Arena Corinthians não traz risco de deslizamento ou morte, refuta Odebrecht
Eduardo Ohata
O engenheiro da Odebrecht Ricardo Corregio, diretor de contratos no que se refere à Arena Corinthians, nega enfaticamente que exista risco de morte de torcedores ou deslizamento de terra da área exterior do estádio para a Radial Leste que ameace pedestres.
''A defesa civil esteve aqui ontem [terça-feira] e verificou que não há problema'', explicou ao blog Corregio. ''Esses episódios que voltaram à tona agora se referem a um vazamento de água de fevereiro de 2015 e à erosão de uma canaleta em janeiro deste ano, os quais já foram sanados e não são correlatos. A defesa civil e o Crea podem atestar o que estou falando.''
A ''Folha de S.Paulo'', assim como o Blog do Juca, publicou nesta semana matéria intitulada ''Corinthians encontra vazamento em Itaquera e teme deslizamento''.
Segundo o engenheiro, em fevereiro de 2015 houve um vazamento de uma caixa d'àgua que ficava enterrada no piso, a cerca de 200 metros da Radial Leste, e entraria em pleno funcionamento caso algum quiosque de alimentação fosse instalado naquele ponto.
''A água escorreu por uma tubulação que se rompeu, mas a água saiu pelo esgoto, não houve infiltração'', argumentou Corregio.
O engenheiro apontou também que o local onde ocorreu o episódio de erosão, ''entre o fim de 2015 e o início de 2016″, se encontra a ''20 ou 30 metros'' da Radial Leste, na esplanada entre os lados leste e norte do estádio.
''Isso aconteceu por conta das chuvas torrenciais, tanto que na mesma época houve um episódio famoso do afundamento do asfalto na Radial Leste, mas em Arthur Alvim, que fica bem longe do estádio'', aponta Corregio.
''Houve um estrangulamento de um tubo de 1,20 metro de diâmetro e quando a chuva chegou, a água escapou por fendas no cano. Mas já trocamos 73 metros de tubulação para sanar o problema e refizemos o asfalto.''
''A prova de que não foram problemas de projeto é que o seguro pagou os consertos, o que não teria acontecido se o problema fosse estrutural. Asseguro que em todos os jogos que aconteceram não houve risco de segurança aos torcedores. A própria Prefeitura emitiu uma nota confirmando isso que estou falando'', finaliza Corregio.
Confira na íntegra a nota da Odebrecht enviada ao blog, após a publicação da entrevista com Corregio:
''A Construtora Norberto Odebrecht, em face de notícias sem fundamentos sobre a construção da Arena Corinthians, vem esclarecer que sempre prezou pela qualidade dos seus trabalhos, utilizando as melhores e mais modernas técnicas construtivas em todos os seus negócios, não só no Brasil como em mais de 20 países onde tem presença.
A Arena, inaugurada em maio de 2014, sediou com sucesso grandes eventos internacionais, como a Copa do Mundo 2014 e jogos da Olimpíada 2016. Ao longo destes dois anos e meio de operação, dezenas de partidas de futebol e diversos outros eventos foram realizados, sem oferecer qualquer risco aos usuários.
Tanto que o estádio possui alvará de funcionamento e todos os demais laudos de segurança necessários a sua operação, emitidos pelos órgãos públicos que fiscalizam periodicamente as instalações locais, não apontam nenhuma restrição.
Quanto às inconsistências do noticiário recente, vale apontar que:
– O referido vazamento de água constatado pela Sabesp ocorreu no início de 2015 e não tem relação com a erosão ocorrida um ano depois no estacionamento.
– O vazamento, de 2015, foi devido a um problema detectado em um registro localizado dentro de uma caixa de passagem, que fez a água escoar por uma tubulação de esgoto, instalada no mesmo local. Ou seja, não houve infiltração no solo. Em nota, a Sabesp informou em 01/11/2016 que “esteve no local para inspeção e os técnicos constataram que a tubulação da Sabesp está em perfeito estado”.
– A erosão, de 2016, foi ocasionada por chuvas torrenciais e acima de qualquer expectativa na região, tanto assim que a seguradora do estádio foi acionada e ressarciu parte dos danos.
– Também não é verdade que exista um córrego passando por baixo do prédio, sem canalização. Foi executada uma rede de drenagem especifica para esse fim e está em projeto As Built (como construído) que foi entregue ao Fundo Imobiliário ainda no ano de 2015.
– Quanto aos pontuais descolamentos de placas de granito das paredes, estão sendo avaliadas as reais causas de modo a impedir novas ocorrências dessa natureza. A construtora instalou mais de 30 mil metros quadrados desse material em pisos e paredes do estádio, sem o registro de nenhum problema relacionado à má instalação.
– Houve sim, há mais de um ano, queda de parte do forro em área restrita da Arena, e a Construtora tomou todas as medidas necessárias para corrigir o fato e garantir o acesso dos torcedores ao local sem quaisquer riscos.
– Não procede a informação de queda de placas de Techlan das fachadas no gramado ou na arquibancada.
Todos os trabalhos realizados na Arena tem as respectivas ARTs (Anotações de Responsabilidade Técnica), que servem par atestar a responsabilidade do executor. O CREA fazia visitas quinzenais à obra, verificando inclusive as mais de 200 ARTs assinadas por engenheiros ou arquitetos
Por fim, é preciso ainda esclarecer que a CNO garante a qualidade da construção, sendo responsabilidade do Fundo a sua manutenção.''