentação, o que permitirá o seu monitoramento, e uma mudança na legislação para, de fato, punir os responsáveis pelas armações de resultados.

''A forma mais eficiente para detectar uma armação é monitorar eventuais desvios em padrões de apostas'', explicou ao blog Pedro Trengrouse, professor da FGV que trabalhou na pequisa encaminhada ao governo federal. ''Como se faz isso? Nos países onde foram regulamentadas, foi possível montar uma série histórica que mostra o padrão das apostas. Como as apostas nos azarões seguem um mesmo volume padrão, quando um azarão recebe um volume muito acima do normal, que se desvia desse padrão, é um indício de irregularidade. A partir daí deve começar uma investigação com todos os envolvidos na partida.''

Foi assim, por exemplo, que a Associação dos Tenistas Profissionais chegou a alguns casos de manipulação de resultados. Em Las Vegas, envolvidos em movimentações suspeitas relacionadas a apostas em eventos esportivos recebem visitas de oficiais da polícia.

''A Máfia do Apito aconteceu em 2005. Coincidentemente, foi quando a Alemanha começou a trabalhar o assunto. Ao mesmo tempo, desde então o Brasil não fez nada de concreto'', aponta Trengrouse.

As sedes dessas operações de apostas geralmente funcionam em paraísos fiscais. A regulamentação também apresentaria instrumentos para o governo federal lidar com eles. A legislação da França, por exemplo, prevê que concordar com o monitoramento é requisito obrigatório para um site de apostas receber a licença para operar no país. Sem concordar, fica impedido de veicular anúncios no país, por exemplo.

O outro flano a ser atacado para coibir manipulações de resultados, aponta o estudo, é regulamentar a legislação para que os envolvidos sejam efetivamente punidos. Trengrouse acredita que as alterações realizadas no Estatuto do Torcedor após a investigação do caso que ficou conhecido como a Máfia do Apito, protagonizado pelo árbitro Edilson Pereira de Carvalho, em 2005, não foi o bastante. ''O Estatuto do Torcedor aborda o assunto, mas de forma incipiente. Tanto que não funcionou, e até agora não funciona'', argumenta o professor da FGV, em alusão ao caso da A-3 do Paulista.


Del Nero Filho vira termômetro do pai ao concorrer a vitalício no Palmeiras
Comentários Comente

Eduardo Ohata

Marco Polo Del Nero Filho, filho do presidente afastado da CBF, disputará na próxima segunda-feira a eleição a conselheiro vitalício do Palmeiras. Internamente, o resultado da candidatura de Del Nero Filho é encarada como termômetro da popularidade do pai dentro do clube que deu origem à carreira dele como cartola. Del Nero também foi presidente da Federação Paulista de Futebol.

Não se trata apenas uma questão de Del Nero Filho ser ou não eleito, mas a maneira como isso acontecerá será observado com atenção: Sede fato  conseguir virar vitalício, o número de votos com o qual conseguir certamente vai gerar comentários.

Na eleição de vitalícios do ano passado, que aconteceu durante o momento mais conturbado na CBF e que respingou diretamente na imagem de seus dirigentes, Del Nero Filho filho chegou a lançar candidatura, mas acabou retirando-a. Alguns vão além e encaram a simples candidatura de seu filho como um ensaio de reação de Marco Polo Del Nero, que até o momento tem adotado o low profile.

Para se eleger conselheiro vitalício, o candidato tem que reunir, no mínimo, 50% dos votos dos conselheiros presentes mais um. E, apesar de haver apenas 18 candidatos para 25 vagas, isso não é garantia para eleição. No último pleito, do qual Del Nero Filho desistiu de participar, nenhum conselheiro vitalício foi eleito.

Tal cenário motivou o ex-presidente Mustafá Contursi a coordenar uma reunião na última terça-feira, no hotel Braston, na qual compareceram 115 conselheiros, enquanto algumas outras dezenas de cartolas ligaram justificando que já tinham compromisso.

No final, o evento do ex-presidente mobilizou cerca de 140 conselheiros (de um total de 275). Na organização do evento Mustafá contou com a ajuda do ex-vice e provável candidato Roberto Frizzo; do ex-vice do conselho e provável candidato a vice-presidente Elio Esteves; do vice do conselho deliberativo, Mauro Yasbek, e do membro do Conselho de Orientação Fiscal Gilto Avallone.

Não foram chamados nenhum dos 18 candidatos para evitar situações constrangedoras de assédio por voto.

Na reunião, Mustafá pediu que os conselheiros votassem no maior número de candidatos, não importando de qual grupo são os candidatos. Geralmente, cada conselheiro vota em dois ou três candidatos, apesar de poder votar em todos os candidatos de uma vez. O ex-presidente está preocupado com a diminuição do número de conselheiros vitalícios.

Enquanto a performance de Del Nero Filho, cujo número é o 16, é uma incógnita e certamente refletirá o grau de popularidade de seu pai, conselheiros acreditam que a grande estrela da eleição será uma mulher, a conselheira Neiva Andrade, que concorre com o número 18, já ocupou cargos de diretoria no clube e que transita bem entre vários grupos políticos, inclusive o que esteve reunido na terça-feira. Ela também tem bom relacionamento com o presidente palmeirense, Paulo Nobre.

Outro candidato que tem boas chances de ser eleito é o vereador Nelo Rodolfo (PMDB).


Inter tem apenas proposta de rival da Globo para referendar em reunião
Comentários Comente

Eduardo Ohata

Com Jeremias Werneck, do Uol, em Porto Alegre

O Internacional tem na mesa apenas a proposta do Esporte Interativo pelas temporadas 2019-24 do Brasileiro na TV fechada para referendar. Este blog apurou com uma fonte ligada à Globosat que não há uma proposta concreta da programadora para o clube gaúcho realizar uma comparação.

O Internacional convocou uma reunião extraordinária no conselho deliberativo para o próximo dia 14 para apresentar seu parecer aos conselheiros sobre a questão da TV fechada. A informação que circula no mercado há semanas é que já há acerto prévio entre o clube gaúcho e o grupo Turner. A diretoria não confirma oficialmente.

Interlocutores afirmam que os cartolas do clube gaúcho foram taxativos em afirmar que queriam fechar com o Esporte Interativo. Tal postura fechou as portas para uma negociação com a Globosat ter andamento.

O encontro no conselho deliberativo é necessário por conta da duração do contrato a ser assinado: seis anos. Como o documento ultrapassa o período do mandato da atual diretoria e invade o próximo, os conselheiros têm que aprovar o negócio.

Procurados pela reportagem e pelo blog para comentar as informações, cartolas do Inter, incluindo o presidente Vitorio Piffero não responderam os contatos realizados até o fim da noite desta terça-feira (8).

A Globosat já fechou com pelo menos dez clubes; o Esporte Interativo assinou com ao menos dois times e está acertado com o Santos.

Pela Lei Pelé, os dois times têm que estar assinados com a mesma emissora para que sua partida seja transmitida. Ou seja, não prevalece o mando de campo. Com os times divididos em dois canais, diversas partidas deixarão de ser exibidas na TV a cabo.

O Esporte Interativo, que adquiriu os direitos da Liga dos Campeões, entrou este ano na grade da NET, principal operadora de canais por assinatura. Não está na grade da Sky.


Após exigência, tribunal da CBF ataca criação de fórum único para o doping
Comentários Comente

Eduardo Ohata

O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) da CBF criticou novamente a criação de um tribunal específico para o julgamento de casos de dopagem, mesmo após a Wada (Agência Mundial Antidoping) ter encaminhado uma carta ao Ministério do Esporte, publicada em seu site na internet, confirmando que trata-se de uma demanda da agência e cujo não-cumprimento põe em risco o credenciamento do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem, no Rio, que deve fazer os exames antidoping da Olimpíada do Rio.

''O STJD  e a Procuradoria da Justiça Desportiva… deliberaram manifestar seu REPÚDIO à iniciativa da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem de criação de um Tribunal único para julgar doping no Brasil. A ideia da ABCD, apoia pelo Ministério do Esporte e sugerida à… Wada, não encontra respaldo nas normas nacionais ou internacionais aplicáveis à espécie'', critica nota assinada pelo presidente do STJD, Caio Cesar Rocha Vieira, e pelo procurador-geral Paulo Schmitt.

Procurado pelo blog, o secretário nacional da ABCD, Marco Aurelio Klein, reafirmou que a exigência partiu da Wada e informou que a ABCD não terá ingerência sobre o tribunal independente, já que nem sequer seus integrantes indicará.

''O diretor-geral da Wada já deixou claro ao ministro [do Esporte] George Hilton que essa é uma iniciativa da Agência Mundial Antidoping'', esclarece Klein. ''A ABCD não irá interferir no tribunal, sequer indicará seus membros.''

O governo federal busca meios para alterar a legislação desportiva para a criação do tribunal independente e evitar assim o descredenciamento que impediria o país de realizar testes antidopagem da Olimpíada no Rio. O Brasil precisa aprovar até 18 de março sua criação.

 


Racha no judô respinga em preparação para Jogos Olímpicos do Rio-2016
Comentários Comente

Eduardo Ohata

Um racha entre o presidente da Confederação Brasileira de Judô, Paulo Wanderley, e dirigentes da Confederação Pan-Americana de Judô, da qual o brasileiro foi obrigado a deixar  a presidência, respinga na preparação para os Jogos Olímpicos do Rio-2016.

O efeito imediato foi a perda do Pan de judô para Cuba. A competição serviria para testar procedimentos de organização, além de servir de oportunidade para os atletas olímpicos brasileiros sentirem a pressão de participar  de uma competição no palco da Olimpíada e melhorar suas colocações no ranking da FIJ (Federação Internacional de Judô) para saírem como cabeças-de-chave.

O brasileiro foi destituído do cargo durante uma assembléia da CPJ realizada em Miami, no fim do ano passado, e que contou com a presença de um representante da FIJ, que supervisionou a reunião. Os países membros da confederação decidiram, por 18 votos a 1, destituir o brasileiro, o secretário-geral, Fernando Garcia, e também o tesoureiro-geral, Luis Cheves, que compunham o comitê executivo da CPJ. O relatório financeiro apresentado pelo comitê executivo tampouco foi aprovado.

Votação registrada em ata

Votação registrada em ata

''Fui eleito presidente da CPJ em 2009, reeleito em 2013 por unanimidade e me afastei em outubro de 2015 por decisão da assembleia. A prestação [de contas] foi aprovada no comitê executivo da CPJ e sequer analisada pela assembleia antes de ser reprovada'', defendeu-se Paulo Wanderley. Segundo a CPJ, o relatório foi rejeitado porque o comitê executivo não havia enviado a prestação de contas em tempo para ser examinado pelos membros da assembleia, apresentando o relatório de última hora.

Posteriormente à reunião, foi encaminhada uma apelação à Corte Arbitral do Esporte para recolocar o trio em seus cargos no comitê executivo, porém o tribunal manteve o resultado.

Corte Arbitral do Esporte não reverteu resultado

Corte Arbitral do Esporte não reverteu resultado

 

Os motivos elencados pelos dirigentes para a retirada de Paulo Wanderley incluem a ''tentativa de concentração de poder, a tomada de decisões sem consulta prévia a países membros e destituição de dirigentes que se opunham a seus pontos de vista''.

''Ele [Paulo Wanderley] não entendeu que os países membros mandam todos juntos. Se alguém não o agradava ou não estava de acordo com suas decisões, [Paulo Wanderley] os destituía. Eu mesmo sou um exemplo'', argumentou Manuel Larrañaga, atual presidente da CPJ e da Federação Mexicana de Judô. ''Houve um caso em que pedimos que não tirasse o diretor esportivo, pois havia recém-descoberto que estava com câncer, além de ter problemas sérios em sua vida pessoal e profissional. Pedimos que não o demitisse, mas ele [Paulo Wanderley] o tirou.''

A disputa política respingou na preparação de atletas para a Olimpíada do Rio e da própria cidade.

O Pan de judô, marcado para abril, no Rio, foi transferido do Rio para Cuba. O motivo apresentado em notificação pelos 22 países membros que assinaram documento no qual se recusaram a vir competir no Rio foi que ''por conta do relacionamento [com a CBJ], não há garantia [de ambiente] de confraternização… onde pode estar em risco o desenvolvimento normal do evento… último classificatório para os Jogos Olímpicos para a maioria dos atleta do continente''.

Em documento da CPJ, membros pedem transferência do Pan de judô

Em documento da CPJ, membros pedem transferência do Pan de judô

''Desconheço essa alegação. A CBJ é uma instituição independente, estável e construiu ao longo dos anos uma relação de confiança com seus parceiros, já tendo inclusive renovado contratos de patrocínio com Bradesco e Cielo para o próximo ciclo olímpico'', diz Paulo Wanderley.

A CBJ também aponta que houve prejuízo para a organização da Olimpíada do Rio.

''O Pan serviria para testar procedimentos de organização para a Olimpíada, seria um ótimo laboratório para a Olimpíada o Rio, um treino para toda sua equipe de trabalho. Foi assim antes dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara e de Toronto. E seria a mesma coisa para a Olimpíada [do Rio]'', aponta Ney Wilson, coordenador técnico da CBJ. Não havia sido definido em que ginásio seria realizado o Pan de judô.

''A organização do judô nos Jogos Olímpicos não terá uma segunda chance de treinar seus processos e pessoas envolvidas neles. E os atletas e comissões técnicas do continente perdem uma oportunidade de viver o clima olímpico numa data bem próxima ao início dos Jogos'', argumenta Paulo Wanderley.

''Os atletas [estrangeiros] perderam a chance de conhecer instalações olímpicas antes dos Jogos e os brasileiros, a oportunidade de lutar em uma situação de  pressão dentro de casa a poucos meses da Olimpíada e de buscar um melhor posicionamento no ranking da FIJ, já que todos buscam um melhor posicionamento para sair como cabeças-de-chave [o que na teoria propicia um caminho mais fácil até a medalha de ouro]'', complementa Wilson.

A CBJ programou um evento-teste para os Jogos do Rio para esta semana na Arena Carioca 1, dentro do Parque Olímpico, onde será realizada a disputa olímpica. Mas o evento-teste oficial não terá igual relevância do Pan, que contaria pontos para o ranking adulto da FIJ e que não reuniria atletas do adulto, e não apenas atletas de base, como será com o evento-teste.


Por divisão de cotas, Globo mudará medição de audiência do PPV em 2019
Comentários Comente

Eduardo Ohata

As propostas encaminhadas pela Globo aos clubes de futebol pelos direitos de TV do Brasileiro trazem um novo modelo de medição de audiência para o rateio das cotas do pay-per-view entre 2019 e 2024. A nova metodologia se baseará em um cadastro formal, a ser criado, dividido por torcida de cada time, dos assinantes do pacote de pay-per-view do Brasileiro, o Premiere Futebol Clube. Essa ideia surgira de uma discussão da Globo com os clubes no fim do ano passado.

A partir de 2019, quem quiser adquirir o pacote de jogos do Brasileiro terá, obrigatoriamente, que identificar o time pelo qual torce à operadora. A divisão, assim, se tornará mais precisa. Hoje, a abordagem das operadoras é informal, já que não insistem se o assinante preferir não quiser dizer por qual time torce. Há também relatos de assinantes dando conta de que nunca foram consultados sobre para qual times torcem. O rateio, atualmente, tem como base principal os relatórios dos institutos de pesquisa Datafolha e Ibope sobre a popularidade dos clubes de futebol, decisão que contou com a participação dos clubes.

A disputa entre Sportv e Esporte Interativo pode afetar os números de audiência pay-per-view. Com menos jogos para cada canal, possivelmente os canais começarão a passar mais partidas dos mesmos times na TV fechada (para poder passar um jogo, os dois times têm que estar fechados com o mesmo canal), o que tem o potencial para afetar negativamente a venda de pacotes de pay-per-view.

Apesar de cartolas apontarem que a Globosat termina com 62% da renda do pay-per-view, enquanto os clubes ficam com 38%, esses números se referem aos valores brutos. Quando se fala em valores líquidos, este blog apurou com gente que conhece o funcionamento do sistema de pay-per-view, os clubes ficam com 48% da renda líquida e a Globosat, com menos de um terço do bruto arrecadado.

Sobre o total de 62% da Globosat, são subtraídos os pagamentos referentes a impostos, satélites para transmissão, caminhões, engenharia, logística e pessoal (narrador, comentarista etc). É desse percentual que também sai o pagamento das operadoras pela operação e manutenção dos canais de pay-per-view, que inclui despesas com tecnologia, como rede de satélites, decoders, criptografia, central de atendimento e pessoal que gerencia o pay-per-view.

A Globosat fechou com pelo menos dez times, enquanto dois clubes anunciaram ter assinado com o Esporte Interativo.


‘Olimpíada é por honra, não por dinheiro’, diz Foreman sobre pros na Rio-16
Comentários Comente

Eduardo Ohata

Ex-campeão mundial dos pesos-pesados e ex-campeão olímpico, o americano George Foreman criticou a polêmica iniciativa de permitirem que lutadores profissionais participem dos Jogos Olímpicos divulgado recentemente pelo presidente da AIBA (Associação Internacional de Boxe), CK Wu.

''Sou contra profissionais na Olimpíada, nunca gostei dessa ideia'', posicionou-se Foreman, durante contato telefônico com este blog. ''Os Jogos Olímpicos têm a ver com honra, não com dinheiro. Profissionalismo quer dizer 'por dinheiro'. Quando fui campeão olímpico, lutei pela honra, não por dólares ou centavos. Ao abrir [a Olimpíada] para profissionais, tudo passa a ser em função do dinheiro.''

Durante a Olimpíada do México, Foreman festejou o ouro olímpico acenando do pódio para o público com uma bandeirinha norte-americana. Durante toda a carreira de ''Big'' George, a imagem foi usada na promoção de seus combates mais importantes. E é justamente esse momento que faz Foreman criticar a participação de profissionais na Olimpíada, ao ser questionado sobre o que acharia se a novidade estivesse em vigor em 1968.

''Ohhh, teria sido terrível. Eu não teria tido chance'', imagina o ex-campeão. ''[Se implantarem essa regra] será o fim de uma coisa boa, o fim do amadorismo. Fim de jogo, sem chance. Não dá para um amador competir com um profissional. [A Olimpíada] passará a ser sobre o dinheiro, e eu acho que todos devem ter a oportunidade de ser felizes.''

Foreman, porém, nutre a esperança de que os dirigentes mudem de ideia e não coloquem em prática a ideia.

''Espero que eles [dirigentes da Aiba] mudem de ideia, senão será uma boa coisa que eles estarão estragando. Não dá para você falar para os profissionais não participarem, todos vão querer [lutar na Olimpíada].''

Após se tornar campeão olímpico, seguindo os passos de Joe Frazier e Muhammad Ali (este na categoria dos meio-pesados), só aí Foreman passou para o profissionalismo. Conquistou o título mundial dos pesos-pesados.

''Big'' George participou da luta mais famosa da história do boxe, a ''Rumble in the Jungle'' (''Batalha na Selva''), que rendeu livro de Norman Mailer (''A Luta'') e o documentário ganhador do Oscar (''Quando Éramos Reis''). Tornou-se pastor, ficou fora dos ringues durante dez anos, voltou a lutar e recuperou o título mundial dos pesados aos 45 anos de idade.

#LENDAS10: Muhammad Ali só ganhou um ouro olímpico. E quase ficou sem por causa do medo de avião


Acusação de diretor do Bom Senso FC é rebatida por sindicato dos atletas
Comentários Comente

Eduardo Ohata

Em mais um capítulo da queda-de-braço entre sindicatos de atletas e o movimento Bom Senso FC, o Sindicato dos Atletas do Estado do Rio (Saferj) rebateu acusações de Ricardo Borges Martins, diretor-executivo do movimento Bom Senso FC, por conta da seguinte declaração publicada recentemente em uma revista semanal de grande circulação nacional: ''Sindicatos… de maneira geral nunca conseguiram criar mecanismos para que os atrasos fossem impedidos… porque para os sindicatos e escritórios de advocacia que orbitam em torno de sindicatos é relativamente importante você continuar a ter casos para resolver… O problema, o atraso de salários, é a solução deles''.

Segundo a entidade, que questiona as credenciais de Martins, ''o Saferj externa toda repulsa pelo teor da entrevista concedida por… Ricardo Borges Martins… onde ele de forma irresponsável faz afirmações descabidas contra os sindicatos de atletas de futebol de todo o Brasil''. Na sequência, citando Martins, afirma que ''o Saferj lhe dará a oportunidade de você provar que nosso departamento jurídico tem acordos com empresas e/ou advogados. Você terá a chance de provar que o Saferj tem um baixíssimo desempenho na luta em prol dos atletas. Vai poder nos demonstrar aonde está a indústria da justiça esportiva que o Saferj está ligado''.

O sindicato termina lembrando que foi fundado ''por atletas de futebol, como Zé Mário, Zico, Gaúcho, Leão, Roberto Dinamite, Junior, Carpegiani e tantos outros'' e conclui citando os líderes do Bom Senso FC, Paulo André, Dida, Alex, por sua associação com o diretor.

Ou seja, a queda-de-braço entre sindicatos e Bom Senso FC tende a arrefecer ainda nais.

Abaixo, a íntegra da nota do Saferj:

''Quem é Ricardo Borges Martins?

Sempre falamos aqui no Rio de Janeiro que o futebol é uma grande porteira aberta onde qualquer um entra.

O futebol talvez seja a única profissão no mundo que qualquer pessoa tem acesso, independente de formação, raça, religião e caráter. Basta ter algum conhecimento ou “dono'' – como achamos ser o caso do personagem aqui citado. Depois, muitos, que hoje cobram mudanças no futebol, não sabem como surgem os Blatters, os Teixeiras da vida. É assim, do nada, basta ter conhecimento, ser amigo de alguém, ser bem mandado, e pronto, está dentro, como este personagem.

O Saferj externa toda repulsa pelo teor da entrevista concedida por esse rapaz chamado Ricardo Borges Martins publicada pela revista Época na semana passada, onde ele de forma irresponsável faz afirmações descabidas contra os sindicatos de atletas de futebol de todo o Brasil.

Voltamos a perguntar: quem é Ricardo Borges Martins? Para nós, mais um yuppie que caiu de paraquedas no futebol e que vem tendo espaço na mídia para falar de futebol, e o pior, falando em nome de atletas de futebol.

A ultima vez que tivemos o desprazer de estar com esse rapaz foi na segunda-feira, véspera do fatídico Brasil x Alemanha, em reunião de vários atletas do Bom Senso, realizada na sede do Saferj. Na ocasião havia preocupação dos atletas em relação ao rumo que adotariam, coisa natural de quem é do meio, e está permanentemente buscando soluções para o futebol. Em contra ponto, a preocupação desse pseudo-esportista, era apenas a de convencer os atletas presentes que deveria ser disponibilizado recursos para pagamento de seus serviços e de seu acompanhante. Neste momento ficou claro que o objetivo não era construir soluções para o futebol, era apenas a tentativa de consolidar um negocio.

Então senhor Ricardo Borges Martins – Famoso Quem? -, o Saferj lhe dará a oportunidade de você provar que nosso departamento jurídico tem acordos com empresas e/ou advogados. Você terá a chance de provar que o Saferj tem um baixíssimo desempenho na luta em prol dos atletas. Vai poder nos demonstrar aonde está a indústria da justiça esportiva que o Saferj está ligado.

Saiba, senhor famoso quem?, que a nossa advogada está ha mais de quarenta anos trabalhando em prol dos atletas de futebol. Saiba que o Saferj começou a ser formado dentro de sua casa. Isso chama-se IDEOLOGIA, COISA QUE VOCÊ NÃO TEM. Saiba também que ao longo desse período, somente nos últimos seis anos passou a ter uma remuneração fixa, e, mesmo assim, em valor muito abaixo do desejado por você naquela reunião citada anteriormente. Saiba que as ações – não as milionárias que advogados do seu quadro de amizade têm -,  são ações de clubes das séries C, B, que não têm receitas e, portanto, sem o “lucro” que você sugere na entrevista.

O Saferj foi fundado por ATLETAS DE FUTEBOL, como Zé Mario, Zico, Gaúcho, Leão, Roberto Dinamite, Junior, Carpegiani e tantos outros.

O Saferj até hoje é comandado por ATLETAS DE FUTEBOL, para ATLETAS DE FUTEBOL em prol dos ATLETAS DE FUTEBOL.

Não será você, mais um paraquedista, que irá denegrir um trabalho de trinta e seis anos.

Voltaremos a nos falar, mas saiba que para o verdadeiro mundo do futebol você não é nada!!! Você não representa categoria nenhum! Você não tem autoridade para falar sobre os sindicatos. Você é mais uma invenção, e por ser bem adestrado, consegue espaço para falar.

Lamentamos pelo Paulo André, Dida, Alex, e tantos outros, que tiveram a coragem – que admiramos e respeitamos – de se expor em busca de mudanças para o futebol brasileiro, estejam sendo representados por um deslumbrado como você.

Saferj
29 Fev 2106″