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Sem empolgar profissionais, boxe estende prazo para tentarem ir à Rio-2016
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Eduardo Ohata

A Aiba (Associação Internacional de Boxe) estendeu o prazo para inscrições de profissionais no derradeiro torneio classificatório para os Jogos Olímpicos Rio-2016. O deadline para as confederações nacionais inscreverem profissionais era ontem, mas oficiais da Aiba foram informados durante a tarde de que o prazo foi prorrogado para até a próxima segunda-feira (27).

A qualificatória aberta a atletas do WSB, liga semi-profissional da Aiba, APB, liga profissional da Aiba, e profissionais não-ligados à Aiba está prevista para acontecer entre 3 e 8 de julho em Vargas, na Venezuela, e distribuirá 26 vagas: 3 vagas para cada uma das categorias entre 49 quilos e 81 quilos, e uma vaga cada para a categoria pesado (até 91 quilos) e superpesado (acima de 91 quilos).

Nos últimos dias, o interesse de profissionais para participar dos Jogos não era grande, este blog apurou com fontes ligadas à Aiba.

Uma das possíveis causas da “falta de interesse” pode ser a ameaça da parte do Conselho Mundial de Boxe, mais importante entidade do boxe profissional, de banir de seus rankings por dois anos atletas classificados até o 15º posto que subirem nos ringues do Rio. Posteriormente, a Federação Internacional de Boxe seguiu seus passos e também anunciou punições.

Essas medidas afugentaram pugilistas interessados em participar da Olimpíada, que se assustaram com as ameaças de suspensão.

Um deles é o peso-pesado profissional Raphael Zumbano, último representante em atividade do clã Jofre-Zumbano, que gostaria de conquistar o último “troféu” que falta à galeria do clã: uma medalha olímpica.

A Confederação Brasileira de Boxe mostrou-se aberta à possibilidade de Zumbano participar de uma seletiva interna para o classificatório aberto apenas a profissionais, mas Zumbano desistiu da ideia.

“Queria muito participar de uma Olimpíada”, lamenta Zumbano, que quer evitar problemas com o CMB, que além dos mundiais, mantém títulos regionais, como o sul-americano e o norte-americano. “Mas quem sabe em 2020 [nos Jogos de Tóquio]?”


Rio-16 veta atleta-repórter, palavrões e marketing pirata em mídias sociais
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Eduardo Ohata

Sob o risco de perder suas credenciais ou até ser alvo de ação  na Justiça, desportistas que participarão dos Jogos do Rio-2016 terão de ser extremamente cuidadosos ao compartilhar suas experiências olímpicas por meio das mídias sociais.

As orientações, contidas em um “manual” produzido pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), ao qual este blog teve acesso, vão do “formato” por meio do qual o atleta descreverá suas experiências, à sua conduta na Vila Olímpica, passando pelo veto da divulgação de vídeos e áudios de instalações olímpicas e ao chamado “marketing de emboscada” por meio de suas mídias sociais.

Para impedir que competidores ou cartolas façam “reportagens”, eles são orientados a contar sobre suas experiências na Vila Olímpica, arenas de competição ou locais de treinamento “em primeira pessoa, em formato de diário”. Eles são alertados de que só pessoas credenciadas como mídia poderão atuar como jornalistas, repórteres ou outra forma de imprensa durante a Olimpíada.

Além disso, atletas e cartolas estão proibidos de fazer qualquer forma de “propagandas política, religiosa ou racial” ou de fazer uso de palavras de “palavras ou imagens vulgares ou obscenas”, ou a postar algo que expresse ofensa, ódio ou discriminação ou que seja difamatório.

Na Olimpíada de Londres, há quatro anos, ganhou repercussão o episódio no qual a judoca brasileira Rafaela Silva, após ser eliminada, acessou sua conta no Twitter e, de cabeça quente, ao receber críticas e ofensas em tons racistas de internautas, respondeu com palavrões.

Já na Vila Olímpica, em respeito à privacidade dos demais atletas, haverá áreas demarcadas com placas de “proibido fotografar”.

Marketing de emboscada

Embora seja permitidas fotos e gravação de vídeos e áudios na Vila Olímpica, Parque Olímpico, ou outras instalações olímpicas, o COI proíbe a comercialização desse material das fotos e a divulgação por meio de postagem ou streaming dos vídeos ou áudios, sem expressa autorização do COI.

Também está proibidos o uso do emblema olímpico e mascotes olímpicos nas mídias sociais, a associação da Olimpíada, Jogos ou movimento olímpico a “terceiros ou produtos de terceiros”, a não ser com aprovação prévia por escrito do respectivo comitê olímpico nacional ou do Comitê Rio-2016.

Punições

Quem violar as orientações do COI estará sujeito à exigência de remoção de conteúdo, descredenciamento e pode até ser alvo de uma ação na Justiça. Além disso, o COI se reserva o direito de fazer emendas às orientações, “como considerar apropriado”.


Às vésperas da Rio-2016, Teliana defenderá título frente a dez top 50
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Eduardo Ohata

Lideradas pela romena Irina Camelia, 27ª do mundo, dez tenistas classificadas entre as cinquenta melhores do ranking, participarão do Brasil Tennis Cup, disputado em Florianópolis e que termina no dia 5, às vésperas do início da Olimpíada do Rio. A lista, divulgada nesta terça-feira (21), inclui a campeã em duplas da edição deste ano de Roland Garros, a francesa Caroline Garcia, 32ª.

Na edição passada, não houve participação de  nenhuma entre as 50 mais bem ranqueadas.

Pela altitude e proximidade do mar, além do fato de a organização do evento ter optado pelas quadras mais lentas, a exemplo do que acontecerá na Olimpíada, o torneio é encarado como uma oportunidade de aclimatação para os Jogos do Rio. “É um torneio preparatório para a Olimpíada, muitas jogadoras que participarão estarão na Rio-2016”, explica Rafael Westrupp, diretor da competição.

A atual campeã, a brasileira Telina Pereira, 88ª, defende o título da competição. Além dela, outra ex-campeã, a romena Monica Niculescu, 47ª, retorna para tentar o segundo título. A competição distribuirá US$ 250 mil em premiação.

Além de Irina, Caroline e Monica, as outras sete tenistas entre as 50 melhores que estarão em Florianópolis:

36ª – Jelena Ostapenko (LAT)

38ª – Yulia Putintseva (CAZ)

41ª – Laura Siegmund (ALE)

42ª – Lesia Tsurenko (UCR)

43ª – Monica Puig (PUR)

44ª – Annika Beck (ALE)

45ª – Timea Babos (HUN)

 


Futebol ditará quantos esportes SporTV exibirá simultaneamente na Rio-2016
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Eduardo Ohata

O SporTV, braço de TV por assinatura da Globo, terá até 16 canais para transmitir competições olímpicas durante a Rio-2016. Porém, por questões técnicas, dividirão o mesmo espaço (frequências) hoje ocupadas pelos canais do Premiere, pay-per-view de futebol.

Ou seja, quando houver jogos do Brasileiro no Premiere, já que o Nacional prosseguirá durante a Olimpíada, menos canais estarão disponíveis para a transmissão das competições e eventos olímpicos. A Olimpíada acontece entre 5 e 21 de agosto.

Por exemplo, durante a 19ª rodada do Brasileiro, na qual há pelo menos quatro jogos no dia 7, um domingo, que começam às 16h ou 16h15, a grade olímpica terá que “devolver” nesse período quatro canais para o Premiere. Ou seja, de 16 canais transmitindo ao vivo eventos olímpicos, esse número baixará para 12 canais durante esse período.

Os 16 canais SporTV terão forçosamente que dividir as frequências com o Premiere porque as operadoras de TV por assinatura têm um número finito de frequências para usar.

Por isso mesmo elas não podem adicionar canais às suas grades a seu bel-prazer. Se uma operadora começa a colocar no ar uma quantidade de canais acima de sua capacidade a qualidade do sinal piora.

A Globosat argumenta que não haverá prejuízo algum para o telespectador, já que os destaques da Olimpíada serão transmitidos sempre nos canais SporTV de 1 a 3.

O rodízio com os canais do Premiere também levantaram outra preocupação: Como eles têm numeração muito superior aos três canais SporTV (outra questão discutida no momento com as operadoras), como o telespectador faria para localizá-los?

Assim, excepcionalmente durante a Rio-2016, entrará no ar o canal SporTV 4, que será um mosaico com tudo o que estará sendo exibido nos outros canais para orientar o assinante na hora de procurar pela modalidade que ele quiser acompanhar. Na grade, ele ficará “colado” nos três canais SporTV tradicionais.

Para minimizar o impacto do futebol na cobertura olímpica, a Globosat estuda suspender a exibição durante o período da Olimpíada de programas dos clubes, como o “Vai, Corinthians”, “São Paulinos”, “Universo Santástico” e “Palmeiras na TV”, o que abriria espaço para mais exibição ininterrupta dos eventos olímpicos.

 

 


‘Rio-16 corre risco de ser Olimpíada trágica’, afirma manda-chuva do boxe
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Eduardo Ohata

O presidente do Conselho Mundial de Boxe, principal entidade do boxe profissional, Mauricio Sulaiman, vê risco de a Rio-16 ficar marcada como “uma olimpíada trágica” por conta da decisão que permite que profissionais dividam os ringues com amadores.

O dirigente mexicano alerta, em carta aberta enviada com exclusividade a esse blog, que essa é uma das “mais perigosas ações contra o esporte que foi um dos fundadores da Olimpíada” e refuta comparações com o que acontece no basquete com o Dream Team.

“O boxe não é [como o basquete] um jogo onde se anota pontos ou cestas, é um esporte de alta periculosidade à integridade física, especialmente quando há disparidade [de nível técnico] entre os competidores”.

“É altamente perigoso pensar que qualquer boxeador profissional, não importa seu nível, possa competir contra qualquer boxeador amador na Olimpíada”, afirma Sulaiman. “Fica nas mãos de todos aqueles que votaram a favor dessa medida a responsabilidade por uma possível tragédia que mancharia com  sangue inocente suas mãos e sua moral, marcada exclusivamente pela marca do dinheiro”.

Segundo o dirigente, ele espera que os únicos boxeadores profissionais que participem dos Jogos do Rio sejam atletas do nível de principiantes acostumados a apenas lutas de quatro assaltos [lutas por título acontecem em 12 assaltos].

Confira a íntegra do documento abaixo:

“O Conselho Mundial Boxe, firme em sua oposição à participação de boxeadores profissionais nos Jogos Olímpicos do Rio-2016

 

O Conselho Mundial de Boxe tem expressado incansavelmente sua preocupação, a mesma de milhares de pessoas da comunidade do boxe mundial, em relação à proposta da Aiba de permitir que boxeadores profissionais lutem nos Jogos Olímpicos do Rio.

Essa decisão, que foi anunciada hoje [ontem], marca a história do boxe como uma das mais perigosas ações que alguém já cometeu contra o esporte que nasceu 8.000 anos A.C.; o esporte que foi um dos fundadores das olimpíadas originais e o esporte dos poucos que oferecem oportunidade a qualquer país de obter uma medalha olímpica sem importar sua economia, sua estrutura social ou cultural.

O boxe não é um jogo onde se anotam pontos ou cestas; é um esporte de alta periculosidade para a integridade física, especialmente quando há disparidade entre os competidores.

A Rio-2016 corre o risco de ficar marcada como uma olimpíada trágica se a Aiba não proceder com o máximo cuidado ao estabelecer seu plano de trabalho. É altamente perigoso pensar que qualquer boxeador profissional, não importa seu nível, possa competir com qualquer boxeador amador na Olimpíada.

No boxe profissional existem níveis, normalmente são estabelecidos por meio do número de assaltos que se compete, sejam quatro, seis, oito, dez, ou as lutas de título que são em 12 assaltos. Logicamente é impensável que um novato de quatro assaltos vá competir contra um campeão em 12 assaltos.

A objeção absoluta e total a esse assunto está baseada na preocupação com a segurança dos atletas, mas há outras graves incongruências na maneira de proceder da Aiba o que estão publicando hoje [ontem] em seu press release.

Um de seus comunicados fala de um estudo médico que determina a abolição do protetor de cabeça para as lutas [uma das novidades da Olimpíada do Rio], enquanto na realidade tal estudo carece absoluta e totalmente de uma interpretação médica e só engloba estatísticas com um alto grau de confusão e manipulação em sua interpretação.

Por outro lado reconhecem como “Boxeador Profissional Não-Aiba” qualquer boxeador profissional que deseje participar da Olimpíada. Há evidências intermináveis de práticas monopolísticas e de abuso de poder que a Aiba aplicou em muitos países, prejudicando no processo o boxe amador e acabando com estruturas e plataformas para a proteção desse esporte no mundo.

Há muitos outros assuntos para rebater e combater no que a Aiba faz, mas o assunto principal, sem dúvida alguma, é a grave preocupação do que pode acontecer nessa olimpíada quando acontecerem, se é que irão acontecer, lutas entre boxeadores novatos e jovens com boxeadores experientes no boxe profissional, com diferente estrutura física e mental.

O único motivo para a Aiba tomar essa decisão é evidentemente comercial, e se atreve a se comparar [o boxe] com outros esportes, como o basquete, o tênis etc.

Temos ainda a esperança de que qualquer boxeador profissional que for à Olimpíada do Rio-2016 seja de um nível básico e elementar, por exemplo boxeadores de quatro assaltos, e que não participem campeões mundiais ou boxeadores que pelos motivos explanados anteriormente possam chegar a causar danos permanentes a boxeadores amadores.

Fica na mão de todos aqueles que votaram a favor dessa medida a responsabilidade por uma possível tragédia que encheria de sangue inocente suas mãos e sua moral que está marcada exclusivamente pela marca do dinheiro”.

Além de manifestações de várias entidades do boxe como a União Europeia de Boxe, Federação Norte-Americana de Boxe e Federação do Oriente e Pacífico, o dirigente destacou  manifestações de ex-campeões contra a decisão da Aiba. A seguir, o resumo de algumas delas:

“Permitir que profissionais lutem com amadores é um crime. Coloca em risco vidas e carreiras de jovens boxeadores” – Julio Cesar Chávez, ex-campeão em várias categorias de peso.

“De repente você poderia ter alguém como [o ex-campeão profissional dos pesados] Wladimir Klitschko, que foi ouro em Atlanta-96, e tem muito mais experiência, contra um garoto de 18 anos com apenas 10 lutas” – Lennox Lewis, ex-campeão mundial dos pesados e  campeão olímpico super-pesado na olimpíada de Seul-88.

“Quando um garoto de 17 anos da Suécia enfrentar um americano campeão mundial de 30 anos e for colocado em coma, todos irão perguntar: “Por que permitiram que isso acontecesse?” David Haye, ex-campeão dos pesados

 

 

 

 


Popó pede vaga par lutar na Rio-2016 e argumenta ser ‘resultado garantido’
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Eduardo Ohata

 

O ex-campeão mundial de boxe Acelino “Popó” Freitas, 40, se colocou à disposição da Confederação Brasileira de Boxe para representar o Brasil na Olimpíada do Rio-2016. A Aiba (Associação Internacional de Boxe) decide em assembleia no próximo dia 1º se permitirá ou não a participação de pugilistas profissionais na competição nos Jogos Olímpicos do Rio.

“Se a confederação permitir, quero participar da Olimpíada, seria uma honra, um sonho, poder representar o país”, afirmou Popó a este blog. “Tem gente que participou de três, quatro, cinco olimpíadas e nunca trouxe nada. Comigo, é resultado garantido.”

“Queria muito ter participado da Olimpíada de Atlanta [em 1996], mas por causa da minha situação financeira tive que passar para o profissionalismo antes [dos Jogos] para não passar fome”, complementa o boxeador, que tem como principal incentivador na empreitada olímpica Armando Fernandes, proprietário da Monumento Sports, que apoia Popó desde a época do amadorismo.

O baiano, que como profissional foi campeão mundial nas categorias superpena e leve, tem uma motivação especial para integrar a seleção olímpica. “Dizem que o [Manny “Pacman”] Pacquiao vai participar da Rio-2016, para mim seria uma honra enfrentá-lo.”

Há tempos Popó insiste em enfrentar o filipino. “Seria uma disputa entre dois boxeadores que se tornaram políticos”, não se cansa de repetir Popó, que ocupou uma cadeira no Congresso como deputado federal pela Bahia.

Popó, que pesa atualmente 78 quilos, afirma que poderia competir em qualquer categoria entre 64 quilos e 69 quilos, já que durante sua carreira conseguia perder vários quilos às vésperas de suas lutas. Se a Aiba aprovar a participação de profissionais e Pacquiao confirmar sua participação, o filipino deverá competir na categoria até 64 quilos (meio-médios).

“Já estou acertado como comentarista na Olimpíada do [canal] Sportv, mas abro mão disso se me derem a chance de competir na Olimpíada.”

Da parte da confederação, não haveria objeção, caso a Aiba aprove a participação de profissionais nos Jogos.

“É quase certo que a Aiba irá aprovar a mudança”, afirma Mauro Silva, presidente da CBBoxe. “Se o Popó quiser, ele pode disputar a vaga da categoria até 79 quilos [médios] com o Roberto Custódio. Eles fariam um confronto entre eles e o vencedor iria para o Azerbaijão, em julho, buscar a classificação olímpica.”

“Mas não sei se o Popó poderia participar por conta da idade”, aponta Silva. “O regulamento atual proíbe quem tem mais de 40 anos de participar de Olimpíada, e o Popó completará 41 anos em setembro [a Olimpíada acontece em agosto]. Mas isso pode mudar.”


Esquiva Falcão aceita duelo com ex-campeão mundial em card no Brasil
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Eduardo Ohata

O medalhista olímpico Esquiva Falcão, que na madrugada deste domingo manteve a invencibilidade ao chegar à sua 14ª vitória, desta vez sobre o mexicano Paul Valenzuela, enfrentará o ex-campeão mundial Antonio “Tornado de Tijuana” Margarito, em uma programação prevista para março, no Brasil, confirmou a este blog seu manager, Sérgio Batarelli.

“Ele fará mais duas lutas, uma em setembro, outra em dezembro, e enfrentará o mexicano Margarito em março em uma programação no Brasil”, explicou Batarelli.

Entre os campeões derrotados pelo “Tornado de Tijuana” estão o porto-riquenho Miguel Cotto, Kermit Cintron e Andrew “Six Heads” Lewis. Ele também enfrentou os campeões Manny “Pacman” Pacquiao, “Sugar” Shane Mosley, Paul Williams e Daniel Santos. Margarito chegou a ser capa da “The Ring”, principal publicação de boxe do planeta.

Porém Margarito ganhou também a fama de um dos lutadores mais sujos de toda a história do boxe quando foi flagrado aplicando reboco em sua bandagem antes do combate com “Sugar” Shane Mosley. Por conta disso, chegou a ter a licença de boxeador revogada por um ano nos EUA.

Na década de 80, Luís Resto acabou com a carreira do promissor Billy Collins Jr. ao usar o mesmo truque no Madison Square Garden e deixando sequelas no rival. Collins, que não pôde mais lutar, morreu em um acidente de carro, que sua família afirma ter sido suicídio.

O blog havia antecipado na semana passada que a Top Rank, empresa que gerencia a carreira do brasileiro, discutia dois nomes para enfrentá-lo em março: Margarito ou o ex-desafiante ao título mundial Joshua Clottey.

Qualquer uma das alternativas seria o melhor e mais perigoso adversário da carreira de Esquiva. Cogita-se a possibilidade de lutar na preliminar o japonês Ryota Murata, algoz de Esquiva na Olimpíada de Londres-12, e que neste sábado venceu outro brasileiro, Felipe Santos Pedroso.

Esquiva chegara a cogitar a possibilidade de representar o Brasil na Olimpíada do Rio-16, quando foi aberta a possibilidade de profissionais participarem dos Jogos, mas por fim preferiu se concentrar em sua carreira profissional.


Promessa dos ringues emagrece 24 quilos e sonha com Jogos Olímpicos do Rio
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Eduardo Ohata

Campeão dos Jogos Olímpicos da Juventude. Campeão mundial juvenil amador. Por conta desses dois títulos o boxeador David Lourenço, 24, acaba de ser convidado para ser um dos condutores da tocha olímpica no Brasil.

Ele ficou feliz, mas não quer apenas correr com a tocha, mas participar da Olimpíada do Rio. Afinal, era isso que todos projetavam para ele há alguns anos. Não apenas isso, ele era tido como uma das grandes esperanças de medalha na Olimpíada que acontece este ano por conta de suas conquistas.

Porém nesse percurso, se desiludiu com familiares, que segundo ele mesmo, o viam apenas como um “cofrinho”, uma fonte de renda. Começou a beber, protagonizou episódios de desaparecimento, abandonou os treinamentos e, de 79 quilos, viu seu peso aumentar para 93 quilos. A renda mensal, que segundo o atleta ultrapassava os R$ 15 mil na época de garoto prodígio, encolheu para os R$ 800 atuais.

Antes e depois: David com 93 quilos e atualmente, com 69 quilos

Antes e depois: David com 93 quilos e atualmente, com 69 quilos

Foi quando, por acaso, ao entrar no Facebook, começou a conversar com Ricardo Rodrigues, técnico que o descobriu, mas com quem não falava há anos. Mas as lembranças eram boas. E engraçadas.

Foi Rodrigues quem usou o dinheiro que serviria para sua lua de mel com a mulher Valéria para pagar a passagem para David ir disputar seu primeiro Brasileiro de cadetes (o treinador levou uma baita bronca de sua mulher), o que lhe abriu a porta da seleção brasileira. Que em pouco tempo lhe rendeu os títulos de campeão mundial juvenil, em 2010, quando nenhum brasileiro havia chegado a nenhum título mundial amador de qualquer espécie.

No mesmo ano foi campeão nos Jogos Olímpicos da Juventude, competição que projeta os destaques do esporte que, pelo menos na teoria, dentro de poucos anos estarão brilhando nas suas respectivas modalidades.

A partir da conversa via mídia social, em 2014, o técnico o resgatou.

Em cerca de um ano, David perdeu os 24 quilos de excesso de peso. Ao comparar uma foto de quando estava com 93 quilos a uma atual, David ri, tampa o rosto com as mãos. “Parece aquelas propagandas [comerciais] de antes e depois.”

Sob o olhar de Rodrigues, David participou de algumas competições, voltou a treinar firme. Casou, o que ajudou a estabilizar sua vida pessoal. E, recentemente, voltou a frequentar a seleção. Bem, de uma certa forma. O boxeador foi convidado para colaborar como “sparring” (parceiro de treinos com luvas) de atletas da seleção.

“Eu acredito que nada é impossível”, diz Rodrigues, lembrando de uma passagem de sua própria história. “Nos meus tempos de atleta, eu já era ‘carta fora do baralho’, mas fui convocado faltando apenas 20 dias da seletiva olímpica [para os Jogos de Atlanta-96].”

“Se não acreditasse que o David será campeão olímpico, não estaria investindo esses últimos dois anos nele. Ele não está participando de tantas competições, mas está em ritmo de preparação olímpica. Aceitamos voltar à seleção como sparring para que os técnicos da seleção pudessem ver a forma dele”, argumenta o treinador. “Dizem que a seleção está fechada, mas sei que tudo é possível.”

Porém a seleção que disputará a última seletiva olímpica já está formada, e não inclui David.

“Sparring é sparring, ele está nos ajudando, mas não quer dizer que irá para a Olimpíada”, explica Claudio Aires, técnico da seleção brasileira de boxe. “O titular da categoria até 69 quilos é o Roberto Custódio.”

“Mas… Se o Roberto cair e quebrar o braço, o pessoal da seleção sabe que pode contar com o David”, contra-argumenta Rodrigues.

“Hmmm. Mas se começar a pensar nesse tipo de coisa, estamos sendo muito pessimistas”, argumenta Aires.

E David? O que pensa aquele que há não muito tempo era aposta certa de pódio para a Rio-16?

“Estou treinando como se a vaga fosse minha, vou ser campeão olímpico de novo”, diz, um fio de suor escorrendo por seu rosto logo após encerrar mais uma sessão de treinos, David.


A fábula de Cinderela e o Esporte Brasileiro
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Eduardo Ohata

Medalhista olímpico e um dos mais competentes gestores esportivos do país, Lars Grael verbalizou no texto a seguir, publicado com sua autorização, uma preocupação de muitos desportistas brasileiros: a preocupação com o “dia seguinte” aos Jogos Olímpicos do Rio.
Vários dos episódios a seguir tiveram participação ativa do velejador:
“A fábula de Cinderela e o Esporte Brasileiro
Nosso país sediará em pouco mais de 3 meses, o maior evento da humanidade: Jogos Olímpicos e Paraolímpicos.
Estaremos numa erupção de sentimentos ao conjugar este momento mágico e único na história do continente Sul-Americano, e ao mesmo tempo, vivenciando uma crise político-econômica sem precedentes na história da nossa nação.
O Esporte Brasileiro atingirá seu momento de apoteose perante a sociedade, e nosso país exposto nas virtudes e nos contrastes perante todo mundo, uma vez que estaremos no centro das atenções do planeta.
Para chegar a este momento, o Brasil começou a organizar os Jogos Sul-Americanos de 2002, politicamente cruciais para este ano, o Brasil ser selecionado para sediar os Jogos Pan-Americanos de 2007.
Após a realização do Pan, o Brasil conquistou o direito de sediar os Jogos Olímpicos, momento que o Brasil ainda mostrava exuberância econômica e um passaporte carimbado para o chamado “Primeiro Mundo” das nações desenvolvidas.
Sediamos com brilhantismo, os Jogos Mundiais Militares em 2011, e nosso país saiu com saldo positivo na organização e entrega da Copa das Confederações e na sequência a Copa do Mundo de Futebol da FIFA.
O Esporte que no passado era gerido como uma Secretaria interna ao Ministério da Educação e da Cultura – MEC, ganhou em 1991, uma Secretaria Nacional ligada a Presidência da República. Em 1995, criou-se um Ministério Extraordinário dos Esportes. Em 1996, uma autarquia (INDESP) vinculado a ele. Já em 1999, cria-se um Ministério do Esporte e do Turismo. Em 2003 finalmente, o esporte ganha a emancipação e é galgado ao patamar de Ministério, com direito a endereço no Bloco A da Esplanada dos Ministérios.
Nesta trajetória de incremento de relevância política, aprovamos várias leis de apoio, fomento e incentivo do esporte em adição a existente Lei 9.615, conhecida como Lei Pelé dos Esportes:
·       Reconhecimento do Esporte como meio de ação social – CONANDA – Ministério da Justiça.
·       Lei de Importação de Material Olímpico e Paraolímpico com isenção de Imposto de Importação – II e IPI em equipamentos sem similar técnico nacional.
·       Lei Agnelo-Piva de fomento ao desporto olímpico; paraolímpico; escolar e universitário.
·       Lei do Estatuto do Torcedor.
·       Lei do Bolsa-Atleta.
·       Lei de Incentivo Fiscal do Esporte Federal. Já havia uma lei estadual no RJ. Outros estados e municípios criaram suas próprias leis.
·       Alteração da Lei Pelé, remetendo recursos para formação de atletas olímpicos e paraolímpicos através da Confederação Brasileira de Clubes – CBC.
·       Alteração da Lei Pelé, com o artigo 18-A gerando meios de democratização da gestão esportiva nacional.
Nossos chefes de estado, demonstraram com clareza a determinação do Brasil crescer e atingir um patamar das potências olímpicas. Para tal, divulgou-se a meta oficial do Brasil chegar já em 2016 ao grupo seleto das 10 principais potências do esporte olímpico e 5 no esporte paraolímpico.
Possível? Com certeza. A preparação do chamado “Time Brasil” nunca foi tão boa e é sabido que a nação sede, sempre possui um desempenho fora da curva do seu desempenho histórico.
O esporte brasileiro está nas escadarias do castelo do príncipe encantado. Nunca tantas leis foram benéficas ao esporte nacional. Nunca uma preparação olímpica foi tão adequada. O Esporte vive seu momento de Cinderela.
O que queremos enfatizar é o compromisso, verdadeiro pacto da nação em avançar nesta agenda de forma responsável e sustentável. Precisamos valorizar a Educação e os Educadores Físicos desde a formação que está na escola. Este sim, um verdadeiro legado de todo este processo.
O Esporte precisa atingir o reconhecimento de estar no cerne das políticas sociais. Trabalharmos o Esporte e a Educação Física como elementos fundamentais de uma pátria educadora. O Esporte ser um elemento de promoção de saúde e de combate ao sedentarismo. Criamos uma cultura de Esporte que possa permear todas ações de um governo responsável. Atuar como elemento de pacificação nas comunidades carentes, nas políticas de meio-ambiente e de integração nacional.
Corremos o risco desta carruagem para o desenvolvimento, se tornar em abóbora logo após a agenda olímpica…
Temos sinais claros para esta preocupação. Antes mesmo dos Jogos Rio 2016, o poder executivo federal vetou a renovação da Lei de Importação de Material Olímpico e Paraolímpico. Um verdadeiro desserviço ao esporte. Esta medida não é capaz de produzir nenhuma forma detectável de impacto na balança comercial. O governo é o sócio majoritário no apoio ao sistema nacional esportivo, para reaparelhar a nação com material e equipamentos esportivos adequados. Por um lado, incentiva com verbas públicas, por outro lado tunga esta mesma atividade com uma carga absurda de impostos. É a mão que dá e a mão que tira de um governo que parece conspirar contra si próprio.
No Estado do Rio de Janeiro, o Esporte se une para preservar a mais antiga e bem sucedida Lei Estadual de Incentivo ao Esporte através do ICMS.
Em 2016, 5 estados já extinguiram suas secretarias estaduais de esporte. Foram abduzidas e rebaixadas a um departamento de uma outra secretaria. No Estado potência esportiva que é o Estado de São Paulo, 42 secretarias municipais já foram rebaixadas neste ano. Dados da Associação Brasileira de Secretarias Municipais de Esporte e Lazer – ABSMEL dão conta que em cerca de 2.000 municípios do Brasil, o esporte sequer possui qualquer dotação orçamentária.
Nas mudanças que se anunciam para o Governo Federal que deve ser instalado pelo menos na interinidade, fala-se na extinção do Ministério do Esporte. Seria anexado a outra pasta, ou revertido a um ministério híbrido.
Vivemos o risco do efeito Cinderela… com certeza. Potência Olímpica não se constrói num ciclo olímpico. A medição do êxito de nossas políticas públicas, só será medido de forma sustentável, se conseguirmos ser uma potência olímpica e paraolímpica em Tóquio 2020 e em diante…
Não construiremos uma “Pátria Educadora” sem envidarmos esforços no desenvolvimento do Esporte na Escola.
Assim como na fábula, não queremos virar abóbora após os Jogos Olímpicos. Não podemos esperar pelo príncipe e a sapatilha de cristal. Temos que unir o meio esportivo e defendermos este setor vital à sociedade.”
Lars Schmidt Grael
Velejador

Olimpíada já teve até bunker subterrâneo secreto para proteção de ataques
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Eduardo Ohata

Há os Jogos Olímpicos e as Copas do Mundo que todo mundo vê, mas existe muita coisa ligada a esses grandes eventos que acontecem de uma forma que passa despercebida pelo grande público e pela mídia por questões de segurança.

Foi assim na Olimpíada de Pequim-08, quando o repórter fotográfico Caio Guatelli e eu descobrimos, totalmente sem querer, um reforçadíssimo bunker subterrâneo, sob o lindíssimo Cubo D´Água, onde aconteceram as competições de natação dos Jogos.

Antes das competições, Caio quis testar qual lente se adequava mais à luminosidade do local de competições, entrou no elevador e apertou, por engano, o botão que levava ao subsolo. Quando a porta se abriu revelou não o cenário iluminado e festivo que levava às raias olímpicas, mas um espaço escuro, cheio de engradados e equipamentos e coalhado de chineses em uniformes que lá trabalhavam. Em vez de ir para o andar das raias, ele desceu e deu um rápido giro por lá. Pouco depois, esbaforido, me ligou:

– Ohata, onde você está? Pode vir aqui no Cubo D´Água? Você não vai acreditar o que achei aqui.

Minutos depois me reuni ele, que rapidamente me levou ao bunker: uma estrutura com grossas paredes e uma porta que parecia de caixa-forte. Era pesadíssima, e só era possível trancá-la, ou abri-la, uma vez fechada, por dentro. No grosso vidro da janela, provavelmente à prova de bala, um aviso em inglês: “Reservado para VIPs”. Pelos nossos cálculos, cabiam entre 100 e 150 pessoas.

Foi quando fomos surpreendidos por soldados chineses, que começaram a falar conosco e a gesticular  nervosamente. Pediram para ver nossas identificações (pelo menos foi o que entendemos), que obviamente não justificavam nossas presenças ali. Não era preciso entender mandarim para compreender o recado. Nos escoltaram em direção ao elevador e, aos gritos, nos fizeram abandonar o local.

Se tenho alguma dúvida de que se tratava de um bunker para políticos e dirigentes em caso de um ataque terrorista? Não.

Depois, durante a cobertura da Copa de 2014, tive a oportunidade de aprender um pouco mais sobre os segredos dos grandes eventos.

Descobrir que uma caixa d´água, localizada próxima ao estádio do Corinthians, que recebeu jogos da Copa, inclusive o de abertura, era vigiada dia e noite para afastar o risco do terror biológico. Quando comentei com uma autoridade que aquilo era paranoia e que o Brasil não tem tradição de ataques terroristas, meu interlocutor respondeu: “Não tem tradição até acontecer pela primeira vez”.

Nem preciso dizer que a segurança na caixa d´água foi mantida até o término da Copa.

E provavelmente passou despercebido para quem frequenta diariamente os clubes da cidade, ou CDCs, que contingentes de soldados ficavam aquartelados em alguns deles. Sim, além da segurança anunciada oficialmente, havia grupos que, secretamente, ficavam de sobreaviso nos CDCs e em escolas (lembre-se, o calendário escolar foi alterado para que as crianças ficassem de férias naquela época), especialmente as próximas a locais de competição e aos CTs adotados pelas seleções estrangeiras.

Se vai haver uma Olimpíada desse tipo, que ninguém vê ou percebe, durante a Rio-2016? Para mim, não resta dúvida.