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‘Torcida pode ir no campo e cobrar jogador’, dizem organizadas em pesquisa
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Eduardo Ohata

Se o time está em crise no campeonato, a organizada pode ir ao treino e entrar no gramado para cobrar com maior rigidez.

Quem assina embaixo essa frase são as organizadas de São Paulo e Rio, conforme atestam os episódios dos últimos dias envolvendo as torcidas de Palmeiras e Flamengo, cujos CTs foram alvo nos últimos dias de invasões de organizadas.

É também o que corrobora os números de pesquisa produzida pela FGV, conduzida em São Paulo e Rio, à qual este blog teve acesso. O documento foi discutido em conjunto entre autoridades do governo federal e cartolas.

Segundo as estatísticas, aproximadamente 94% dos integrantes de organizadas do Rio ''concordam muito'' (84%) ou ''concordam pouco'' (10%) que a torcida organizada pode ir ao treino cobrar dos jogadores, quando o time joga mal. O restante, ou cerca de 7%, ''discorda muito'' ou ''discorda pouca'' da afirmação.

As torcidas de São Paulo são ligeiramente mais ''tolerantes'': um número próximo a 84% concorda que as organizadas podem ir ao treino para cobrar jogadores no campo. De novo, a maioria ''concorda muito'' (68%) com a frase, há quem ''concorda pouco'' (16%), e a minoria absoluta, 16%, ''discordam muito'' ou ''discordam pouco''.

Uma outra questão, dessa vez sobre a atuação da Polícia Militar, nos remete ao episódio do confronto entre torcedores e policiais na goleada do Corinthians sobre o Linense, por 4 a 0, no último dia 19, em casa, que atingiu até quem não tinha nada a ver com a briga.

Em São Paulo, a esmagadora maioria, 78% discorda da frase ''A PM só é violenta quando o torcedor organizado briga''. Cerca de 70% ''discorda muito'' e 8% ''discorda pouco''. Somados, quem ''concorda muito'' ou ''concorda pouco'' atingem apenas 22%.

A maioria dos torcedores do Rio entrevistados, 58%, discordam ''muito'' (44%) ou ''pouco'' (14%) da frase ''A PM só é violenta quando o torcedor organizado briga''. Apenas cerca de 41% concordam ''muito'' (26%) ou ''pouco'' (15%) com a afirmação.

Em São Paulo, 59% dos torcedores de organizadas apontam suas torcidas como violentas. Os que reconhecem que sua torcida é ''muito violenta'' somam 11% e os que classificam seu grupo como ''pouco violento'' são 48%. Aproximadamente 41% responderam que não há ''nenhuma violência'' em relação à sua organizada, e 2% não responderam ou não souberam responder.

No Rio, a proporção é de 38% de torcedores que afirmam haver violência no perfil de sua organizada: 8% disseram haver ''muita violência'' e 30%, ''pouca violência''. Cerca de 60% responderam não haver ''nenhuma violência'' e 2%  não responderam ou não souberam responder.

Em São Paulo, a pesquisa, que contou com 612 entrevistas, abordou torcedores de Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Portuguesa e Juventus, no Morumbi, Pacaembu, Arena Corinthians, Alianz Parque, Vila Belmiro, Canindé e Rua Javari.

No Rio, foram 426 entrevistas, com membros de organizadas de Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo.

Foi considerado ''torcedor organizado'', na seleção de entrevistados, quem vestia camisa, boné, calça ou bermuda da facção pesquisada, bem como aqueles que portavam bandeira ou instrumentos musicais.


Técnico de brasileiro campeão mundial volta a se testar na elite do boxe
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Eduardo Ohata

Ivan de Oliveira, o Pitu, foi o técnico de Sertão quando ele conquistou o cinturão da Federação Internacional de Boxe, em 2006. O baiano sagrou-se o quarto brasileiro a conquistar um título mundial, juntando-se a Eder Jofre, Miguel de Oliveira e o conterrâneo Popó.

Em 2010, quando a A.D. São Caetano interrompeu os trabalhos com modalidades olímpicas, Pitu se viu forçado a buscar outras áreas de atuação fora do boxe para se sustentar (Pitu também é músico). Um dos atletas que, à época, ficaram ''órfãos'' de Pitu era o promissor Jackson Junior. Doeu para Pitu ter de deixá-lo partir, pois juntos construíram um cartel invicto em 10 lutas profissionais.

Pois bem. O mundo deu suas voltas, Pitu voltou a trabalhar com lutas, entrou no mundo do MMA, trabalha no córner do lutador do UFC Demian Maia, que aliás já passou da hora de ganhar uma nova oportunidade por um título, entre outros, com boxeadores amadores no projeto ''Garimpando o Ouro Olímpico'', e também mantém parceria com seu irmão, Gabriel de Oliveira, na dupla Oliveira Brothers.

Jackson, por sua vez, sofreu sua primeira derrota em 2014, após somar 16 vitórias seguidas, e desde então vem alternando vitórias e derrotas (5 vitórias e 4 derrotas).

Mas desde 2010, Pitu tem uma sensação de ''trabalho inacabado'' em relação a Jackson, 30 anos. Então não foi surpresa quando um pedido para assumir o treinamento do ex-pupilo na preparação contra um adversário ranqueado despertou a curiosidade de Ivan.

O adversário é o turco Avni Yildirim, 9º do ranking do Conselho Mundial de Boxe, 24 anos, invicto em 9 lutas (5 nocautes), dono do cinturão de campeão ''de prata'' internacional do CMB. Apelidado de ''Sr. Robô'', tem no cartel uma vitória sobre o ex-campeão mundial dos meio-pesados Glen Johnson (se bem que Johnson tem quase 50 anos). Yildirim está à frente no ranking, por exemplo, do ex-campeão Jean Pascal. A luta está prevista para o dia 6 de maio, em Berlin.

À primeira vista, parece um combate perigoso para o brasileiro, cujo cartel registra 20 vitórias (18 nocautes) e 5 derrotas. Mas para Pitu, que ''viu algo'', a oportunidade não poderia ser melhor.

''O estilo dele [Yildirim] não 'casa' bem com o do Jackson'', explica Pitu. ''O Jackson não se dá bem com quem boxeia e se movimenta muito. Mas o turco gosta é de bater, lutar parado. Ele jabeia [aplica golpe preparatório de esquerda], não se move e nem 'pega' tanto. Outra coisa é que logo depois de estrear ele [Yildirim] ficou um ano parado, então aí tem coisa. E ele tem poucas lutas.''

''Estou voltando porque acredito nele [Jackson], com uma vitória, quem sabe onde podemos chegar?'', pergunta, de forma retórica.

Quando Sertão foi campeão mundial com Pitu, poucos acreditavam. E fizeram história juntos.


‘Eder Jofre está ao lado de Duran, Chavez e Monzon’, diz presidente do CMB
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Eduardo Ohata

No aniversário de 80 anos de Eder Jofre, um dos principais dirigentes do pugilismo internacional fez questão de cumprimentar o legendário ''Galo de Ouro'' no dia de seu aniversário. O presidente do Conselho Mundial de Boxe, Mauricio Sulaimán, encaminhou a este blog, nesta sexta-feira (25), véspera do aniversário de Eder, uma mensagem especial sobre o brasileiro bicampeão mundial:

''Eder Jofre. Um dos maiores campeões da história do boxe, talvez o melhor de todos os galos da história e um dos principais campeões latinos da história, ao lado de Roberto ''Mano de Piedra'' Duran, Julio Cesar Chavez, Carlos Monzon e [o campeão em 3 categorias de peso] Alexis Arguello. Aos 80 anos de idade, é um ícone do boxe e um embaixador da paz, sempre um modelo para a juventude e um verdadeiro representante do boxe. Ainda conhecido, mesmo enquanto a era moderna do boxe evolui, e embora tenha lutado em uma época em que não existiam as mídias sociais, só a TV, e a vida era muito mais simples.'' Mauricio Sulaimán Saldívar.

Verdade.

Vale lembrar que na época em que Eder foi campeão não existiam as categorias intermediárias de peso que surgiram depois, como supermoscas, supergalos ou superpenas e havia menos entidades a controlar o boxe.

Se estivesse em atividade hoje em dia, Eder poderia ter sido campeão em PELO MENOS quatro categorias de peso.

Além disso, se tivesse desenvolvido a carreira nos EUA, ou se tivesse nascido lá, onde estavam concentrados os formadores de opinião dos ringues, Eder com certeza hoje estaria em todas as listas dos dez melhores lutadores de todos os tempos independente da categoria de peso.

Parabéns campeão,

 


Globo fecha com América-MG, que elogia ‘melhor condição para times médios’
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Eduardo Ohata

A Globo assinou com mais uma equipe da Série A os direitos de TV fechada do Brasileiro pelo período entre 2019 e 2024. O 14º clube a fechar com a Globosat é o América-MG, este blog apurou.

O canal Esporte Interativo disputa com a Globo os direitos do Brasileiro para a TV fechada a partir de 2019. Para uma emissora transmitir um jogo, ambos os times têm que estar fechados com ela.

Ou seja, uma partida envolvendo um clube que assinou com a Globosat e outro que fechou com o Esporte Interativo NÃO será exibido na TV fechada. Se o seu time na etapa final do Brasileiro depender de um resultado para alcançar a liderança ou não cair, essa partida não será exibida na TV fechada se os dois times estiverem assinados com emissoras diferentes. 

A informação de que o América-MG fechou com a Globosat foi confirmada por Marcos Salum, ex-presidente do clube, que participou das negociações envolvendo o clube mineiro com a programadora, e posteriormente cruzada com uma outra pessoa que participou diretamente das negociações.

''Estou muito satisfeito que a Globo tenha adotado um modelo de repartição de dinheiro semelhante ao inglês'', festejou Salum. ''Antes, um time que subia da Série B para a A, estava fadado a cair [para a B novamente]. Agora, a situação está muito melhor para um time médio que sobe para a Série A e se projeta.''

Salum se refere à repartição do dinheiro da TV fechada na proporção de 40% (bolo a ser dividido por todos), 30% (por resultado em campo) e 30% (por audiência). ''Estou feliz por ter adotado esse critério inteligente do futebol inglês e alemão'', diz Salum. ''Estamos no caminho certo, no longo prazo, e com ajustes, vai fazer bem aos times e ao campeonato.''

Salum também ''pilotou'' a negociação do clube mineiro pela Série B. Ao lado de Náutico, Paysandu e Atlético Goianiense, apresentou à CBF e Globosat um estudo que mostrava que times que subiam da Série B não tinham condições de se manter na divisão principal por causa do abismo financeiro que os separavam de Corinthians e Flamengo, por exemplo. ''Esse modelo é mais justo, a diferença é mais suportável para um clube médio.''

Além do América-MG, a Globosat também fechou com Corinthians, São Paulo, Grêmio, Fluminense, Botafogo, Vasco, Atlético-MG, Cruzeiro, Vitória, Sport, Chapecoense, Avaí e Náutico.

O Esporte Interativo assinou com Santos, Internacional, Atlético-PR, Bahia, Ceará, Joinville, Sampaio Corrêa, Paysandu e Coritiba.

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Globo melhora luvas, dá benefícios e renova com Corinthians até 2024
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UOL Esporte


A TV Globo melhorou as condições e conseguiu renovar o contrato de direitos de televisão para TV fechada (via Sportv), TV aberta e pay-per-view com o Corinthians até 2024. A Globosat garantiu ao clube o aumento de luvas e ainda um upgrade em relação às placas de publicidade na beira do campo.

Documento em papel timbrado do Corinthians

Documento em papel timbrado do Corinthians

Uma pessoa ligada diretamente à negociação confirmou o novo contrato, firmado neste mês de março. O vínculo anterior, assinado em 2015, era válido até 2020 e previa luvas de R$ 40 milhões, que são os valores pagos pelas emissoras para que o clube assine com ela.

O Corinthians conseguiu melhorar seus benefícios depois de flertar com o Esporte Interativo e ficou satisfeito com o acordo final. Um dos pontos mais positivos do novo contrato envolve as placas de publicidade. O clube considera que se beneficiou com a nova forma de explorar a publicidade estática, o que valorizaria os ativos do clube.

Em relação à TV fechada, a Globo já tem, no mínimo, 13 clubes com contratos renovados para as temporadas 2019-24. A Globosat transmitirá os jogos de Corinthians, São Paulo, Grêmio, Fluminense, Botafogo, Vasco, Atlético-MG, Cruzeiro, Vitória, Sport, Avaí, Náutico e Chapecoensse.

É de suma importância para a Globo assinar com o maior número de clubes possível porque, de acordo com a legislação vigente, a emissora só pode transmitir a partida se tiver acordo com os dois times que estarão em campo.

Agora, os contratos passam a seguir um modelo semelhante ao inglês, adotando a divisão do dinheiro em 40%, 30% e 30%. Ou seja, os clubes que fecharem com a Globosat dividirão equalitariamente 40% do valor total disponibilizado pela programadora, outros 30% serão divididos de acordo com suas performances dentro de campo e os 30% restantes será distribuído de acordo com as audiências alcançadas por cada time.

Trata-se de uma medida para fidelizar os dois clubes, já que Globosat e Esporte Interativo travam uma disputa pelos direitos do Brasileiro a partir de 2019.

O concorrente da emissora nas negociações confirmou que acertou com, ao menos, nove agremiações.

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Globo assina com mais três times na TV fechada e chega a 13 clubes
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Eduardo Ohata

*Atualizada às 15h20
A Globo elevou para pelo menos 13 o número de clubes com quem renovou contrato para o Brasileiro na TV fechada para as temporadas 2019-24. A Globosat acaba de assinar com Chapecoense, Avaí e Náutico, este blog apurou.

Já haviam fechado com a programadora dez outros clubes: Corinthians, São Paulo, Grêmio, Fluminense, Botafogo, Vasco, Atlético-MG, Cruzeiro, Vitória e Sport.

O Esporte Interativo confirmou que acertou com, ao menos, sete agremiações: Santos, Atlético-PR, Bahia, Ceará, Joinville, Sampaio Corrêa e Paysandu.

Porém, em documentação encaminhada pela Turner (proprietária do Esporte Interativo) ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), o grupo afirma que o número de clubes que assinaram com ele chega a 15. Fora os já mencionados, são citados Coritiba, Santa Cruz, Ponte Preta, Criciúma, Fortaleza, Paraná, Sport, que fechou com a Globo, e Figueirense.

Mas no caso do último clube, o presidente de seu conselho deliberativo, Carlos Aragão, nega a informação de que o clube já assinou com o Esporte Interativo. Segundo ele, a celebração de tal documento passaria pela aprovação de uma reunião do conselho,  que provavelmente acontecerá em junho. A reunião de abril tem como pauta a aprovação das contas do ano passado.

Aragão confirma que o clube tem duas propostas, ao contrário do que aconteceu com o Internacional, por exemplo, que tinha apenas a proposta da Turner para ratificar na reunião do conselh0, já que o executivo do clube não quis negociar com a Globosat.

''Como o período do contrato ultrapassa a atual gestão, que se encerra em 2018, a assinatura terá que ter a aprovação do conselho deliberativo'', explica Aragão. ''Recebemos propostas de Esporte Interativo e Globo, que inclusive melhorou sua oferta em relação à oferta original. O presidente [Wilfredo Brillinger] não assinou nada.''

Procurado pelo blog, Brillinger não atendeu as ligações para seu celular e tampouco respondeu mensagem enviada via WhattsApp.

 

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Globo triplica premiação a clubes por título do Brasileiro a partir de 2019
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Eduardo Ohata

A Globo triplicou, em relação à premiação do ano passado, o bônus que o clube campeão do Campeonato Brasileiro levará a partir de 2019: De R$ 10 milhões em 2015, passou para R$ 30 milhões a partir de 2019, o blog apurou.

Para efeito de comparação, é quase o dobro do que o Internacional recebeu de luvas para acertar com o Esporte Interativo (R$ 17 milhões) e metade do que o São Paulo levou para renovar com a Globosat (R$ 60 milhões).

O aumento da premiação acontece no momento em que a programadora e o canal fechado Esporte Interativo duelam pelos direitos da TV fechada do Brasileiro a partir de 2019 e está previsto no acordo de renovação entre os clubes que fecharam com a Globosat.

Os valores dos bônus pagos aos clubes, de acordo com suas performances no Nacional, aumentaram de maneira proporcional.

Por exemplo, o vice-campeão, que ganhou no ano passado R$ 6,3 milhões, receberá na edição de 2019 do Brasileiro aproximadamente R$ 19 milhões. E assim sucessivamente de acordo com a posição na tabela classificatória.

Trata-se da resposta da Globosat aos clubes que pediram que o dinheiro fosse dividido respeitando critérios de meritocracia.

Nessa mesma linha, a programadora atendeu uma reivindicação dos clubes ao usar um modelo semelhante ao inglês para a distribuição do dinheiro, adotando a divisão em 40%, 30% e 30%. Ou seja, os clubes que fecharem com a Globosat dividirão equalitariamente 40% do valor total disponibilizado pela programadora, outros 30% serão divididos de acordo com suas performances dentro de campo e os 30% restantes serão distribuídos de acordo com as audiências alcançadas por cada time.

O Esporte Interativo, que tem como principais atrações a Liga dos Campeões e a Copa do Nordeste, busca mais atrações ao vivo para preencher sua grade, especialmente no período noturno e nos finais de semana. A necessidade aumentou após o canal entrar este ano na grade da NET.

A Sky não tem previsão de incluir o Esporte Interativo, do grupo Turner, em sua grade de programação.

A disputa entre os canais não está restrito ao Brasileiro: Sportv, da Globosat, Fox Sports e Esporte Interativo já abordaram a CBF interessadas nos direitos da Copa do Brasil, que atualmente são da Globosat, que já renovou os direitos do Campeonato Paulista até 2019 e a Série B do Brasileiro até 2020. Até mesmo os direitos do WSL (World Surf League), primeira divisão do surfe mundial, foi motivo de disputa entre os canais.

A Globosat fechou com, pelo menos, dez clubes: Corinthians, São Paulo, Grêmio, Fluminense, Vasco, Botafogo, Vitória, Sport, Cruzeiro e o Atlético-MG.

O Esporte Interativo acertou com, no mínimo, sete clubes: Santos, Internacional, Atlético-PR, Bahia, Ceará, Paysandu e Sampaio Corrêa.

 

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Odiado, McGregor impulsiona crescimento de vendas de pay-per-view no Brasil
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Eduardo Ohata

Odiado pelo público que o vê como um falastrão, além de uma pedra no sapato do ídolo José Aldo, o irlandês Conor McGregor, ironicamente, foi um dos ingredientes que permitiu que o canal do UFC no Brasil não apenas passasse batido à crise financeira que atinge o país, mas apresentasse crescimento robusto nesse período, na casa dos dois dígitos.

Na contramão do que aconteceu no mercado de canais pagos, o UFC Combate cresceu 13% de 2014 para 2015, e a luta entre McGregor e José Aldo foi uma das grandes vendas do canal em 2015. Mesmo a derrota dele para Nate Diaz, que não repetiu a performance de vendas do duelo com o brasileiro (claro!), indicou que tem potencial no Brasil, independente de quem seja o seu oponente.

O público brasileiro virou a casaca e passou para o lado do irlandês?

Muito pelo contrário!

Se repete com ele o fenômeno que aconteceu na década de 60, quando muita gente assistia as lutas do campeão dos pesos-pesados Muhammad Ali torcendo para que alguém calasse a boca daquele (não coincidentemente) falastrão.

Também pudera, ao contrário de Joe Louis, que foi um grande campeão que media as palavras, Ali desafiava a tudo e a todos. Não tinha medo de se auto-declarar o ''maior de todos'', fez campanha contra a Guerra do Vietnã, que não pegou bem em um país extremamente patriótico, e aderiu ao movimento negro. Não. Nem de longe McGregor é o Muhammad Ali do MMA, mas segue sua escola de auto-promoção.

''Percebemos que muitas pessoas querem assisti-lo, pois querem vê-lo [McGregor] perder'', comenta Daniel Quiroga, gerente geral do UFC Combate. ''Mas já existe uma legião grande de fãs do McGregor no Brasil. Não há como negar, é um fenômeno. Lutadores como ele são importantes para o negócio, pois inflamam os fãs, geram interesse e atraem o público periférico [que não acompanha o MMA].''

Apesar dos bons números, o canal enfrenta o desafio da crise dos brasileiros dentro dos octógonos e pela crise financeira do país.

''O consumo do MMA está muito relacionado aos ídolos brasileiros. Apesar dos atletas estrangeiros que caíram nas graças do público brasileiro, como [o ex-campeão meio-pesado] Jon Jones, [a ex-campeã] Ronda Rousey e McGregor, sabemos que dependemos muito dos ídolos para manter uma curva positiva nos negócios'', admite Quiroga.

''Não queremos deixar que aconteça com o MMA o que aconteceu com a F-1 e o tênis, que tiveram grandes ídolos brasileiros como Ayrton Senna e Guga, mas cujo encerramento de seu ciclo também levaram junto o interesse do esporte pela população brasileira.''

Segundo o executivo, para evitar que isso aconteça, estão em andamento uma série de iniciativas para a renovação dos ídolos brasileiros, desenvolvimento de novos talentos e fomento da prática dos esportes de luta.

Daniel Quiroga, executivo do canal UFC Combate

Daniel Quiroga, executivo do canal Combate

Quiroga não afasta os efeitos da crise econômica, mas crê que o canal poderá repetir a performance do ano passado e continuar apresentando crescimento.

''A crise é para todos os segmentos, todas as marcas que possuem algum tipo de operação e negócio no Brasil estão sendo afetadas pela crise. Claro que poderíamos ter tido um crescimento maior caso o poder aquisitivo da população estivesse mais estável, mas nossa base de assinantes vem crescendo. Temos uma oferta de lutas muito boa no primeiro semestre e a previsão é que o segundo semestre também acompanhe o primeiro.''

Além disso, cita também investimentos em novas plataformas, como os aplicativos abertos (voltados ao público em geral) e fechados (exclusivos para assinantes), redes sociais e no Combate Play, por meio do qual o assinante pode assistir ou rever lutas onde estiver.


Globo turbina contratos com Atlético-MG e Cruzeiro para a TV fechada
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Eduardo Ohata

A Globosat reuniu-se esta semana com dirigentes de Atlético-MG e Cruzeiro, os dois clubes mineiros com quem havia renovado contratos para a TV fechada, para atualizar os termos dos documentos e estender as suas durações.

Agora, os contratos que fechou com os dois clubes foram estendidos para até 2024 e eles passaram a seguir um modelo semelhante ao inglês, adotando a divisão do dinheiro em 40%, 30% e 30%. Ou seja, os clubes que fecharem com a Globosat dividirão equalitariamente 40% do valor total disponibilizado pela programadora, outros 30% serão divididos de acordo com suas performances dentro de campo e os 30% restantes será distribuído de acordo com as audiências alcançadas por cada time.

Trata-se de uma medida para fidelizar os dois clubes, já que Globosat e Esporte Interativo travam uma disputa pelos direitos do Brasileiro a partir de 2019.


Treinar 1 mês e participar da Olimpíada. Absurdo? Pode acontecer na Rio-16
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Eduardo Ohata

Treinar apenas um mês para competir nos Jogos Olímpicos. À primeira vista, pode parecer absurdo. Ou impossível. Mas é o que pode acontecer na Olimpíada do Rio. Depende da votação da Aiba, em 1º de junho, que definirá se profissionais poderão lutar nos Jogos.

Primeiro, o que na minha opinião são as boas notícias.

Em entrevista a este blog, CK Wu, presidente da Aiba, entidade que controla o boxe na Olimpíada, garantiu que não haverá injustiças. Quem já garantiu sua vaga não corre mais o risco de perdê-la, ouviu, Robson Conceição? Como consequência direta dessa decisão, se o congresso da Aiba definir dia 1º de junho pela participação de boxeadores profissionais na Olimpíada do Rio, o que ainda é um grande SE, haverá um ''teto'' de no máximo 26 vagas para a participação de profissionais. É esse o número de vagas em jogo na última qualificatória, que será disputada entre o fim de junho e início de julho. E os profissionais selecionados por suas confederações nacionais para ir aos Jogos ainda terão de disputar essas 26 vagas com amadores. No total, haverá 250 boxeadores na Olimpíada.

As más notícias? Se os profissionais participarem dessa última seletiva, e se ela de fato ocorrer no começo de julho, os profissionais terão apenas um mês para se preparar para a Olimpíada.

À primeira vista, parece fácil. Afinal, profissionais estão preparados para lutar até 12 assaltos de 3 minutos cada, e os amadores lutam apenas 3 assaltos de três minutos cada, certo? Mas o ritmo é totalmente diferente. Enquanto o profissional é treinado para dosar sua performance, os amadores saem com tudo, já que estão acostumados com o pouco tempo para definir o vencedor de um combate.

Se a vantagem do profissional fosse tão automática, não teriam feito tanto esforço na década de 70 para tentar realizar a ''luta dos sonhos'' entre o tricampeão mundial profissional dos pesados Muhammad Ali e o cubano tricampeão olímpico Teófilo Stevenson.

É muito pouco tempo para um profissional se adaptar.

E nem adianta os profissionais começarem a treinar desde já, pois os critérios serão definidos após o congresso extraordinário. E nenhum promotor de boxe que se preze liberaria seu contratado a participar dos Jogos tão encima da hora.

Uma solução muito melhor seria aprovar a mudança, mas efetivá-la somente na Olimpíada de Tóquio, daqui a quatro anos, quando haveria tempo hábil para todos estarem plenamente adaptados à novidade.

E como fica o Comitê Olímpico Internacional nessa história? O COI, oficialmente, diz não saber sobre essa possível mudança de regras.

CK Wu, porém, diz que o COI tem ciência e apoia totalmente a novidade, que tornaria o boxe nos Jogos muito mais comercial. E aponta que vários outros esportes na Olimpíada tem a presença de profissionais. Verdade, o maior exemplo é o basquete, com as várias encarnações do ''Dream Team''. Olhando para nosso próprio umbigo, o futebol olímpico também permite a participação de pros.

De novo, vou bater na tecla de que testar a novidade antes dos Jogos é uma necessidade. Por que não, perguntei a CK Wu, a introdução de profissionais não foi testada no Mundial do Qatar? A vantagem adicional é a implantação nem teria tido que passar pelo crivo do COI, já que a Aiba tem total autonomia no gerenciamento dos Mundiais.

''Essa é uma mudança histórica, então tínhamos que ter a família da Aiba inteira por trás da decisão antes de torná-la pública'', argumentou Wu. ''Fizemos uma pesquisa e, em uma reunião em Manchester, os 110 delegados que participaram deram retornos positivos [à ideia de profissionais na Olimpíada]. O passo final acontecerá no congresso extraordinário no dia primeiro de junho.''